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A Escola e a Mediação da Aprendizagem na Relação Professor-aluno

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Visão geral
	
	Apresentação da disciplina:
	
	“Hoje eu vim, minha nega
Sem saber nada da vida
Querendo aprender contigo a forma de se viver
As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender.” (Coisas do Mundo, Minha Nega, do compositor Paulinho da Viola, 1969).
 
Você já havia pensado do jeito como Paulinho da Viola se expressa nessa belíssima música? O mundo do conhecimento está ai, às vezes mais próximo, outras vezes mais distante; “só que eu preciso aprender”. Ao ouvir a palavra “aprender”, muitas pessoas recordam-se da escola. Outras se vêem aprendendo um instrumento musical, a dirigir, a manusear uma máquina, a cozinhar. A aprendizagem não se limita à escola, embora ela seja a razão de a escola existir. Nesse contexto, então, assume muita importância. E o professor, aquele que trabalha diretamente com quem vem para aprender - os alunos – exerce papel fundamental. Fala-se dele como mediador do processo ensino-aprendizagem. Mas, afinal, o que isso significa?
	
 
	Objetivos:
	
	O convite que faço a você é o de que nos aproximemos para compreender mais amplamente o significado de mediação na relação professor-aluno. Para tal, a compreensão do que seja aprendizagem significativa é essencial, além do resgate de práticas mediativas que possam qualificá-la.
São duas Unidades de Estudo. Na primeira unidade trato dos conceitos básicos que dão suporte à temática da Mediação e Aprendizagem Significativa na escola e na segunda, abordo a constituição do professor mediador e da escola promotora de uma cultura de mediação.
	
	Conteúdo Programático:
	
	Visão de aprendizagem significativa de David Ausubel.
Relação professor aluno, segundo Paulo Freire.
Visão de mediação de Lev Semynovitch Vygotsky.
	
	Metodologia:
	
	
	O percurso para a realização desse curso é a apresentação dos temas nas unidades de estudo, de forma que promovam o diálogo entre teoria e prática, usando variados recursos didáticos.
Metodologia ativa, requerendo a sua participação no processo de aprendizagem das temáticas desenvolvidas.
	
	
 
	Avaliação Prevista:
	
	
	A avaliação consta de cinco questões objetivas de múltipla escolha, obrigatória. O gabarito é comentado.
	
	
	Habilidades e Competências
	
	
	Habilidade de maximizar seu desejo de aprender como andaime para você ensinar.
Habilidade sócio-afetiva na interação com os alunos.
Competência reflexiva.Habilidade de aumentar sua ação pedagógica em sala de aula e na escola como um todo.
	
A ESCOLA E A MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
 
Mediação e Aprendizagem Significativa
WEBAULA 1
 
Palavras Chave:
Conhecimento, Conhecimento Prévio, Mediação, Aprendizagem, Aprendizagem Significativa, Processo Ensino-Aprendizagem.
Nessa unidade, você entrará em contato com o conceito de aprendizagem significativa, central na teoria de David Ausubel, assim como de outros autores, e poderá relacioná-lo com o conceito de mediação.
Além disso, estudará Lev Semynovitch Vygotsky, considerado pensador importante para dar suporte a práticas mediadoras no processo ensino-aprendizagem.
 
Contribuições Esperadas com o Curso
Que você possa fazer uma reflexão crítica que o leve a transformar sua ação no cotidiano da escola.
Fica, assim, como desafio meu e seu, apostarmos na nossa paixão de ensinar e aprender, como dizia Paulo Freire.
 
Atividades de Aprendizagem Previstas
Assistir a vídeos e filmes: utilização de outras linguagens para complementar a sua aprendizagem.
Produção de textos: elaboração e sistematização do seu pensamento através da escrita/registro em um diário de bordo.
Leitura de textos e livros recomendados: aprofundamento e complementação do conhecimento.
Pesquisa em sites recomendados: ampliação do conhecimento.
Exercícios de reflexão: incentivo a sua reflexão crítica e ao pensar sobre a sua prática educativa.Paradas pedagógicas.
 
Vídeo - 1.2
Aprender e Mediar
Li o depoimento de uma professora que me chamou atenção. Quero lhe contar. Certo dia, D. Selma* passou um dever para os alunos, com palavras para serem acentuadas. Depois de recolhidos, os trabalhos foram lidos e corrigidos em classe. Um dos alunos, o Pedro,** acentuou a palavra mulher – mulhér. Ela corrige - Esta palavra termina com r, e não tem acento. O aluno responde: Mas eu não falo mulher; falo mulhé e vou continuar falando. Então, disse a professora, vou continuar a diminuir sua nota. (1)
Como você analisa essa situação? Você agiria diferentemente? Como? Você está recriminando a atitude da D. Selma? Como você qualifica o diálogo estabelecido entre ela e o Pedro, considerando a hipótese de que ela intencionasse algo com aquele trabalho? (por exemplo, fazer um diagnóstico da sua aula sobre acentuação, verificar a aprendizagem dos alunos, etc.).
À primeira vista, pode ser que D. Selma tenha se sentido desrespeitada, quando Pedro disse que iria continuar a falar mulhé. Pode ser que aquela situação a tenha remetido para sua própria experiência como aluna, quando errava algo na escola (e a sua nota abaixava), repetindo a atitude da sua antiga professora. Pode ser, também, que ela tenha se esquecido de que o conhecimento prévio do aluno (eu falo mulhé) possa ser usado para que ele aprenda, nessa situação, a norma culta da língua portuguesa. Pode ser que com essa lembrança, o diálogo entre os dois pudesse seguir outro rumo, talvez mais qualificado em busca da aprendizagem.
 
Aprendizagem Significativa
Para que você possa compreender mais amplamente a concepção de aprendizagem significativa, a relação professor-aluno é matriz fundamental do ato de aprender.  Professor e aluno (ou o grupo de alunos) geram trocas de vivências e de experiências ligadas ao conhecimento formal e ao conhecimento de valores sociais de maneira ativa, isto é, na ação, na convivência desse lugar chamado escola. No exemplo acima, a professora tem o saber das regras de acentuação, das palavras escritas e faladas da Língua Portuguesa (conhecimento formal), e seu aluno, o saber da expressão popular (conhecimento não-formal). Juntos, os dois vão construindo o processo ensino-aprendizagem. Esse processo possui um caráter dinâmico e exige do professor uma atitude de conversa, de diálogo, que aprofunde e amplie os conhecimentos prévios dos alunos. No exemplo dado, Pedro trouxe um conhecimento prévio - mulhé, cheio de significado, de valores culturais, regionais, etc.. Paulo Freire chama essa conversa de relação dialógica.
 
Esquema do diálogo:
A = Professor               B = Aluno
A com B = Comunicação
A com B = Intercomunicação
 
Interação de respeito entre os polos (A e B), em busca de algo (aprendizagem).
Nesse sentido, o diálogo entre D. Selma e Pedro foi dialógico? O que você acha?
 
Recomendo assistir ao filme O Carteiro de Pablo Neruda (1994), com atenção especial aos diálogos entre os personagens Mario Ruoppolo e Pablo Neruda, e principalmente, ao momento em que eles conversam sobre o que é metáfora.  Esse filme conta a história da amizade entre duas pessoas, de universos muito diferentes, e que conseguem construir uma relação singular. Belíssimo! Você gostará de assisti-lo. < https://www.youtube.com/watch?v=cSVqgS0d_3I >.
Leia o texto: O diálogo, de Paulo Freire, em < http://www.escoladavida.eng.br/dialogo.htm >.
Sugiro, também, que você busque mais conhecimento sobre nosso educador Paulo Freire.
 
*nome fictício
**nome fictício
Agora que você viu o filme e leu o texto, pense novamente no diálogo entre D. Selma e Pedro. Como você refaria esse encontro? Produza um pequeno texto com suas ideias. Experimente fazer um plano de aula baseado no que está aprendendo até agora, focando diálogos entre você e seus alunos com a intenção de se aproximar do conhecimento prévio deles.
Quero salientar, então, dois aspectos importantes para a promoção da aprendizagem significativa e da mediação da aprendizagem: a disponibilidade do professor em estabelecer diálogo com o aluno, e a consideração do seu conhecimento prévio. A aprendizagem significativa garante a utilização desse conhecimento para a resolução de situações problema e a aquisição denovos conhecimentos. Veja, abaixo, o pensamento do educador espanhol Antoni Zabala (1996).
Nossa estrutura cognitiva está configurada por uma rede de esquemas de conhecimento. Estes esquemas se definem como as representações que uma pessoa possui, num momento dado de sua existência, sobre algum objeto de conhecimento. Ao longo da vida, estes esquemas são revisitados, modificados, tornam-se mais complexos e adaptados à realidade, mais ricos em relações... Agora, para que este processo se desencadeie, não basta que os alunos se encontrem frente a conteúdos para aprender; é necessário que diante destes possam atualizar seus esquemas de conhecimento, compará-los com o que é novo, identificar semelhanças e diferenças e integrá-los em seus esquemas, comprovar que o resultado tem certa coerência, etc.. Quando acontece tudo isto- ou na medida em que acontece – podemos dizer que está se produzindo uma aprendizagem significativa dos conteúdos apresentados.
Então, o aprendizado verdadeiramente consistente não advém de simples informações sobre determinado tópico, dadas pelos professores, informações que deverão ser memorizadas e devolvidas, nas provas, por um aluno passivo.
 
Exercício de Reflexão
Como professor, seu estilo em sala de aula é mais explicativo, informativo, questionador, provocativo? Como orientador/coordenador da escola, o que você pensa da aprendizagem dos alunos e o que promove, com a equipe de professores, para compreendê-la melhor (ideias, debates, textos, troca de experiências, etc..)?
Sugiro que você faça um diário de bordo no qual registre o que vem aprendendo, pensando, descobrindo nesse nosso curso. O registro traz outra forma de consciência da prática educativa.
 
Vídeo - 1.4
Aprendizagem Significativa: David Ausubel
Ausubel (1918-2008), psicólogo educacional nos Estados Unidos, é quem, originalmente, propõe o termo significativa à aprendizagem. Introduz, também, o conceito de "organizadores prévios" no processo ensino-aprendizagem. Esses organizadores prévios são pontes cognitivas, segundo Ausubel: de um lado, o que o aluno sabe; do outro, o que irá aprender. E o que o aluno irá aprender deve se integrar no que ele já conhece.
A aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não-literal) e não-arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. Em outras palavras, os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o conhecimento prévio que o aluno possui. (Ausubel, 1963).
 
Assim, acredita-se que haja a constituição de novas formas de pensar e agir do aluno, uma modificação decorrente de sua ação, de sua participação no processo de aprender.
Você já deve ter percebido que há um denominador comum na concepção de aprendizagem significativa dos autores citados até agora: o reconhecimento do conhecimento prévio que serve como ponte para os novos conhecimentos.
 
Para saber mais e profundar seu conhecimento, leia o texto Teoria da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel em:
< http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf >.
 
Exercício de Reflexão
Baseado na leitura do texto acima referenciado reflita sobre o seguinte: Enquanto professor, você se vê ativando e otimizando as estruturas cognitivas de seus alunos? Descreva como faz isso. Se possível, discuta esse seu fazer com outro professor. Registre no seu diário de bordo.
 
Vídeo - 1.6
Mediação da Aprendizagem
Não há aprendizagem significativa se o professor não for mediador (comentário de uma coordenadora de Ensino Médio de escola particular de São Paulo, 2014).
Fale-me um pouco sobre o que entende por mediação, ou professor mediador, solicitei-lhe.
Ela me disse: O professor mediador é aquele que tem que esquecer de dar aula, soltar-se das amarras dos padrões expositivos e explicativos dos conteúdos do currículo e transformar a sala de aula em um palco animado de surpresas, onde convida os alunos a atuarem, cada um do seu jeito.
 
Que tal pensarmos um pouco na concepção de mediação dessa coordenadora?
Cá do meu lado, vários pontos chamam a minha atenção:
 
...esquecer de dar aula... revela, para mim, a necessidade de mudança de atitude de um professor provedor do conhecimento, que o dá ao seu aluno, como um presente, às vezes, até já desembrulhado, ou mesmo sem papel, de forma mecânica, cumprindo uma obrigação formal, sem gosto e sem sabor. Ou dá o presente num contexto até que festivo, mas que é guardado pelo seu aluno naqueles sacos grandes das festas de buffet infantil, abertos só quando chegar em casa, sem saber, muitas vezes, quem o presenteou.
...soltar-se das amarras dos padrões... sinaliza, para mim, a figura de um professor criativo, flexível. Conhecedor sim dos conteúdos do que vai ensinar, porém pensador de ambientes de aprendizagem mais adequados para gerar aprendizagem significativa.
...transformar a sala de aula em um palco... me remete ao teatro, ao envolvimento dos personagens, aos ensaios persistentes, ao diretor exigente e, às vezes chato, mas envolvido, conduzindo aquele grupo à excelência de sua apresentação.
 
E ai, do seu lado, o que você pensou? Você teria outros aspectos que acrescentaria, ou excluiria, quanto à definição dada pela coordenadora?
O Contexto em que Surge a Ideia de Mediação
O conceito de mediação na escola surge aqui no Brasil, por volta dos anos 70, em um cenário da chamada pedagogia progressista. Antes disso, a abordagem do ensino era tecnicista, onde o aluno recebia, de forma passiva, as informações do professor. Essa nova ideia se preocupa pela formação de um aluno participativo, crítico, reflexivo, e para isso acontecer, seu professor media o conhecimento e a aprendizagem dele. Faz uma intervenção intencional nesse processo. Isso é muito importante porque exigem do professor um comportamento e um comprometimento com os avanços da aprendizagem dos alunos.
A conotação dada a esse conceito – mediação – funda-se no problematizar o conhecimento do aluno, trazendo-o do plano imediato (suas experiências primeiras, seus conhecimentos prévios, como a palavra mulhé que o Pedro falou, lembra?) para o plano do mediato (do conhecimento científico, dos saberes da humanidade, como a norma culta da Língua Portuguesa da D. Selma). A mediação é considerada, segundo essa perspectiva, a superação do imediato para o mediato. E quem faz isso é o professor, na escola.
Talvez a coordenadora citada acima, enfoque, de maneira bastante enfática a mudança requerida no professor para que ele possa exercer esse papel mediador. O que você acha?
 
Exercício de Reflexão
Lembre-se de uma situação de aula que tenha dado recentemente. Você acha que atuou como mediador? Por quê? Registre no seu diário de bordo.
 
Para saber mais, aprofundar e contextualizar sua aprendizagem para compreender o conceito de mediação, leia o texto do professor Cipriano Luckesi, em Tendências pedagógicas na prática escolar - AEDB: 
O Conhecimento é Sempre Intermediado. Visão de Lev Semynovitch Vygotsky
Convido-o a revisitar Vygotsky, importante para nossa fundamentação teórica e prática sobre mediação. E para maximizarmos a relevância da aprendizagem significativa dos alunos.
Se eu lhe perguntar: Quando digo Vygotsky, quais são as primeiras palavras que lhe ocorrem? Zona de desenvolvimento real, potencial? Relações sociais, cultura, linguagem? Mediação?
É isso. Transitaremos com essas palavras para conhecermos um pouco mais sobre Vygotsky. E, se possível, considerá-lo nas práticas de mediação, lá na sala de aula. E na sala de reuniões da coordenação com os professores.
 
Um aspecto que, à primeira vista, possa parecer óbvio, e que percebo, hoje em dia, até banal na fala de muitos educadores, é o de que para aprender é necessário o outro. Em Vygotsky, esse outro adquire um caráter extremamente importante – ele se refere ao outro social. Este se apresenta por meio de objetos, da organização do ambiente próximo à pessoa, das relações que ela constrói, ao longo da vida, enfim, do mundo cultural em que está inserida.E, para Vygotsky, é nessa interação social que o sujeito se desenvolve mediado pelo outro (que inclui o que vimos logo acima). Isto é, o sujeito não tem acesso direto ao conhecimento, mas acesso mediado. Pense, por exemplo, quando um nenê nasce. Dizemos que o seu cuidador é aquele que lhe apresenta o mundo. Desde esse início, símbolos, jeitos de ser, objetos – os brinquedos, por exemplo, maneira de pegar no colo, tudo isso faz parte do mundo em que esse bebê se insere. O cuidador está mediando o seu acesso ao conhecimento. Logo, a interação é decisiva para o desenvolvimento (tanto a interação intrapessoal – do sujeito com ele mesmo, como interpessoal – do sujeito com o outro).
 
Uma Breve Parada Pedagógica
Você pensa assim também? Concorda, discorda? Procure fundamentar seus pensamentos. E, se possível, registre no seu diário de bordo.
Um outro aspecto importante em Vygotsky é sua atribuição à língua (linguagem) que tem como função, o intercâmbio social e é o instrumento do pensamento humano. Por exemplo, o choro do nenê; depois, a fala.
 
É interessante você poder pensar como Vygotsky (imagine-se Vygotsky) para estudá-lo com mais amplitude e entender a pertinência da mediação no pensamento dele.
Veja o que temos até agora: o outro, a interação, a língua (linguagem).
Quanto à escola, levando Vygotsky em consideração, será que podemos fazer a síntese abaixo?
 
Leia: o aluno é o sujeito interativo da aprendizagem, que aprende com outro sujeito, também interativo (o professor), o que o grupo social produz, naquele dado contexto cultural. E esse sujeito (o professor) é quem dispõe o conhecimento científico para o aluno, intermediando-os. E o faz isso intencionalmente, interferindo no processo de aprendizagem. Assim o professor contribui para o desenvolvimento do aluno. (elaborada por mim).
Que tal você produzir a sua própria síntese? Você gosta de escrever? Você se percebe contribuindo para o desenvolvimento de seus alunos? E você, coordenador, percebe-se contribuindo para o desenvolvimento dos professores (afinal, os seus alunos são os professores, não é?).
Dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky. Onde o professor pode interferir. Onde ele faz a mediação.
Nível de desenvolvimento real
Refere-se ao que a criança, o jovem ou o adulto já adquiriram ou formaram, até então. Ou, em outras palavras, aquilo que são capazes de fazer por si sós. Por exemplo, eu sou capaz de dirigir. Isso já faz parte da minha capacidade.
 
Nível de desenvolvimento potencial
Refere-se ao que a pessoa pode aprender com outras pessoas. Uma criança de nove anos não sabe dirigir, mas há um potencial para essa aprendizagem, num momento mais adequado.
Entre aquilo que a pessoa faz sozinha e o que ela é capaz de fazer, há um espaço, que Vygotsky chama de zona de desenvolvimento proximal. É exatamente nessa zona que aprendizagem e desenvolvimento se inter-relacionam, onde o professor pode e deve intervir. Onde a mediação (a ajuda para que o aluno possa passar para o nível de desenvolvimento potencial) deva se realizar. Por exemplo, o professor deseja trabalhar um conceito em Português. Há o que o aluno já sabe, do que ainda precisa de ajuda para aprender, e para onde pode chegar com essa ajuda. O professor, sabendo aonde quer chegar, pode orientar o aprendizado do aluno.
 
Sugiro assistir ao vídeo Letras Espanhol - Marta Kohl - Vygotsky – Partes 1,2,3,4,5 e 6. Marta (professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) expõe, de maneira muito clara, os principais conceitos de Vygotsky, e especialmente na parte 6, fala da importância da intervenção pedagógica. Recomendo assistir todas as 6 partes desse vídeo.
 parte 1                parte 2
 parte 3                parte 4
 parte 5                parte 6
Acesso em 11/11/2015.
Leia também, para aprofundar o seu conhecimento: Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento. Um processo sócio histórico. Marta Kohl de Oliveira, Ed. Scipione.Disponível em: .
 
Exercício de Reflexão
Agora que você viu o vídeo (e mesmo que não tenha acabado de ler o livro nesse momento), faça a seguinte reflexão:
Revisitando Vygotsky, o que pode comentar da mediação da aprendizagem dos seus alunos?
O que essa revisita provoca em você como professor ou como coordenador?
O que aprendeu reestudando ou estudando Vygotsky pela primeira vez? Gostou dessa experiência?
Há estratégias de intervenção diferentes que você possa usar para mediar a aprendizagem no cotidiano da escola? Quais são elas?
Você considera que mediação, segundo Vygotsky, é possível na escola? Por que sim, ou por que não? Ou outra alternativa na qual não pensei desse lado de cá!
Não se esqueça de registrar no seu diário de bordo.
 
Aproveito para indicar um vídeo de que gosto muito, e que penso ser pertinente e complementar ao que estamos estudando até agora. Mais do que isso, é provocativo e intenso.
A escola ideal. O papel do professor. Rubem Alves
< http://educacaointegral.org.br/glossario/professor-mediador/ >.
 
Outros Exercícios de Reflexão
Baseado no vídeo sugerido acima e em nosso estudo até agora, reflita sobre as questões abaixo.
1. Você permite que seus alunos busquem o conhecimento através da tentativa e erro? Dê um exemplo concreto.
2. Quando um aluno erra (não importa se escrevendo, lendo, respondendo a uma pergunta, em situação de avaliação formal), o que você faz?
3. A sua atitude permite que seus alunos assumam riscos e adotem uma abordagem criativa nas atividades de sala de aula? Dê exemplos. Mostre os resultados.
4. Como você caracteriza uma boa aula (uma aula suficientemente boa)? Que elementos a constituem para que ela seja boa?
5. Você concorda com Rubem Alves?
 
Caminhando para o Fechamento dessa Unidade de Estudo
Da ideia de aprendizagem significativa até mediação, e mediação segundo Vygotsky, parece-me que caminhamos bastante. Mas a quantidade de conhecimento realmente não importa. O tempo de amadurecimento do processo ensino-aprendizagem é contínuo. Ele não termina porque essa unidade se completa.
Então, gostaria de convidá-lo para a Segunda Unidade de Estudo, na qual apresentarei Reuven Feuerstein, outro importante estudioso da mediação da aprendizagem, a constituição de uma escola mediadora, além dos grandes mediadores da Educação: brincar e jogar, entre outras coisas.
E, para concluir...
 
sugiro o vídeo Aprender a aprender. Uma animação não verbal sobre a relação mestre – aprendiz. Observe os gestos dos dois personagens. A afetividade entre eles. A atitude de o mestre não desistir do aprendiz.
Em: < https://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI >.
Tendências pedagógicas na prática escolar - AEDB
< http://cetir.aedb.br/faculdades/ped/Downloads/1ano/Seminario_Tendencia/LUCKESI%20%20tendencias_pedagogicas.doc >.
 
CEAD - Letras Espanhol - Marta Kohl - Vygotsky – Partes 1,2,3,4,5 e 6.
< https://www.youtube.com/watch?v=UuPzIfN1iA4 >.
< https://www.youtube.com/watch?v=h9r2FwgtbP4 >.
< https://www.youtube.com/watch?v=wY6zGXL2OfA >.
< https://www.youtube.com/watch?v=py4_joXJWpc >.
< https://www.youtube.com/watch?v=bM5-H-s4pRY >.
< https://www.youtube.com/watch?v=SSQfPw5hdPw >. Acessado em 11/11/2015.
 
Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento. Um processo sócio-histórico. Marta Kohl de Oliveira, Ed. Scipione. Acessado em 20/04/2015.
< https://docs.google.com/file/d/0BwSkfHMQvCWuU2RsVTVZUFJ6MGF5VFdlXzNBdDVwRUcxd0Zj/edit >.
 
A escola ideal. O papel do professor. Rubem Alves
< http://educacaointegral.org.br/glossario/professor-mediador/ >. Acessado em 12/04/2015.
 
Aprender a aprender.
< https://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI >. Acessado em 25/04/2015.
 
O Carteiro de Pablo Neruda
< https://www.youtube.com/watch?v=cSVqgS0d_3I >. Acessado em 10/04/2015.
 
O diálogo, de Paulo Freire
< http://www.escoladavida.eng.br/dialogo.htm >. Acessado em 10/04/2015
 
Teoria da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel
< http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf >.  Acessado em 10/04/2015
(1) Texto de Moacir Gadotti (Instituto Paulo Freire) e Maria Inês Duque Estrada (jornalista)estudado no Curso Paulo Freire e Janusz Korczak - Jornadas de Educação, USP, 1998.
 
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. 42 edição.
 
ZABALA, A. A Prática Educativa. Como ensinar, Artmed, 1998.
 
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
 
AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
 
Mediação Pedagógica: dos limites da lógica formal à necessidade da lógica dialética no processo ensino-aprendizagem. Acessado em 24/04/2015 < http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/gt04-1724--int.pdf >.
 
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
	Visão geral
	
	Atividades de Aprendizagem Previstas
	
	Assistir a vídeos e filmes: utilização de outras linguagens para complementar a sua aprendizagem.
Produção de textos: elaboração e sistematização do seu pensamento através da escrita/registro em um diário de bordo.
Leitura de textos e livros recomendados: aprofundamento e complementação do conhecimento.
Pesquisa em sites recomendados: ampliação do conhecimento.
Exercícios de reflexão: incentivo a sua reflexão crítica e ao pensar sobre a sua prática educativa.
Paradas pedagógicas.
	
	Conteúdo Programático:
	
	Visão de mediação de Reuven Feuerstein. Os três critérios: Intencionalidade, Construção de Significados, Transcendência.
Problematização do conhecimento pelo professor Paulo Freire.
Os dois grandes mediadores da Educação: o Brincar e os Jogos como estratégias mediadoras.
A constituição do professor mediador e da cultura de mediação na escola.
	
	Metodologia:
	
	
	Metodologia ativa, requerendo a sua participação no processo de aprendizagem das temáticas desenvolvidas.
	
	
 
	Avaliação Prevista:
	
	
	A avaliação consta de cinco questões objetivas de múltipla escolha, obrigatória. O gabarito é comentado.
	
	 
	Palavra Chave:
	
	
	Mediação, Intencionalidade, Construção de significados, Transcendência, Problematização do conhecimento.
Nessa unidade, você entrará em contato com Reuven Feuerstein, estudioso contemporâneo do desenvolvimento humano e da mediação.
Além disso, estudará as possibilidades de problematização do conhecimento através de estratégias mediadoras.
	
	
	Habilidades e competências
	
	
	Habilidade de aprendizagem/reaprendizagem de novos conhecimentos.
Capacidade de aplicação do conhecimento na prática.
Competência reflexiva.
	
A ESCOLA E A MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
 
Inteligência Modificável Através da Aprendizagem Mediada.
WEBAULA 2
 
Profeddor-Mediador
 
Imagine um método... Além das limitações. 
Que melhora a forma como cada pessoa aprende... 
Do filho mais novo com Síndrome de Down... 
Para alunos superdotados... E todos os demais... 
Que abre portões da universidade para estudantes de 
meios mais desfavorecidos... 
E também pode prevenir a demência nos idosos...
Esse método é FEUERSTEIN. < http://www.icelp.info/ >.
 
Você se indaga sobre a inteligência dos seus alunos? Como cria a imagem de que um aluno é mais inteligente que o outro? Pela postura corporal, pela desenvoltura ao falar, por que traz sempre corretas as lições solicitadas, por que vai bem nas avaliações, ou por que está sempre atento as suas aulas? Particularmente, eu penso ser difícil avaliar a inteligência dos outros. Lidamos bastante com pré-conceitos (por exemplo, ele tem bom raciocínio lógico, vai bem em Matemática, e quem sabe Matemática é inteligente!), com ideias já ultrapassadas, como o velho Q.I. (Coeficiente de Inteligência), ou simplesmente, porque a gente acha.
Pensando nisso, e principalmente na importância de um pesquisador contemporâneo, que diz que a inteligência é plástica e modificável, apresento-lhe Reuven Feuerstein (1921-2014).
 
Vygotsky teve uma vida breve (faleceu com 37 anos) e nos deixou um legado precioso. Feuerstein viveu mais; pôde realizar pesquisas; avaliar resultados. Criou um método. Acredita que a inteligência possa ser desenvolvida em um ambiente de aprendizagem mediada. Veja aí, a mediação, de novo! Parece-me que há um consenso entre Vygotsky e Feuerstein sobre mediação da aprendizagem. Ele é um seguidor de Vygotsky. Estudou na Universidade de Genebra, sob orientação de Piaget. Chamou sua teoria de Modificabilidade Cognitiva Estrutural (MCE) e criou o Centro Internacional pelo Desenvolvimento do Potencial de Aprendizagem (ICELP) - < http://www.icelp.info/ >, em Jerusalém. Se puder, navegue no site (em inglês). O instituto promove workshops em vários países do mundo para ensinar seu método, formando pessoas especializadas na sua aplicação. No Brasil há centros autorizados que oferecem treinamento no Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), criado por Feuerstein, para enriquecer funções cognitivas e buscar um pensamento eficiente.
 
Lembre-se de que ele acredita na modificabilidade da inteligência. Modificabilidade é a  flexibilização das estruturas cognitivas da pessoa, a ativação das suas funções mentais, a organização de novas aprendizagens. É a mudança possível para superar dificuldades de aprender e/ou aperfeiçoar a aprendizagem já existente.
Um mediador, então, é aquele que interage com a pessoa (aluno, idoso, pessoa com dificuldade de aprendizagem, pessoa que deseja aprimorar o que já sabe) estimulando seus processos cognitivos, ou sua cognição, e a partir daí, o pensamento pode se organizar de outra forma, melhorando a aprendizagem.
 
Uma breve recordação: a que se referem os processos cognitivos de uma pessoa? O que significa cognição?
Cognição refere-se ao processo de aquisição do conhecimento pelo ser humano e envolve o que Vygotsky chama de funções superiores – o pensamento, a memória, a percepção, a linguagem, a orientação espacial, temporal, o raciocínio, a atenção, etc..
 
Recomendo assistir ao vídeo As contribuições de Reuven Feuerstein para educação e intervenção cognitiva - CBM (Centro Brasileiro da Modificabilidade, um dos centros autorizados pelo Instituto Feuerstein para oferecer treinamento aqui no Brasil).
< https://www.youtube.com/watch?v=DPt318ZZCIU >.
 
Depois de ver o vídeo, reflita sobre o exemplo da questão feita à criança sobre a diferença entre o leite e o refrigerante. Ou sobre a experiência do copo. Você identifica o que a palestrante analisou? Faça uma observação das respostas dos seus alunos a suas perguntas, e como você as ouve. Registre um breve comentário no diário de bordo. Se possível, observe suas próximas aulas. Como você está conduzindo o aprendizado de seus alunos?
Intencionalidade, Construção de Significados e Transcendência
Segundo Feuerstein, são necessárias três condições para que haja mediação da aprendizagem: intencionalidade do mediador, construção de significados e transcendência. Assim, fica possível a modificabilidade da cognição.
Um aspecto importante é o de que, uma vez acionadas as estruturas cognitivas da pessoa (do aluno, por exemplo), ela pode aprender o que intencionalmente se quer (por exemplo, o que o professor intenciona), e essa aprendizagem não se vincula somente aquele conhecimento específico, mas serve para a vida do sujeito, como um todo. Quando se fala, na escola que sua função social é preparar o aluno para a vida, pode-se pensar nesse sentido.
Feuerstein apropria-se do conceito de zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky para dizer justamente como ele: é nessa zona que o professor instrumentaliza o aluno com o que planeja para este.
Uma Breve Parada Pedagógica
Sempre atento ao cotidiano, o pintor Alfredo Volpi utiliza as bandeirinhas de São João, com forma e geometria bem definidas, como instrumento para as abstrações na tela.
Figura 1: Quadro do pintor Alfredo Volpi. Disponível em < http://www.acervodearte.com.br >.
 
Assim como Volpi, no seu plano de aula, você sabe claramente o que quer de seus alunos? E eles, sabem o que você intenciona? É um plano de aula vivo, ou um plano de aula que você fez no ano passado com pequenas alterações para esse ano? Reflita sobre isso.Intencionalidade
Se você respondeu, logo acima, que sabe o mais claramente possível (tem consciência) o que quer de seus alunos, naquele dado momento de uma aula, por exemplo, então, entende o que Feuerstein diz desse critério de mediação. Sabemos que ensinar para um nada cai no vazio. O professor tem um objetivo (ou vários) de aprendizagem. Importante salientar que, escrever no plano de aula, os objetivos dela, de maneira formal, apenas para cumprir uma tarefa (mostrar para o coordenador da escola) não se caracteriza intencionalidade. Essa atitude necessariamente tem que ser elaborada não só racionalmente, focando conteúdo, por exemplo, mas amplamente, focando também, o que o próprio conteúdo ensina para a vida do aluno. Você verá isso na apresentação do critério da transcendência.
Como Vygotsky, Feuerstein imprime valor essencial à interação entre mediador-mediado (professor-aluno). Então, de nada adianta a intencionalidade do professor se não existir a reciprocidade do aluno. E como se consegue isso? Veja a construção de significados abaixo.
Construção de Significados
Você se lembra da história do Pedro, aluno da D. Selma, da primeira unidade de estudo? Como vimos, quando ele fala mulhé, há uma realidade dele cheia de significado para ele. Lembra-se também do vídeo que você viu e da história do leite e do refrigerante? Igualmente, a resposta da criança refere-se a uma realidade dela cheia de significado para ela.
Só para recordar: quando se fala em significado (no contexto da escola) de algo (um conceito, um objeto, uma situação, etc.) nos referimos à leitura do mundo, ao sentido que o aluno dá ao mundo que o rodeia. Por isso o meu grifo – realidade dele/dela; significado para ele/ela. Você pode se lembrar de novo do vídeo quando a palestrante dá o exemplo do copo. Vá conferir.
 
Na construção de significados, então, o mediador trabalha com o que o aluno atribui da sua experiência e vivência. O professor problematiza o conhecimento trazido, isto é, introduz novos elementos, questionando o que vem do aluno. Quando digo questionando, não me refiro a “duvidando”, mas sim, colocando questões outras, diversas daquelas que o aluno traz. Por exemplo, no caso do Pedro, a D. Selma poderia perguntar (não só para o Pedro, mas para os alunos da sala), quem saberia contar outros jeitos de falar e escrever mulher. Poderia fazer uma lista, pedir para os alunos realizarem uma pesquisa sobre isso, escreverem uma história, etc.. Pedir para os alunos compararem uma história com outra, analisarem documentos recentes e antigos cujas escritas são regionais, apresentar a Língua Portuguesa arcaica, a mais recente,... Os recursos são muitos! Porém, não é meramente realizar questionamentos para obter respostas. Isso, de novo, é chegar ao conteúdo formal, É ir além do pedagógico. É o aluno levar o que aprende para fora dos muros da escola, para a sua vida, para outras situações da sua vida, na relação com o ambiente externo à escola.
 
Sugiro a leitura do artigo A importância da problematização na construção e na aquisição do conhecimento científico pelo sujeito. Pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação-Mestrado na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
Nele, há breve revisão do conceito – problematização - segundo Paulo Freire, e uma pesquisa realizada especialmente com professores de Ciências. Você achará os resultados interessantes, e ampliará sua aprendizagem sobre problematização do conhecimento.
Acesse < http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/874.pdf >.
Ao ler o artigo e tomar conhecimento dos resultados da pesquisa feita, mesmo não sendo professor de Ciências, o que pôde aprender sobre problematização do conhecimento? Registre no seu diário de bordo.
 
Transcendência
É ir além do pedagógico, como disse anteriormente.
Para Feuerstein, o mediador conduz o aluno a pensar sobre a aplicação do que aprende em outras situações, e não só na imediata. Não basta aprender divisão, por exemplo. O professor usa essa aprendizagem imediata do conteúdo divisão para estimular o aluno a usá-la em ocasiões diversas do seu cotidiano.
Reuven Feuerstein nos ensina que só com os três critérios – Intencionalidade, Construção de Significados e Transcendência – é que pode acontecer a aprendizagem significativa que estudamos na primeira unidade.
 
Sintetizando, mediador e mediado (professor-aluno) são uma agência cooperativa do aprender; um com o outro, dinamicamente, em um fluxo contínuo, que não tem fim.
Sinalizo que, no caso da escola, o professor, mais do que ninguém, tem que acreditar no potencial de seus alunos para que ele aprenda e se modifique. E a escola também.
 
Cabe voltar à pergunta que fiz, logo no início dessa unidade, refazendo-a um pouco, depois que lhe apresentei Feuerstein.
Você acredita na inteligência dos seus alunos? Ela pode se modificar? A escola em que está conversa sobre como fazer para proporcionar avanço cognitivo nos seus alunos?
Gostaria de lhe indicar um filme antes de passarmos adiante.
 
O Discurso do Rei, 2010, ganhador de quatro Oscars - melhor filme, melhor diretor, melhor ator e melhor roteiro original. Ele conta a história (real) do rei Jorge VI < http://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_VI_do_Reino_Unido >, da Inglaterra e de sua relação com um fonoaudiólogo contratado para tratar da sua gagueira. Perceba os outros profissionais que tentaram tratar a gagueira do rei, antes do último. Compare-os. Preste bastante atenção no primeiro encontro entre o rei e o fonoaudiólogo Lionel. < http://3000filmes.com/assistir-online-o-discurso-do-rei-legendado/ >.
 
O que achou do filme? Gostou? Reflita sobre os aspectos da mediação concebida por Feuerstein que Lionel usa para tratar o rei. Que tal abrir uma roda de conversa com a equipe da escola sobre professor mediador, depois de assistirem a esse filme?
 
Vídeo - 2.2
Os dois Grandes Mediadores da Educação: o Brincar e os Jogos. Estratégias Mediadoras. Desafios Cognitivos.
Vocês dizem:
- Cansa-nos ter de privar com crianças. Têm razão.
Vocês dizem ainda:
- Cansa-nos, porque precisamos descer ao seu nível de compreensão.
Descer, rebaixar-se, inclinar-se, ficar curvado.
Estão equivocados.
- Não é isto o que nos cansa, e sim, o fato de termos de elevar-nos até alcançar o nível dos sentimentos das crianças.
Elevar-nos, subir, ficar na ponta dos pés, estender a mão.
Para não machucá-las. (Janusz Korczak, 1983).
Figura 2 Crianças brincando com bolinha de gude em um trabalho de Brueghell disponível em: < http://muriquinhos.blogspot.com/2009_04_01_archive.html >.
 
Significado da palavra brincar
Essa palavra tem origem latina. Vem de vinculum que quer dizer laço, algema, e é derivada do verbo vincire, que significa prender, seduzir, encantar. Vinculum virou brinco e originou o verbo brincar, sinônimo de divertir-se. (Dicionário Etimológico - < http://www.dicionarioetimologico.com.br/brincar/ >).
Representa, na mitologia, os pequenos deuses, com asas, chamados Brincos que alegram e enfeitam a deusa Vênus.
 
Brincar e jogar são a mais antiga atividade do homem. Interessa-nos aqui, nesse curso, porque são considerados recursos mediadores que, incluídos na ação do professor, servem a sua mediação. Como veremos, trazem a possibilidade de os alunos aprenderem mais significativamente e irem além do pedagógico, como nos ensina Feuerstein. Ajudam a superar desafios, são desafiantes, contam com a participação coletiva e criativa. Brincar, da derivação vincire, vinculum, brinco, traz a possibilidade de o aluno criar vínculos com a sua própria aprendizagem e com os outros, esses outros (o professor, os colegas de classe) que nos ensinam, como diz Vygotsky (Para aprender, eu preciso do outro, como estudamos na primeira unidade). Além disso, brincadeiras e jogos (especialmente os tradicionais) são imbuídos de valores culturais, representam  nossa identidade nacional, capazes de despertar curiosidade e aprendizagem da própria realidade dos alunos, ajudando-os no desenvolvimento da reflexão crítica, conforme nos ensina Paulo Freire.
 
Nessesentido, o papel mediador do brincar, das brincadeiras e dos jogos só fazem sentido, na escola, se forem apresentados sem assepsia pedagógica. Explico: por exemplo, ao usar uma boneca para trabalhar os membros do corpo humano, pegando-a, falando sobre esse conteúdo, é novamente, transmitir informação, sem realizar a mediação conforme vimos. Ela, a boneca, perde a função do brinquedo, que vai muito além de um corpo com membros. Todo jogo, toda brincadeira, todo brincar têm uma dimensão que vai além das instruções das regras e do uso utilitarista na escola. A boneca, por exemplo, remete-nos às nossas vivências familiares.
Nietzsche, o filósofo, diz: Brincar é uma invenção contra o tédio.
Winnicott, o psicanalista, diz: Brincar é o meio de o bebê elaborar o luto pela perda dos cuidados maternos.
Wallon, o psicólogo, diz: Brincar transgride o real.
 
No brincar e no jogar, as pessoas realizam sofisticadas operações mentais (memória, raciocínio, percepção viso-motora, espacial, etc.), criam estratégias (recorrendo exatamente a essas operações mentais), elaboram emoções, interpretam papéis, relacionam-se com o grupo. As brincadeiras oportunizam o surgimento do imaginário pessoal. Veja o nível de complexidade exigida em atividades lúdicas. Além de “no faz de conta”, nos jogos espontâneos, na dramatização, tudo pode acontecer, inclusive a transgressão das regras, do real, como diz Wallon.
 
Sugiro-lhe assistir ao vídeo A Importância do Brincar. Tisuko Kishimoto (professora da Faculdade de Educação da USP), fala sobre o tema. Ela estuda especificidades do brincar e da infância em diversas culturas. Apesar de ser um vídeo em que ela foca crianças pequenas, da Educação Infantil, professores do Fundamental I, II e Médio podem aproveitar os ensinamentos de Tisuko no que se refere à qualidade da mediação do professor quando a criança e o jovem brincam e jogam.
< https://www.youtube.com/watch?v=NdfZTeAp5Tg >.
Recomendo-lhe o site < http://www.labrimp.fe.usp.br/ >, do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos da USP. Tenho certeza de que se surpreenderá com o que se faz e se produz nesse laboratório.
 
Exercício de Reflexão
Depois de assistir ao vídeo, reflita sobre o uso de brincadeiras e jogos com seus alunos. Como você tem feito a mediação do conhecimento com essas estratégias de mediação? Se puder, registre no diário de bordo.
Você conhece essa canção?
 
Sinhaninha diz que tem
Sete saias de balão
É mentira, ela não tem/nem dinheiro pro sabão
Rá, rá, rá/rá, rá, rá
Nem dinheiro pro sabão
Rá, rá, rá/rá, rá, rá
Nem dinheiro pro sabão.
 
Provavelmente você conheça, mas ao invés da palavra Sinhaninha, usamos a palavra barata: A barata diz que tem... E ai, perdemos a grande chance de discutir em sala de aula quem eram as Sinhaninhas: eram as Sinhazinhas, da casa grande, do tempo da escravidão. Como se vestiam? E as moças escravas, como se vestiam, etc., etc.. A canção, que poderia servir à mediação do professor de um vasto conhecimento interdisciplinar brasileiro, fica vazia. Perde sua função mediativa na escola. Com isso, quero dizer que o professor mediador que deseja trabalhar a cognição de seus alunos através das brincadeiras e dos jogos, deve conhecer a dinâmica, a temática, a história dessas atividades para escolher aquelas que mais se aproximem da sua intencionalidade. E mais do que isso: o lúdico sempre ultrapassa as fronteiras da aprendizagem racional. Vai para uma dimensão psicológica e social, extravasando o próprio brincar e a aprendizagem formal. Na escola, por exemplo, se o professor propõe o pular corda para trabalhar a coordenação motora das crianças ou jogar xadrez para desenvolver o raciocínio, a memória, a tomada de decisão (suas intencionalidades), revela-se sempre o afeto do aluno. No lúdico, cognição e afeto são inseparáveis (assim como em todas as situações da vida). Um pular corda pode ser o salto da criança para ampliar sua auto estima, para legitimar seu lugar no grupo social – fatores importantes do processo ensino-aprendizagem. Feuerstein diz que cognição e afeto são os dois lados de uma moeda transparente. É o caráter afetivo intrinsicamente vinculado à cognição que favorece a aprendizagem significativa. E o brincar e os jogos favorecem essa vinculação. As atividades lúdicas criam uma zona de desenvolvimento proximal, parafraseando Vygotsky. E a mediação acontece exatamente nessa zona, como vimos na primeira unidade de estudo.
Outra consideração importante na mediação da aprendizagem através de recursos lúdicos é a dimensão lúdica do próprio professor. Não basta conhecer tecnicamente os jogos e as brincadeiras. Isso não é suficiente para mediar aprendizagem. O lúdico envolve espontaneidade e criatividade. E, seriedade.
Na nossa cultura, as brincadeiras e jogos considerados tradicionais proporcionam  vasta possibilidade de tratar conteúdos das diversas áreas do conhecimento formal. Você já imaginou escolher poemas, poesias, canções populares, jogos regionais para ampliar a reflexão crítica de seus alunos, como nos ensina Paulo Freire?
Uma Breve Parada Pedagógica
Depois de estudar os grandes mediadores da Educação,  reflita quando e como escolhe jogos e brincadeiras para seus alunos. Eles se sentem desafiados? Aproveite e pense: você se considera um professor lúdico?
A constituição do professor mediador e da cultura de mediação
Na vida, em geral, todos somos mediadores do conhecimento. Se acreditarmos nos pensadores que estudamos nesse curso, realizamos mediações em nossas relações não formais. A mãe que brinca com seu filho, que o alimenta, por exemplo, intermedia o ambiente cultural no qual estão.
Na escola, percebo que pouco se fala da sua função mediadora. É como se isso fosse um dado natural; fica no discurso, como se todos ali tivessem os mesmos conceitos, as mesmas convicções, a mesma preparação para mediar conhecimento e aprendizagem.
 
O que você acha?
Nesse sentido, tenho a crença de que o professor ou o coordenador se constitui constantemente mediador e a escola pode se libertar mais da cultura transmissora de conteúdos para uma cultura mediativa do conhecimento, se todos ali a desejarem. Tenho também a crença de que não adianta fazermos uma lista de características e competências requeridas do professor e da escola para exercitarem mais plenamente seu papel mediador.
 
Pensando nisso e na contribuição que esse curso possa dar para sua constituição de mediador, apresento-lhe alguns desafios cognitivos. Já falamos da modificabilidade da inteligência, da relação dialógica professor-aluno, dos níveis superiores da cognição do seu aluno. Agora, pense só em você (se for possível) e reflita como se quisesse aprender a ser mediador, ou ampliar sua ação mediativa da aprendizagem. Escreva no seu diário de bordo.
À medida que o aluno erra, o professor consegue ver o que já se está sabendo e o que falta ser ensinado. Essa abordagem refere-se ao chamado erro construtivo. Pessoalmente, você acredita nisso? Você pratica isso com você mesmo?
 
· Lembre-se do seu processo de aprendizagem quando estava na escola. Ou ainda: como você acha que você aprende?
· Pense se você experimenta diferentes maneiras de produzir seus próprios trabalhos (pode ser um relatório, uma comida, um conversa, etc.).
· Lembre-se de exemplos práticos de sua vida em que se vê fazendo transferência de aprendizagem de uma situação para outra.
· Você pensa aprender mais em qual/quais situações? Que elementos a constituem?
· Com quem você gosta de aprender (pense no que quiser: uma receita culinária, andar de bicicleta, um caminho novo até o cinema, etc..)?
· Dê uma olhada na sua criatividade (entenda criatividade como quiser). Como ela está nesse momento.
· Há quanto tempo não faz algo de que realmente goste? (pense em algo pelo qual realmente sinta prazer, satisfação, realização).
· Você acha piegas brincar? Você se censura?
Você joga algum tipo de jogo? (pode ser qualquer um, dos tradicionais até os eletrônicos).
Bem, você pode estar me perguntando: E agora, o que faço com tudo isso?
Eu digo: Deixe ai pensadoe registrado, por enquanto. Vá se observando em várias situações, particularmente na escola, lembrando-se do que pensou. Relacione com as temáticas desenvolvidas nesse curso. Vá ampliando sua ação mediadora da aprendizagem.
 
Constituição de uma Cultura de Mediação na Escola
Sabemos que as escolas, em geral, adotam um modelo ainda muito pautado na transmissão do conhecimento, com o currículo segmentado por matérias e com um professor que apresenta os conteúdos aos alunos enfileirados em suas carteiras na sala de aula. A preocupação com o vestibular, com o ENEM ou com as avaliações externas muitas vezes rouba o tempo do aprender significativamente, como estudamos na primeira unidade. Percebo que o professor exerce a mediação da aprendizagem, muitas vezes, solitário, sem a possibilidade de compartilhar suas experiências didáticas. De qualquer forma, a mediação está presente.
Constituir uma cultura de mediação na escola como um todo exige esforço perene de todos – direção, orientação, professores, pais e, de preferência, da comunidade próxima.
 
É o que se tem chamado de a cidade educadora, a comunidade que educa. Isso traduz uma mudança de paradigma, um jeito diferente de fazer educação. Creio que esse jeito proporcione mais efetivamente a mediação da aprendizagem.
Gostaria de lhe apresentar ou reapresentar uma experiência nacional que se coloca nesse jeito diferente de fazer escola, inspirada na Escola da Ponte: a Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima, em São Paulo.
 
Você conhece a Escola da Ponte, em Portugal? Para saber, acesse: < http://www.escoladaponte.pt/site/ >.
E, assista ao vídeo em que o idealizador e fundador da Ponte, José Pacheco, fala sobre ela. E também sobre o projeto que acontece aqui no Brasil, em Cotia – o Projeto Âncora, que ele supervisiona.
< https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4 >.
 
Escola Municipal Desembargador Amorim Lima
Seus professores são chamados de educadores tutores. Não há salas de aula convencionais. O currículo existe de outra forma, como roteiros de estudo. Os pais participam das decisões da escola. Os alunos constroem o conhecimento mediado pelos educadores tutores que dialogam com eles, os orientam, os ajudam a planejar os estudos, avaliam a aprendizagem. A mediação do conhecimento e da aprendizagem acontece em um grande salão, antigas salas de aula, cujas paredes que as dividiam foram retiradas. Há Associação de pais. O currículo é o estabelecido pela rede municipal.  As crianças fazem as avaliações externas (Prova Brasil e Ideb).
 
Recomendo conhecer o projeto pedagógico da escola, no site < http://amorimlima.org.br/ >. Lá, encontrará os elementos fundamentais para compreender o jeito diferente de fazer a escola. E ampliará o que estamos estudando.
 
Depois de conhecer a proposta da Escola da Ponte (uma experiência internacional em Educação), o Projeto Âncora, em Cotia, e a Amorim Lima (uma experiência nacional em Educação), reflita sobre a mediação da aprendizagem e sobre o papel do professor mediador, levando em consideração as questões abaixo.
Como você apreendeu o papel de educador-tutor na escola Amorim Lima? Há o exercício do papel de mediador do conhecimento e da aprendizagem dos alunos? Quais seriam os predicados ou competências fundamentais para se tornar um educador-tutor com foco especial na atitude de mediar o conhecimento/aprendizagem? Nas escolas referenciadas há uma cultura da mediação na relação com os alunos? É possível a implantação de uma cultura de mediação numa escola?
Outros comentários que queira fazer.
 
Vídeo - 2.4
A importância da problematização na construção e na aquisição do conhecimento científico pelo sujeito.
< http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/874.pdf >. Acessado em 28/04/2015.
 
Estratégias de mediação: algumas possibilidades para provocar aprendizagem significativa.
< http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2012/52294/estrategias_mediacao.doc >. Acessado em 10/04/2015.
 
Reuven Feuerstein: experiência de aprendizagem mediada.
< http://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/download/1671/1358 >. Acessado em 13/04/2015.
 
As contribuições de Reuven Feuerstein para educação e intervenção cognitiva. CBM - Centro Brasileiro da Modificabilidade.
< https://www.youtube.com/watch?v=DPt318ZZCIU >. Acessado em 20/04/2015.
 
O Discurso do Rei
< http://3000filmes.com/assistir-online-o-discurso-do-rei-legendado/ >. Acessado em 10/04/2015.
 
A Importância do Brincar. Tisuko Kishimoto
< https://www.youtube.com/watch?v=NdfZTeAp5Tg >. Acessado em 12/04/2015.
 
Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos da USP- Universidade de São Paulo.
< http://www.labrimp.fe.usp.br/ >. Acessado em 19/04/2015.
 
Significado de Brincar
< http://www.dicionarioetimologico.com.br/brincar/ >. Acessado em 20/04/2015.
 
Escola da Ponte
< http://www.escoladaponte.pt/site/ >. Acessado em 22/04/2015.
 
José Pacheco
< https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4 >. Acessado em 22/04/2015.
 
Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima
< http://amorimlima.org.br/ >. Acessado em 22/04/2015.
 
KORCZAK, J. Como amar uma criança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
 
TÉBAR, L. O perfil do professor mediador. Pedagogia da mediação. São Paulo: Editora Senac, 2011.
 
GOMES, C.M.A. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2002.
 
KISHIMOTO, T. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
 
Obrigada pela participação nesse curso desejando que, cada vez mais, a construção do seu conhecimento e da sua aprendizagem seja contínua e prazerosa.
Para finalizar, uma história para você ler.
 
 
A Nova Aventura do Ratinho, de Monique Félix
Ed. Melhoramentos
 
Visão geral
 
 
Apresentação da disciplina:
 
“Hoje eu vim, minha nega
 
Sem saber nada da vida
 
Querendo aprender contigo a forma de se viver
 
As coisas estão no mundo só que eu p
reciso 
aprender.”
 
(
Coisas do Mundo, Minha Nega,
 
do 
compositor Paulinho da Viola,
 
1969).
 
 
 
Você já havia pensado do jeito como Paulinho da Viola 
se expressa nessa belíssima música? O mundo do 
conhecimento está ai, às vezes mais próximo, outras 
vezes mais di
stante; “só que eu preciso aprender”. Ao 
ouvir a palavra “aprender”, muitas pess
oas recordam
-
se da escola. Outras se vêem aprendendo um 
instrumento musical, a dirigir, a manusear uma 
máquina, a cozinhar. A aprendizagem não se limita à 
escola, embora ela se
ja a razão de a escola existir. 
Nesse contexto, então, assume muita importância.
 
E 
o professor, aquele que trabalha diretamente com 
quem vem para aprender 
-
 
os alunos 
–
 
exerce papel 
fundamental. Fala
-
se dele como mediador do processo 
ensino
-
aprendizagem. M
as, afinal, o que isso significa?
 
 
 
 
Objetivos:
 
O convite que faço a você é 
o de que nos aproximemos 
para compreender mais amplamente o significado de 
mediação na relação professor
-
aluno. Para tal, a 
compreensão do que seja aprendizagem significativa é 
essencial, além do resgate de práticas mediativas q
ue 
possam qualificá
-
la.
 
São 
duas Unidades de Estudo. Na primeira unidade 
trato dos conceitos básicos que dão suporte à temática 
da Mediação e Aprendizagem Significativa na escola e 
na segunda, abordo a constituição do professor 
mediador e da escola promoto
ra de uma cultura de 
mediaçã
o.
 
Conteúdo Programático:
 
 
Visão geral 
 
Apresentação da disciplina: 
“Hoje eu vim, minha nega 
Sem saber nada da vida 
Querendo aprender contigo a forma de se viver 
As coisas estão no mundo só que eu preciso 
aprender.” (Coisas do Mundo, Minha Nega, do 
compositor Paulinho da Viola, 1969). 
 
Você já havia pensado do jeito como Paulinho da Viola 
se expressa nessa belíssima música? O mundo do 
conhecimento está ai, às vezes mais próximo, outras 
vezes mais distante; “só que eu preciso aprender”. Ao 
ouvir a palavra “aprender”, muitas pessoas recordam-
se da escola. Outras se vêem aprendendo um 
instrumentomusical, a dirigir, a manusear uma 
máquina, a cozinhar. A aprendizagem não se limita à 
escola, embora ela seja a razão de a escola existir. 
Nesse contexto, então, assume muita importância. E 
o professor, aquele que trabalha diretamente com 
quem vem para aprender - os alunos – exerce papel 
fundamental. Fala-se dele como mediador do processo 
ensino-aprendizagem. Mas, afinal, o que isso significa? 
 
 
Objetivos: 
O convite que faço a você é o de que nos aproximemos 
para compreender mais amplamente o significado de 
mediação na relação professor-aluno. Para tal, a 
compreensão do que seja aprendizagem significativa é 
essencial, além do resgate de práticas mediativas que 
possam qualificá-la. 
São duas Unidades de Estudo. Na primeira unidade 
trato dos conceitos básicos que dão suporte à temática 
da Mediação e Aprendizagem Significativa na escola e 
na segunda, abordo a constituição do professor 
mediador e da escola promotora de uma cultura de 
mediação. 
Conteúdo Programático:

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