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Apostila de Palestras Dependência Química e Passos Um ciclo completo de Reuniões Informativas Dependência Química e Negação Conceito de Dependência Química: - OMS (Organização Mundial de Saúde) em 1960 declarou: - Alcoolismo CID – 303 – CID 10 – F10 - Toxicomania CID – 304 – CID 10 – F19.2 A doença tem três aspectos 1. Física – Compulsão (Não Consegue Parar) 2. Mental – Obsessão (Só pensa em usar drogas/álcool). 3. Espiritual – Total distorção de valores e relacionamentos, onde passa a se relacionar com o objeto da doença (droga/álcool) e se afasta dos relacionamentos com pessoas. Isolamento A Dependência Química é uma doença, com três características que igualam a todos que dela sofrem: 1. Progressiva: Uma vez que se instala a dependência no individuo com a pré disposição, sua tendência natural é piorar sempre. Seja trocando de drogas mais “leves” para as mais “pesadas”, e ou, sempre aumentando as quantidades usadas. 2. Incurável: Não existe cura para dependência química. Uma vez que se instala, a única forma é conter a doença, através do PROGRAMA DE 12 PASSOS, TERAPIAS, e a busca de uma RELIGIÃO. Lembrando que todas essas alternativas tem que trabalhar em conjunto, a ausência de qualquer uma delas pode levar de volta ao uso de drogas/álcool. 3. Fatal: Está provado que o Dependente Químico, seja por overdose, acidentes diversos, ataques do coração, violência, e outros fatores, morre prematuramente por fatores associados à sua Dependência. Se levarmos em conta esses três fatores, não é difícil definir que só existe uma forma de entrar e dar continuidade a uma recuperação do uso de drogas/álcool, que é a total abstinência de qualquer substancia que altere o humor. Dependentes Químicos que por qualquer motivo alimentem alguma esperança de usar, mesmo que moderadamente, qualquer tipo de droga/álcool, fatalmente retornará ao processo auto-destrutivo, e reiniciara progredindo seu uso, do ponto onde parou. Um ponto importante deste problema é a negação sobre a doença e seus sintomas. Frases como: “eu paro quando quiser”, “são meus amigos que me influenciam, se eu trocar de amizades...”, “eu até admito que exagero as vezes, mas é só as vezes”, ou “talvez se eu mudar de cidade ou fizer uma viagem eu possa dar um tempo e parar”, são características de quem está em negação. Culpar os outros por seu uso e problemas, achar motivos para continuar usando, negar que usam, negar os prejuízos, Negam problemas sociais, sociais, financeiros, conjugais, físicos, emocionais, psicológicos espirituais... etc. A negação inclui: ● Racionalização – “A cerveja é diurético...”, “Um pouco de vinho faz bem ao coração” ● Projeção – Jogar a culpa nos outros. ● Minimização – “Foi só uma carreirinha, um chopinho” ● Mentiras – “Você bebeu?” – “Eu? Nãããããão!!” ● Justificativas – “Uso porque todos usam.” Fases da Dependência Química Como já vimos anteriormente, a Dependência Química caracteriza-se entre outras coisas por ser PROGRESSIVA. E desta forma podemos reconhecer três fases durante esta progressão que se descrevem assim:. 1ª Fase: Caracteriza-se pela socialização com o uso de drogas. O individuo usa em grupos, procura sempre associar o uso a um evento social como barzinhos, festas, etc. Nesta fase também aparecem os primeiros sinais do aumento de tolerância, ou seja, o individuo passa a consumir doses sempre maiores. Neste período também pode haver associações ilusórias do uso da droga/álcool, com melhor desempenho no trabalho, escola, sexual e outras atividades. 2ª Fase: Agora na segunda fase o individuo continua aumentando a tolerância, precisando sempre de mais e mais drogas/álcool para obter o efeito desejado. Surgem também os primeiros mecanismos de defesa como a negação, projeção, minimização e hostilidade, também surgem a culpa e o remorso o que faz o dependente entrar em uma circulo vicioso onde: BEBE → SENTE CULPA → REMORSO → VERGONHA → BEBE →. Passa a ter apagamentos, síndromes de abstinência como tremores e taquicardias. Sua auto-estima decai (desleixo com a higiene por ex.) Isola-se, sente que está abandonado e é incompreendido, passando a socializa-se apenas com pessoas que usam. Mostra-se arrogante, orgulhoso e agressivo (mecanismos de defesa). 3ª Fase: Necessidade permanente de drogas/álcool, para compensar a falta em seu organismo. Surgem as psicoses tóxicas, mania de grandeza, alucinações, perda da razão, delírios, excitação mental, etc. Total perda de controle, usando o tempo todo. Passou o tempo de usar em festas, boates, barzinhos, e agora o uso é solitário. Perde o emprego, bens, casamento, empresta dinheiro ou rouba para usar. Internações voluntárias ou não, prisões, tentativas de suicídio, entre outros são freqüentes nessa fase. Perda de saúde física e mental. (seqüelas), (loucura permanente). Para encerrar, lembre-se de uma vela queimando. No inicio esta alta, há muito o que queimar. Mas com o tempo a chama vai consumindo a vela até que ela se apague. Então responda: se compararmos nosso uso de drogas a esta vela, em que altura sua vela está? Será que você ainda tem “vela” para queimar? Fases da Compulsão e Recuperação Fase inicial → Usa ocasionalmente e associa o uso a diversões → Sente prazer → Aumenta a tolerância → Consegue administrar trabalho e estudos ao uso → Consegue bons pretextos para usar → Sentimento de culpa → Aparecem as primeiras discussões familiares e negações do problema → Já não existe saída, pois se instalou a dependência (parar com o uso torna-se impossível) Fase Crucial → As desculpas aumentam para poder usar → Roubos e conduta escandalosa, agressiva → Remorsos persistentes → Fracasso no controle → Promete parar e não consegue → Perde o interesse por tudo e o foco principal passa a ser a droga → Ressentimentos → Diminui a tolerância. Fase crônica → Deterioração física e cognitiva → Longos períodos de intoxicação → Deterioração moral (perde a confiança de todos) → Vive a margem da realidade e da vida → Usa querendo ou não → Perda de todos os valores, emprego e motivação para viver → Não consegue pedir ajuda, o nível de negação se eleva à total cegueira a respeito de sua realidade → Apesar disso tudo ainda mais grandioso, espera soluções mágicas para seus problemas. Para ter uma chance de viver é necessário encontrar a mínima motivação que sobrou para viver a vida em um programa de 12 passos e terapias de grupo. Conceber um Poder Superior, que realmente possa devolver a sanidade e seguir os princípios desse poder. 1º Passo “Admitimos que éramos impotentes perante nossa adicção, e que nossas vidas tinha se tornado incontroláveis” O primeiro passo do programa de N.A./A.A. se divide em duas partes. Num primeiro momento, nos deparamos com a realidade de que é impossível lhe dar com a vida usando drogas/álcool. Não importa o que usamos ou quanto usamos para entorpecer nossa realidade, temos que admitir nossa incapacidade de lhe dar com a doença, para dar espaço à recuperação. Para poder entrar em recuperação é preciso admitir que somos adictos. Se você tiver alguma dúvida sobre se é ou não, é só se perguntar quantas vezes já falou que ia parar e não conseguiu? Nossa impotência faz com que usemos drogas descontroladamente, mesmo destruindo nossas vidas, nossas famílias e tudo mais ao nosso redor. O principio espiritual do primeiro passo é honestidade. Sem ela não conseguimos passar para a segunda parte do passo. A honestidade traz para nós a verdadeira dimensão da ingovernabilidade de nossas vidas, assumindo a derrota mental, física e espiritual. Nosso egocentrismo, nossas exigências de carinho, atenção, além de nossa dependência de pessoas, precisão ser quebrados para conseguir completar o processo de rendição. Somente mudando nossos hábitos, abandonando pensamentos de mudar de drogas/álcool mais “pesadas” para drogas mais “leves”, sabendo que não tem controle, e que vai recair na sua droga de escolha caso tente. Alguns pensamentos e atitudes podem ajudar na manutenção do primeiro passo: 1. Partilhe com honestidade (12º passo), mas principalmenteseja honesto com você mesmo. 2. Não evite somente a 1ª dose, gole, como também seus maus comportamentos, raiva, ressentimentos etc. 3. Viva somente o dia de hoje e não deixe de evoluir sempre. Pois um adicto parado esta em recaída. 4. Siga sempre as sugestões que lhe são colocadas por seus companheiros, padrinho, família, com essa atitude, além de trabalharmos nossa humildade, reconhecemos que as dificuldades pelas quais “ainda” não passamos podem acontecer. Pense: O “burro” nunca aprende, o inteligente aprende com suas próprias experiências, e o sábio aprende com as experiências dos outros. Impotência Impotência deve ser encarada como: um sentimento, ou simplesmente a incapacidade de poder lidar com algo, alguma situação ou pessoa. A sua impotência deve ser marcada pela incapacidade de lidar com o seu uso de drogas/álcool. O reconhecimento desta incapacidade é que abre as portas para a recuperação. Pode não haver muita coisa a salvar de nossas vidas quando entramos em recuperação, e a sensação de estarmos sós e confusos aumenta ainda mais o vazio, que só pode ser preenchido com a crença em nossa capacidade de mudança, e na ajuda de nosso Poder Superior. Preencher este vazio de forma sensata e não mais com drogas/álcool, é doloroso, pois encarar as coisas que fizemos, coisas das quais sentimos vergonha, culpa, e que nos trazem dor não é fácil. Podemos prosseguir e encarar que somos impotentes perante nosso passado, ou saímos pela porta do lado e voltamos a usar drogas/álcool, a escolha é nossa. Olhamos para dentro de nós mesmos e reconhecemos nossas capacidades e deficiências com honestidade, sabemos que precisamos de ajuda com coisas que somos incapazes de lidar e humildemente pedimos ajuda. Esta humildade vem da crença de que somos impotentes, do desejo de mudar, e da liberdade de dizer não as nossas piores vontades. Sabendo sobre nossa impotência, o tamanho da nossa “doença” diminui. Escolhemos saber quem somos, e reconhecemos nossas fraquezas para fortalecer nossa recuperação. Ao sentir que somos capazes de mudar, e que não precisamos de drogas/álcool para viver, uma sensação de liberdade nos invade, e vai se transformar na mola que nos impulsiona a mais dias limpos. Desta forma segue uma recuperação continua. Temos uma pré-disposição à nossa dependência de drogas/álcool. Chamamos de “Fator X” a essa pré-disposição que é disparada a partir da primeira vez que usamos qualquer tipo de alterador de humor. Acredite, uma vez instalada a dependência, não existe “força de vontade” que possa evitar que ela progrida até nos matar ou nos enlouquecer. Pense: 1. Quantas vezes já se drogou depois de ter dito que era a ultima vez? 2. Será que seu uso de drogas o impediu de progredir na vida? Você estudou? Trabalhou? Se trabalhou, trabalhou afim de crescer na empresa, ou ficou estagnado? 3. Sua família, amigos ou outras pessoas perceberam antes de você mesmo, que havia um problema com seu uso de drogas/álcool? 4. O que você perdeu em função do seu uso de drogas/álcool? 5. Você pode contar com alguém daquelas pessoas que se drogavam com você? 6. Você pode contar com seus companheiros de irmandade, seus familiares? 7. Acredita que se ficar limpo pode ter uma vida produtiva, crescer como pessoa e viver descentemente? Estudando, trabalhando, evoluindo? Ingovernabilidade Certa vez, um monge e seu mestre, faziam uma peregrinação. Já era tarde e precisavam encontrar abrigo para aquela noite. Do alto de um morro avistaram um extenso vale e no meio uma casinha modesta e muito pobre. Bateram à porta que uma senhora com aspecto muito maltratado atendeu: - Boa noite senhora, eu e meu mestre estamos viajando e precisamos de abrigo para esta noite. - Claro entrem, a casa é modesta, mas temos lugar para vocês. O monge intrigado com a vastidão de terras que compunham aquela fazenda em contraste à pobreza daquela casa, não resistiu e perguntou: - Diga senhora. Vocês têm muitas terras, porque esta pobreza toda em sua casa? - Ah meu amigo. Nós temos uma vaquinha, e esta produz uma quantidade de leite do qual fazemos queijo, vendemos e compramos as coisas suficientes a nossa “sobrevivência”. No dia seguinte, saíram bem cedo, agradecendo àquela família sua hospitalidade. O mestre, ao passarem ao lado da área onde estava confinada a tal vaquinha, ordenou ao seu discípulo: - Abra a porteira, conduza a vaca até a beira daquele abismo, e empurre-a morro abaixo. O monge perplexo rapidamente indagou: - Mas como assim mestre? Essa vaca magra é a única forma de sobrevivência desta família, sem ela, com certeza todos morrerão. Firme e decidido o mestre repete: - Jogue a vaca, não questione minhas ordens!!! E mesmo contrariado o monge segue a orientação de seu mestre. Anos já passaram. O velho mestre já morrera, e seu discípulo agora é que tinha se tornado mestre. Ainda com o remorso que o corroia por ter condenado aquela família a uma miséria ainda maior, resolveu novamente retornar àquele vale para se possível, reparar-se com as pessoas que havia prejudicado. Mas do alto do morro de onde se avistava a grande fazenda, percebeu que o lugar não era mais o mesmo. Uma grande plantação dava lugar ao que antes era praticamente um deserto. Ao invés de uma carroça velha e quebrada, carros luxuosos estacionados à porta de uma grande casa, muito bonita e de aparência abundante. Ao bater à porta novamente a mesma senhora atendeu. Agora toda bem vestida e elegante, imediatamente reconheceu o antigo monge: - Entre caro amigo, seja muito bem vindo. Ainda espantado e cheio de dúvidas imediatamente perguntou como era possível tanta transformação naquele lugar. Respondendo as sua duvidas a senhora falou. - Naquela manhã que saíram daqui, coincidentemente nossa vaca, aquela que nos supria de nossas necessidades, desapareceu misteriosamente. Então tivemos que buscar outras maneiras de sustento, nos transformando em prósperos agricultores da região. Naquele momento o agora mestre, entendeu a lição de seu mentor. E ficou então feliz por ter sido ele colaborador daquela nova e maravilhosa realidade, e por ter ajudado a transformar a vida daquelas pessoas. Qual a mensagem moral desta história? Ingovernabilidade → O que essa estória tem haver com o tema desta palestra? → Se olhar com cuidado verá que em sua vida existem muitas “vaquinhas”. Ainda não entendeu? → Nosso modo de viver acabou criando dependências de pessoas, lugares e coisas. Esta dependência alimenta parte de nossa ingovernabilidade, pois sempre que temos algo ou alguém que tome decisões por nós ou de quem dependa nosso sustento, por exemplo, perdemos o controle e nos acomodamos. → Vista do lado de dentro da adicção ativa, a ingovernabilidade caracteriza-se pela falta de controle com o uso e abuso de drogas e de comportamentos relacionados ao uso, retirando de nós qualquer possibilidade de decidir sobre o que é “certo”. → Temos que levar em conta que nosso sistema de crenças, distorcido pela continuidade dos nossos maus comportamentos, e mesmo alguns que trouxemos da nossa vida antes das drogas, deve ser modificado. → Continuar sob a dependência de pessoas, lugares e coisas, nos levará a recaída. Precisamos o mais cedo quanto possível, andar por nossos próprios recursos. → Mesmo que você seja sozinho e possa se sustentar, precisa lembrar que as nossas dependências de pessoas, não se limitam a dinheiro, abrigo e comida. Ficamos dependentes emocionalmente, sexualmente, precisamos desesperadamente ser aceitos pelos outros, e ficamos perdidos quando não conseguimos. → Se começamos a encarar nossas responsabilidades, podemos gradativamente tornar nossas vidas “governáveis”. O prazer de poder andar “sozinho” sem o apoio de “muletas” gera liberdade de escolha e de atitudes. Não precisamos mais nos esconder ou nos frustrar com nossas metas, pois agora elas deixaram de ser fantasias e se tornaram possibilidades. De tempos em tempos, alcançamos nossos objetivos e partimos em busca de novos, sempre com os “pés no chão” e a cabeça na recuperação. → É possível,por mais que você não acredite, que esta vida nova e livre espera por você. Disto vai depender o seu esforço pessoal, sua honestidade e boa-vontade. Ser governável na maioria dos casos, começa por atitudes simples como arrumar as próprias coisas, ter seu próprio dinheiro, saber dizer não às coisas ou às pessoas que te fazem mal, etc. → Portanto, olhe para você, reconheça quais são as “vaquinhas” que te amarram a essa vida de dependência e ingovernabilidade e livre-se delas. Uma a uma vá jogando todas elas “morro abaixo”. Pense: ● De quem você depende hoje? ● Troque de lugar com essa(s) pessoa(s). Que sentimento essa dependência causa? ● Na sua vida você dependeu de drogas/álcool para entorpecer as suas angustias. O que você pretende usar agora que está limpo, para ser feliz? ● “Viva e deixe que os outros vivam.” O que isso significa para você? Barreiras à Recuperação Lidar com o problema da dependência química não é tarefa fácil. A parte mais aparente do problema, o uso de drogas, é só a ponta do iceberg. Além do uso abusivo das drogas/álcool, o dependente químico sofre de uma personalidade bastante complexa, o que torna difícil o seu tratamento. Entre as características mais marcantes desta personalidade encontramos: ● Falta de motivação para lhe dar com problemas. ● Aceitação à facilitação da família (facilitadores), que torna o dependente extremamente acomodado e incapaz. ● Incapacidade de lidar com a vida e as coisas como são. Negação e auto-engano para com a sua condição. Barreiras à Ajuda: Podemos começar negando que temos um problema, ou que somos dependentes. Não aceitamos, portanto precisar de ajuda, e dificultamos nossa recuperação, aumentando os riscos de uma recaída. Na necessidade primordial de admitir nossa impotência e render-nos, deparamos com a realidade de admitir que fracassamos e que chegamos ao “fundo do poço”. Visto desta forma sabemos que: ● O dependente não pode fazer as coisas sozinho. ● Somos incapazes de resolver nossos problemas. ● Temos pouca ou nenhuma resistência a dor. ● Temos uma auto-imagem distorcida, alternando entre nos sentirmos pequenos demais ou inflados demais. Negar nosso problema implica: ● Que ainda esta tentando controlar seu uso de drogas, e numa atitude infantil manter-se como o centro das atenções. ● Que queremos continuar dependentes, ao invés de despender esforços de mudança. ● Não querermos nos colocar sob a posição de aprendizes, ou nos sentir “inferiores” a outras pessoas. Ao chegar ao “fundo do poço”, o dependente adquire uma certa humildade e rendição, mas esses elementos não permanecem sem a pratica diária. Caso não permaneça em contato com suas perdas o dependente rapidamente volta a se sentir grandioso em relação as suas “fraquezas”, tornando-se de novo o senhor das suas vontades, não aceitando ajuda ou o que lhe é sugerido. Para alcançar uma franca recuperação o dependente químico deve ter uma boa dose de humildade, além de desinflar o seu ego. Permanecer nessa condição e não medir esforços para se recuperar. Qualquer indicio de que velhos hábitos e comportamentos estão ressurgindo, devem ser rapidamente identificados e parados, para não corrermos o risco de recair. Tendo isso em mente estaremos seguros em nossa recuperação. Barreiras à Recuperação II Mais barreiras à nossa recuperação são criadas a partir do mito do perfeccionismo. Quando criamos expectativa nos outros ou em nós de ser perfeitos e fazer tudo certo, ou desejando que outras pessoas cumpram nossas expectativas, caímos obrigatoriamente em frustração e conseqüentemente, raiva. Não há possibilidade de sermos felizes criando tais expectativas. As pessoas ou nós mesmos não somos perfeitos. Esse comportamento nos traz uma incapacidade de estabelecer relações saudáveis com quem quer que seja, pais, amigos, colegas de trabalho, ou qualquer outros. 1) O dilema da visão de túnel: Comportamento típico dos dependentes de químicos. Uma vez que focaliza um problema, pessoa ou a própria vida, age como se nada mais importasse, como se olhasse mesmo para aquilo no final de um túnel escuro, como se usasse viseiras de cavalo. Por quê? - Não quer se confundir com mais de um aspecto do problema. - Pode tomar decisões sem ter que olhar de forma mais ampla a questão e isso facilita a continuidade de seu comportamento. (não olhar para seu uso de drogas pelo lado destrutivo e somente para os ilusórios bons momentos) - Reconhece como realidade somente aquilo que interessa sem analisar por completo a situação. - No caso de pessoas, olha somente para seus defeitos, sem observar as qualidades que todos têm. Conseqüências: - A capacidade de discernimento e julgamento de forma realista fica empobrecida, e passa a não ter habilidade de lidar com aspectos mais complexos do dia-a-dia, o que ocasiona em fracassos e frustrações. - Por não ter uma visão completa da situação, fica tenso e ansioso, pois nem imagina o que esperar como resultado. A imagem incompleta das situações distorce seu julgamento e cria expectativas irreais de si, de situações e de outras pessoas. Como resultado mais frustração. - Acrescenta-se a isso tudo, a sua conhecida vulnerabilidade em ser controlado por outras pessoas, ou por seus próprios medos e sentimentos de desespero, compreendendo-se assim por que é que só vai encontrar alento em mais uma dose ou gole. 2) Mito do “Tudo ou Nada”. Também típico do dependente, esta relacionado à sua maneira de ver as coisas somente em dois extremos. Preto ou branco, péssimo ou excelente, amor ou ódio, fraco ou forte, etc. Parece não haver espaços para um meio termo ou uma visão mais flexível sobre nada. Limitando a possibilidade de ter experiências mais enriquecedoras e entravando seu crescimento espiritual e até mesmo intelectual essa atitude além de outras conseqüências, faz o dependente sentir: - não ser capaz de escolher adequadamente e de forma saudável. - por não ter opções, limitadas as suas possibilidades de escolha a uma ou duas respostas, impedindo-o de usar ou experimentar possibilidades mais enriquecedoras. Por esse motivo, quase sempre que tenta solucionar algo, fracassa e se sente frustrado. Vai perdendo então a confiança em si mesmo, fica hipersensível a criticas e reage impulsivamente criando defesas as regras sociais. 3) Paralisia da solidão: Sentir-se sempre só e desamparado, gerando insegurança para tomar atitudes construtivas, já que não se sente capaz contar com ninguém. Apesar de dependentes químicos parecerem ser sociáveis e ser os “donos da festa”, seu relacionamento com pessoas é superficial. Não conseguem atender as expectativas de dar e receber segurança das relações interpessoais. Relações de troca, dar e receber necessita de um certo grau de maturidade emocional. As drogas/álcool vem para resolver esse problema de forma muito eficaz, pois sob o seu efeito a pessoa torna-se o que quiser e quem quiser. Porém sem as suas drogas/álcool o individuo é obrigado encarar sentimentos de baixa auto-estima e auto-imagem ruim, além de sentir-se inadequado e esquisito. Assim sendo perde a sua identidade e a possibilidade de ser útil a nossa sociedade. Assertividade (conceito) To Assert: Declarar algo de maneira positiva, direta e vigorosa. → Qualidade inata*, que pode ser aprendida através de técnicas e métodos específicos. * que não se nasce com ela. Sesterheim: Não dizer sim quando na verdade quer dizer não. → Habilidade de afirmar meus direitos pessoais. ● Assertivo: (O problema é enfrentado) Para usar as técnicas de assertividade temos que ter em mente, que devemos preservar nosso auto-respeito, e respeitar o próximo, transmitindo nosso desejo de forma adequada. ● Não Assertivo: (O problema é evitado) a)Deixo de responder o que desejo ou não faço valer o meu direito pessoal. b) Respondo de forma inadequada ferindo a outra pessoa. Neste caso impossibilitamos de nos expressarmos de forma aberta, direta e honesta, ou nos calamos diante do nosso direito, o que gera um sentimento de frustração. ● Agressivo: (A pessoa é atacada) Expressa seu desejomas de forma inadequada, desonesta, ou socialmente inaceitável, violando o direito alheio. Palestra de Direitos Pessoais Como pessoa tenho direito à: - ser eu mesmo. - recusar o que me pedem sem me sentir egoísta. - ser competente e me orgulhar das minha realizações. - sentir e expressar a minha raiva (sem fúria). - pedir por carinho e ajuda (que podem ser recusados, o que não me retiram o direito de pedir). - ser tratado como um adulto capaz. - errar e me responsabilizar pelos meus erros. - mudar de idéia - não oferecer justificativa ou razão por meu comportamento. - exigir respeito as minhas opiniões - exigir que minhas necessidades sejam tão importantes quanto as necessidades dos outros. - crescer aprender e mudar, além de dar valor a minha idade e experiência. Dizer: - não sei - não concordo - não me interessa, ou, não me importa Comportamentos Afirmativos - Frequentemente confundido com agressividade, não envolve ferir outras pessoas, seja física ou emocionalmente. - Objetiva equilibrar uma discussão e não “vencer uma batalha” ofendendo ou minimizando o valor da outra pessoa. - Envolve expressar seus direitos e sentimentos legítimos, suas idéias e ideais, ou o que você necessita. - Comportando-se assim você abre a possibilidade para relações honestas e plenas. - Lembre-se que os outros também tem os mesmos direitos que você. - Palavras afirmativas acompanhadas de “linguagem corporal”, complementam a sua mensagem e a torna mais clara. - A “linguagem corporal afirmativa” inclui: 1) Manter contato direto nos olhos da outra pessoa 2) Manter uma postura ereta e altiva 3) Falar com clareza e sem gírias 4) Não “lamuriar” ao falar 5) Acrescentar gestos ou expressões faciais que complementem ênfase as palavras. Técnicas de Assertividade 1. Disco Rachado: Característica: Repetição, faz com que nos sintamos bem em poder ignorar armadilhas impostas através de manipulação. Ex. Não, não, não,não.... 2. Enevoado: Característica: da a impressão de que concordou com a outra pessoa mas deixa em aberto a possibilidade de continuar você mesmo o juiz do que deve fazer. Com isso ficamos à vontade para receber criticas, sem nos tornar ansiosos ou defensivos. Ex. Talvez você tenha razão e eu esteja sendo rude demais. Tentarei melhorar meu comportamento. 3. Informação Voluntária: Característica: Reconhece as insinuações feitas por outra pessoa mas devolve para ela a responsabilidade de dizer como seria feito. Ex. Sim eu acho que posso realmente ter sido rude demais. Como é que você agiria em meu lugar? 4. Asserção Negativa: Característica: Ensina a aceitar erros e faltas cometidas (sem ter que desculpar-se) concordando firme e simpaticamente com a critica hostil ou construtiva dos outros. Demonstra equilíbrio, por aparentar maior desenvoltura a possibilidade de cometer erros ou falhar, não precisa mais negar que é imperfeito. Ex. “Você não deve tratar de sua vida na brincadeira e deve ser mais adulto” “É verdade eu tenho mesmo um comportamento imaturo as vezes, e vou tentar melhorar no futuro” 5. Indagação Negativa: Característica: Permite tranquilamente rebater uma critica feita, obrigando a outra pessoa reconhecer que não esta totalmente certa em sua forma de comunicar. Ex. (outro) “Você passa tempo demais no computador em assuntos pessoais, e deixa assim de fazer coisas relativas ao trabalho aqui no departamento.” (eu) “Tem razão eu fui egoísta usando o computador tempo demais, mas não deixei meu serviço por fazer, por que somente eu e você usamos esse computador. 6. Auto-Revelação: Característica: Através de aspectos relacionados a nossa própria pessoa, criar condições para que a outra pessoa se exponha e coloque para fora sua dificuldade ou problema. Serve também para demonstrar que somos falíveis e passivos de erros, mas que apesar disso não nos tornamos má pessoa. Ex. (outro) Você se tornou egoísta e não dá mais atenção aos meus problemas. (eu) (Revelo coisas sobre mim, minhas fraquezas e pontos positivos) Fico triste de ter criado essa situação, mas você bem sabe que sou bom ouvinte. É que na verdade tenho enfrentado momentos difíceis e isso tem tomado mais de minha atenção. Quanto a você, o que tem a dizer sobre o seu momento? Maturidade Emocional O que é maturidade? É estar e demonstrar atitudes maduras (adultas). O que é emoção? É a reação a um sentimento. Sentimentos ligados a emoção: amor, raiva, culpa, medo, vergonha, alegria, tristeza, arrependimento. Fases do amadurecimento: 0 a 2 anos: O individuo depende totalmente dos outros e suas reações ao mundo não passam de seus instintos básicos, como procurar o seio da mãe, chorar para ser alimentado ou indicar que esta sentindo dor. Característica: Dependência do mundo a sua volta. 2 a 4 anos: Começa a aprender a pedir o que quer, além de aprender que as reações certas podem lhe trazer benefícios, como fazer birra, manha, etc. Nesta fase começam também as manipulações e as mentiras. (ainda não sabem ou distinguem o que é certo ou errado) Características: Egocentrismo e egoísmo (ainda não aprenderam a dividir) 5 a 10 anos: Iniciam o processo de autoconfiança, ao ter que enfrentar seus primeiros desafios autônomos, como ficar longe dos pais, para ir a escola, tomar banho sozinho, etc. Aprende a escolher e a ter preferências. Além de ter as primeiras noções sobre direitos pessoais. Tem as primeiras noções sobre seus limites; → físicos: não pode pular do prédio pensando que é o “super homem” → emocionais: aprende que não é o centro do universo e que precisa dividir a atenção dos pais com irmãos e outras pessoas. 12 a 18 anos: Adquire maneiras mais objetivas de se comunicar, a auto-imagem começa a se definir, procura amizades que tenham a ver com seu estilo e ideais, e reúne-se em grupos. Aparenta uma certa irritabilidade e rebeldia, em função principalmente de mudanças hormonais. O dependente químico para dentro desse processo de amadurecimento na fase entre 2 e 4 anos, e seu comportamento prova isso. Talvez algum de nós possa estar discordando dessa afirmação. Na verdade não é necessário reunir todas aquelas características para ser julgado imaturo, basta, por exemplo, olhar para o egocentrismo, comum a todos os dependentes para ver isso. Achar que as coisas e que o mundo tem que servi-lo e mais, que tem que concordar com as coisas que faz, não é prova de imaturidade? As pessoas não devem ser autônomas desde uma certa idade? Então porque vemos pessoas das mais diferentes idades, total ou parcialmente dependentes de esposas, pais, avós, etc.? Pense em você mesmo. Em que idade do amadurecimento emocional você acha que parou? Reforma Intima Quando falamos em reforma imaginamos melhorar algo que já existe. Estar prontos a melhorar como pessoa exige esforço intimo, um desejo de se conhecer interiormente sem limites e acima de tudo estar sempre perseverante. Ser feliz. 1. A felicidade como conceito, refere-se a um estado de espírito. Podemos estar felizes mesmo em dificuldade, simplesmente porque estamos no caminho certo e conhecemos nosso potencial para ultrapassar essa dificuldade. 2. A felicidade nasce de dentro. “Conhecereis a verdade e essa o libertará” (Jesus). Nada que seja externo poderá nos satisfazer por períodos prolongados. Mesmo um carro novo, celular, roupas, namorada(o), comida, etc. pode nos fazer felizes. Estas coisas são substituições e nos causam um bom estado de satisfação, mas por ser passageira não pode ser reconhecido como felicidade. 3. A verdade a respeito de si mesmo é a chave para ser feliz. Nessa verdade reconhecemos nossas fraquezas e limitações, além de onde somos “fortes”. 4. Os 4º e 10º passos, são ferramentas do programa de A.A. / N.A. para podemos conhecer-nos mais a fundo e compreender nossos defeitos e virtudes, e assim trilhar nosso caminho de auto-conhecimento e reforma intima. 5. À maioria dos adictos falta paciência para esperar que as suas atitudes frutifiquem, falta amor e generosidade, consigo mesmos. Ser amoroso e generoso consigo mesmo representa viver com regras e disciplina,dar a si mesmo a possibilidade de evoluir no trabalho, fazer cursos, estudar, formar e administrar com sabedoria uma família, etc. 6. Quando evoluímos, deixamos de fazer aquilo que queremos, para fazer o que é necessário. Estar limpos, e com pensamento em nosso presente, fazendo todos os dias o que é preciso a nossa recuperação nos traz a felicidade de estar evoluindo. A partir disso inevitavelmente construímos nosso futuro. 7. Aos poucos vamos nos “desprogramando” dos valores distorcidos e prejudiciais que a sociedade nos impõe, como se fossemos obrigados a “ficar ricos”, “ser famosos”, “ser espertos”. Isto porque nossa incapacidade de cumprir esses apelos traz frustração e impede de reconhecer fragilidades e limitações, nos levando a aliviar a dor com drogas/álcool. 8. Lembre-se sempre que o “mundo” mais vasto e importante a ser conquistado por cada um de nós é nosso “mundo” interior. Alcançar a paz, serenidade, ter esperança em si e no seu futuro só depende de você. Além disso, se você não evoluir não entra realmente em recuperação e limita suas possibilidades de permanecer limpo e sentir os benefícios de uma vida plena e feliz. 2º Passo “Viemos acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos devolver à sanidade” 1. No primeiro passo, entramos em contato com nossa inabilidade de lidar com nossas vidas e nosso uso de drogas/álcool. Essa realidade se bem consolidada, nos trará uma sensação de vazio que só poderá ser preenchida com a crença em um poder maior do que nós e nossa doença. 2. A crença em Deus, fica a critério de cada um. Alguns companheiros que tiveram grande dificuldade com esse passo falam que inicialmente agarraram-se ao grupo como referencia de Poder Superior, ou ao seu padrinho. 3. Alguns já chegam a internação acreditando em “Deus”. Essa crença algumas vezes acaba se tornando prejudicial, pois se crêem em algo, como puderam estar tanto tempo envolvidos em mau comportamento e drogas? O “Deus” que realmente pode ajudar em nossa recuperação deve servir de esteio para os momentos ruins. 4. O que vai demonstrar realmente que cremos em “Deus” é estar dispostos a fazer o que é que este “Deus” gostaria que fizéssemos. Não podemos ajoelhar, rezar, orar, louvar, repetir frases feitas, e sair fazendo o que der na cabeça. 5. Quantas vezes já não pedimos a “Deus” que nos livrasse de alguma encrenca, prometemos a Ele mudar se nos livrasse, ou até pedimos que a “boca de droga” ou o nosso bar de escolha estivesse aberto? Será que é esse o “Deus” que continuamos a acreditar? 6. Viver acreditando que nossa religião nos vai “libertar”, também é outra crença perigosa. Quantos companheiros já vimos recair tentando esse recurso? Ouvimos palavras de conforto em nossas praticas religiosas e estas podem nos causar alivio. Mas só a PRÁTICA dos ensinamentos religiosos é que pode trazer de volta a nossa sanidade. 7. “Devolver-nos à sanidade”. Compreendemos quão insana foi a nossa ativa? Usar drogas/álcool, até quase ficar loucos, ou doentes física e mentalmente não é insanidade? Destruir nossas vidas socialmente, família, empregos, possibilidades que deixamos escapar, só para usar/beber mais um pouco. Isso não é insano? 8. “Devolver-nos à sanidade”. O que significa? Pensamos em “Deus” não como algo que vai nos punir se errarmos, e abandonamos nossas expectativas de ser felizes usando drogas/álcool. Deixamos de lado pensamentos de “um dia voltar a usar/beber controladamente”. Abandonamos nossas reservas com pessoas, lugares e coisas. Deixamos realmente de ver e nos relacionar com velhos “amigos” da ativa, não usamos/bebemos, e não vamos mais freqüentar lugares que representam risco para nós. 9. Só assim, reconhecendo e sabendo sobre a vontade de nosso “Deus” com relação a nós, e cumprindo Seus ensinamentos e Sua vontade podemos passar para o passo 3. O Jogo dos Papeis (Máscaras) A estrutura da personalidade humana foi dividida por Freud em 3 subsistemas: ID – Instintos Básicos, responsáveis pela subsistência e satisfação das necessidades primarias de cada pessoa (sede, fome, reações ao medo, perigo, e desconforto) SUPEREGO – Valores adquiridos, seja pela educação familiar, escola, televisão ou pelas próprias experiências. (é preciso ser forte, não leve desaforos para casa, mãe nunca abandona seu filho, drogas aliviam a dor, etc.) EGO – É a somatória e equilíbrio entre o ID e o SUPEREGO. Determina a forma como conduzimos nossas relações com os outros e nós mesmos. (o que somos e a forma que agimos dentro de casa, na rua ou no trabalho) 1. No dependente químico, imaturo e frágil, prevalece a satisfação das suas vontades. Prevalece o ID. 2. Por ser a doença da negação, perde o contato com sua realidade (dor demais para suportar) e para sobreviver cria fantasias a respeito de si e do mundo à sua volta. (paro quando quiser, uso drogas por causa dos meus pais, a situação política do país me impede de arrumar trabalho... etc.). Seus principais mecanismos de defesa são a própria negação, racionalização, projeção, minimização, intelectualização e hostilidade. 3. Não consegue alcançar seus objetivos, pois mesmo que perceba que há algo errado não sabe bem o que é, e assim não sabe como ou o que fazer para mudar. Por estar isolado em suas fantasias, nega ajuda externa acreditando que queiram seu mal ao invés de ajudá-lo, ou julgando ser auto-suficiente para resolver seus problemas. 4. Apesar de ter grande habilidade em criar personagens, o dependente químico não consegue mantê-los por muito tempo, e sempre deixa mostrar quem realmente é. Por isso passa pela vida sempre mudando de amizades e grupos sociais, pois assim que vêem como são as pessoas se afastam. Namoradas, amigos, esposas, a vida do dependente químico é repleta de estórias conjugais, matrimoniais e de amizades que não deram certo ou sucumbiram. 5. Já em recuperação, as mascaras do dependente químico continuam. Seja ele “o bonzinho”, “o humilde”, “o tímido”, “o sedutor”, “o irritado”, etc. sempre o motivo é, defender ou esconder seu estilo de vida e seus defeitos. Fala de suas aventuras de ativa ou amorosas com orgulho, sem reconhecer que está na pior das situações. Monopoliza os grupos ou tentar angariar adeptos para as suas insanidades, também são formas de máscaras. 6. O perigo do uso continuo de mascaras é que na negação da sua realidade e sentimentos, (dor, culpa, vergonha, medo, raiva, tristeza) acaba perdendo a habilidade e a disposição de lidar com estes sentimentos, causando endurecimento (a pessoa se torna insensível, endurecida). 7. Com o passar do tempo, aumenta a sensação de incompetência, pavor e pânico o que traz o uso de mais mascaras. Ver outros adictos se recuperando e ficar para traz gera um sentimento de angustia que só pode ser preenchido com drogas/álcool ou recuperação. Sinceramente Enganados Sendo a dependência química uma doença que se caracteriza pela negação, podemos dizer que em momentos de nossa vida, estivemos em tal estado de entorpecimento por essa negação, fugindo à realidade de tal forma, que “sinceramente nos enganamos”. Por exemplo achar que esta tudo bem, que amanhã voltaremos ao trabalho, que podemos parar de usar sozinhos, não é exatamente mentira. Acreditamos nessas estórias como se fossem verdade, e quando elas provam não dar certo, contamos e inventamos outras para continuar sobrevivendo. Dentro do pensamento destrutivo do T.R.E. chamamos a isso “conversa fiada”. Uma mulher que tenha um namorado que abusa do álcool e das drogas acaba por se casar com ele tendo a certeza de que depois do casamento ele mudará. O que mais pode gerar um engano dessa proporção nessa pessoa senão a negação à realidade? Quantas vezes já ouvimos ou presenciamos histórias desse tipo? Na verdade temos uma tendência natural para nos enganar. Criamos uma realidade paralela que nos alivia de ter que enfrentar o problema e principalmente tomar uma decisão que pode ser dolorosa. Vemos pais que negam o uso de drogas de seus filhos por anos fingindo que nada esta acontecendo simplesmente para não precisarenfrentar o problema, geralmente culpando “as más companhias” do filho, ou até mesmo culpando a si mesmos; “onde foi que eu errei?”. Prejudicial, esta situação acaba deixando que o problema se agrave e se arraste por muito mais tempo que o tolerável, e quando abrem os olhos à realidade a destruição é enorme. Mesmo a um pai ou mãe perguntado sobre o uso de drogas do filho em estados críticos, vai tentar minimizar ou esconder. Dependentes químicos encontram nesse mecanismo uma forma de continuar justificando para si mesmos o uso de drogas/álcool, mas em um centro de recuperação fazem uso dele para evitar entrar em contato com a dor, para não ter que enfrentar o problema. Parecem estar em recuperação, fazem tudo certo, são prestativos e participativos nas reuniões, para que assim tenham a possibilidade de passar pela internação sem sofrer a dor da mudança. Ferramentas de mudança para dependentes em tratamento são: →Pedir ajuda para suas negações. →Estar sempre atento às próprias manipulações e assumir compromisso sincero com sua recuperação. →Perseverar no seu propósito estando aberto a críticas construtivas. →Vivendo a sua realidade na pratica da 3ª tradição que diz que: “o único requisito para ser membro é o desejo de parar de usar”, entender que este desejo é primordial e deve ser renovado diariamente. Honestidade “A maior viagem de uma pessoa é aquela feita para dentro de si mesmo” (Dag Hammarskjad) “Acima de tudo seja verdadeiro contigo mesmo, e deverá suceder como a noite ao dia, e desta forma não deverá ser falso com ninguém” (Hamlet) → Por que ser honesto primeiro consigo mesmo? → Se não estiver em contato com a própria realidade e sentimentos, não poderei partilhar aos outros. → Se não sei minha verdade não tenho consciência de mim e vivo em fantasias (personagens criados) → Dentro do universo de fantasias, não há limites para minhas vontades, me torno grandioso, egocêntrico e falso. Níveis de consciência: Consciente: Percepção do presente. Subconsciente: Representa o nosso aprendizado recente. Coisas que podem ser acessadas rapidamente, como por exemplo o nome de nossa 1ª professora. Inconsciente: Memórias, impulsos e incômodos, coisas que desejamos esquecer, ou ocultar, mas que tem grande relevância no que somos. Além de ser o centro de armazenamento dos nossos valores. → Apesar de não termos acesso ao nosso inconsciente, ele é responsável por 90% de nossas motivações. Ex. → Podemos passar a vida ressentidos com um irmão mais novo somente porque sentimos que ele tirou a atenção de nossa mãe quando nasceu. → Podemos sentir que somos inferiores pois nos disseram isso durante muito tempo, e ficamos “programados” a sentir essa inferioridade. → Temos tabus, preconceitos e ressentimentos e todos estão no nosso inconsciente. A Janela de Johari Joseph Luft e Harry Ingham Uma maneira simples de entender o jogo de nossa psique. Como funciona, como se desenvolve, como dificulta nosso crescimento pessoal. O propósito de vivermos em grupo e para que possamos deixar que o grupo, as pessoas, nos permitam ver como realmente somos, destruindo crenças errôneas sobre nós mesmos e permitindo criar uma auto-imagem saudável. Assim esta dividido esta técnica para uma melhor compreensão de nos mesmos e dos outros, 1 → EU ABERTO: Eu sei, todos sabem. Todos conhecem, o que quero compartilhar com os outros, falo e deixo transparecer. 2 → EU SECRETO: A pessoa conhece em parte de si mesmo. Não deseja tornar conhecido pelos demais, por temer perder aprovação, se as pessoas perceberem que tem esses sentimentos de hostilidade, suspeita, inferioridade, ressentimento ou de auto piedade. 3 → EU CEGO: Eu não conheço, mas as outras pessoas conseguem ver este conteúdo através de nosso tom de voz, olhar, postura corporal. Somente os demais vêem em mim. Eu não tenho a percepção. 4 → EU INCONSCIENTE: Eu não conheço, os outros não conhecem, coisas que estão guardadas à nível inconsciente ( traumas, conflitos de infância ou antes do nascimento). Só é acessível através de psicoterapia (auto conhecimento profundo). Durante a progressão da D.Q. o bloqueio vai se acentuando, criando abismos difíceis de vencer. Sexo e Recuperação → 70% dos homens e 90% das mulheres tem problemas sexuais antes da D.Q. se instalar. → Repressão na Infância → Abuso → Violência Sexual → Facilitação → Opção quanto a sexualidade → Na D.Q. 90% dos homens e 75% das mulheres são infiéis * O sexo e responsável por grande parte das recaídas, por isso o dependente químico tem que reavaliar toda sua conduta e comportamentos sexuais. Frequentemente o dependente vai perceber que além da infidelidade, as suas praticas sexuais são distorcidas e até mesmo doentias. → Tabus são ocasionados por educação inadequada → Abusos → Repressão. → A associação que o dependente faz da droga/álcool com o sexo esta relacionada à busca de “prazer imediato” * Os resultados diretos das drogas/álcool na saúde sexual do individuo são: → Homem: Perda de ereção, ejaculação precoce ou excessivamente demorada. → Mulher: Menarca antecipada (primeira menstruação), perda da libido (apetite sexual), ciclo menstrual desregulado. * Quando entramos em recuperação e aprendemos a tratar o sexo com mais responsabilidade, quando nos recuperamos de nosso comportamento sexual distorcido, transformamos em AMOR. * O sexo é muito importante para nossa saúde física e mental. O sexo é formado de dois conceitos: 1º → Reprodução humana (perpetuação da espécie) 2º → Para expressar carinho e amor (casamento, namoro, atração) * Freud → Muitos de nossos distúrbios nervosos tem origem em nossas repressões sexuais e impulsos, o que causam tensões emocionais. * Uma nova orientação sexual no tratamento do dependente químico é tão importante quanto manter-se em abstinência de drogas e álcool. Não devemos temer a verdade a respeito do nosso comportamento humano. O conhecimento dos fatos não causa imoralidade, apenas distinguirá os verdadeiros perigos daqueles imaginários (visão distorcida) Escala de Sentimentos → D.Q. doença (1960) reconhecida pela Organização Mundial de Saúde. → Primária = vem primeiro → progressiva = evolui gradativamente com o uso continuado → crônica = não tem cura → fatal = leva a morte em 100% dos casos se não tratada a tempo. Com o uso abusivo e contínuo, o dependente acaba em um estado de loucura permanente ou pode sofrer morte prematura (acidentes, overdose, assassinado, etc.). Mas pode optar por tratar da sua doença através da mudança de seus comportamentos e revisão dos seus valores distorcidos (recuperação). Porque o individuo desenvolve a dependência? → Predisposição orgânica (fatores genéticos) → Fatores psicológicos: sofre influencia do meio, busca de identidade, busca de aprovação, falta de auto-aceitação, etc. No dependente o organismo vai reagir a qualquer tipo de S.P.A. com uma sensação de conforto e alivio aos seus sentimentos. → Na necessidade de evitar a abstinência e continuar a sentir o conforto e o alívio o dependente abusa das drogas/álcool até as ultimas conseqüências. Com isso aumenta a tolerância física (necessita sempre de maiores doses para obter o resultado desejado) Os sintomas: → Físicos: dor de cabeça, tontura, náuseas, vomito, diarréia, insônia, hipersonia, tremores, apagamentos, convulsões e o conhecido “delirium tremens”. → Emocionais: ansiedade, tristeza, culpa, medo, depressão, euforia, desespero, vergonha, etc. Tem remédio? → Para os sintomas físicos: vitaminas, soro, e medicação indicada para os sintomas mais específicos. → Para os sintomas emocionais: terapias, programação de 12 passos, grupos de N.A./A.A. Havendo a possibilidade de, se abandonados esses procedimentos, voltar ao uso ou recair. *Obs.: Com o passar do tempo a abstinência física diminui, mas em contrapartida, se não tratados adequadamente só aumentam a abstinência emocional aumenta. Se tratamos da dependência como doença, podemos distinguir as pessoas entre: → Normais: Aquelas que atravessam suas dificuldades, frustrações, medos e outros fatores decorrentesda vida, de forma satisfatória. Reagem de maneira a ficar, na maioria do tempo, emocionalmente estáveis (faixa da normalidade). → Dependentes: Reagem sempre de forma exagerada, e não conseguem equilíbrio emocional para lidar com as situações da vida. Ou estão depressivos, em dor profunda e desespero, ou ficam extasiados e eufóricos. (bipolaridade) 6º e 7º Passos “Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos estes defeitos de caráter” → Principio espiritual: Boa Vontade * Prontificar-se: → Neste passo é necessário boa vontade e não força de vontade. Se exigimos de nós “força”, corremos o risco de não tê-la o suficiente em determinados momentos, para praticar. Além disso a “força” tem origem na nossa crença em nosso poder superior, e a nós cabe somente a “boa vontade” de fazer aquilo que é a Sua vontade. → Deixar que Deus se envolva, é deixar que Ele controle nossas vidas. → Defeitos de caráter não desaparecem porque eu quero que desapareçam. Precisamos fazer a nossa parte e deixar de praticá-los. Reconhecemos onde falhamos, deixamos de falhar novamente as mesmas falhas e naturalmente estas são removidas. → Sentimos que a nossa boa vontade em deixar de mentir, manipular, roubar, etc., aos poucos vai se transformando em esperança. A satisfação de mais um dia “limpo” aliada ao fato de termos sido honestos, traz a “colheita” de bons frutos, e nossa recuperação torna-se prazerosa. → As mudanças que vem com a prática desse passo são duradouras. Traz crescimento pessoal, espiritual, auto-aceitação, aceitação, humildade e admissão. “Humildemente rogamos a Deus que nos livrasse de nossas imperfeições” → Principio espiritual: Humildade * Neste momento da prática do programa, deixamos de praticar nossas imperfeições, julgamentos, criticas, dependendo da nossa humildade para aceitar que existe um poder maior do que nós mesmos deixamos que Deus aja sua maneira. Depende de mim, aceitar ou não Deus, mas depende principalmente de mim, deixar de praticar as imperfeições. Outra ferramenta importante para esse passo, é o auto-estima. Experimentando os benefícios que sua boa auto estima oferece, pode também evitar a pratica das suas imperfeições. Triangulo da Auto-Obsessão → As pessoas nascem durante algum tempo necessitam dos outros para se alimentar, lavar, trocar etc. A maioria das pessoas evoluem, cada uma há seu tempo reconhecendo suas limitações, e aprendem nessa evolução a deixar de depender de pessoas lugares e coisas para suprir as suas necessidades básicas ou as mais complexas, como: trabalhar e ganhar o próprio dinheiro e poder se auto-sustentar. → Nós, dependentes químicos paramos de evoluir ainda na primeira fase, e continuamos a depender de pessoas, lugares e coisas, desde as mais básicas às mais complexas. Isso cria um ciclo vicioso onde passado, presente e futuro não correspondem as nossas expectativas, às nossas exigências de ser sempre o centro das atenções e nossa falsa idéia que tudo e todos, têm que suprir as nossas necessidades. → Ressentimento, raiva e medo acabam compondo nesse ciclo, os ingredientes para continuar usando drogas e álcool. → Em recuperação, temos que transformar nossas crenças e reações ao passado presente e futuro. Temos que entender que passado, presente e futuro, pessoas lugares e coisas, não vão suprir nossas necessidades de atenção e carinho. → Mudamos nossa maneira de pensar e assim amadurecemos emocionalmente. Ao adquirir maturidade transformamos no que antes era nosso triangulo destrutivo, em construtivo. Aceitamos nosso passado, experimentamos amar e ser amados, criando fé em nosso futuro. → Entre as ferramentas necessárias à quebrar esse triangulo estão o auto-conhecimento, auto-aceitação, aceitação do meio, e reconhecer nosso real tamanho. → Agora a escolha já é só nossa, decidimos se vamos continuar em nosso processo destrutivo ou vamos aprender definitivamente a aceitar as coisas como são, fazer o melhor que podemos, e assim nos recuperar e receber os benefícios desta recuperação. → Importante lembrar que recuperação é um processo e como todo o processo exige esforço, dedicação e principalmente paciência. → Bons momentos. Oração da Serenidade → Serenidade. Calma, paz, tranqüilidade, equilíbrio emocional, paciência, etc. → Aceitar. Não significa ficar indiferente, mas sim desenvolver tolerância com as situações da vida. → Coragem. Para obter é necessário ter “maturidade emocional”. Seguir em frente apesar das dificuldades exige equilíbrio. → Sabedoria. Dizem que ser sábio é aprender com o erro dos outros. A sabedoria nasce da admissão de nossas imperfeições, de saber que as coisas não são como eu quero que sejam, escutando aqueles que se importam com minha recuperação. → Oração. Concentrar sua energia em algo que deseja. Entrar em contato com um poder maior do que eu. Referencias nos 12 passos: Concedei → 2º e 3º passos -nos → 3º e 9º passos Senhor → 2º passo Serenidade → 6º e 7º passos Aceitar → 1º passo As coisas que não podemos modificar → 1º passo Coragem → 4º e 7º passos Para modificar → 4º e 5º passos Aquelas que posso → 3º e 9º passos Sabedoria → 3º e 11º passos Para distinguir → 10º passo A Diferença → 12º passo 8º e 9º Passos “Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas casados” *Medo → Dia a dia da recuperação (responsabilidade) → Viver de uma maneira que nunca vivi → Medo de tomar atitudes e de encarar o “novo” (medo de agir) → Passar por crises → Medo da solidão → Medo da frustração → Medo de ter consciência (do que fez) → Medo de pedir ajuda e ser ajudado * IPC: O mais importante nesse processo é ter consciência, que só pode ser alcançada através do auto-conhecimento. Isso evidencia as coisas que fiz no passado, até onde fui com meus comportamentos para manter o uso de drogas/álcool. → Listar detalhadamente TODOS a quem prejudiquei. È importante nesse momento esqueça que existe o passo 9 pense apenas em escrever todos sem restrições. → Fazer isso exige coragem, muito esforço, e desejo real de recuperação. “Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas sempre que possível, exceto quando fazê-lo pudesse prejudicar a mim mesmo ou ao outro” → Temos que ter em mente que fazer uma reparação não significa que seremos perdoados. Simplesmente assumimos a nossa parcela de responsabilidade e não esperamos que a outra pessoa entenda nossas atitudes. O objetivo deste passo não é pedir perdão ou desculpas por nossas falhas mas sim nos prontificar a não repeti-las. → Humildemente procuramos a pessoa a quem prejudicamos e nos prontificamos a reparar o mal causado. → Algumas reparações serão impossíveis de fazer. Se esta envolve casos de crime que tenhamos cometido por exemplo, ou tentar reparar com alguém a quem devemos dinheiro (traficante), se a pessoa já faleceu, ou se mudou de cidade e não pode ser encontrada, o maximo que podemos fazer é pedir a Deus pelo perdão dessa pessoa e fazer o 3 º passo sobre o assunto. → Como resultado destas reparações seguimos com a sensação de termos passado por momentos ruins e de insanidade mas que finalmente podemos caminhar livres e seguir nosso caminho e crescer. Máscaras e Papéis → O Coitado: A marca registrada do coitado é a auto-piedade, manipula através do sentimento de dó (compaixão) do outro. O objetivo na verdade é esconder a sua grandiosidade. → O Ajudante: Sempre disposto e prestativo, usa falsa vontade para obter e conquistar simpatia temporária, e assim atingir seu objetivo final. Por traz de seu comportamento geralmente existe um pedido ou exigência. Pede aprovação, mas não tem aceitação. → O Líder: Extremamente capaz, inteligente, sagaz, busca sempre estar presente em situações onde “compra a briga” dos outros. Na verdade faz isso para angariar “discípulos”, pessoas que mais tarde possam lhe servir de alguma coisa. Pode também esconder na verdade, medo profundo de ficar sozinho. → O Bonzinho: Demonstra ter valores morais elevados, ser caridoso e preocupado comas pessoas. O objetivo é obter vantagens pessoais através de manipulações. → O Palhaço: Aparenta bom humor, entretém as pessoas com suas brincadeiras, piadas, etc.. O objetivo é esconder o caos de sua vida, evitando assim entrar em contato com suas perdas, além de buscar aprovação do grupo, família, etc.. → O Sedutor: Gentil, educado, altivo, sempre em postura de superioridade, envolvente. O objetivo é facilitar suas intenções através do assédio. → Para conseguir identificar e se despir destas máscaras é necessário um profundo auto conhecimento e ajuda dos outros. “É necessário derrubar todas as minhas máscaras para ser eu mesmo” VIDA E CONSCIENCIA ➢ Conhecimento: É o acumulo de informações sobre determinado assunto (processo de aprendizagem). ➢ Consciência: É a escolha que eu faço de vivenciar um determinado assunto. ➢ IPC: quando trago alguma coisa de conhecimento e exteriorizo, ai é um ato consciente. ➢ Você tem conhecimento da programação, pode até ter o conhecimento e consciência, mas não é psicológico. ➢ Conhecimento em relação à recuperação é tudo, mas sem consciência não vale nada. ➢ O adicto pode mudar tudo isso, o ser humano é mutável. Ele pode ser e ter tudo, é uma questão de escolha.Se passível de mudança, entra em conflito, devo mudar a postura do sentimento, transformando o sentimento ou esgotando o mesmo. ➢ Somo aquilo que sentimos, tenho que ser o que sinto e não querer ser o que não sou o que sinto. ➢ Não passo a viver do problema usando mascaras, tenho que olhar para dentro de mim, para fazer uma escolha na minha vida. O dor é inevitável mas o sofrimento é opcional (12 passos). S.A.D. – Síndrome de Abstinência Demorada ➢ Síndrome: É um conjunto de sintomas da ausência de qualquer substancia psicoativa (SPA) de longa duração. ➢ A SAD vai causar dor da perda da SPA. ✓ Físicas: É causada pela necessidade da SPA no organismo. ✓ Fisiológicas: É causada pela perda principal do método de lidar com a vida e a sociedade. ✓ Social: É acarretada pela sua maneira de viver na sociedade. ➢ A SAD gera vários distúrbios físicos e emocionais. ✓ Físico: Mal estar, náuseas, vomito, formigamento, apagamento, insônia, hipersonia, deliriuns tremens, etc. ✓ Emocional: ansiedade, tristeza, culpa, remorso, angustia, depressão, euforia, desespero. ➢ IPC: O grande problema da dor emocional é que a maioria das vezes é ela que leva a recaída. ➢ A SAD tanto pode piorar, ficar na mesma ou melhorar, indo e vindo. ➢ Ela pode ser: ✓ Regenerativa: pode ir melhorando com o passar do tempo. ✓ Degenerativa: pode piorar com o passar do tempo. ✓ Estável: permanece e some por vários períodos longos de tempo. ✓ Intermediaria: permanece e some por curtos períodos de tempo. ➢ Como lidar com a SAD: ✓ Prestar atenção no processo de recuperação e estar sempre consciente do estresse acumulado, estando sempre preparado para lidar com o mesmo e lembrar que é a presente situação, a maior causadora do stresse.Procure sempre partilhar seus problemas. ➢ SAD física tem remédios? ✓ Sim, medicamentos e vitaminas. ➢ SAD emocional tem cura? ✓ Sim, terapia ou programa de tratamento da DQ, definição e pratica de um Poder Superior (espiritualidade). PERDA, DOR E LUTO ➢ Sou impotente a pessoas, lugares, hábitos e situações. ➢ Luto: sensação (emoção=ato físico do sentimento) que todo individuo enfrenta em diversas fases da vida. ➢ O luto gera perda (vem) e a perda gera dor (inconsciente ou consciente) ➢ Criança → infância → no lugar do útero ➢ Adolescência → descobrimento → ganha coisas novas ➢ Juventude → pronto para começar a vida ➢ Adulto → casamento, vida profissional, pai ➢ O DQ precisa, para entrar em recuperação, viver o luto da droga e aceitar esse processo. ➢ Centro de recuperação: perda da droga → dor inevitável → viver o luto → posso ressuscitar a droga, tenho que perder o habito, o pensamento me contrariar e definitivamente aceitar o que perdi, aquela vida não me pertence mais, tenho que renascer (NA, 12 passos, Jesus) MATURIDADE ESPIRITUAL ➢Mineral (pedra): existe → não tem necessidade → não tem consciência → não tem sentimento. ➢Vegetal: existe → tem necessidade, não tem consciência → tem sensibilidade → se reproduz → busca a sobrevivência, através da raiz → não tem sentimento. ➢Animal: existe → tem necessidade → não tem consciência → tem sensibilidade → se reproduz → busca a sobrevivência → respeita hierarquia → busca lugares melhores para sobreviver → se adapta ao meio → não tem sentimento → tem instinto. ➢Ser humano (hominal): existe → tem necessidade → tem consciência → tem sensibilidade → se reproduz → busca a sobrevivência → não respeita hierarquia → tem sentimentos → tem instintos → desenvolve a vontade, usa sexo e fome para seu prazer, distorcendo a sua necessidade (quando o homem coloca sua vontade acima de sua necessidade se torna animal) → capacidade de mudar o meio. ➢Espiritual: tem tudo o que o homem tem, faz as coisas por escolha, usa a razão e a sensibilidade na criação de melhores condições para si, para os outros e o meio que vive → é capaz de abrir mão de sua própria sobrevivência para que o outro ou seu ideal sobreviva, ama o dever para com o outro, transcende o amor e o torna incondicional. AUTO CONHECIMENTO ➢ Para o desenvolvimento é preciso trabalho e ser um individuo cheio de sonhos. ➢ Família, trabalho, relacionamento, saúde, estudo, etc.= a soma de tudo isso me leva e ser alguém na vida. ➢ Conquistar tudo isso é fácil, difícil é manter. ➢ Cobrança sempre vai existir → auto exame ➢ Medida das qualidades e defeitos → no meu interior vai gerar um sentimento negativo. ➢ Quando o sentimento é negativo o uso aumenta ( eu uso drogas) ➢ Características que geram problemas internos no ser: sono, saúde, sexo (ato sexual) ➢ Olhe para dentro de si, use o programa. COMPORTAMENTO AGRESSIVO ➢ A pessoa agressiva é admirada, pois tem em sai liderança, cria adeptos da sua maneira de pensar e agir, diz lutar pelo seus próprios direitos e dos demais, protege o outro e gera simpatia constante. ➢ Na realidade, seu objetivo é estar em posição superior, fazendo a sua vontade sem se importar com os outros. ➢ Existem pessoas que tem espírito empreendedor e outras tem espírito de porco (agressivo) ➢ O agressivo ataca o problema, mas não tem medida da consciência, ele ataca as pessoas. ➢ T.R.E. – Terapia Racional Emotiva (sentir / pensar / agir) → Assertivo ➢ Comportamentos comuns no agressivo = sarcasmo / ciúme / birra / assedio / manipulação / agressão verbal. ➢ TENHA PACIENCIA GRAFICO DE JELLINEK ➢ Jellinek – foi o medico que caracteriza as fases da dep. química: primaria, progressiva, crônica e fatal. ➢ Como começa a recuperação? (vou morrer) ➢ Aceitação da doença (rendição, 1º. Passo) ➢ É preciso aceitar as perdas causadas pela dep. Química, pois estas perdas gera dor e luto. ➢ A dep. química é caracterizada por 3 fases: ➢ Inicial: macaco ➢ Crucial: leão ➢ Crônica: porco ➢ O resultado da persistência destas fases leva a loucura permanente ou a morte prematura. ➢ Depois destas fases, a solução é entrar em recuperação, seguindo o programa dos 12 passos de anônimos, tentando mudar a qualidade de vida. ➢ PRECISO VIVER EM PAZ 3º. PASSO ➢ Boa Vontade (principio) ➢ “Decidimos entregar nossas vidas e nossas vontades aos cuidados de Deus.” ➢ Decisão implica diretamente em ação (ação é a palavra mágica) ➢ Ação é baseada na fé. ➢ A pratica diária leva-nos a rendição ➢ O melhorar vem com o tempo (honestidade) ➢ Qual a vontade de Deus? ✓ Não sei ➢ Qual a minha vontade? ✓ Eu sei ➢ Deixar de fazer as minhas vontades é fazer as vontades de Deus. ➢ Contrariar-me é o principal trabalho no 3º. Passo, devo estar ciente da minha vontade para controlá-la e ter definido o Deus de minha compreensão. ➢ Humildade para submeter-me a Deus, ser despretensioso ao amor de Deus é incondicional. ➢ Alguns princípios: rendição → fé → compromisso → confiança → esperança → extrema boa vontade (ato de realizar as coisas, contrariando-me fazendo a vontade de Deus.4º. E 5º. Passos 4º.Passo - “FIZEMOS UM PROFUNDO E DESTEMIDO INVENTARIO MORAL DE NÓS MESMOS” ➢ Arrumar a vida. ➢ Descobrir quem realmente somos. ➢ Descobrimos que o medo é a falta de fé. ➢ Descobrir as reservas do nosso subconsciente. ➢ Ver a nossa verdadeira natureza (a natureza do adicto é usar drogas) ➢ Onde vou reafirmar a minha honestidade (principio espiritual do 4º. Passo) ➢ Escrevo sobre minhas deficiências (culpa, vergonha, remorso, autopiedade, ressentimento, raiva, depressão, frustração, confusão, solidão, ansiedade, deslealdade, desesperança, fracasso, medo, negação). ➢ Escrever também as qualidades, tem que ser consideradas, pois temos a tendência de pensar negativo. ➢ Aceitar que tenho boas qualidades, tenho que estar limpo para reconhecê-las (mente aberta, consciência de Deus, honestidade, aceitação, ação positiva, partilhar, boa vontade, fé, gratidão). ➢ IPC: preciso ver meu moral (positivo/negativo), rever conceitos e valores de vida, onde minha muleta de apoio é os 12 passos.Deus não vai revelar mais do que você precisa suportar (infância, família, escola, relacionamentos, religião, preferências, emprego, sit. Social, ativa). 5º. Passo- “ADMITIMOS A DEUS, A NOS MESMOS E A OUTRO SER HUMANO, A NATUREZA EXATA DAS NOSSAS FALHAS” ➢ É a chave para liberdade, ele permite vivermos limpos no presente. ➢ É necessário adotar um novo estilo de vida. ➢ É o passo da reforma intima (precisamos nos livrar das pendências) Emocionais / novo estilo de vida / valores. ➢ Temos de nos livrar do apego ao passado. ➢ Partilhando e sendo humilde perante a Deus, a outro ser humano e a nós mesmos. ➢ Mente aberta (principio confiança). ➢ Temos que esgotar o passado. ➢ Expor nossos motivos e nossas ações. ➢ Finalmente nossa vergonha é superada e podemos evitar a culpa futura. ➢ Não procrastinamos, temos que ser exatos. ➢ Não racionalizar ou minimizar situações passadas. ➢ Contamos a verdade com honestidade e profundidade. ➢ NÃO POSSO FAZER ESSA MUDANÇA SOZINHO – DEUS ➢ O HOMEM QUE EU ERA BEBIA. O HOMEM QUE EU ERA VOLTARA A BEBER. 10º., 11º. E 12º. PASSO 10º. PASSO = “ CONTINUAMOS FAZENDO INVENTARIO PESSOAL E, QUANDO ESTAMOS ERRADOS, ADMITIMOS PRONTAMENTE” ➢ Consciência emocional ➢ Consciência psicológico (Estado) ➢ Consciência Espiritual (Condição) ➢ Cuidado com minhas necessidades ➢ Errou repara logo ➢ Atenção nos meus pensamentos, comportamentos e valores (auto-conhecimento) ➢ Liberta-nos dos destroços do nosso presente ➢ Criar o hábito de olhar para nós mesmos ➢ A partir do momento que estou sóbrio mesmo quando nos sentimos bem, os sentimentos bons são uma coisa nova, precisamos nutri-los, temos o direito de nos sentirmos bem, e nunca esquecer que a nossa 1ª. prioridade é continuarmos limpo 11º. PASSO= “PROCURAMOS ATRAVES DA FÉ E DA MEDITAÇÃO, MELHORAR NOSSO CONTATO CONSCIENTE COM DEUS, NA FORMA EM QUE O CONCEBEMOS, ROGANDO APENAS O CONHECIMENTO DE SUA VONTADE EM RELAÇÃO A NÓS, E FORÇAS PARA REALIZAR ESSA VONTADE” (fé, humildade, amor incondicional) ➢ Melhorar meu contato consciente com Deus, minhas dificuldades ➢ Auto-obsessão (raiva, medo, ressentimento) ➢ Deus preencha o vazio (amar, fé aceitação) ➢ Drogas, eu sou meu próprio dEUs, é preciso compreender que a vontade de DEUS é melhor que do que a minha ➢ Fé = força (satisfação espiritual) ➢ Oração e meditação com consciência onde eu reze, agradeça, peça com fé e ao tempo de Deus.Onde eu medite, converse com meu Poder Superior (Deus) 12º. Passo = “TENDO UM DESPERTAR ESPIRITUAL EXPERIMENTADO, GRAÇAS A ESTES PASSOS, PROCURAMOS TRANSMITIR ESTA MENSAGEM AOS ALCOOLICOS QUE AINDA SOFREM E PRATICAR ESTES PRINCIPIOS EM TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES” (fé, confiança, tolerância, paciência, levar a mensagem) ➢ Engloba todos os 11 passos anteriores ➢ Começa a estender a mão a aquele que ainda sofre ➢ Quando mais ajudamos mais somos ajudados ➢ Eu preciso de ajuda e não nego ➢ Caridade, benevolência e amor incondicional ➢ É quando eu acordo ➢ É quando eu inicio a jornada espiritual ➢ O despertar é demonstrado pelas mudanças em nossas vidas ➢ A mensagem não tem sentido senão a vivermos ➢ No serviço, nos colocamos à disposição, como ferramenta para partilhar recuperação com aqueles que procuram. ➢ Os passos não terminam aqui. Os passos são um novo começo, somos uma visão de esperança, exemplos de que o programa funciona. O PREÇO DE SER BONZINHO ➢ O DQ é bonzinho na ativa e se torna bondoso quando entra em recuperação. ➢ Comportamento do bonzinho leva : ✓ Ao isolamento; ✓ Hostilidade a si mesmo e aos outros; ✓ Auto destruição ➢ Ex.: O bonzinho cria uma atmosfera a impedir que o outro lhe de um retorno honesto ➢ O bonzinho acaba por gerar desconfiança do outro ➢ Pessoas boazinhas impede sutilmente o crescimento dos outros devido sua bondade crônica, devido a isso não se sabe se o bonzinho vai suportar um conflito ➢ Não se pode confiar no bonzinho pois o mesmo explode na raiva ➢ O bonzinho acaba pagando um preço fisiológico por sua bondade crônica ➢ Ex.: ulcera, derrame, enfarte, etc. ➢ O comportamento do bonzinho na verdade é irreal ➢ O bonzinho deseja ser amado e aprovado ➢ Você pode e vai sobreviver sem o amor do mundo inteiro ➢ Bondade é dar sem querer troca DIREITOS PESSOAIS NA MINHA CONDIÇÃO DE PESSOA TENHO O DIREITO DE: ➢ Ser eu mesmo (a) ➢ Recusar solicitações sem sentir que sou egoísta ➢ Ser competente e me orgulhar das minhas realizações ➢ Sentir e expressar raiva ➢ Pedir carinho e ajuda (podem ser recusados, mas eu posso pedir por eles) ➢ Ser tratado (a) como um (a) adulto capaz ➢ Faltar à lógica numa tomada de decisão ➢ Errar é responsabilizar-me pelos meus erros ➢ Mudar de idéia ➢ Dizer “NÃO SEI” ➢ Dizer “NÃO CONCORDO” ➢ Dizer “NÃO COMPREENDO” ➢ Dizer “NÃO ME INTERESSA” ou “NÃO ME IMPORTA” ➢ Não oferecer razão ou justificativa alguma pelo meu comportamento. ➢ Exigir respeito pelas minhas opiniões ➢ Exigir que minhas necessidades sejam tão importantes quanto às necessidades dos outros ➢ Dizer a alguém quais são as minhas necessidades (pode até ser que não interesse a essa pessoa fazer alguma coisa por elas) ➢ Julgar meu próprio comportamento, pensamentos e emoções e responsabilizar-me pela iniciação deles e pelas conseqüências que acarretam sobre mim ➢ Julgar se sou responsável por encontrar soluções para os problemas dos outros ➢ Crescer, aprender e mudar, e dar valor á minha idade e experiência. ➢ E às vezes tenho o direito de exigir coisas dos outros AUTO ESTIMA A revolução industrial causou uma ruptura na evolução ou processo de amadurecimento do homem. O que podemos perceber que a relação Eu/tempo/espaço, causou a perda de conexão com o Eu interior, as crianças tem menor tempo para serem crianças, o período de infância diminui, seu desenvolvimento deixou de ser orgânico para ser artificial, sendo bombardeados por informações eletrônicos de toda ordem e requisitos sem fim para contentar o que é cobrado. (infinidade de cursos e habilidades) Assim o ego (persona) confundiu-se com o Eu exterior, esquecendo da espontaneidade, criatividade e alegria de viver ( o que preciso ser substituiu o que sou). Mas a mudança pode ser explica como a situação de um bebe que quando tem a fralda molhada primeira impressão que tem e de satisfação por estar quentinha, com o tempo esfria ela chora e berra.Assim é o homem, vive de aparência tudo parece estar bem, basta TER coisas, diplomas, pessoas, parece estar feliz, mas com o tempo, o vazio, o medo à vulgaridade traz a dor de não saber o que é, com o que pode efetivamente contar, no porque as pessoas estão com ele, se é pelo que é ou pelo o que tem. Assim segue o processo natural de desenvolvimento do ser: O desenvolvimento do ser humano pode ser dividido em 03 fases principais: 1. Absorção: Do nascimento aos 7 anos de idade a criança reage aos estímulos do mundo externo absorvendo como se fosse uma esponja, vai absorver o que houver, sua função é essa.É a época que se aprende mais e rápido.Aprende-se as regras básicas para a sobrevivência.A capacidade de absorção precisa serpredominante, antes do desenvolvimento da capacidade do conhecimento.Assim tudo que se adquire nesta fase permanece fortemente impresso em sua personalidade para toda a vida, a exemplo da formação religiosa recebida através da família de origem. 2. Modelação: Ocorre de 7 a 14 anos de idade.É a fase do questionamento, selecionando o que deve ser ou não codificado.Passa-se a dar maior importância ao que de fato foi presenciado.Aprende-se a avaliar antes de acreditar.No entanto, 99% dos conceitos de avaliação já foram codificados em sua mente nos primeiros 7 anos. Por esta razão, por mais que o adolescente conteste o adulto, no fundo repetira exatamente o modo de vida dos seus pais (adicção/comportamentos/etc.). Exemplo: maus tratos /mentiras: mamãe dizia que era errado, no entanto você a via mentir; o que levou você a acreditar que mentir é valido, dando lugar a uma situação de dupla mensagem. Mais tarde os pais se espantam com o comportamento incoerente dos filhos que estão fazendo o que viram em casa e imitando seus modelos parentais. A palavra convence e o exemplo arrasta. 3. Socialização: De 14 a 21 anos de idade. O adolescente não quer mais estar com os pais e, sim com o grupo de iguais. Preferem ficar com colegas que passar o final de semana na praia com os pais. Tudo deveria se completar aos 21 anos, porém isto é teórico pois existem pessoas que não conseguem sair da casa dos pais.Às vezes saem fisicamente, mas emocionalmente não tem autonomia, sua personalidade está pouco desenvolvida. Isto pode ser alterado no decorrer da vida a qualquer momento, basta conhecer a maneira certa de codificar-se. Às vezes falhamos quando acreditamos estar prontos e nos perguntamos: “Porque não deu certo?” “Não passei naquele concurso?” “Não consegui aquela promoção” “Não consegui aquele emprego?”. Com certeza não houve aquela dedicação harmônica e adequada. Com a auto estima também ocorre o mesmo. Digamos que em vez de sentir-se seguro e capaz ante um momento decisivo, prevaleça a lembrança de alguém dizendo no seu ouvido o quanto é incapaz. Aquelas afirmações que ao fato de tanto ser repetido e vindo geralmente de fonte tão respeitável e poderosa como de nossos pais. A menos que consigamos entrar em contato com a criança que você foi, pegando sua própria semente, cuidando dela com carinho e atenção.Para isto temos que focalizar nossa atenção na criança que fomos, tratar dela com carinho e consideração. Procure buscar uma foto sua preferência sozinha, quando tinha de 3 a 7 anos e coloque num canto intimo e visível em sua casa.Olhe todos os dias para ela e pense o que vai fazer a partir de agora para deixá-la bem feliz. BARREIRAS À RECUPERAÇÃO (Obstáculos contra a recuperação) A área governamental e da saúde tem demonstrado preocupação com o alto índice de dep. química em nossa sociedade. Tem sido organizadas comissões, agencias e grupos de cidadãos para promover educação, pesquisa e tratamento para este serio problema sócio-politico-psicologico. PASSADO: Psicólogos e psiquiatras em tempos passados, tiveram pouco interesse e motivação em tratar da doença: 1. A dificuldade em manter o d.q. em tratamento, 2. A atuação, representação e manipulação que aumentam as barreiras entre paciente e terapeuta, com resultados desencorajadores. RECENTE: Recentemente, as profissões medicas, psicológicas e sociológicas, tem aceitado o desafio de compreender a doença dependência química e a sua natureza. Por que: 1. Aceitaram o problema como doença e foram feitos; 2. A mudança na opinião publica (o d.q. não tem força de vontade, são mendigos de rua e que não vale a pena ajudar). 3. Mudança na atitude dos profissionais: muitos casos de d.q. tratados em hospitais psiquiátricos, sendo também tratados como doentes mentais. Compreender a personalidade do d.q. é tarefa difícil. Temos que lidar não apenas com o uso problemático do d.q., mas com sua personalidade complexa: ✓ Falta aparente de motivação para lidar com os problemas, ✓ Apoio familiar, vocacional e social (facilitadores), ✓ Complicação de diagnósticos psiquiátricos múltiplos. Exemplo: existem poucos d.q. hospitalizados, livres de sérias psicopatológicas, que incluem: síndromes cerebrais crônicas e agudas, neuroses, desordens de caráter e psicoses. Apresentamos agora, alguns conceitos sobre a natureza da dep. Química, a partir de um ponto de referencia que é comum: é importante não supormos que d.q. são um grupo homogêneo, e o que segue não é o retrato de todos eles, em vez disso, os conceitos que aqui discutiremos, estão entre algumas das características comuns a doença. 1. BARREIRAS À AJUDA: Fase mais complexa: má vontade em se render ao seu problema.Admitir que é dep. Químico.A pessoa parece estar negando a realidade do seu problema. Render-se, chegar ao fundo do poço – admitir: é um processo psicológico emocionante.Esse processo implica em rendição. Isto significa que: ➢ O d.q. tem que reconhecer que não pode fazer as coisas sozinho. ➢ É incapaz de resolver seus problemas. ➢ É a confirmação de que é inútil, inadequado e enganado sobre si mesmo e os outros. Tem que admitir isso sobre si próprio. Negar que tem problemas com os químicos significa: Que está se agarrando ao ultimo desejo infantil de que pode controlar seu uso de químicos e portanto, não ser diferente ou inferior aos outros; O ato de desistir, entregar-se é também um processo de submeter-se a profundas necessidades dependentes, as quais têm consumido muita energia em negar. Porque deveria ter medo de suas necessidades infantis dependentes? Parece que ser dependente de pessoas representa para ela uma perda de identidade, com a qual não consegue lidar ou encarar. O processo de rendição não ocorre apenas uma vez, mas deve ser repetido diversas vezes. Uma pessoa chegará ao fundo de poço: Desenvolverá uma quantidade apropriada de humildade e rendição à outras e então buscará tratamento e ajuda; Porem, o efeito não é duradouro. O ego se inflará e a pessoa se tornará independente e desafiará orientação e ajuda; Segundo estudiosos da doença da dep. Química, a salvação do d.q. está sempre em manter o ego reduzido, em se manter humilde. É importante que o terapeuta esteja alerta e atento ao seu ciclo de rendição, para prever a recaída. 2. VINCULO PERFECCIONISMO / FRACASSO Outro conceito é o VPF (Vinculo perfeccionismo / fracasso) ou desejo de super-homem (mulher). O padrão de muitos d.q. durante sua recuperação, parece ser o de que luta pela perfeição para compensar comportamentos inaceitáveis do passado (sistema de valores). Devido ao seu perfeccionismo, constroem o fracasso para si mesmo, por quê? O estabelecimento de metas é muito alto e irreal, e quase sempre garante que irão falhar, adicionando ao seu profundo sentimento de inadequação; Não podem se permitir errar ou ser apenas humano.Precisam saber tudo, ter respostas certas para qualquer situação; Cometer algum erro, iguala-se à total e completo fracasso.É como uma pessoa andando pela corda bamba durante a vida; Não tem margem para erro, criando uns permanentes estados de tensão e medo, que é bem evidente em muitos dep. químicos. COMO CONCEBEMOS O momento mais importante em AA, foi quando os co-fundadores entenderam que deviam deixar de serem pregadores, abrindo mão de tentar converter os alcoólicos, daí nasceu a idéia de entender Deus como cada um quisesse entender. Mas há um paradoxo aqui como ressalta o texto do 2º. Passo, ou seja, para parar de usar, não é necessário acreditar em Deus, pois se nossa pseudo fé fosse verdadeira não teríamos chegado até aqui, mas o nosso padrinho dirá com certeza, que sem Deus não ficaremos sem usar drogas. Então o que resta é conceber um Deus, porque há situações na vida, que se não tivermos algo maior, que possa elucidar nossas mentes praticas, racionalizando os nossos sentimentos, com certeza iremos direto para a recaída. Mas para isso é necessário compreender e definir o que é Deus em nossa vida, para isso temos que entender as religiões, nos situarmos e começar a vivenciar
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