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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS E EXECUÇÃO PENAL RELATÓRIO DO FILME: HOLOCAUSTO BRASILEIRO- BARBACENA Turma: 003110A02 Gabriela Barbosa de Assis Vieira RA: 5744118 Jailza Anunciação Pazeto RA: 8135899 Luana Jorge dos Santos RA: 6288438 Mariana Ishikava RA: 6996508 Renata Hikiji Shiramizu RA: 8140256 Sandra Regina Garcia Cohen RA: 8125096 William Teruo Saito RA: 6943925 Prof.ª: Tatiana Freire De Andrade Diogenes Alves São Paulo 2020 1. Introdução O documentário Holocausto brasileiro, revela um dos episódios mais horripilantes na história do país. Desta forma, o presente trabalho propõe análise acerca da existência do hospital, desde o seu surgimento, a sua finalidade, os relatos, a ótica jurídica na perspectiva da violação dos direitos fundamentais da pessoa humana, da luta antimanicomial e a desinternação e da responsabilidade do Estado perante a situação. Barbacena foi conhecida como a “cidade dos loucos”, decorrente da inauguração de sete institutos psiquiátricos. Nessa época, acreditava -se que o clima campesino e as temperaturas amenas do local, comparadas as demais regiões do país, ocasionavam aos doentes mentais serem menos arredios, o que facilitaria o tratamento. Esse hospital inicialmente era designado às pessoas com tuberculose antes de virar um depósito humano, uma história nutrida de maus tratos, mortes e descaso, ao passo que apenas 200 pessoas conseguiram sobreviver ante a essa brutalidade humana. Em tributo aos que foram executados nesse hospital, foi inaugurado o Museu da Loucura em 1996, e por tudo o que ocorreu neste local aos crimes institucionalizados por responsabilidade do Estado. As histórias são estarrecedoras, desde mães que tiveram seus filhos arrancados dos braços quando eram recém-nascidos, até as pessoas que comiam ratos para sobreviver, porque a comida e a higiene do lugar eram extremamente duvidosas. Os ali internados sofreram toda a sorte de constrangimentos, até mesmo em seu post-mortem. Segundo a Jornalista Daniela Arbex, as vítimas do Hospital Colônia viram suas vidas nuas, desprovidas de qualquer proteção do Estado ou de seus administradores. 2. O motivo da internação no hospital Em seu tempo de existência, o hospital Colônia possuía 8 milhões de metros quadrados e milhares de pessoas morreram ali internadas. É importante ressaltar que tudo que ocorreu ali era realizado sob a administração de vários governos, possuía anuência de todas as instâncias médicas e administrativas, em seu período de funcionamento foram dez diretores ao todo. O instituto foi perdendo o seu propósito com o passar do tempo, em decorrência da impossibilidade de lidar com a elevada quantidade de doentes de maneira mais adequada, além da falta de recursos financeiros e por óbvio estruturais, resultou paulatinamente em sua falência. Em 1930, o instituto faliu e a Secretaria de Estado de Saúde do Estado de Minas Gerais assumiu as suas atribuições modificando-a em um hospício. E partir de então, o cenário começa a se transformar em algo desumano. Inicialmente, o hospital foi construído como prêmio de consolação após perder a disputa com Belo Horizonte para ser a capital de Minas. Havia uma muralha que cercava o terreno com dezesseis pavilhões independentes, cada um com uma incumbência distinta, dividido inicialmente entre alas femininas e masculinas. Há dados em que se constatam a existência de uma grande atribuição do faturamento do hospital advindo de trabalhos forçados dos internos que sequer recebiam qualquer tipo de remuneração ou algum amparo, nem mesmo uma refeição básica. Em 1980, o hospital encerrou as suas atividades e mesmo diante de toda essa barbárie, nunca houve sequer qualquer tipo de reparação formal nem mesmo aos internos que conseguiram sobreviver. Em 1900 foi criado o Hospital Psiquiátrico de Barbacena, ali, de fato seriam internadas pessoas com problemas psicológicos que a medicina deveria tratar. 3. O Relato dos Pacientes Não se morre de loucura, pelo menos sim em Barbacena, a cidade do Holocausto brasileiro. Mais de 60 mil pessoas perderam a vida no hospital Colônia, e ainda há dados de que 1853 corpos foram vendidos para 17 faculdades de medicina até o início do ano de 1980, um comércio que ainda incluía a negociação de peças anatômicas, como fígado e coração, além de esqueletos eram aproveitados para comercialização e para a confecção do artesanato local. O comércio de corpos, o descaso dos médicos, a falta de treinamento daqueles que eram contratados para trabalhar lá, também deixam uma marca tenebrosa. As milhares de vítimas, inclusive aqueles que não sofriam de doença mental, sucumbiram de fome, frio, diarreia, pneumonia, maus-tratos, abandono, tortura. O Esgoto era fonte de água dos internos, e ao entrar na colônia era a decretação de uma sentença de morte. Em um dos pátios, possuía esgoto a céu aberto, onde os internados bebiam água. O hospital não possuía um sistema de saneamento básico adequado, por isso, os internos faziam as suas necessidades pelas dependências. E muitos dos internos, bebiam a própria urina ou a água que transcorria pelos esgotos, sem contar que consumiam uma escassez de nutrientes nos alimentos que eram oferecidos, que em sua maioria eram já vencidas ou em estado de decomposição. Sem remédios, comida, roupas e infraestrutura, as pessoas definhavam. Ficavam nus e descalços a maior parte do tempo. No local, havia guardas no lugar de enfermeiros. Ademais, no meio da noite os internados eram obrigados a fazer duchas escocesas sem qualquer motivo evidente, e por conta disso, morriam de hipotermia. No hospício, tira-se o caráter humano de uma pessoa, e ela deixa de ser gente. Havia um total desinteresse pela sorte. Basta dizer que os eletrochoques eram dados indiscriminadamente, muitos eram obrigados à terapia de choque com o propósito de regressar ao quadro clínico que em sua maioria era inexistente. Às vezes, a energia elétrica da cidade não era suficiente para aguentar a carga. Em meio a ratos, insetos e dejetos, até 300 pessoas por pavilhão se deitavam sobre a forragem vegetal. “O frio de Barbacena era um agravante, os internos dormiam uns em cima dos outros, ficavam por vezes aglomerados para gerar calor humano e os de baixo morriam. De manhã tiravam-se os cadáveres”, contou o psiquiatra Jairo Toledo, diretor do centro hospitalar psiquiátrico de Barbacena. Os Sobreviventes passaram a vida internados, sobreviver à Colônia é quase como confrontar o improvável. José Machado 80 anos, Sônia Maria da Costa 61 anos, Maria Aparecida de Jesus 71 anos e Antônio Sabino 70 anos, são alguns dos que conseguiram. Institucionalizados há mais de meio século, resistiram a muitas atrocidades, mas carregam várias sequelas. O registro de José Machado, o Machadinho, é de número 1530. A informação sobre ele que mais se aproxima da verdade, já que não há qualquer registro sobre o passado de alguns internados, é de que deu entrada na entidade em 1959, conduzido pela polícia, após ser acusado de colocar veneno na bebida de alguém. Inocente, passou a vida encarcerado. Hoje, aos 80 anos, precisa de uma cadeira de rodas para se locomover, mantendo-se reticente na presença de estranhos. Sônia é uma exceção entre os sobreviventes, apesar de ter chegado ao hospital ainda criança, vive hoje em uma das 28 residências terapêuticas de Barbacena. Mudou-se para lá em 2003, abandonando uma história de eletrochoques, agressões e medo. “Lá no hospital judiavam muito da gente”. Débora Soares, a filha Débora Soares, 30 anos, foi adotada. Ao buscar informações sobre sua mãe biológica, Débora ficou horrorizada com o que viu nos prontuários. “Minha mãe chegou a receber quinze sessões de choque em um mês, era dia sim, dia não, algo intolerável. Ela se rebelava e fazia de tudo para não levar choque: corria, ia para o banheiro, tentava derrubar o aparelho e lutava com os funcionários”. Faltavam camas, o Capim era cama, os internos da colônia, em sua maioria, dormiam no“leito único”, denominação para o capim seco espalhado sobre o chão de cimento, que substituía as camas. O modelo chegou a ser oficialmente sugerido para outros hospitais, “para suprir a falta de espaço nos quartos”. A grande maioria dos que ali estavam não tinha condições de pagar pela internação e eram considerados indigentes, eram rebatizados por funcionários tendo em vista que não possuíam quaisquer documentos. Os guardam que ali trabalhavam eram de sexo masculino e contratados pela Fundação Educacional de Assistência Psiquiátrica, muitos não possuíam formação. Depoimentos dos guardas que ainda vivos, confirmaram que o tratamento de choques e medicações serviam para tranquilizante e intimidação. Há confirmação de muitas vítimas que faleceram nas sessões de eletrochoques e eram realizadas a prática de lobotomia. Sabe-se que os funcionários disputavam entre si para realizarem essas sessões de eletrochoque, visto que poderia ocasionar uma promoção para um cargo melhor dentro do hospital. O autor Guimarães Rosa se referiu em um dos seus livros à expressão “trem dos loucos” em consonância aos comboios que chegavam à estação em Barbacena, transportando muitos internos aglomerados como objetos. Quando chegavam, os funcionários dividiam homens e mulheres, apreendiam todos os seus pertences e tiravam as suas roupas na frente de todos. Dessa maneira, perdiam a sua identidade e recebiam algum nome inventado pelos funcionários a fim de distingui-los. Vestiam-se com uma farda na cor azul de um tecido fino que não funcionavam em baixas temperaturas. Outro relato: “aos quinze anos, Conceição foi mandada para o hospital, porque decidiu reivindicar do pai a mesma remuneração paga aos filhos machos. Embora trabalhasse como os irmãos na fazenda de Dores do Indaiá, município pouco povoado do centro-oeste das Gerais, a filha do fazendeiro não desfrutava dos mesmos direitos. Pela atitude de rebeldia da adolescente, o pai aplicou o castigo. Decidiu colocar Conceição no famigerado ‘trem de doido’, único no país que fazia viagens sem volta. Em 10 de maio de 1942, ela deu entrada no hospital [aqui deveria ter aspas], de onde nunca mais saiu. Em trinta anos, nunca recebeu visita (ARBEX, 2013, pp. 39-40).” Nos dias atuais, para que ocorra uma internação em qualquer hospital é necessário que o médico avalie e dê seu diagnóstico, porém em Colônia as internações não passavam por critérios médicos, abrigavam pessoas sem qualquer função terapêutica. Arbex traz exemplos em seu livro: “Maria de Jesus foi internada porque tinha sintoma de tristeza; “[Sônia] Rejeitada aos onze anos por fazer molecagem na rua, em Belo Horizonte, foi despachada para o hospital pela polícia” (ARBEX, 2013, p. 50); Luiz Pereira de Melo: internado por ser tímido (internado aos 16 anos); Adelino Ferreira Rodrigues: internado por ter sido mordido por um cachorro! Outro exemplo: “o exílio no hospital foi a forma que o patrão de Virginópolis (MG) encontrou de silenciar a menina que ele havia estuprado no período em que trabalhava em sua casa. Com então cinquenta e quatro anos, ele precisava esconder a gravidez da garota a qualquer custo, nem que, para isso, confiscasse, mais uma vez, a inocência dela” (ARBEX, 2013, p. 145).” Esses relatos retratam a postura do governo da época de deliberadamente direcionar várias pessoas sem distinção ao hospital, sendo elas pessoas desamparadas, portadores de doenças físicas e mentais, crianças, pessoas negras, pobres, homossexuais, prostitutas, inimigos políticos, jovens e mães solteiras, todos conduzidos a um único destino, o hospital. A única razão para que essas pessoas fossem mandadas para Colônia era a exclusão. Todos que de alguma maneira fossem abominados pela sociedade, sem mais e nem menos, poderiam ser enviados para o hospital. Uma parcela da população apenas se encontrava no hospital simplesmente por não se encaixar no padrão social da época e não dispunham de nenhum diagnóstico que apontasse para um transtorno psicológico. Percebe-se que ali a sociedade resolveu juntar tudo o que considerava descartável, sem utilidade, como prostitutas, esposas que foram trocadas por amantes, mães solteiras, mulheres que perderam a virgindade antes de casar- se, homossexuais, indigentes e até crianças tímidas que não tinham amigos. Essa é uma das passagens mais assustadoras do livro de Arbex: “A estimativa é que 70% dos atendidos não sofressem de doença mental. Apenas eram diferentes ou ameaçavam a ordem pública. Por isso, o Colônia tornou-se destino de desafetos, homossexuais, militantes políticos, mães solteiras, alcoolistas, mendigos, negros, pobres, pessoas sem documentos e todos os tipos de indesejados, inclusive os chamados insanos. A teoria eugenista, que sustentava a ideia de limpeza social, fortalecia o hospital e justificava seus abusos. Livrar a sociedade da escória, desfazendo- se dela, de preferência em local que a vista não pudesse alcançar (ARBEX, 2013, pp. 25-26).” Existe semelhança aos presos de Auschwitz e aos de Barbacena, pois uma vez indesejados pela sociedade eram enviados para lá, um verdadeiro campo de concentração Brasileiro. O hospital Colônia servia como um depósito, as pessoas chegavam a Barbacena de trem, ônibus ou viatura policial, eram obrigados a entregar todos seus pertences pessoais, incluindo documentos e tomavam um banho coletivo. Os homens tinham que raspar o cabelo e recebiam um único uniforme que em questão de tempo se transformavam em farrapo. Havia ainda uma ala infantil que também era dividida com adultos, as crianças eram tratadas como adultos, recebiam eletrochoque, camisa de força etc. As pacientes que engravidavam lambuzavam suas barrigas com fezes para tentar impedir que os funcionários fizessem algo e quando seus filhos nasciam eram doados logo após o nascimento, sem ao menos terem o direito de ser consultadas. Os internos defecavam em público e se alimentavam das próprias fezes. Muitas das doenças eram causadas dos vermes das fezes que eles comiam. A coisa era muito pior do que parece. Foram vistos alimentos sendo jogados em cocho, e as pessoas avançando para comer. Conclui-se, portanto, que qualquer um poderia ser enviado ao Hospital, bastando que qualquer autoridade, sendo médico ou delegado, permitisse a internação. 4. A Luta Antimanicomial A luta antimanicomial, tem início com Franco Basaglia e surgiu para defender os direitos fundamentais dos doentes mentais. Apesar de se falar em doença mental, muitas pessoas, que eram saudáveis, se tornaram doentes mentais ao serem internadas no hospício, pois todo o processo as adoeceu, como relatado no Colônia, em Barbacena. A luta antimanicomial é comemorada no dia 18 de maio e vai em busca da cidadania. A luta tem a intenção de erradicar as práticas violentas, a falta de autonomia da vontade, a transformação do indivíduo em “coisa” sujeita à intervenção médica e medicamentosa contra a sua vontade, a exclusão social e o tratamento indigno. O psiquiatra italiano Franco Basaglia, foi o precursor do movimento de reforma psiquiátrica italiano conhecido como Psiquiatria Democrática. Em 1961, assumiu a direção de um hospital italiano e efetuou diversas mudanças com o objetivo de transformá-lo em uma comunidade terapêutica, melhorando os cuidados com os internos e as condições do local. Aos poucos, Basaglia percebeu que a mera humanização do local não seria suficiente. As reformas necessárias deveriam ser muito mais profundas, no modelo de assistência psiquiátrica e na forma como a sociedade se relacionava com as doenças mentais. Basaglia criticava a forma como os médicos tratavam os doentes mentais, que não possuíam autonomia da vontade e eram submetidos a tratamentos forçados, principalmente a eletrochoques, além de serem obrigados a tomar medicamentos e injeções, sem dar o seu consentimento. O objetivo da psiquiatria clássica era o isolamento do paciente. Em 1970, Basaglia assumiu a direção do Hospital Provincialde Trieste, na Itália, iniciando o processo de fechamento do local. Promoveu, então a substituição do tratamento manicomial por serviços de atenção comunitários, emergências psiquiátricas em hospital comum, cooperativas de trabalho protegido, centros de convivência e moradias assistidas. No ano de 1973, este Hospital se tornou, para a OMS, referência mundial na reformulação da assistência em saúde mental. Em 1976, o Hospital Psiquiátrico de Trieste foi fechado, passando a assistência em saúde mental a ser gerida na rede de atendimento implementada por Basaglia. Em 1978, foi aprovada a Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana. Basaglia esteve algumas vezes no Brasil, se tornando uma grande influência para o movimento da reforma psiquiátrica no país. Basaglia, ao visitar o hospício de Barbacena, declarou que havia estado em um “campo de concentração nazista”. A luta antimanicomial, que defende os direitos humanos e regate de cidadania dos que carregam transtornos mentais, começou na Itália, com Basaglia, mas teve repercussões no mundo todo e particularmente no Brasil. A partir da década de 1980 começaram a ser fechados os hospitais psiquiátricos, conforme avançavam os serviços de atenção psicossocial. O olhar passa a ser além do controle da sintomatologia, havendo a participação ativa dos doentes mentais e a formação de redes com outras políticas públicas, como educação, moradia, trabalho, cultura etc. Em 1990, O Brasil torna-se signatário da Declaração de Caracas, a qual propõe a reestruturação da assistência psiquiátrica. Em 2001, ocorreu no Brasil a Reforma Psiquiátrica, quando foi aprovada a Lei Federal 10.216, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Na Reforma Psiquiátrica, foi estabelecido um novo modelo de assistência na saúde mental, nos moldes da reforma preconizada por Franco Basaglia, baseado em uma rede de serviços e com os pacientes sendo tratados em residências terapêuticas. A Política de Saúde Mental originou-se dessa lei, visando garantir cuidados aos pacientes de forma ambulatorial, substituindo as internações de longa permanência, que tiravam do paciente sua mínima autonomia, isolando-o da convivência familiar e da sociedade. O Programa de Volta para Casa, da Lei Federal n.º 10.708/2003, passa a incentivar a saída de pacientes, com longo tempo de internação, dos manicômios para a família ou comunidade. A rede de atenção psicossocial (RAPS), passa a integrar, a partir do Decreto Presidencial nº 7508/2011, o conjunto das redes indispensáveis na constituição das regiões de saúde. Atualmente, 95% dos atendimentos em saúde mental no Estado de Minas Gerais são realizados pela RAPS, em substituição aos manicômios. O Estado de Minas Gerais conta com, aproximadamente, 350 Centros de Atenção Psicossociais (CAPS), dentre os quais, 42 funcionam durante 24 horas. Os CAPS, nas suas diferentes modalidades, são pontos de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituídos por equipe multiprofissional e que atuam sob a ótica interdisciplinar e realizam, prioritariamente, atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. São substitutivos ao modelo asilar. Apresentam as seguintes modalidades: CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e/ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes. CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. CAPS i: Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento a todas faixas etárias, especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação; todas faixas etárias; transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e /ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento e 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação; funcionamento 24h; todas faixas etárias; transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões com pelo menos 150 mil habitantes. Entre os equipamentos substitutivos ao modelo manicomial estão os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência (Cecos), as Enfermarias de Saúde Mental em hospitais gerais, as oficinas de geração de renda, entre outros. A luta antimanicomial já trouxe muitos resultados, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. É necessário que municípios, estados e o governo federal possam oferecer estrutura eficaz de atendimento para as pessoas que não mais podem ficar internadas em instituições, como aumentar a rede de CAPS. 5. A Violação dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana O hospital colônia de Barbacena cometeu atrocidades contra os pacientes que ali eram internados, os tratando com descaso, com tratamento ineficaz e extremamente doloroso, violando assim os seus direitos fundamentais. Os direitos fundamentais são um conjunto de direito e garantia do ser humano, onde a finalidade é o respeito a sua dignidade, tudo isso sob proteção estatal, ou seja, o estado deve garantir que condições mínimas devem ser respeitadas para que ocorram o pleno desenvolvimento de sua personalidade, respeitando sua dignidade, liberdade e a vida do ser humano. Com a assinatura do Tratado de Direitos Humanos em 1948, que deu voz a estes direitos tão importantes e poucos observados para que possa ocorrer o desenvolvimento completo do ser humano, mesmo o Brasil participando de tratados internacionais tão importantes como a Declaração Universal de Direitos Humanos, Pacto de San José da Costa Rica e também sendo signatário da Convenção de Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, fica claro o quanto estes direitos foram desrespeitados por este manicômio, já que ocorreram muitas mortes neste local, o que pode ser considerado um genocídio. Com a nova constituição de 1988, que assegura em seu artigo 5º os direitos fundamentais, estes direitos são invioláveis, imprescritíveis, irrenunciáveis e atemporais, ou seja, são garantidos a todos: “Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” Posto isso, podemos observar no documentário e no que foi relatado de alguns pacientes e funcionários que, mesmo tendo tanta segurança nas novas leis e tratados que passaram a vigorar no cenário jurídico do nosso país, o desrespeito permanecia, já que os pacientes eram internados contra sua própria vontade, infringindo assim o direito à liberdade assegurado na nossa Constituição Federal, assim como o tratamento desumano que era realizado com os pacientes afetava a sua dignidade humana que também está assegurada em lei. A constituição garante que os direitos fundamentais são invioláveis, ou seja, nenhuma pessoa ou autoridade estatal pode desrespeitá-los sob pena de punição, entretanto neste específico caso da tragédia de Barbacena nenhuma autoridade ou funcionários foram punidos até hoje. Cabe ao Estado arcar com a responsabilidade por esta omissão e reparar pela violaçãodos Direitos Humanos, assim sendo uma forma de devolver um pouco de dignidade a estas pessoas que foram tão prejudicadas por este sistema falho. A mudança acontece com a reforma psiquiátrica nos anos 2000, que coloca em pauta a situação de doentes mentais no Brasil, assim estabelecendo um novo modelo de assistência à saúde mental, tratando os pacientes em casas terapêuticas e proibindo a criação de novos manicômios e a utilização de tratamentos com uso de choque elétrico que foi tão utilizado em Barbacena. Tornando os tratamentos mais humanos e respeitando o indivíduo como pessoa, assim lhe garantindo direitos básicos assegurados em lei. 6. A Responsabilidade do Estado Nesta perspectiva, o Estado tem a obrigação de indenizar baseado na responsabilidade objetiva, tendo em vista que são pessoas que estiveram muitos anos de sua vida sem sequer saber a causa de estarem lá. E muitas dessas pessoas desfrutavam da esperança de obter um emprego, constituir uma família, ter uma vida feliz, e lamentavelmente tudo foi substituído por vários anos de sofrimento sem qualquer explicação. Isto posto, considerando a inexistência dos direitos e garantias fundamentais, como também a ausência do governo neste episódio, compete ao Estado o dever da organização baseado na teoria do risco administrativo, no qual, o Estado tem a responsabilidade do risco ocasionado por sua atividade administrativa, devendo impedir que ocorra qualquer tipo de dano ao patrimônio e as pessoas, consoante o entendimento majoritário da doutrina e da Lei. No julgamento de Embargos de Declaração, em sede de Tribunal, a Egrégia 3ª Turma do tribunal Regional Federal da 4ª Região deu provimento ao recurso oposto por José Oliveira de Lima. O caso em apreço, não versa especificamente ao Hospital de Colônia da Barbacena, todavia, essa jurisprudência foi selecionada como uma maneira de exteriorizar distintas barbáries bem semelhantes ao que aconteceu no hospital e que em algumas concepções foram reconhecidas pelo Estado. EMENTA: PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. PENSÃO ESPECIAL. LEI N.º 11.520/2007. HANSENÍASE. INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA. COMPROVAÇÃO. TERMO https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/94500/lei-11520-07 INICIAL PARA PAGAMENTO. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. Embargos de declaração providos para, conferindo-lhes efeitos infringentes, fixar como termo inicial da pensão especial a data do pedido administrativo constante no PAD n. º 00005.006502/2008-60 (evento 28 dos autos). (TRF4 5023292-43.2011.4.04.7000, TERCEIRA TURMA, Relator CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, juntado aos autos em 28/02/2013) (TRF4, 2013) Diante do voto do acórdão desses embargos, através do motivo da Medida Provisória nº 373/07, apresentou que o Governo federal, de certa forma, assentiu acerca dos danos sofridos pelas vítimas do preconceito, maus- cuidados e ademais, das situações degradantes. Assim, explana os seguintes trechos: (...). “Dos 101 hospitais-colônia outrora existentes no País, cerca de trinta e três continuam parcialmente ativos. Estima-se que existam atualmente cerca de três mil remanescentes do período de isolamento.1. Reconhecendo a gravidade da situação, Vossa Excelência, em 24 de abril de 2006, assinou Decreto instituindo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) de Ex-Colônias de hanseníase, com o duplo objetivo de proceder a levantamento da situação dos residentes nas ex- colônias e propor/articular a execução de ações interministeriais de promoção dos direitos de cidadania dessa população. O GTI desenvolveu seus trabalhos até dezembro de 2006, sob coordenação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. O Relatório Final foi recentemente concluído. 2.Dentre o amplo leque de recomendações deste Relatório, destaca- se, pela oportunidade, a criação de uma Pensão Indenizatória Vitalícia de caráter pessoal e intransferível aos ex-internos, no valor de R$ 750,00. O gasto total estimado será de pouco mais de R$ 27 milhões a partir da cobertura integral dos potenciais beneficiários, com grande impacto na qualidade de vida de uma população que sofre com as graves sequelas adquiridas e a avançada idade. (...)” (TRF4, 2013) Podemos elencar mais uma jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região – Apelação: 0001370-41. 2011.4.02.5107 RJ, acerca da violação dos direitos humanos de pacientes do Hospital Colônia Rio Bonito. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.HOSPITALPSIQUIÁTRICO. GRAVE VIOLAÇÃO A DIREITOS HUMANOS. TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. PLANO DE AÇÃO. AUDIÊNCIA. SOLUÇÃO CONSENSUAL. REQUISIÇÃO DAS INSTALAÇÕES. GESTÃO TRIPARTITE. FINANCIAMENTO. DESOSPITALIZA ÇÃO. DESCREDENCIAMENTO DO SUS. 1. A sentença confirmou a liminar de dezembro/2011 e condenou União, Estado do RJ e Município de Rio Bonito a encerrar as atividades do Hospital Colônia Rio Bonito, também réu - a ser descredenciado do SUS -, e a remover os pacientes para outras instituições conveniadas, apresentando relatório das medidas adotadas. 2. Em vistoria do Conselho Regional de Psicologia do RJ, com o Grupo Tortura Nunca Mais e o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial em abril/2008, foi constatado que (i) a maioria dos pacientes eram moradores de rua, muitos sem Certidão de Nascimento; (ii) o hospital psiquiátrico não tinha Projeto Terapêutico Institucional, exigido pelo Ministério da Saúde; (iii) nas precárias instalações havia forte odor de urina na área dos internos; pacientes espalhados, nus ou com roupas sujas, e doenças de pele; camas enferrujadas, com colchões rasgados e sem lençóis; postos de enfermagem sujos e descuidados; área de banho trancada, alagada e roupas jogadas no chão; má qualidade da comida; salas de atendimento psicológico, serviço social e terapia ocupacional abandonadas/ociosas e; (iv) tocante à organização, prontuários desordenados, descuidados, dificultam a compreensão da história de vida e doença dos internos. 3. A União, Estado, Município e Hospital firmaram em julho/2010 TAC com o MPF e MP/RJ para sanear as irregularidades verificadas, visto encontrarem-se o estabelecimento conveniado ao SUS e os pacientes internados, portadores de doenças mentais, em situação degradante e desumana, mas, em que pese a força executiva das obrigações pactuadas, art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/1985, e a criação de comissão tripartite, em julho/2010, para auxiliar nos atos de gestão hospitalar, mostrou- se ineficaz. Daí a ACP ao escopo de também assegurar o cumprimento integral das obrigações pactuadas. 4. As medidas saneadoras previstas no TAC foram aperfeiçoadas no "plano de ação" homologado em audiência, em fevereiro/2012, assentindo a União em continuar participando da gestão do hospital, através da Comissão Tripartite, com o custeio mensal de até 400 AIHs, que agora questiona no apelo, deixando de enfrentar a robusta prova de grave violação aos direitos fundamentais à saúde e dignidade. 1 5. A União repete alegações superadas por acórdão da Turma, nos Agravos nos 2012.02.01.001762-6 e 2012.02.01.001121-1, que confirmaram a liminar. O direito à saúde é dever fundamental e corolário do direito à valorização da vida como irradiação do princípio da dignidade humana, cumprindo ao estado proporcionar os meios práticos de sua satisfação em concreto, com absoluta prioridade, atuando, em situações de grave crise médico- hospitalar, como ocorre no Hospital Colônia, em regime de integração e colaboração nos três níveis do pacto federativo. 6. Exige-se da União exclusivamente as obrigações assumidas no TAC e no "Plano de Ação" consensual, homologado em audiência, e os custos de até 400AIHs devem permanecer não por prazo indefinido, mas até a desativação do nosocômio e remoção dos internos, gradativamente reduzidos na medida das transferências para outras instituições, que segundo a mídia ocorreu em abril/2016, malgrado a liminar de 2011. 7. Os doentes mentais gozam de proteção legal específica da Lei nº 10.216/2001, que lhes assegura acesso ao melhor tratamentodo sistema de saúde consentâneo às suas necessidades; tratamento com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, para alcançar recuperação e inserção na família, trabalho e comunidade; e proteção contra qualquer forma de abuso e exploração, não bastasse a garantia constitucional à saúde, arts. 6º e 196, negado aos internos da instituição psiquiátrica, que negligenciou a vedação ao tratamento desumano ou degradante, garantido no art. 5º, III. 8. É imponível a "reserva do possível" aos fatos narrados e provados nestes autos, de extrema gravidade, aproximado do "estado de coisas inconstitucional" (STF, ADPF nº 347, Rel. Min. Marco Aurélio, public. 19/2/2016), não se podendo olvidar que o Brasil foi responsabilizado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por violação em clínica psiquiátrica, "Caso Ximenes Lopes", em julho/2006, à luz do Pacto de São José da Costa Rica, internalizado pelo Decreto nº 678/1992, exortando à não repetição de fatos tais. 9. Apelação desprovida. Decisão Decide a Sexta Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do voto da relatora. Rio de Janeiro, 23 de novembro de 2016. Assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006) NIZETE ANTÔNIA LOBATO RODRIGUES CARMO Desembargadora Federal 2 Todavia, mesmo com certo reconhecimento da parte do Estado, é evidente que ainda perduram bastante sequelas indefiníveis do que aconteceu no Hospital Colônia. Isto posto, nessa perspectiva o país admitiu uma parcela do erro na tutela do Estado, contudo ainda é muito ínfimo no tocante aos danos causados, tendo em vista que o acesso à justiça não foi realizado de modo pleno e eficaz a todas as pessoas. 7. Conclusão Conclui-se que através da presente análise, não restam dúvidas de que este evento não deve ficar aquém da história brasileira ou esquecido, tal qual, ora foram seus pacientes que ali sofreram restando poucos sobreviventes. Conforme entendimento de Zelma Tomaz Tolentino e Liziane Paixão Silva Oliveira, o hospital colônia não oferecia condições necessárias e compatível com o exercício ético profissional da medicina e nem tampouco era local que pudesse oferecer o mínimo de dignidade aos pacientes. Ainda sob a ótica das referidas autoras, as circunstâncias narradas no Hospital Colônia devem ser apuradas de forma que haja a condenação dos responsáveis, bem como a garantia de apoio às vítimas que sobreviveram. Não obstante, requer -se ainda que todos que vivem ou possam viver tais situações tenham a garantia de que irão usufruir suas vidas de maneira mais digna, livre de qualquer medo, ou fome ou absolutamente qualquer desrespeito, em nome de todos os que foram esquecidos e que perderam as vidas em Barbacena. Dessa forma, resta muita reflexão e que sejam cobradas medidas perante a lei quanto a responsabilização do estado e autoridades, tanto para os sobreviventes e as famílias das vítimas, tanto em projeção ao futuro afim de que a história de horror não se repita com novas vítimas. 8. Referências: 50 anos sem Punição. Disponível em:https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/20-11-2011/holocausto- brasileiro-50-anos-sem-punicao.html Acesso em: 09/10/2020. ARAUJO, Julio Cezar de. Hospital Colônia de Barbacena, “O Holocausto Brasileiro”. Mega Curioso, 2020. Disponível em: https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114002-hospital-colonia-de- barbacena-o-holocausto-brasileiro.htm. 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APELAÇÃO.
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