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Aula 09 - Quinhentismo

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QUINHENTISMO
AULA
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OBJETIVOS
• Reconhecer nos discursos ou mitos fundadores do Brasil uma visão de mundo eurocêntrica.
• Reconhecer, em textos literários apresentados, o processo de aculturação do índio brasileiro.
• Relacionar características dos texto se obras literárias do período inicial de formação da literatura brasileira a seu
contexto histórico.
• Posicionar-se, como pessoa e como cidadão, frente a valores, ideologias e propostas estéticas representadas em obras do período inicial de formação da literatura brasileira.
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	Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha.
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A. Contexto histórico
O termo Quinhentismo não denomina um projeto estético comum a diversas produções literárias, mas, antes, dá nome a um período de tempo – o século XVI – que forma o primeiro momento literário do Brasil, coincidente com o classicismo português.
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No entanto, os textos dessa época mais falam sobre o Brasil do que são feitos no país. Essa produção foi iniciada a partir do momento em que os navegantes portugueses chegaram às terras brasileiras.
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A expansão ultramarina, responsável pelo contato de
portugueses com os nativos do Brasil, foi impulsionada, no século XV, pelo interesse do infante D. Henrique pela navegação. O infante, a partir de 1422, mandou várias embarcações explorarem a costa da África e ajudou a abrir o caminho para o Oriente. No século XVI, D. Manuel I deu continuidade à exploração marítima.
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A partir do momento em que portugueses desembarcaram
em terras desconhecidas, precisaram lidar com povos de culturas diferentes. No entanto, apesar de esse contato ter marcado a cultura portuguesa, os colonizadores impunham
valores próprios às sociedades nativas.
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Em 1500, os portugueses chegaram ao Brasil;
A terra brasileira permaneceu praticamente virgem, com poucas povoações, por algum tempo.
Só aos poucos o interesse de Portugal começou a se mostrar.
A colonização se inicia realmente com a expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1530, e com a criação das capitanias hereditárias. 
Depois, a vinda dos jesuítas deu continuidade ao processo de colonização. 
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Como se pode perceber, em tal situação ainda não havia se formado uma cultura típica do Brasil e, em consequência, não havia também sido estabelecido um sistema literário próprio.
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Nesse primeiro momento, a produção literária foi formada por textos que tinham a finalidade principal de dar notícias aos europeus sobre a nova terra – cartas, tratados e diários –, formando uma literatura de caráter informativo. Ao lado dela, algumas peças de teatro foram compostas por religiosos, no intuito de catequizar os indígenas. Houve ainda a produção de textos líricos, que mantinham relação com o contexto religioso.
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Nesse primeiro momento, a produção literária foi formada por textos que tinham a finalidade principal de dar notícias aos europeus sobre a nova terra – cartas, tratados e diários –, formando uma literatura de caráter informativo. Ao lado dela, algumas peças de teatro foram compostas por religiosos, no intuito de catequizar os indígenas. Houve ainda a produção de textos líricos, que mantinham relação com o contexto religioso.
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	Durante o século XVI, muitas expedições foram feitas às
terras que formariam o Brasil. Alguns dos viajantes que participavam dessas empreitadas tinham como missão descrever a nova terra e o povo que a habitava, listar animais que compunham sua fauna, assim como espécimes de sua flora, mostrando para o rei português possíveis formas de se aproveitar economicamente a nova colônia. Além disso, muitos textos procuravam mostrar, de forma entusiasmada e otimista, as novas terras com o intuito de incentivar a vinda de portugueses para o Brasil.
	Os relatos de viagem tinham como objetivo principal informar. No entanto, é possível identificar neles traços literários.
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B. Literatura informativa
A primeira vez que as terras e as gentes autóctones
do Brasil apareceram no universo da literatura ocidental foi na chegada dos primeiros portugueses, capitaneados por Pedro Álvares Cabral. Na expedição vinha um escrivão [...] que se chamava Pero Vaz de Caminha [...]. [Ele] era um escrivão-escritor que vinha na nau capitânia da expedição [...] [A função do] escrivão-escritor [...] [era] maior que a do simples escrivão,
que se limitava a registrar e contabilizar os fatos da viagem. Porém menor que a do cronista, que muitas vezes se servia dos relatos dos escrivães para escrever suas crônicas. [...] Lendo a Carta de Caminha, [vemos] como ele vai muito além do simples registro frio e burocrático dos fatos. 
RONCARI, Luiz. Literatura brasileira: dos primeiros cronistas aos
últimos românticos. São Paulo: Edusp, 2002. Fragmento.
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Vamos ler, a seguir, trecho da Carta de Caminha.
[...] Fomos assim de frecha direitos à praia. Ali
acudiram logo obra de duzentos homens, todos
nus, e com arcos e setas nas mãos [...]
Então se começaram de chegar muitos. Entravam
pela beira do mar para os batéis, até
que mais não podiam; traziam cabaços de
água, e tomavam alguns barris que nós levávamos:
enchiam-nos de água e traziam-nos
aos batéis. Não que eles de todos chegassem
à borda do batel. Mas junto a ele, lançavam os
barris que nós tomávamos; e pediam que lhes
dessem alguma coisa. Levava Nicolau Coelho
cascavéis e manilhas. E a uns dava cascavel,
a outros uma manilha, de maneira que com
aquele engodo quase nos queriam dar a mão.
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Davam-nos daqueles arcos e setas por sombreiros
e carapuças de linho ou por qualquer
coisa que homem lhes queria dar. [...]
Muitos deles ou quase a maior parte dos que
andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos
beiços. E alguns, que andavam sem eles, tinham
os beiços furados e nos buracos uns espelhos de
pau, que pareciam espelhos de borracha; outros
traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio
e os dois nos cabos. Aí andavam outros, quartejados
de cores, a saber, metade deles da sua
própria cor, e metade de tintura preta, a modos
de azulada; e outros quartejados de escaques. 
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Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem
moças e bem gentis, com cabelos muito pretos,
compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão
altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras
que, de as muito bem olharmos, não tínhamos
nenhuma vergonha.
Ali por então não houve mais fala ou entendimento
com eles, por a barbaria deles ser tamanha,
que se não entendia nem ouvia ninguém. [...]
CAMINHA. Pero Vaz de. Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: <http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/a-carta-de-pero-vaz-de-caminha--0/html/ffce9a90-82b1-11df-acc7- 002185ce6064_1.html>. Acesso em: 2 jun. 2013.
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É interessante notar, nesse trecho da carta, além da preocupação de relatar em pormenores o encontro com os nativos da nova terra, a forma como Caminha o faz, trabalhando de forma diferenciada com a linguagem, dando ao relato traços literários. Ao falar das indígenas que estavam por ali, por
exemplo, repete o termo “moça” e “vergonha”, dando ritmo ao período, além de brincar com o duplo sentido que a palavra “vergonha” assume: o órgão sexual das índias e o pudorque não atingia os portugueses ao vê-las nuas.
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Alguns outros importantes textos desse primeiro momento
da literatura brasileira são:
• Diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa, membro
da frota de Martim Afonso de Sousa (1530);
• cartas e relatórios escritos por jesuítas;
• Diário sobre a conversão do gentio, escrito por Pe. Manuel
da Nóbrega;
• Tratado da terra do Brasil e História da província de
Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de
Pero de Magalhães Gândavo.
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C. Literatura catequética
Os primeiros anos de colonização foram marcados pela presença dos jesuítas, que chegaram ao Brasil em 1549 e aqui
ficaram até a metade do século XVIII. Nesse período, fundaram várias cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e salvador. Os povoados e cidades a que chegavam os jesuítas presenciavam inaugurações de escolas que funcionavam como base para a missão. Enquanto estiveram aqui, escreveram várias peças de teatro, com o intuito de converter os indígenas para a religião católica, assim como poemas.
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A COMPANHIA DE JESUS (em latim: Societas Iesu, S. J.), cujos membros são conhecidos como jesuítas, é uma ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados pelo basco Íñigo López de Loyola, conhecido posteriormente como Inácio de Loyola. A Congregação foi reconhecida por bula papal em 1540. É hoje conhecida principalmente por seu trabalho missionário e educacional.
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A PRIMEIRA MISSA NO BRASIL foi celebrada por Dom Frei Henrique de Coimbra no dia 26 de abril de 1500, um domingo, na praia da Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, no litoral sul da Bahia. 
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D. Padre José de Anchieta
O jesuíta José de Anchieta escreveu sua obra no Brasil, onde viveu mais de 40 anos. Para compreendê-la, o estudioso Luis Roncari afirma que devemos ter em mente que Anchieta era um religioso numa época em que a religião tinha enorme importância no cenário cultural e social. 
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Como membro da Companhia de Jesus, disposto a modificar a realidade brasileira, escreveu várias obras literárias com a intenção de promover o catolicismo, combater outras formas de religião, incentivar
a conduta moral dos europeus que aqui moravam, de acordo
com as normas da Igreja, e atrair novos fiéis entre os indígenas.
Além das obras catequéticas, o jesuíta escreveu também poemas
que falavam sobre o amor de Deus e sobre a fé.
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Com o intuito de criticar o que era próprio da cultura indígena, já que, como religioso e europeu enxergava tais comportamentos como detentores do mal, Anchieta associa certos comportamentos da sociedade indígena, como a bebida do cauim, as danças rituais, com o corpo adornado etc., à imagem terrível de Guaixará, pretendendo que abandonassem tais hábitos, convertendo assim, os nativos.
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QUINHENTISMO
Literatura de
Informação
Literatura
Catequética
Cartas
Crônicas dos
viajantes
Produção
Catequética
Produção 
Lírica

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