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NOME: KELLY OLIVEIRA DOS SANTOS RA: 8604140 Turma: 3107C02
DIREITO PENAL 
RESENHA: A FILOSOFIA DE AGAMBEN, O TERRORISMO DE BIN LADEN E O DIREITO PENAL DO INIMIGO: UM ESTUDO DE FRONTEIRAS ENTRE A PROTEÇÃO E A PUNIÇÃO. 
A leitura do artigo proposto levanta um questionamento que concluído implica no ferimento do Estado Democrático de Direito, repercutindo em outros países tal política criminal. O texto traz a análise do Direito Penal do Inimigo, tema a qual da obra Gunther Jakobs e a visão filosófica de Giorgio Agamben, professor e autor de obras como “Homo Sacer”.
Ao ser colocado em questão a morte do terrorista, Osama Bin Laden, fundador da Al-Qaeda organização terrorista à qual vincula-se diversos atentados, entre eles o inesquecível ataque de 11 de setembro de 2001. Sua morte na atualidade desafia as bases protetivas dos direitos humanos e a defesa do Estado Democrático de Direito. No texto em questão, é interessante a exibição dos dois pensamentos jurídicos que são marcos teóricos de Jakobs sob o direito penal do inimigo e “Homo Sacer” de Agamben. Aparenta também, o esforço para vencer o dualismo entre teoria e prática, podendo ser vista como dogmática e zetética distanciadas, em uma pesquisa sociojurídica, referindo-se a importância teórica e consequências práticas da sociologia jurídica. 
No tema estudado, traz referências de escritores sobre, como o Kai Ambos, que enfatiza a humanização de Osama Bin Laden, a detenção de direitos humanos, bem como o processo penal justo. Questiona a aplicabilidade de um estado de exceção, o da legítima defesa, por haver um erro de aplicabilidade se Osama Bin Laden estivera desarmado e foi intencionalmente assassinado. Implica-se em um ilícito penal, ao qual o presidente teria se referido a servir à justiça, quando na verdade a prejudicou (pensando em um homicídio).
Agamben, refere-se como homo sacer e Paulo César Busato expõe a morte daqueles que o poder soberano destitui de qualquer limite ou direito, ficando fora da jurisdição humana por ser considerado tão impuro. É criado pelo estado de exceção um ser sem direitos. O ponto de limite, ou seja, ultima ratio, do custo do indivíduo (considerado inimigo) com a sobrevivência do Estado.
Levanta-se em questão a possibilidade de um estado democrático de direito falar-se constitucionalmente de inimigo. Isto dá-se após o atentado de 11 de setembro, que implementou na sociedade a cultura do medo. Cita-se John Varvaele para descrever a modificação ocorrida na legislação antiterrorista dos Estados Unidos, influenciando outros países com a chamada guerra do terror. No direito penal do inimigo, Jakobs usa tal nomenclatura que na verdade teve sua primeira utilização na crítica da legislação penal alemã dos anos 80. 
Cornelius Prittwitz em palestra em um seminário, aduziu que Jakobs foi aplaudido por colegas e demasiadamente crítico, mas 1999 foi recebido com espanto e descrença pelos colegas mas aplaudido por grupos que não são de seu agrado. Por ter partido para o desenvolvimento de direito penal parcial, na opinião de Jakobs, grande parte do direito penal alemão é direito penal do inimigo, algo que já tinha analisado em 1985. Porém, em 1999 afirma que aquele que comporta como inimigo conforme ele mesmo emprega, não deve ser tratado como pessoa. Jakobs apresenta cenários ameaçadores advindos da globalização, não deixando o Estado Democrático de Direito reagir ao Direito Penal inimigo. Com isso, é visível a intenção de Gunther Jakobs formatar a característica de Estado de Direito no direito penal do cidadão, criando uma divisão do direito penal atual em vigor “cidadão” em um “direito penal parcial do inimigo”.
É a dicotomia entre o direito de defesa do Estado e direito humano fundamental, que a decisão de favorecer o Estado no direito penal do inimigo é resolvida. O Estado compreendido como bem inegociável, perpassa a decisão, um passo além do contratualismo moderno.
Direito Penal do inimigo, criada por Jakobs a teoria crítica, aduz Roque de Brito Alvez, de direito penal amigo.
A teoria “Direito Penal Amigo”, opõe a outra teoria antidemocrática acima citada. Essa por sua vez, sob a ótica da atual Constituição Federal de 1988, Código Penal e legislação extravagante, contém inúmeros textos que beneficiam o autor do crime, mesmo já condenado, uma vez que independente de suas condutas a premissa de cidadão e dignidade da pessoa humana são preservadas. Esses textos passam a ser considerados “direitos” pois estão na lei e constituem o conteúdo da teoria do “Direito Penal Amigo” daquele que cometeu um crime ou aquele já foi condenado, garantindo a inexistência desta nossa teoria, não sendo compreendida em termos de repressão, existindo também o garantismo penal sob a Constituição.
O direito penal do inimigo pode se tornar um pensamento mal interpretado como a sustentação e planificação do totalitarismo. Acerca da relação da ciência do direito e a sociologia jurídica, Jakobs ao ser indagado sustenta com longas explicações do prefácio de sua obra sustentando o Estado Democrático de Direito.
Ao se tratar de matéria processual penal e penal, a legislação brasileira teve um política criminal de recrudescimento muito punitivista nos anos de 1990 e de consequências conforme opinião pública, exemplos a Lei Da Criminalidade Organizada e Lei dos Crimes Hediondos, (leis nº8072/90 e nº 9034/95), a profusão de leis penais simbólicas, que omitem a gravidade dos reais problemas sociais advindos da falta de informação e educação da sociedade. 
Gabriel Ignácio Anitua, expressa bem o direito penal simbólico, como uma política de diversos governos para implementar valores tradicionais morais, utilizando-se de ferramentas de repressão e também a construção de subjetividades para balancear a real intenção de distorção da aplicabilidade do direito.
Há também, Marco Antônio Nahum que aduz uma política criminal do terror, gerada pelas instâncias de controle através de um discurso repressivo, relatando que tal vendaval repressivo é fruto de demagogias emocionais irresponsáveis.
A obra de Giorgio Agamben, relata o real contraponto proposto por Jakobs sob o direito penal do inimigo, este, tenta por mais que não afirma em sua obra, ir de encontro do Estado Democrático de Direito, pois a negatória das garantias a qualquer cidadão representa regressão ao que fez a Escola de Kiel no período nazifascista, algo que atualmente não pode haver conforme os Estados Unidos fizeram.
Os Estados Unidos caiu na sua guerra de terror, onde um Estado tem como arma anular o indivíduo. De outro lado, o terrorista cuja arma para atingir o Estado são ataques aos indivíduos os quais o Estado deveria proteger, sendo o homem, para ambos os lados, inimigo, fazendo a redução do indivíduo a ferramenta para atingir a finalidade política.
A questão sob o que exatamente o Estado defendendo quando a ordem jurídica já foi perdida, no momento em que um terrorista consegue que o Estado abandone seu papel de guardião da ordem, provando aos indivíduos do Estado que perderam. 
Ricardo Rabinovich ao escrever sobre a pessoa em seu artigo sobre a noção de “pessoa” expressão que surgiu em Roma por ausência de um termo que realmente definisse no contexto da ciência jurídica. No caso do artigo, a negatória de noção de pessoa para Osama Bin Laden, é uma grave contradição se não houver garantias constitucionalmente previstas e um processo penal. 
Portanto, sob as tendências criminalizantes vindas do seio social, ao saber que os Estados Unidos são os maiores violadores de garantias aos direitos humanos, como evitar que o Estado o único responsável pela guarda da ordem jurídica, não desrespeite justamente essa ordem enraizada fundamental, e os básicos direitos do homem, uma vez que todos são reduzidos a “homo sacer”, não há como evitar. 
Há um projeto que pretende para tipificar o crime de terrorismo PLS n499/2013 e Lei n12.850/201332 Lei de Organização Criminosa mencionar o terrorismo e organizações terroristas internacionais, artigo 1º e parágrafo segundo, inciso II da leicitada, o que não aparenta adequação por demonstrar um expansionismo penal desnecessário. 
A discussão não tem como objetivo ferir os princípios da taxatividade, legalidade, havendo a necessidade de pensar em um tipo de terrorismo nos moldes das recentes legislações penais, sem o legislador “dialogar” com o jurista.

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