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AULA 2 – PROF. DANIELA PROPEDEUTICA AULA: ANAMNESE DO IDOSO (CAP. 181 – SEM. PORTO) SENESCÊNCIA X SENILIDADE Senescência: Envelhecimento (pessoa consegue envelhecer com saúde, com êxito, independência Senilidade: Envelhecimento com mais dor, mais difícil, não saudável Patologias múltiplas e crônicas Uma patologia interfere na outra Patologias mais frequentes: demência, incontinência, instabilidade, imobilidade, isolamento social, depressão Relação médico-paciente Esses indivíduos temem a perda de autonomia e da independência. O pré-requisito mais importante é um bom atendimento aos idosos é acreditar que mesmo o mais longevo e frágil deles poderá beneficiar-se com habilidades de um médico bem preparado, desde que se estabeleça a recuperação e a independência. AVALIAÇÃO DO PACIENTE IDOSO Objetivos: -Manutenção da independência funcional -Extensão da expectativa de vida -Melhora na qualidade de vida COMUNICAÇÃO O estabelecimento de uma relação respeitosa, eles esperam ser reconhecidos como sábios, dignos e prudentes Partir do pressuposto de que o idoso é capaz de compreender as perguntas que lhe são feitas ou as orientações que lhe são fornecidas, nunca se dirigir ao acompanhante A utilização de uma linguagem clara, evitando-se adoção de termos técnicos que podem não ser compreendidos Chama-la pelo seu nome e manter contato visual, preferencialmente de frente e em local iluminado, considerando um possível declínio visual ou auditivo Quadro/tabela: a comunicação com a pessoa idosa para aprimorar Use frases curtas e objetivas Chame-o pelo nome ou da forma como ele preferir Evite infancilizá-lo utilizando termos inapropriados como “vovo, querido, lindinho” Pergunte se entendeu bem a explicação, se houve alguma dúvida Repita a informação, quando essa for erroneamente interpretada, utilizando palavras diferentes, dê uma preferencia a uma linguagem mais apropriada Fale de frente, sem cobrir sua boca e, não se vire ou afaste enquanto fala Aguarde a resposta da priemeira pergunta antes de elaborar a segunda, a pessoa idosa precisa de um tempo maior para responder Não interrompa a pessoa idosa no meio de sua fala, demonstrando pressa ou impaciencia. É necessario permitir que ele conduza seu proprio pensamento PRINCIPIOS BASICOS DO EXAME CLÍNICO Quanto maior a idade maior o risco de fragilidade e incapacidade A idade cronológica guarda pouca relação com as condições clinicas e com prognostico Existem estereótipos e preconceitos em relação a velhice, chamados de etarismo: os idosos são poli queixosos, pessimistas, ranzinzas e pouco comunicativos Muitos idosos tem preconceito com sua própria idade, seus sintomas são sempre devido ao envelhecimento e não tem tratamento Quase sempre om médico é bem mais jovem que o paciente, podendo gerar uma dificuldade de confiança. Para evitar isso assuma uma postura digna e trate-os com respeito Levar em conta que os valores socioculturais em que foram criados são muito diferentes de hoje, respeite. ANAMNESE EM IDOSOS A história geralmente é mais longa Demanda mais de um encontro para ser completa Lembrar que a consulta por si é terapêutica Tente descobrir o que incomoda mais naquele momento A queixa pode ser um diagnóstico, como hipertensão A queixa do paciente não é a queixa da família (dizer que está bem, mas a família discorda) O PACIENTE INFORMA POUCO SOBRE SUA DOENÇA -A doença é aceita como inevitável -A doença é considerada uma consequência natural do processo de envelhecimento -O paciente é intimidado por um médico apressado -O paciente nega que esteja doente -O paciente tem medo de fazer grandes gastos caso esteja doente -O paciente teme as consequências de informar os seus sintomas (exames, medicamentos, cirurgias) DOENÇAS COM APRESENTAÇÃO ATÍPICA -Limiar aumentado para dor faz parte do processo de envelhecimento. São comuns infarto do miocárdio, abdome agudo e cárie dentária sem dor -O paciente restringe as atividades físicas, por isso não apresenta sintomas (p. ex., não faz esforço suficiente para ter dispneia quando apresenta insuficiência cardíaca) APRESENTAÇÃO INESPECÍFICA DAS DOENÇAS AGUDAS -Infecções, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio manifestandose somente com confusão mental, queda ou incontinência BARREIRA DE COMUNICAÇÃO -Desconforto, problemas de linguagem, deficiências sensoriais e cognitivas, além do desconhecimento do médico HISTÓRIA EXTENSA E MAL CARACTERIZADAS -Múltiplas doenças interagindo entre si TESTE DA SACOLA DE REMÉDIOS Medicamentos em uso Devemos encorajá-los a levar todos os remédios em uso para conferir se estão corretos Insistir na automedicação Consenso brasileiro de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos ALTERAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO CORPORAL COM O ENVELHECIMENTO Diminuição da massa óssea (osteoporose) Diminuição da massa músculos sarcopenia Redução da água intracelular Diminuição do tecido subcutâneo dos membros (pele mais fina) e aumento no tronco Aumento do diâmetro da caixa torácica Diminuição da estatura em cerca de 1cm por década a partir dos 40 anos, em decorrência da acentuação da cifose e achatamento dos arcos dos pés e dos discos intervertebrais IMC dos idosos muda: PERDA PROGRESSIVA DA FUNCIONALIDADE Múltiplas doenças crônicas, manifestações clínicas podem confundir o examinador Queixas múltiplas e mal caracterizadas podem levar a erro No momento do plano terapêutico o médico deve incluir um familiar ou cuidador Aspectos especiais do interrogatório sintomatológico do paciente idoso: Deficiência de memória Distúrbios de comportamento Deambulação compulsiva Tonturas Alterações da marcha e uso de equipamentos de adaptação (bengalas, andadores) Problemas com os pés Quedas Perda visual Perda auditiva Problemas dentários e uso de prótese Distúrbios alimentares, dietas especiais e perda de peso Modificação do sono Fadiga Dor Incontinência Úlceras de pressão Sintomas depressivos e ansiedade sexualidade SISTEMA NERVOSO Redução do tempo de sono, aumento dos despertares noturnos Atenuação dos reflexos tendinoso ORGAOS DO SENTIDO Audição diminui com a idade prebiacustia Ptose palpebral, catarata, diminuição da acuidade visual = presbiopia Receptores olfatórios diminuem e papilas gustativas atrofiam + medicações e doenças crônicas podem prejudicar a saúde – perda de apetite. APARELHO CARDIOVASCULAR Arteriosclerose (doença degenerativa da artéria) Barorreceptores controla nossa pressão conforme nossa posição (recomendar que façam qualquer coisa mais devagar) Espessamento, calcificação ou fibrose das válvulas, principalmente mitral e aórtica Redução de células no nó sinusal – arritmias SISTEMA RESPIRATÓRIO Enrijecimento e calcificação das articulações em todo o tórax Diminuição dos sistemas de limpeza brônquica e ciliares – aumento do risco de pneumonias SISTEMA DIGESTÓRIO Perda de dentes Diminuição da saliva Muitas patologias e uso de diversas medicações Uso de próteses Glossodínea sensação de queimor na língua Enfraquecimento do intestino grosso leva a divertículos Atrofia das microvilosidades Discinesia da vesícula (perda da contração eficaz da vesícula, podendo levar a cálculo) SISTEMA URINÁRIO Musculatura vesical e uretral é atrofiada Diminuição do peso e volume dos rins Aumento do aparecimento de cistos renais a partir de 50 anos A partir da 4ª década de vida o fluxo plasmático renal e filtração glomerular diminuem 10% por década Complacência da bexiga diminui, aumentando o volume residual, não consegue esvaziar completamente, fica um pouco de urina, aumentando o risco de infecção AGA – AVALIAÇÃO GERIATRICA AMPLA É um instrumento de avaliação multimensional no idoso. Feita de forma interdisciplinar. Serve como avaliação inicial e para um planejamento das ações a curto e longo prazo Objetivos: Melhorar a acurácia diagnostica Estabelecer parâmetros para o acompanhamento do paciente Avaliar a capacidade funcional do individuo (o quanto ele é independente) Orientar a decisões que visam preservare restaurar a saúde, identificar fatores para evitar iatrogenias Identificar indivíduos de alto risco Servir de guia para modificações no ambiente Estabelecer critérios para indicar reabilitação, internação, institucionalização e alta Parâmetros avaliados: Equilíbrio, mobilidade e risco de quedas Função cognitiva e condições emocionais Capacidade funcional Déficits sensoriais Condições socioambientais Estado e risco nutricional Poli farmácia e medicamentos inapropriadas Multimorbidades Autoavaliação da saúde ESCALA DE KATZ: