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Duas maneiras de utilizar o PEX no sistema hidráulico

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1 
Duas maneiras de utilizar o PEX no sistema hidráulico 
 
Tubulações flexíveis podem ser executadas com ou sem acessórios de 
derivação 
 
Juliana Nakamura 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impulsionado pelo crescimento da construção seca no mercado brasileiro, aos poucos o 
polietileno reticulado (PEX) vem se firmando como mais uma alternativa para instalações 
hidráulicas. Bastante difundido na Europa e na América do Norte, o material que permite a 
condução tanto de água fria como quente, servindo também como duto para aquecimento 
do piso, garante maior flexibilidade. O raio de curvatura mínimo para um tubo PEX é de 
dez vezes o seu diâmetro exterior. Quando usados curvadores de alumínio, a curvatura é 
de aproximadamente cinco vezes o diâmetro do tubo; se de PVC, 2,5 vezes. 
 
O sistema, tal como foi concebido, se assemelha a uma instalação elétrica. O tubo flexível 
é introduzido dentro de um tubo-guia (rígido ou corrugado) a partir de um quadro 
(manifold) até os pontos de consumo, sem derivações. Esse distribuidor, que pode ser de 
cobre ou latão e contar com duas, três ou quatro saídas, pode ser associado a outros 
manifolds ou ligar-se diretamente à prumada. A vantagem é que, reduzindo o número de 
conexões como joelhos e cotovelos para fazer a maior parte das curvas, a probabilidade 
de ocorrer vazamentos diminui. 
 
Já a presença de uma espécie de eletroduto torna mais fácil o acesso ao sistema. "Se 
algum ponto de utilização apresentar problemas, basta retirar o ramal correspondente, 
efetuar os reparos e passá-lo novamente, facilitando a identificação de falhas, evitando 
quebras de revestimentos e paredes e agilizando a manutenção", afirma Odair Obregon, 
gerente comercial da Pex do Brasil. 
 
A presença de colunas é minimizada, uma vez que o trânsito horizontal dentro dos 
pavimentos é acessível e livre de conexões intermediárias, eliminando as zonas de risco. 
Essa característica atende, principalmente, edificações como escolas, hospitais, hotéis e 
indústrias, onde a interdição para manutenção e reparos de obra torna-se muitas vezes 
um problema crítico. Além disso, a superfície lisa do tubo e a ausência de depósitos de 
calcário e corrosão, associados ao menor número de conexões, conferem ao sistema 
 
 2 
baixos níveis de perda de carga e permitem a utilização de diâmetros menores. 
 
 
Características dos tubos PEX 
 
Flexibilidade: o raio de curvatura mínimo do polietileno reticulado é de dez vezes o 
diâmetro exterior. Quando usados curvadores de alumínio, o raio é de aproximadamente 
cinco vezes o diâmetro. No caso do PVC, esse índice é de 2,5 vezes. 
 
Peso: para diâmetros iguais, os tubos PEX são cerca de sete vezes mais leves que os de 
cobre. 
Alta resistência à pressão e à temperatura: 10 kgf/cm² a 95ºC contínuos SDR 7,4 
(espessura da parede do tubo). 
 
Resistência a altas temperaturas: 90°C permanentemente com ocasionais picos de 110°C 
por até 48 horas. 
 
Resistência a congelamento: o menor coeficiente de condutibilidade térmica torna 
praticamente impossível o congelamento dentro da tubulação PEX. 
 
Acústica: a natureza do material e sua flexibilidade atenuam a transmissão de ruídos e 
vibrações. 
 
Resistência química: inerte à grande maioria dos produtos químicos (ácidos, bases, 
anticoagulantes à base de glicol etc.) Além disso, o polietileno reticulado não está sujeito à 
corrosão galvânica, ao contrário do cobre e do ferro. 
 
Rugosidade: a superfície lisa do tubo, a ausência de depósitos calcários e corrosão, 
associados ao reduzido número de conexões, permitem ao sistema baixos níveis de perda 
de carga. De acordo com alguns fabricantes, o coeficiente de rugosidade do PEX chega a 
0,007 mm. 
 
Vida útil estimada: 50 anos 
 
Compatibilidade: instalação adaptável a todo tipo de projeto, seja em gesso acartonado ou 
em alvenaria convencional. 
 
 
Derivação 
Assim como em tubulações rígidas, o PEX pode ser instalado com ramais, sub-ramais, 
joelhos e conexões em "T". Nesse caso, o sistema apresenta algumas vantagens em 
relação ao PVC e ao cobre, por exemplo, como a absorção das pressões causadas pelo 
Golpe de Aríete e a possibilidade de fazer o percurso da tubulação com o próprio tubo. Em 
comparação com o sistema manifold, exige o emprego de menor quantidade de tubos, 
barateando a solução. No entanto, se instalado desta maneira, perde-se uma das 
principais vantagens do sistema flexível que é a de reduzir o número de conexões 
 
Manifold 
Forma mais tradicional de utilização do PEX, possui o mesmo conceito de uma instalação 
elétrica: o tubo de polietileno reticulado é introduzido dentro de um tubo condutor que o 
guia da caixa de distribuição (barrilete) até os pontos de consumo. A água corre por um 
sistema de tubos flexíveis, sem conexões intermediárias, permitindo a inspeção, troca e 
manutenção sem quebras de revestimentos e paredes. Além disso, por eliminar emendas, 
esta forma de utilizar o material reduz a possibilidade de vazamentos. O PEX com 
manifolds pode ser empregado em paredes de gesso acartonado e em alvenaria 
convencional 
 
 
 3 
Adaptações nacionais 
Por outro lado, o sistema flexível requer a utilização de uma quantidade maior de tubos, 
se comparado ao PVC, material mais empregado no Brasil nas instalações de água fria. 
Isso interfere diretamente no custo final da solução, que se vale integralmente de 
componentes importados de países como Espanha, Itália e Israel. Segundo dados da 
própria Pex do Brasil, se analisado exclusivamente o preço do produto, o PEX chega a 
custar até 30% a mais do que o PVC. "A diferença diminui bastante, entretanto, se o 
polietileno reticulado for comparado ao cobre", explica Obregon. 
 
Por isso, no Brasil, o sistema vem sendo adaptado para se ajustar, sobretudo, ao 
orçamento das obras. Uma das soluções encontradas foi a implementação parcial do 
sistema, mesclando o polietileno reticulado com materiais rígidos, como o PVC e o cobre. 
Outra foi a instalação do sistema PEX de maneira convencional, baseada no mesmo 
princípio das instalações de tubulações rígidas de PVC, ou seja, com a utilização de ramais 
e sub-ramais, conexões em "T", reduções e cotovelos. Neste caso, a diminuição das 
conexões não é tão grande quanto no sistema com manifolds e a acessibilidade da 
instalação é prejudicada por causa da ausência de tubo-guia e das conexões serem 
embutidas. 
 
Entretanto, por ainda se tratar de um sistema flexível, o percurso das prumadas e ramais 
continua podendo ser feito com o próprio tubo, dispensando cotovelos e representando 
uma vantagem em comparação com as tubulações rígidas. Além disso, assim como no 
sistema com manifold, os ruídos e vibrações das instalações são menores do que em 
sistemas rígidos. "A forma de instalação preferencial é a com manifold (barrilete). Porém, 
para quem não tem condições de investir mais, uma alternativa é agregar um pouco de 
flexibilidade ao projeto misturando o PEX com sistemas rígidos, como o PVC e o CPVC", 
afirma Orestes Marracini Gonçalves, professor da Escola Politécnica da USP e diretor da 
Tesis-Tecnologia de Sistemas em Engenharia. "Inserir um número maior de conexões faz 
com que o sistema PEX perca uma de suas principais características, que é justamente a 
de reduzir emendas", acrescenta o pesquisador Adilson Lourenço Rocha, coordenador do 
Laboratório de Instalações Hidráulicas do IPT. 
 
 
 
Hidrogênio eliminado 
O polietileno é uma resina plástica composta de macromoléculas lineares constituídas de 
hidrogênio e carbono em ligações alternadas. A reticulação, processo que transforma um 
tubo de polietileno de alta densidade (HDPE) em PEX, consiste na eliminação do 
hidrogênio do sistema fazendo com que as novas ligações espaciais formadas apenas por 
carbono gerem ao novo produto suas principais qualidades, como flexibilidade, alta 
resistência e memória térmica. 
 
Técnicas diferentes de reticulação geramtrês tipos de tubo PEX: 
PEX A - reticulado com peróxido, uma substância orgânica. 
PEX B - reticulação mediante adição de silano ao polietileno, em reação com a água 
quente ou vapor. 
PEX C - reticulação por irradiação de elétrons. 
 
 
Ganhos e perdas 
Uma das questões que circundam novas tecnologias na construção diz respeito à 
necessidade de mão-de-obra especializada para instalação. No caso das tubulações em 
polietileno reticulado mais ainda, pois esse quesito é comumente utilizado como 
argumento de vendas. 
 
Segundo Miguel Bazán Roca, diretor da Astra, uma das empresas que importa tubos 
flexíveis para o Brasil, a execução da instalação hidráulica com PEX é realizada com maior 
 
 4 
rapidez, com acoplamentos sob pressão e conexões rosqueáveis, dispensando a 
preparação da superfície com lixamento e uso de adesivos químicos e maçarico. "O 
sistema que oferecemos não necessita de mão-de-obra especializada. As junções 
rotacionam, permitindo ajustes durante a instalação, facilitando a montagem de kits. Em 
caso de erro na montagem, as conexões podem ser desmontadas e reaproveitadas", 
afirma o engenheiro. 
 
O pesquisador Adilson Lourenço Rocha, no entanto, ressalta que ao mesmo tempo em que 
a tecnologia pode reduzir o tempo de execução e a quantidade de homens trabalhando, a 
falta de cultura no Brasil para a utilização dessa tecnologia pode representar perdas. 
"Hoje, para grande parte dos profissionais, o sistema PEX ainda é uma novidade e, por 
isso, é inevitável que ocorram algumas resistências nesta etapa", acredita. "Quando o tubo 
de PVC começou a ser utilizado pela construção brasileira na década de 70, os fabricantes 
foram obrigados a oferecer inúmeros cursos para treinamento de instalador. A expectativa 
é a de que o PEX passe por esse mesmo processo", complementa. 
 
Padrão nacional 
Há mais de 30 anos, o polietileno reticulado é empregado na Europa como sistema de 
aquecimento de piso. No Brasil, por causa do reduzido uso de sistemas de aquecimento, o 
polietileno reticulado passou a ser utilizado como condutor de água quente e fria em redes 
hidráulicas há menos de dez anos. Desde então, fornecedores vêm lutando contra os 
principais obstáculos à tecnologia, como o preço mais elevado. 
 
A solução tende a passar pela nacionalização da produção de tubos de polietileno 
reticulado. Para Odair Obregon, esse é um estágio inevitável e que deverá ocorrer em 
menos de dois anos. 
 
De acordo com Orestes Gonçalves, o crescimento da demanda e um certo 
amadurecimento do mercado já justificam o início de discussões para elaboração de uma 
norma técnica para o PEX. Hoje, os produtos disponibilizados devem seguir referências 
técnicas e normas internacionais. "Vale salientar, no entanto, que o PEX ainda não é um 
produto disponível em lojas de material de construção. Por isso é importante estar ligado 
ao fornecedor de tecnologia para ter certeza de que ele irá fornecer material e orientação 
necessária em caso de algum problema", conclui Gonçalves. 
 
 
 
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/71/artigo32525-1.asp

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