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RESUMO DE IMUNOLOGIA (COMPLETO)

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1 
 
Histórico 
A imunologia é uma ciência ainda em desenvolvimento 
que foi relatada pela primeira vem em Atenas, por 
Tucídides, após uma peste, na qual as pessoas que 
foram contaminadas uma vez e sobreviveram, não 
eram contaminadas de novo, ou a segunda vez nunca 
era fatal, sendo o primeiro relato do principio da 
exposição ao antígeno para memória, ou seja, a vacina. 
Além disso, a descoberta da primeira vacina, contra a 
varíola, por um médico inglês proporcionou um grande 
avanço na imunologia. Esse acontecimento é o caso no 
qual ele pegava a secreção dos machucados das 
ordenhadeiras que nunca pegavam o tipo mais grave 
da varíola e conseguiu imunizar uma criança (bem 
resumido kkk). Tem mais acontecimentos, mas 
desnecessário gravar isso. 
Introdução 
O sistema imune é o sistema composto por órgãos, 
células e moléculas (como os anticorpos, que são 
proteínas), imunologia é a parte da biologia que estuda 
o sistema imune. 
OBS: Nunca colocar na prova que anticorpo = célula. 
A função do sistema imune é muito mais ampla do que 
simplesmente proteger, combater e defender o corpo, a 
função do sistema imune é manter a homeostasia, e 
para isso você vai ter que eliminar patógenos, combater 
infecções, etc. 
▪ Linfócito secreta prolactina, que é responsável para 
estimular a produção de leite. 
▪ Linfócito faz sinapse com neurônios que auxilia na 
transdução do impulso nervoso. 
▪ Por que em situações emocionais extremas o 
sistema imune é alterado? 
▪ Por que em situação de produção hormonal 
anormal, o linfócito secreta algumas coisas que 
podem suprir essa ausência? 
Por esses e outros motivos é muito básico falar que o 
sistema imune possui como única e exclusiva função a 
defesa. 
Existe uma conexão muito íntima entre o sistema 
imune, endócrino e nervoso, como pode ser percebido 
pelos exemplos citados acima. 
 
Tendo em vista que o nosso sistema imune tem como 
objetivo manter a homeostase, quem são os invasores 
que vem para desequilibrar essa homeostase e são o 
alvo do nosso sistema imune? 
São os antígenos, que são qualquer coisa que pode 
ser reconhecida, gerando ou não uma resposta 
imunológica. Nosso corpo tem antígenos próprios, que 
em uma situação de homeostase não geram nenhuma 
resposta, por exemplo. 
Qual a origem desses antígenos? 
Esses antígenos tem sua origem nas coisas que entram 
no nosso corpo, mas são do meio externo, como vírus, 
bactérias, protozoários, que são os microrganismos, ou 
seja, os componentes vivos. Também temos 
componentes não vivos, como pó de minério da vale 
e pólen, por exemplo. 
Porém, a maior fonte de entrada de antígenos no 
nosso corpo é pela alimentação, ou seja, a comida 
que ingerimos. 
Por que que a resposta a comida é diferente da 
resposta a uma patógeno? 
Qualquer antígeno que entra por via oral tem uma 
resposta menor do que o que entra por outra via do 
corpo, pois, os antígenos são apresentados as células 
do sistema imune em um contexto anti-inflamatório 
produzido por citocinas no trato gastrointestinal (como 
TGF-beta e Interleucina 10), então, como os antígenos 
alimentares são apresentados em um contexto que 
dificulta a resposta (contexto supressor), não há uma 
resposta imunológica sobre eles. 
Além disso, é importante levar em consideração o fato 
de que somos tolerizados a vida toda por meio da nossa 
ingestão de alimentos, o que contribui também para a 
menor resposta imunológica sobre antígenos inseridos 
por via oral. Portanto, podemos concluir que a via de 
administração modula a resposta imunológica 
sobre algum antígenos. 
OBS: Por exemplo, uma pessoa que ingere camarão e 
desenvolve alergia, pode ter apresentado as proteínas 
do camarão para as células imunes num contexto em 
que o trato gastrointestinal estava em um estado 
inflamatório, produzindo uma resposta sobre essas 
proteínas. Já pessoas que apresentaram as proteínas 
do camarão em um contexto anti-inflamatório, não 
desenvolvem a alergia, já que o corpo não produz 
resposta sobre essas proteínas. 
Antígenos imunogênicos: São aqueles que tem a 
capacidade de produzir uma resposta imunológica, 
existem antígenos mais imunogênicos e outros menos 
imunogênicos dentro de toda essa gama. 
O que faz um antígenos ser mais imunogênico que o 
outro é sua composição. E o que leva a intensidade da 
reação alérgica de um antígeno para o outro depende 
de características individuais da pessoa. 
 
As células são divididas em 2 grandes precursores, o 
linfoide e o mieloide, o linfoide dá origem aos 
componentes do sistema imune, o linfócito B, T e a 
 
2 
 
célula natural killer. O precursor mieloide dá origem a 
todas as demais células circulantes, ou seja, basófilos, 
monócitos e tals. 
▪ A imunidade inata é aquela que nasce conosco, 
ou seja, compõe o meu ser desde o nascimento. 
Não precisão de nenhuma exposição, eles já estão 
prontos funcionalmente para realizar a sua função, 
só precisam do antígeno para entrar em contato e 
combater. 
▪ A imunidade adaptativa é aquela se adapta a 
partir do contato antigênico, ou seja, a 
especificação após o contato com o antígeno, 
então requer exposição para se adaptar. 
Linfócitos B e T são relacionados a imunidade 
adaptativa e todas as células que vem do precursor 
mieloide comum estão relacionadas com a imunidade 
inata. 
As células, sejam elas da imunidade inata ou 
adaptativa, tem origem nos órgãos linfoides, que 
podem ser divididos em primários (associados a 
geração e maturação de células do sistema 
imunológico – medula óssea e timo, o linfócito T matura 
no timo e o linfócito B matura na medula óssea, mas os 
dois são produzidos na medula) e secundários (pele, 
baço, linfonodo, adenoide, figado, rim, intestino, 
qualquer outro local que está relacionado com a 
geração do reconhecimento antigênico e resposta 
imunológica). 
Sistema circulatório linfático, é independente do 
sistema circulatório sanguíneo, drena os fluidos 
intersticiais para dentro dos vasos linfáticos, que são 
conectados a órgãos linfoides secundários. Baço é um 
órgão secundário que está relacionado a resposta 
sobre os antígenos sanguíneos, e os linfonodos, por 
exemplo, estão relacionados com a resposta sobre os 
antígenos teciduais. 
OBS: Antígenos teciduais normalmente tem sua 
resposta apresentada no sistema circulatória linfático, 
já antígenos sistêmicos tem sua resposta apresentada 
no baço. 
Imunidade inata 
É a imunidade pessoal do indivíduo, ou seja, é a 
primeira barreira contra infecções, e, além das 
células do sistema imune, temos os epitélios, proteínas 
secretadas que funcionam como componentes 
antimicrobianos, movimentos ciliares, suco gástrico, pH 
da conjuntiva dos olhos, a própria microbiota do trato 
gastrointestinal, todos esses são mecanismos que 
funcionam como uma barreira para os antígenos. 
A imunidade inata vai ter algumas funções essenciais: 
1. Resposta inicial aos micróbios. 
2. Imunovigilância e reparo funcional. 
3. Estimula a resposta imune adaptativa. 
OBS: Imunovigilância é um mecanismo que o sistema 
imune tem para eliminar células estranhas que podem 
expressar algo que prejudique o organismo, ele pode 
agir sobre células tumorais que sofreram algum tipo de 
mutação, ou células velhas, que já não possuem uma 
grande qualidade na sua função. 
A imunidade inata produz respostas sobre os antígenos 
apresentados a ela, e os tipos principais de resposta 
que ela vai fazer é a inflamação e a resposta antiviral. 
A inflamação é o processo pelo qual leucócitos e 
proteínas plasmáticas circulantes são recrutados aos 
sítios de infecção para eliminar agentes ofensores 
(sendo esses células danificadas ou mortas, 
microrganismos, acumulo de substâncias anormais nas 
células e tecidos). A resposta antiviral é composta por 
alterações nas células que impedem a replicação viral 
e aumentam a suscetibilidade à morte celular por 
linfócitos,eliminando os reservatórios de infecção. 
Componentes 
1. Barreiras naturais e epitélios, e os componentes 
químicos e biológicos associados a esse epitélio, 
como a microbiota, lisozima, ou seja, é o que é 
secretado pelo epitélio que contribui para o efeito 
antimicrobiano dele. 
2. Também vamos ter as nossas barreiras associadas 
as células do sistema imune inato, como os 
linfócitos intraepiteliais, fagócitos, células NK. 
3. Proteínas solúveis, como as proteínas do sistema 
do complemento que vão fazer, por exemplo, a 
apoptose em microrganismos. 
A imunidade inata é importante pois não depende 
de nenhum outro mecanismo para que suas 
funções sejam realizadas, ou seja, o fagócito ao 
reconhecer o patógeno ele fagocita, ele não precisa 
ser ativado, transportado, adaptado, nada. 
Barreiras naturais são os epitélios que compõem a 
pele e a mucosa, os epitélios da mucosa fazem parte 
do maior tecido epitelial que temos. Junto com isso 
vamos ter as nossas barreiras biológicas, compostas 
pelas microbiota e a barreira química que é composta 
pelo que é secretado pelas células dessas barreiras, 
como a lisozima. 
Além das barreiras temos a resposta celular, que vai 
ser mediada por celulas da imunidade inata 
propriamente dita ou que sua função esta intimamente 
ligada a imunidade inata, como os fagócitos, e outros 
tipos de células que vão potencializar a resposta da 
imunidade adaptativa. 
E por fim temos as proteínas solúveis, principalmente 
na circulação sanguínea, que também são capazes de 
mediar a resposta imunológica, como as proteínas do 
complemento, que são complexos proteicos de 
proteínas que se autoclivam ou clivam proteínas 
subjacentes que vão induzir funções imunológicas, a 
principal é a apoptose da celula alvo ou do 
microrganismo em questão, outra função dessas 
proteínas do complemento é a inflamação, ou seja, 
essas substâncias atuam como amplificadores da ação 
inflamatória. 
 
3 
 
OBS: O sistema do complemento pode ser dividido em 
3 grupos, o ativado pela via clássica, o ativado pela via 
alternativa e o ativado pelos ligante de manose e 
nucose, cada um desses sistemas vai depender de 
caracteristicas próprias, mas vão produzir a mesma 
coisa, apoptose e inflamação, a diferença básica é que 
um tem anticorpo no processo (via clássica), 
principalmente IgM e IgG, essa via clássica utiliza 
essas moléculas de anticorpo para iniciar a cascata, as 
outras utilizam outras coisas, utilizam essas moléculas 
como um suporte para o início. 
Em todas essas vias, há a formação no final de uma 
estrutura chamada MAC, que é um complexo de ataque 
a membrana plasmática, formando um tubo na 
membrana que permite a entrada de água na célula e 
matando ela por choque osmótico. 
Uma característica importante do sistema imune inato 
é que ele é extremamente conservado e 
compartilhado entre os indivíduos, ou seja, o 
macrófago de diferentes pessoas é igual e tem a 
mesma função efetora, essa característica é uma 
diferença entre as duas imunidades, já que na 
adaptativa, o meu linfócito tem informações de 
antígenos que me infectaram e o linfócito de outra 
pessoa tem outras informações, não que isso modifique 
a função efetora, mas eles não são iguais e sobre 
diferentes antígenos eles podem apresentar diferentes 
graus de atividade. 
Qual a vantagem que eu tenho de células responderem 
de formas diferentes aos antígenos? 
Essa especialização da intensidade da função da célula 
para cada pessoa é super importante, pois, nem 
sempre o auge da resposta é a melhor forma de eu 
atuar sobre um antígeno, que, por exemplo, não 
precisaria de uma resposta tão grande, ou seja, eu 
consigo especializar a minha resposta imune. Essa é 
uma característica da imunidade adaptativa, que a 
difere da inata, que não faz essa especialização. 
Além de tudo isso, a resposta adaptativa melhora 
alguns dos mecanismos antimicrobianos da resposta 
inata, tornando-os mais poderosos. 
Reconhecimento do sistema imune inato 
PAMP’s 
O sistema imune inato reconhece estruturas 
moleculares que são características de patógenos 
microbianos, essas estruturas são chamadas de 
PAMP’s, que é um padrão molecular associado ao 
patógeno, ou seja, proteínas, carboidratos, lipídios 
ácidos nucleicos que são característicos de patógenos 
e se repetem em diferentes classes desses patógenos. 
moléculas exclusivas, compartilhados essenciais ao 
patógeno. 
O sistema imune inato evoluiu para reconhecer um 
número limitado de moléculas, mas que estão 
presentes quase que unicamente em microrganismos, 
ou seja, moléculas e produtos microbianos que são 
essenciais à sobrevivência dos microrganismos. 
OBS: Os microrganismos podem sofrer mutações e 
perder essas moléculas que seriam identificadas pela 
imunidade inata, mas continuam vivos, isso sim é um 
perigo, pois eles passam pela imunidade inata sem 
serem percebidos. 
Exemplo: Toda bactéria gram negativa tem o LPS, que 
é um dos fatores mais fortes que indicam virulência. 
Esse LPS é reconhecido pelo TLR4, que está presente 
em todas as células do sistema imunitário inato, ou 
seja, toda vez que uma bactéria gram negativa entrar 
em contato com células do sistema imunitário inato, vai 
haver uma resposta. 
DAMP’s 
Além disso temos os DAMP’s, que é o padrão 
molecular associado ao dano ou ao perigo (a 
molécula de perigo não está necessariamente 
associada ao patógeno), ou seja, podem ser 
produzidos como resultado de danos celulares 
provocados por infecções, podem indicar lesões 
celulares causadas por outros mecanismos, como 
toxinas químicas, queimaduras, traumas, redução do 
suprimento sanguíneo. 
Os sinais de perigo servem para avisar que deu merda 
em algum processo, são proteínas que saíram da célula 
por erro em um processo e tem ação inflamatória, como 
algumas proteínas e radicais livres. 
Exemplo: O ATP é muito inflamatório, uma vez no 
contexto extracelular, ele consegue ativar essa reação 
de inflamação, ou seja, esse ATP fora da célula mostra 
que está havendo alguma merda, avisando que tem um 
dano. 
Comentário interessante da aula: Isso dos DAMP’s 
pode ser visto também quando damos uma pancada no 
dedão, mas ele não lacera, porém incha, ou seja, como 
inchou se não teve nenhum contato com patógenos do 
meio externo? Então, nessa batida, você acabou por 
romper celulas que extravasaram seu conteúdo, e esse 
conteúdo foi reconhecido pelos PRR como DAMP, 
portanto, iniciou uma resposta inflamatória, por isso o 
seu dedo inchou. 
PRRs 
Quem reconhece esses padrões são os receptores 
celulares, denominados de receptores de 
reconhecimento de padrões, ou PRRs. 
OBS: Mecanismos de reconhecimento é o mais 
importante da imunidade inata e vai cair na prova. 
Esses receptores de reconhecimento de padrões 
podem estar tanto na membrana plasmática, quanto na 
membrana do endossomo, quanto no citoplasma, e isso 
é importante, pois, quanto mais presente ele for em 
diferentes locais, maior vai ser a sua capacidade de 
 
4 
 
reconhecer alterações e maior vai ser a qualidade da 
nossa inspeção. 
Exemplo: Analisando o exemplo dado logo acima, o 
TLR4 é um tipo de PRR, pois ele reconhece um fator 
de virulência, o LPS. 
OBS: Os receptores da imunidade inata são codificados 
por genes em sua sequência germinativa, enquanto os 
receptores da imunidade adaptativa são gerados por 
mecanismos de recombinação somática, ou seja, o 
repertório de especificidade dos receptores da 
imunidade adaptativa é muito maior do que os da 
imunidade inata, isso implica na sua ação, pois se eu 
consigo perceber uma maior quantidade de antígenos, 
eu consigo proteger mais o meu organismo. 
Os receptores da imunidade adaptativa vão reconhecer 
somente proteína, enquanto os receptores da 
imunidade inata vão reconhecer toda uma gama de 
moléculas, como lipídios, carboidrato, proteínas, RNA, 
etc. Pelo menos em uma característicaa imunidade 
inata sai ganhando kkkkk. 
Os receptores da imunidade inata vão reconhecer 
padrões, ou seja, vão reconhecer o mesmo padrão que 
é expresso por organismos diferentes. Por exemplo, o 
LPS de toda gram negativa, não importa a espécie 
dessa gram negativa, vai ser reconhecido pelo mesmo 
receptor TLR4. Enquanto que na imunidade adaptativa, 
o mesmo receptor só reconhece uma proteína 
especifica. 
Questão de prova passada: Qual é a vantagem de ter 
as duas células, da imunidade adaptativa e da 
imunidade inata, se tanto as células da imunidade inata 
e da imunidade adaptativa reconhecem os mesmos 
patógenos? 
A vantagem é que elas não desempenham funções 
idênticas mesmo que reconheçam os mesmos 
patógenos, mas uma é complementar a outra. 
 
Os reconhecimentos obtidos por meio dos receptores 
fazem com que haja uma opsonização, é um termo 
dado a ligação, algo que interaja ou ligue, ou seja, 
algum mecanismo que esteja ligado ou interagindo com 
o patógenos os receptores conseguem reconhecer. 
O reconhecimento faz com que ocorra a ativação do 
complemento. 
Também faz a ativação da fagocitose, que é um 
mecanismo que representa a ativação das células do 
sistema imune. 
A ativação da célula vai fazer com que ela secrete os 
mediadores pró-inflamatórios, que vão ativar, por 
exemplo, a imunidade adaptativa. 
Depois desses 4 mecanismos expostos, temos que 
dizer que o reconhecimento da imunidade inata via 
receptores de reconhecimento é extremamente 
importante no ponto de vista funcional, pois pode 
gerar inúmeras funções a partir disso, que vão 
desencadear outras coisas. 
OBS: Gerar memória imunológica não é uma 
característica da imunidade inata. 
Receptores de padrão secretados 
Além dos receptores de conhecimento padrão temos os 
receptores de padrão secretados, como exemplo 
temos o receptor ligante de manose, que faz parte, 
principalmente, do sistema do complemento, a proteína 
c reativa, que é secretada em situações inflamatórias, 
que tem função de reagir com antígenos e ativar a ação 
de fagócitos, ou seja, em uma situação inflamatória 
temos o aumento do nível da proteína C reativa. 
Além disso, esses receptores vão fazer a sinalização 
intracelular das celulas da imunidade inata, que vai ser 
importante para ativar mecanismo epigenéticos da 
célula, ou seja, ativar ou suprimir a transcrição de 
genes, ativar genes associados ao citoesqueleto para 
promover a fagocitose por exemplo. 
Receptor tipo Toll e tipo NOD 
Receptores Toll-like e receptores tipo NOD, são 
receptores de conhecimento padrão, o primeiro é 
expresso na superfície da celula, e o outro no citosol. 
Enquanto um funciona para o reconhecimento de 
patógenos e moléculas de perigo extracelulares, o 
outro funciona para a sinalização de patógenos 
intracelulares, os dois sendo importantes para ativar os 
mecanismos funcionais das células. 
TLR / Toll 
O Toll tem a função de reconhecer os PAMP’s, possui 
dois domínios, o extracelular, que é conhecido como o 
de reconhecimento, e o intracelular, que é o de 
ativação. 
É importante ressaltar que, além de estarem na 
membrana plasmática da célula, os receptores tipo Toll 
estão na membrana de vesículas, como os 
fagolisossomos, ou seja, receptores tipo Toll na 
membrana dos fagolisossomos podem ser ativados por 
PAMP’s, e liberarem o conteúdo do lisossomo para 
combater o antígeno. 
Além disso, o reconhecimento de ligantes microbianos 
por TLR leva a ativação de diversas vias de sinalização 
e, por fim, de fatores de transcrição, que induzem a 
expressão de genes cujos produtos são importantes 
para o desenvolvimento de respostas inflamatórias e 
antivirais, como a ligação do TLR4 ao LPS e a 
sinalização de inflamação. 
 
 
5 
 
 
NOD 
Esses vão fazer o reconhecimento de padrões 
presentes no citoplasma e pertencem a uma grande 
família de receptores que tem 23 membros, divididos 
em 2 grandes classes NOD I e NOD II. 
Eles têm um domínio conservado, que é o domínio 
comum, e se diferenciam na sua porção terminal, que é 
a porção que vai interagir com o patógeno. 
Desempenham funções muito parecidas com as dos 
Toll, um exemplo disso é a ativação da transcrição de 
proteínas pró-inflamatórias, ou seja, uma vez que o 
patógeno se encontra em um meio intracelular, os NOD 
tem a capacidade de gerar esses fatores de transcrição 
que vão promover o aumento das proteínas pró-
inflamatórias para combater esse patógeno. 
OBS: Mutações nos NOD estão muito associadas a 
doenças inflamatórias intestinais, ainda sobre estudo 
está a hipótese de que além de fazer o reconhecimento, 
os NOD são responsáveis por promover o balanço do 
que vai gerar uma resposta e do que não vai, isso fica 
elucidado em indivíduos que não possuem os NOD e 
tem um estado constante de inflamação nas células 
intestinais por exemplo, já que não há o balanço, tudo 
que entra e é diferente vai gerar uma resposta 
inflamatória. 
 
Componentes celulares da imunidade inata 
Formados por células que tem uma origem mieloide, 
como macrófagos, células dendríticas, mastócitos, 
basófilos, eosinófilos, ou seja, todas as células com 
exceção dos linfócitos B e T. 
As células NK (natural killer), junto com as células 
Tgamadelta tem origem no precursor linfoide, mas são 
caracterizadas como da imunidade inata. 
O que faz com que elas sejam classificadas como células da 
imunidade inata? Tem a ver com o reconhecimento, 
enquanto as outras células do precursor linfoide que 
fazem a imunidade adaptativa precisam de outras 
células para fazer o reconhecimento de um antígeno e 
serem ativadas, as células do precursor mieloide que 
fazem a imunidade inata só dependem delas mesmas 
para isso, e as células NK e Tgamadelta só dependem 
delas mesmas, sendo então consideradas da 
imunidade inata, mesmo sendo de um precursor 
linfoide. 
Conclusão: As células da imunidade inata atuam 
diretamente no reconhecimento do patógeno e na 
resposta, já as da imunidade adaptativa dependem de 
um elemento a mais para que o reconhecimento 
aconteça. 
OBS: Todas as células, inclusive os linfócitos, podem 
reconhecer PAMP’s diretamente. 
Os macrófagos, mastócitos e células dendríticas são 
consideradas fagócitos, ou seja, celulas fagocitárias, 
fazendo a fagocitose (98%), sendo o macrófago a 
principal celula fagocitária. 
Fagócitos 
Macrófagos 
Uma célula tronco dá origem a um precursor monocítico 
(monócito sanguíneo), que no tecido se diferencia em 
um macrófago, ou, também em uma celula dendrítica, 
de acordo com a área que ele for se maturar ele recebe 
diferentes nomes, como as células de kupffer que é o 
macrófago do fígado. 
 
 
6 
 
Essas diferenciações vão depender de fatores de 
crescimento local e de sinais de processos 
inflamatórios. Esses macrófagos e células dendríticas 
teciduais vão apresentar algumas caracteristicas após 
o reconhecimento do patógeno: 
1. Podem mediar a morte do patógeno diretamente 
por meio da fagocitose, que acontece por meio dos 
receptores tipo Toll, que fazem com que fatores de 
transcrição pró-inflamatórios sejam ativados, 
fazendo com que haja a geração enzimática de 
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, que são 
tóxicas para microrganismos e proporcionam a 
digestão proteolítica. 
2. São capazes de mediar os processos de 
modelagem tecidual na fase tardia do processo 
inflamatório, que é a produção de fatores de 
crescimento e citocinas que vão ajudar a 
reconstruir a área. Além disso, eles fagocitam as 
células mortas, como se fosse uma limpeza do 
local. 
3. Mediam processos inflamatórios por meio de 
citocinas que eles secretam. 
4. Os macrófagos são as celulas que vão fazer a 
apresentação de antígenos para os linfócitos T, que 
é o ponto onde eu tenho a convergência entre a 
célula da imunidade inata e da imunidade 
adaptativa (sendo os macrófagos o 3º elemento 
para o funcionamento das celulas da imunidadeadaptativa). 
OBS: Os macrófagos são as celulas do sistema imune 
que tem a maior capacidade de se expandir, o que os 
confere a capacidade de englobar diferentes células, de 
diferentes tamanhos. 
Fagocitose 
A fagocitose é o processo de englobar partículas, 
sejam elas de origem orgânica ou inorgânica, tem uma 
característica importante que, quando mediada pelos 
receptores de reconhecimento padrão, fazem com que 
a célula seja ativada, ou seja, o reconhecimento do 
patógeno pelo receptor de reconhecimento padrão faz 
com que a célula remodele o citoesqueleto, para fazer 
as invaginações de membrana para a formação dos 
pseudópodes, para fazer o engolfamento do patógeno, 
formando os fagolisossomos para ocasionar a morte do 
organismo. 
A fagocitose pode ser facilitada pelas opsoninas, 
moléculas que se ligam na superfície do patógeno, 
tornando a fagocitose muito mais rápida e eficiente, um 
exemplo de opsonina são os anticorpos, ou seja, os 
fagócitos na presença de anticorpos específicos atuam 
mais ferozmente sobre o patógeno, isso se dá pois 
existem receptores na superfície do fagócito, que ao se 
ligarem com o patógeno opsonizado 
(patógeno+anticorpo) fazem com que a fagocitose seja 
mais forte e eficaz, um exemplo de opsonina é o IgG, e 
o receptor que reconhece o IgG, presente na superfície 
de um fagócito, é o FcRg, quando os dois interagem faz 
com que o fagócito desencadeie a fagocitose sobre 
aquele patógeno. 
Outro exemplo são as proteínas do complemento, as 
proteínas vão se clivando em cascata até formar o 
MAC, algumas dessas proteínas clivadas podem 
funcionar como opsoninas, interagindo na membrana 
do patógeno e interagindo com o receptor de proteínas 
do complemento na membrana do fagócito (CR). 
Células dendríticas 
Células dendríticas podem vir de um precursor de 
célula dendrítica, ou podem ter origem na diferenciação 
de monócitos (como mostrado na imagem acima), 
essas origem vão implicar em classificações que não 
nos interessa ainda. 
Ela vai mediar a função de fagocitose, diferente dos 
macrófagos e neutrófilos, as celulas dendríticas não 
são boas em eliminar patógenos, não tem um alto 
poder de morte, mas em contrapartida ela é 
excelente em fagocitar. Esse poder de fagocitose está 
associado a outra função dela, que é exibir os 
antígenos para as células T, isso não quer dizer que 
ela não mate antígeno, mas a sua principal função é 
fazer a apresentação, enquanto a principal função dos 
macrófagos é fagocitas para matar, o que não quer 
dizer que eles também não possuam a função de 
apresentar antígenos para as células T. 
A célula dendrítica imatura tem uma baixa capacidade 
de apresentação de antígeno, mas uma alta 
capacidade fagocitária, isso está ligado a moléculas do 
complexo NHC e a alguns receptores. Já uma célula 
dendrítica madura perde um pouco a sua capacidade 
de fagocitar, e apresenta mais os antígenos. 
As células dendríticas imaturas nos tecidos, quando 
entram em contato com o patógeno, são ativadas se 
tornando células dendríticas maduras, principalmente 
em tecidos linfoides, como nos linfonodos, ou em 
qualquer tecido também. Seguindo esse raciocínio, as 
células imaturas são aquelas do tecido que entrou em 
contato pela primeira vez com o patógeno, as maduras 
são aquelas que vão estar nos linfonodos, ou no próprio 
tecido, apresentando os antígenos para os linfócitos. 
OBS: Íngua, é a hipertrofia celular do linfonodo, há uma 
grande quantidade de células proliferando nesse 
linfonodo, que faz com que ele inche. 
Neutrófilos 
Os neutrófilos também apresentam função de 
fagocitose, podem fagocitar células opsonizadas, 
também possuem receptores para complemento e 
anticorpo, fazem uma função muito importante que 
é chamada de NET, que é uma abreviação para 
armadilha de ácido nucléico e histona. Os neutrófilos 
são muito sensíveis a apoptose, são muito pró-
inflamatórias, secretando fatores como quimiocinas, 
que fazem um recrutamento de células no local, e 
 
7 
 
através das NET’s elas conseguem controlar a 
disseminação de patógenos. 
Alguns fagócitos conseguem regurgitar o seu material 
genético para fora, fazendo uma rede de ácidos 
nucleicos e histonas. A histona tem capacidade 
microbicida, como o patógeno fica preso na NET e ela 
contém histonas, isso faz com que os patógenos não 
consigam disseminar e fiquem restritos aos sítios de 
entrada. 
Células natural Killer (NK) 
Tem uma função basicamente associada a morte de 
células infectadas, que é a citotoxicidade, vai mediar 
a morte da célula infectada pela atividade toxica celular, 
elas possuem vesículas com grânulos, que possuem 
perforina, granulisina, gramzima e catepsina B, que são 
componentes muito importantes que vão mediar a 
morte das células infectadas. 
A NK ao interagir com a celula infectada e sendo 
ativada vai degranular perforina, que é um conjunto 
proteico que vai formar poros na membrana da célula, 
permitindo a entrada de gramzima e granulisina, que 
vão ativar cascatas de moléculas que induzem a 
apoptose, como a caspase III. E a catepsina B é uma 
molécula muito mais importante para a célula NK do 
que para a célula infectada, pois vai impedir que a 
perforina haja sobre a própria célula NK. 
As células com infecção citoplasmáticas (não é 
vesicular) podem ser eliminadas por celulas NK, assim 
como células que sofrem transformação. Essas 
células NK são as principais células que fazem 
imunovigilância. 
A célula NK funciona bem semelhante ao linfócito CD8, 
que também produz os mediadores citados e tem as 
mesmas funções. Elas se diferenciam basicamente 
pelos mecanismos de reconhecimento, ou seja, para o 
linfócito atuar ele precisa de uma APC (célula 
apresentadora de antígeno), enquanto a célula NK não, 
ela por si mesmo reconhece e fica ativada, e além 
disso, ela atua sobre as células que não apresentam os 
fatores citoplasmáticos normais. 
Por exemplo, o linfócito CD8 só consegue atuar quando 
o fragmento do antígeno aparece para ele, mas tem 
antígenos que impedem essa apresentação de 
fragmento de antígeno para fugir do processo de morte, 
isso significa que a célula pode estar infectada, mas 
não apresentar nenhum fator que entregue essa 
infecção. Mas, como o próprio nome diz, as células NK 
são naturalmente assassinas, então elas sempre estão 
ativas, elas precisam de reconhecer na membrana da 
célula os fatores normais que inativam a sua ação de 
morte, então, se a célula não apresenta esses fatores 
normais que impedem a ação da NK, ela também é 
morta. 
OBS: O CD8 precisa ser ativado para funcionar, 
enquanto a NK já está ativa e precisa ser desativada 
para não funcionar. 
 
OBS: Se a célula não mostrar para a NK que ela não 
tem culpa no cartório ela se fode. 
Inflamação 
É um componente da imunidade inata que vai mediar 
os restante das respostas adaptativas, e não existe 
resposta imune sem inflamação. Ela é importante pois 
traz mudanças locais e sistêmicos que vão ser 
responsáveis por ativação celular, ativação de 
modelação de tecidos, ele pode gerar danos locais ou 
sistêmicos, principalmente os processos inflamatórios 
crônicos, essa inflamação é do sistema inato pois é 
dada por meio dessas células. 
A imunidade inata é extremamente importante para 
potencializar ou desencadear a resposta 
adaptativa, pois alguns mecanismos da imunidade 
adaptativa requerem componentes da inata para 
começar a atuar, como as celulas de apresentação de 
antígeno (APC). 
A célula da imunidade inata pode secretar citocinas e 
quimiocinas que vão ter uma atuação local de 
recrutamento, ou atuar sobre as células da imunidade 
adaptativa, fazendo com que elas se diferenciem para 
subtipos mais específicos para a atuação, como os 
linfócitos T helpper, que podem se diferenciar em 
diferentes subtipos, secretando diferentes fatores que 
vão possuir diferentes funções, isso se dá por causada 
diferenciação causada pelas células da imunidade 
inata. 
OBS: As 3 principais citocinas liberadas pelas células 
da imunidade inata são: fator de necrose tumoral (TNF), 
interleucina 1 (IL-1) e interleucina 6 (IL-6). 
OBS: Existe resposta da imunidade adaptativa sem 
resposta da imunidade inata? Sim, a resposta 
adaptativa mediada por celula B não depende de 
celulas da imunidade inata. 
 
 
 
8 
 
Comparação entre resposta inata e adaptativa 
ADAPTATIVA INATA 
Possui especificidade 
(capacidade de 
reconhecer e atuar de 
forma especifica sobre 
determinado agente). 
Também possui 
especificidade (quando 
o livro diz que ela não é 
especifica está incorreto, 
pois, a partir do 
momento que a célula 
possui um receptor para 
reconhecer algo e 
realizar uma função, ela 
possui especificidade). 
Gera memória 
imunológica. 
Não gera memória 
imunológica (ela já está 
pronta, não tem 
necessidade de 
memória). 
Pode ser alterada, 
causando doenças 
autoimunes por 
exemplo. 
Possui tolerância a 
antígenos próprios. 
Possui uma resposta 
especializada (isso que 
a cada possibilidade de 
reconhecimento eu vou 
gerar uma possibilidade 
de função). 
Não possui 
especialização na 
resposta. 
 
 
 
 
1 
 
Introdução 
A partir do reconhecimento dessas celulas, ou dos 
fatores liberados por essas células que vamos gerar as 
respostas, podendo ser respostas da imunidade inata 
ou adaptativa. 
As celulas do sistema imune não conseguem discernir 
componentes do patógeno dos componentes próprios 
por uma questão audiovisual, esse reconhecimento se 
dá, principalmente, por receptores de superfície. Os 
padrões de moléculas e receptores expressos na 
superfície da célula que regulam o reconhecimento 
para a celula poder realizar sua função. 
Uma célula fagocitária presente em um determinado 
órgão está interagindo com inúmeros fatores que a 
mantem ali, pois, temos que lembrar que há uma força 
do sangue que também é capaz de movimentar essas 
células, quando os fatores liberados por aquele local 
começam a ser alterados por algum motivo, e essa 
célula vai perdendo a “aderência” daquele local, ela 
pode ser levada pelo sangue ou pela drenagem linfática 
para outros sítios de atuação, encontrando nesses 
locais ligantes, que fazem com que ela fique estática 
em outro local. Portanto, a força de interação entre as 
células e seus ligantes em alguns casos é maior do que 
a força exercida pelo sistema, mantendo essa célula 
estática, quando a força do sistema é maior, a célula 
não está mais estática naquele local. 
As moléculas expressas na superfície vão ser 
importantes, tendo grandes classes, as 
imunoglobulinas (relacionadas ao reconhecimento de 
celulas B, por isso chamadas de BCR), TCR é o 
receptor de células T, que faz com que a célula T 
reconheça os antígenos, quando apresentados pelos 
MHC, então, o TCR e o MHC vão atuar sempre juntos. 
Imunoglobulinas 
As imunoglobulinas podem ser chamadas de Ig, 
anticorpos ou gamaglobulinas, elas são glicoproteínas 
ancoradas na membrana das celulas B, funcionando 
como receptores, ou solúveis nos fluidos biológicos, 
como saliva, sangue, mucos do corpo. Há uma 
produção de 2 a 3 gramas de Ig por dia, sendo a IgA a 
principal classe secretada. 
São formada por 4 cadeias polipeptídicas, 2 leves e 
duas pesadas e possuem 5 tipos alternativos de 
classes, IgA, IgG, IgM, IgE, IgD, sendo classificadas 
pelas cadeias pesadas, suas diferenças se encontram 
nessas cadeias, ou seja, do ponto de vista prático, 
podemos ter uma imunoglobulina com as mesmas 
cadeias leves e diferentes cadeias pesadas, estando 
em diferentes classificações. 
Observar nessa imagem as cadeias que formam a 
molécula de imunoglobulina. 
Posso dividir as moléculas de imunoglobulina em 
região variável, na qual eu tenho sempre a interação 
com o meu antígeno, e a região constante fica mais 
associada a função da imunoglobulina. Moléculas de 
imunoglobulina com a mesma especificidade são 
idênticas na região variável, que é onde elas vão se 
ligar aos antígenos, essa região variável é composta 
por uma cadeia leve e uma pesada. 
OBS: Essas diferenças na cadeia pesada podem incluir 
também diferenças de tamanho, ou seja, uma pode ser 
maior a outra menor. 
Então, imunoglobulinas com a mesma região variável, 
mas diferentes regiões constantes reconhecem os 
mesmos antígenos, porém atuam de forma diferente 
sobre eles, pois a região constante que determina a 
função. 
A cadeia leve faz parte somente da região variável, 
enquanto a cadeia pesada faz parte das duas regiões 
da imunoglobulina, da variável e da constante. Na 
imagem abaixo temos as cadeias leves em verde e as 
cadeias pesadas em azul e vinho. 
 
 
2 
 
Ao mesmo tempo, eu posso ter imunoglobulinas da 
mesma classe, ou seja, possuem a mesma função, mas 
com a sua região variável diferentes, portanto, elas vão 
ter a mesma função, só que sobre moléculas diferentes. 
OBS: Nessas regiões variáveis vamos ter regiões 
hipervariáveis, que é onde as moléculas de 
imunoglobulinas vão se diferenciar ainda mais, elas 
podem ser iguais em toda sua estrutura menos aqui, o 
que pode causar uma mudança na sua função. 
Anticorpos 
As moléculas de anticorpos sempre fazem uma 
interação especifica enzima-substrato, ou seja, a 
mesma molécula de anticorpo não interage com 
antígenos distintos, só interage com determinado 
antígeno. As interações podem ser múltiplas, quando a 
mesma molécula tem pelo menos 2 pontos de 
interações com antígenos, e nesses 2 pontos elas vão 
reconhecer a mesma coisa. Além disso, essas ligações 
aqui vão ser reversíveis, diferentes das ligações gerais 
para enzima-substrato. 
Essas moléculas de anticorpo possuem uma região da 
dobradiça, que vai juntar a porção constante com a 
variável, fazendo com que a molécula tenha uma certa 
mobilidade espacial. Podem estar presentes na 
membrana da célula, ou podem ser secretadas, se 
pegarmos um anticorpo da mesma classe secretado e 
outro membranar que possuem a mesma 
especificidade, um IgM por exemplo, a diferença entre 
os dois é que um vai ter uma parte chamada de porção 
transmembranar hidrofóbica, que é importante para 
ancoragem na membrana, além disso, as secretadas 
não vão possuir as caudas citoplasmáticas das de 
membrana que possibilitam a ativação de mediadores 
dentro do citoplasma da célula. 
 
As moléculas que vão ser reconhecidas podem 
estar em alguns estados, o de sua conformação 3D 
normal, que vai possibilitar o reconhecimento desta 
pelo anticorpo, o estado desnaturado, que vai 
impossibilitar o reconhecimento dela pelo seu 
anticorpo. Esse reconhecimento também pode ser feito 
por um determinante linear, ou seja, a estrutura 3D 
como um todo pode estar de qualquer forma, mas se 
houver uma determinada sequência na forma correta, 
linearizada, a molécula é capaz de ser reconhecida, ou 
seja, nesse caso independe se a molécula está ativa ou 
inativa. O outro determinante é o neodeterminante, 
quando as moléculas são desnaturadas, elas expõem 
os seus epítopos antigênicos para reconhecimento 
(antes, a estrutura ativada meio que esconde o epítopo 
de ativação), por exemplo com o TGF-beta, que só 
conhece ser reconhecido pelos anticorpos quando ele 
está desnaturado. 
OBS: Reconhecimento de anticorpo independe da 
natureza do antígeno, elas são plurais, enquanto 
respostas T são exclusivamente proteicas. 
 
A interação entre a molécula de anticorpo e a molécula 
de antígeno vai nos possibilitar 2 conceitos distintos: 
1. Especificidade. 
2. Avidez, que significa força de interação, ou seja, a 
força de interação que o anticorpo vai ter com um 
determinado antígeno. 
Uma não está conectada com a outra, ou seja, eu posso 
ter um ligação de grande avidez, mas com uma baixa 
especificidade. É importante dizer que, dentro daquela 
região variável, nós tínhamos a região hipervariável, 
e é nessaregião que o antígeno reage com maior 
avidez ao seu anticorpo. 
OBS: As imunoglobulinas e anticorpos secretados vão 
possuir uma forma diferente das mesmas 
imunoglobulinas e anticorpos que estão na membrana, 
embora sua função e especificidade sejam as mesmas. 
As monoméricas vão ser sempre as membranares, e as 
de outra forma vão ser as secretadas. 
As moléculas de anticorpos podem sofrer mudanças na 
região constante, mudando de classe, fazendo com que 
ele desencadeie outras funções. 
Informação aleatória para as próximas aulas: As células B, 
diferente das células T, sofrem uma modificação no seu 
 
3 
 
receptor, ou seja, no BCR, que pode estar associada a 
uma mudança de classe, essa mudança de classe do 
linfócito é desencadeada pelo contexto inflamatório em 
que o antígeno está sendo apresentado. 
MHC 
É uma célula apresentadora de antígeno para as 
células T, ele pega uma proteína do antígeno e coloca 
na membrana, proporcionando o reconhecimento de 
celulas T sobre aquele antígeno, o que as ativa. 
Não há a ativação da célula tem sem o MHC, pois ela 
meio que não consegue ver o antígeno para combater. 
Assim como não há ativação de célula T se o MHC 
estiver presente, porém, sem nenhum antígeno. Além 
disso, não há ativação da célula T se não haver TCR, 
que são os receptores da célula T. 
Exemplo de células apresentadoras de antígenos são 
os fagócitos (macrófagos e células dendríticas), 
eosinófilos, basófilo, etc. A apresentação de antígeno 
não existe só para favorecer a ativação da célula T, ela 
possui uma característica muito mais importante que é 
a imunovigilância, pois qualquer célula nucleada pode 
sofrer mutação, então toda célula nucleada possui 
MHC para proporcionar essa imunovigilância. 
OBS: Toda célula nucleada possui MHC de classe 1, 
MHC de classe 2 estão em moléculas mais específicas. 
As células T só ativam as suas funções 
reconhecendo proteínas ligadas ao MHC, enquanto 
as células B podem ter as suas funções ativadas por 
muitas outras moléculas, não só proteínas. Se houver 
uma modificação nesse MHC e ele apresentar um 
glicosídeo por exemplo, a célula T não vai ser ativada. 
São moléculas que vão estar na membrana, são 
codificadas por vários genes localizados em 
cromossomos distintos, e a expressão desses genes se 
dá por codominância, isso quer dizer que você 
expressa os dois alelos que você recebeu, tanto os de 
origem paterna quanto materna. 
As moléculas de MHC de classe 1 e 2 são 
bioquimicamente muito parecidas, as moléculas de 
MHC de classe 1 vão apresentar antígenos para as 
células T CD8, alocando sequencias menores de até 
18 aminoácidos para serem reconhecidos pela célula T. 
O HMC de classe 2 vai apresentar antígenos para as 
células T CD4, podendo abrigar uma sequência com 
até 36 aminoácidos, esse reconhecimento pelo CD4 se 
dá pois o HMC de classe 2 é o único que tem a ligação 
beta-2, o HMC de classe 1 não tem essa ligação, por 
isso necessita de uma outra estrutura. 
OBS: As moléculas de HMC classe 2 não possuem uma 
substância chamada beta-2-microglobulina, que é uma 
estrutura de apoio, ela suporta as moléculas de HMC 
classe 1 por elas terem só um ponto de inserção 
membranar, enquanto as moléculas de HMC classe 2 
já possuem 2 pontos de inserção membranar. 
 
O reconhecimento de antígenos vai ser dependente de 
3 elementos, o primeiro é o antígeno que está sendo 
apresentado, não existe reconhecimento antigênico 
sem antígeno, o receptor, no caso o TCR, que é o 
receptor das células T, e a célula apresentadora de 
antígenos, que pode ser algumas da classe de 
fagócitos, como os macrófagos ou as células 
dendríticas, essas tendo as moléculas apresentadoras, 
que são os HMC. 
 
OBS: Dependendo da natureza da apresentação do 
antígeno a resposta imunológica tende a ser diferente. 
As APC’s são os fagócitos e os linfócitos B, essa sigla 
significa células apresentadoras de antígenos, e elas 
vão mediar a apresentação, o que é exposto para a 
célula T é uma pequena parte do patógenos, não 
precisa apresentar ele todo. 
 
Tríade: Antígeno + TCR + MHC (na molécula de 
APC). 
Essa tríade vai promover tanto na celula apresentadora 
quanto na celula T mudanças que vão gerar alterações 
nessas duas células, sendo que essa ativação vai fazer 
com que a celula T indiferenciada virgem entre em 
processo de diferenciação, ai dependendo do 
microambiente (presença de citosinas ou quimiocinas 
inflamatórias) vai fazer com que essa célula se 
diferencie subtipos de celulas T helpper, mais isso só 
acontece por que o linfócito foi ativado pelo mecanismo 
de apresentação de antígeno no contexto de 
reconhecimento antígeno-TCR-HMC. 
Restrição ao MHC: Para que haja o reconhecimento 
antigênico, eu preciso de peptídeos estranhos em MHC 
próprios. MHC estranho com peptídeo estranho não 
gera reconhecimento. 
• Antígenos extracelulares estimulam respostas 
mediadas por celulas T CD4, pois estes antígenos 
são apresentados em MHC de classe II. 
• Os antígenos citoplasmáticos desencadeiam 
respostas mediadas por células T CD8, pelo fato 
deles serem apresentados por MHC de classe I. 
Apresentação de antígenos via MHC de classe II 
É o processamento antigênico que vai priorizar as céls 
T CD4. Estão relacionados com o processamento de 
 
4 
 
antígenos exógenos, ou seja, antígenos do meio 
extracelular. 
1. Captação: A capitação deles é por meio de 
mecanismos de fagocitose. 
2. Destruição: A degradação deles é por meio de 
proteólise, feito na formação dos fagolisossomos 
(junção entre o fagossoma e o lisossoma), fazendo 
a redução de macromoléculas a moléculas simples, 
todo antígeno captado por fagocitose, 
necessariamente vai ser reduzido, para que uma 
parte dele seja apresentado. 
3. Carreamento: Depois de degradados vão ser 
carreados pela estrutura do MHC de classe II, 
gerando a apresentação de antígenos que 
necessariamente vão ser associados as celulas T 
CD4. 
ORDEM: Primeiro eu tenho o fagossoma, esse vai ser 
fundido com o lisossoma, o antígeno vai ser degradado 
gerando moléculas mais simples, essas moléculas 
mais simples vão se associar aos MHC produzidos no 
reticulo endoplasmático e transportados por golgi, 
depois disso esses MHC com as proteínas antigênicas 
associadas vão ser exibidos na membrana da célula. 
Os processos de apresentação de antígenos por esse 
MHC de classe II vão acontecer em dois momentos, 
que depois são unidos, o primeiro é o patógeno sendo 
clivado na vesícula, gerando uma vesícula rica em 
peptídeos. O segundo evento, eu vou ter no meu RE a 
síntese de moléculas de MHC de classe II, depois elas 
vão ser transportadas por uma vesícula e 
posteriormente fundidas na minha vesícula contendo as 
moléculas de peptídeos, carreamento é o momento 
onde as moléculas de MHC vão ser carreadas pelo 
peptídeos do antígeno. 
 
No reticulo endoplasmático eu vou ter minha molécula 
de MHC sendo produzida com a fenda aberta, mas o 
RE sintetiza outras proteínas importante para o 
funcionamento do corpo, se eu deixar essa fenda 
aberta ele vai carrear peptídeos próprios da célula, o 
que não é interessante, então eu preciso proteger essa 
fenda no RE. 
Quando essa estrutura é sintetiza, ela é sintetizada 
junto com uma molécula protéica chamada de cadeia 
invariante, que possui um complexo chamado de 
clipe, que fica dentro da fenda protegendo de ligações 
de peptídeos próprios, que não são de interesse nesse 
momento. 
Há complexos que quebram a cadeia invariante, 
deixando só o clipe, quem faz isso é a catepsina, 
quando há a fusão das duas vesículas, as minhas 
moléculas de MHC ainda vão possuir a proteína do 
clipe, então é necessário um mecanismo ativo que 
remova esse clipe e adicione os peptídeos, quem faz 
isso é uma proteína parecida com o MHC, chamada de 
HLA-DM, ela sequestra esse clipe e carrega a fenda 
com peptídeos., isso é feito por um mecanismoativo, 
ou seja, há gasto de ATP para cada peptídeo carregado 
na fenda. 
O MHC de classe II carregado com o peptídeo, vai ser 
exportado para a superfície celular, se houver MHC 
vazio sem peptídeo ou ainda com proteína do clipe, 
essas estruturas todas vão ser enviadas de novo para 
a degradação pelos lisossomos e os produtos dessa 
degradação vão ser aproveitados. 
 
OBS: Em situações normais, o MHC exibindo antígenos 
próprios não faz com que haja a ativação da célula T 
CD4, quando essa ativação acontece nos 
caracterizados um dos mecanismos pelo qual as 
doenças autoimunes podem agir. 
Apresentação de antígenos via HMC de classe 1 
Relacionado ao processamento de antígenos 
endógenos, ou seja, citoplasmáticos, de origem 
intracelular. 
1. Captação: A captação não há, pois o antígenos já 
estão presentes no citoplasma. 
 
5 
 
2. Destruição: A degradação de antígenos 
intracelulares vai ser feita via proteassoma, com a 
formação do complexo de MHC classe I e a 
apresentação para linfócitos T CD8. 
O proteassomo só cliva proteínas que estão associadas 
a ubiquitina, que é extremamente abundante no 
citoplasma da célula, as proteínas com funções 
efetoras do citoplasma têm mecanismos que não 
permitem a ligação dela com a ubiquitina. Quando a 
proteína perde a sua capacidade funcional, ela perde a 
capacidade de se proteger da ubiquitina, que se 
associa a proteína e a conduz para o proteassoma. 
O proteassoma é um conjunto de proteases, que forma 
um tubo que vai clivar as ligações peptídicas da 
proteína. Isso é extremamente importante para o 
processo de reaproveitamento de aminoácidos em 
diferentes mecanismos, a famosa reciclagem. 
As funções do proteassoma podem ser reguladas por 
citosinas pro-inflamatórias, a celula consegue aumentar 
o processo de ubiquinização e aumentar a reutilização 
de peptídeos clivados no proteassoma. Durante 
inflamação, as céls apresentadoras de antígenos 
aumentam suas funções, então elas precisam de uma 
maior quantidade de proteínas, o que aumenta a ação 
do proteassoma para fornecer substrato necessário 
para essas células. 
 
O reticulo endoplasmático está envolto por uma 
membrana plasmática que faz o limite entre ele e o 
citoplasma, então fisicamente eu vou ter uma barreira 
entre os meus peptídeos antigênicos, que estão no 
citoplasma, e as minhas moléculas de MHC classe 1, 
que estão dentro do RE. 
Os peptídeos não passam passivamente para dentro 
do RE para serem alocados na fenda do MHC de classe 
1, então eu preciso de um mecanismo ativo para isso, 
quem faz isso é um complexo proteico chamado de 
TAP1 e TAP2, que são proteínas transmembrana que 
vão fazer esse processo na presença de ATP, ou seja, 
abrem um poro, permitindo a entrada de peptídeos para 
dentro do RE 
Paralelo rápido 
Antígenos endógenos são apresentados por MHC de 
classe 1 gerando repostas mediadas por T CD8, que 
media a citotoxicidade, que é a morte de céls alvo. 
MHC de classe 1 se relacionam com antígenos 
exogenos, apresentados para celulas tcd4 que vão 
desencadear mecanismos relacionados principalmente 
a processos inflamatórios, com o recrutamento de 
macrófagos, por exemplo. 
Uma serie de patógenos atuam em diferentes pontos 
de apresentação antigênica, impedindo que os 
peptídeos virais cheguem na superfície, isso faz com 
que as respostas mediadas por T CD8 sejam 
diminuídas, mas em contrapartida eu tenho a ação das 
NK, essa célula é naturalmente ativa, ela precisa do 
mecanismo de desativação, ou seja, MHC com 
proteínas próprias na membrana por exemplo, 
mostrando para a célula NK que ela não deve nada, se 
isso não ocorrer, a célula NK destrói a célula. 
 
 
 
1 
 
Introdução 
A aula vai abordar os mecanismos efetores que estão 
associados a resposta imune humoral e ontogenia de 
linfócitos (o processo pelo qual os linfócitos passam são 
os mesmos). 
Funções dos anticorpos 
As funções do anticorpos são aglutinação (tem uma 
função de contenção local de patógenos, fazendo com 
eu direcione os mecanismos efetores de melhor forma, 
impedindo o prejuízo de outros locais), neutralização 
(acaba sendo uma função secundária do processo de 
aglutinação), opsonização (se liga ao antígeno 
impedindo o mesmo de se ligar ao receptor, 
participando do processo de neutralização, e essa 
ligação faz meio que uma sinalização, além disso, a 
opsonização permite a fagocitose facilitada, pois na 
presença de anticorpos o fagocito produz mais radicais 
ativos, como o óxido nítrico, facilitando a fagocitose do 
antígeno), ativação do complemento (produz vários 
componentes que desencadeiam processos que vão 
gerar as respostas inflamatórias). 
• Aglutinação. 
• Neutralização. 
• Opsonização. 
• Ativação do complemento. 
• Inflamação. 
• Citotoxicidade de célula dependente de 
anticorpo (ADCC). 
Estrutura dos anticorpos 
Vamos ter uma porção FC e uma porção FAD. Na 
porção FAD vamos ter uma região variável, que vai ser 
a porção que interage com os antígenos, ou seja, a 
especificidade. A porção FC, que é formada pela 
cadeia pesada e leve, vai ser a região constante, que 
vai ser responsável pela função. 
Somente essas regiões estáveis (FC) reagem com os 
componentes do sistema imune, por isso ela é 
relacionada a função, o receptor presente na 
membrana dos fagócitos reconhece essa porção FC, 
que é a região estável. Por exemplo, se o anticorpo vai 
ativar o complemento, a porção que interage com os 
receptores do complemento é a porção FC. 
IgG e IgE são exemplos disso, são moléculas que 
possuem funções distintas, pois, a IgE vai se relacionar 
com monócitos, já IgM vai atuar em fagócitos, sendo 
assim, a função desempenhada pelas células ao 
reconhecerem o mesmo antígeno vai ser diferente pelo 
simples fato delas possuírem regiões FC distintas. 
Na imagem acima, os número 1 e 2 representam as 
minhas porções FC e FAB, sendo 1 FAB, região da 
especificidade, e 2 FC, região da função. 
 
De acordo com o que foi descrito agora, vamos estudar 
as características de cada tipo de imunoglobulina: 
IgM 
IgM possui uma forma secretada de pentâmero, 
fazendo com que ela consiga ter uma maior avidez, ou 
seja, consegue interagir com 10 pontos antigênicos 
idênticos. Ligada pela cadeia J, que é de junção. 
Junto com a IgD é a primeira classe de proteína 
produzida, ou seja, todo linfócito que sai da medula ou 
expressa IgD ou IgM, e toda imunoglobulina de 
superfície é monomérica, a forma secretada pode ser 
diferente, mas quando na superfície elas sempre são 
monoméricas. 
É importante pois está associada com a ativação do 
complemento, junto com a IgG. 
 
 
 
2 
 
IgD 
Receptor de células B, assim como a IgM, tem função 
biológica desconhecida, funciona na ativação das 
células B. 
OBS: Quando eu digo monoclonal, eu digo que todos 
os clones de um individuo respondem somente a um 
antígeno especifico, ou seja, diferentes 
imunoglobulinas com a mesma especificidade. Nós 
somos indivíduos policlonais, temos clones distintos 
que reconhecem antígenos diferentes e tem funções 
distintas. 
IgG 
É a forma mais abundante presente no soro, cerca de 
80%, faz a proteção fetal, pois é a única que consegue 
atravessar o trofoblasto, que possui receptores para a 
porção FC de IgG, atravessando da mãe para o feto, 
ela ativa o complemento e está associada a 
opsonização e facilitação da fagocitose. 
OBS: O fagócito possui um FCR gama (receptor para 
porção FC de IgG), por isso eles ativam essas células, 
já os mastócitos, por exemplo, possuem FCR épsilon, 
ou seja, receptores para a porção FC de IgE, mostrando 
que o principio é o mesmo. 
IgE 
Media a hipersensibilidade imediata, ou seja, a 
alergia, possui receptores para a porção FC de IgE de 
alta sensibilidade, quando duas moléculas de IgE 
interagem com o mesmo antígeno presente na 
superfície do mastócito ou basófilo faz com que ele 
degranule,liberando histamina e prostaglandina. É 
importante para mediar respostas contra parasitas, 
principalmente contra helmintos, os vermes induzem 
respostas mediadas por IgE e desencadeiam respostas 
funcionas mediadas por eosinófilos. 
IgA 
É a mais abundante, é secretada nos lúmens da 
mucosas, a forma secretada dela é um dimérica, é a 
única que consegue passar pelas celulas epiteliais da 
mucosas para serem secretadas no lúmen do trato 
gastrointestinal (se liga a receptores chamados de poli-
IgA nas células epiteliais que transferem elas para o 
lúmen da mucos), tendo a função de conter o 
crescimento da microbiota ou controlar patógenos 
que tem entrada pelo ar ou acesso ao trato 
gastrointestinal, tem relação com os anticorpos 
adquiridos pelo feto. 
Neutralização 
Capacidade da imunoglobulina de se ligar a um 
patógeno ou toxina, impedindo que esses se 
relacionem com o receptor da célula alvo, ou seja, 
tenha uma ação toxica, o exemplo que temos de 
neutralização é o soro antiofídico. Nós temos a 
capacidade de produzir esses soros, mas não é tão 
rápido quanto o necessário, pois uma resposta humoral 
adaptativa demora normalmente 14 dias, o que para 
algumas toxinas ou venenos não resolve. 
Opsonização 
Os antígenos podem ser ligados por esses anticorpos, 
como IgG, e os receptores para a porção FC do 
anticorpo fazem a ativação do fagócito, no caso da IgG 
por exemplo, essa opsonização vai gerar uma 
fagocitose facilitada, provocando a morte do antígeno 
mais facilmente. 
ADCC 
Capacidade funcional de células serem citotóxicas, ou 
seja, eliminarem outras celulas ou eliminares 
patógenos, duas imunoglobulinas são importantes para 
isso, a IgG, que pode se ligar as céls infectadas 
(apresentam receptores estranhos na sua superfície), a 
célula opsonizada com IgG pode reagir com céls NK, 
que ao reconhecerem a IgG por meio de receptores, 
fazem a degranulação da célula alvo. 
Isso também pode acontecer durante respostas a 
helmintos, eles expressam antígenos que são ligados 
por IgE, e a interação dessa IgE com os receptores de 
IgE em eosinófilos, fazem com que os eosinófilos 
degranulem, levando a morte do parasita. 
OBS: As células NK não conseguem reconhecer os 
antígenos de superfície, sejam eles normais ou 
anormais, a única forma de fazer com que ela entenda 
se aquilo é próprio ou estranho é através do anticorpo 
de superfície. Diferente de células TCD8, que 
reconhecem antígenos de superfície sem que eles 
precisem ser apresentados por imunoglobulinas. 
Vias de ativação do complemento 
Existem 3 vias, via clássica que depende de 
anticorpos, IgG e IgM, via alternativa e vias da 
leptinas, que independem de anticorpo, mas sim de 
padrões que se repetem nos patógenos. 
O sistema do complemento se comunica entre as vias, 
ou seja, algo produzido em uma via influencia outra via 
fazendo com que ocorra uma amplificação, alguns 
componentes formados na via alternativa podem ser 
usados na via clássica, por exemplo. Acabam sendo 
vias de amplificação, onde a hidrólise desses 
componentes vai gerar outros componentes ativos, 
independente da via, que tem 2 funções principais: 
A primeira função principal é a lise de céls 
infectadas, eu vou ter esses componentes reagindo, 
até formar o MAC, que é o complexo de ataque a 
membrana, que vai gerar um poro, permitindo a lise por 
choque osmótico. 
A outra função é a de inflamação que esses 
componentes do complemento conseguem 
desencadear, principalmente pelos componentes A, 
C3A, C4A, C5A, que são componentes ativos 
resultantes da hidrolise dos componentes das vias e 
 
3 
 
são moléculas quimiotáticas e ativadoras de células 
endoteliais, ou seja, elas conseguem induzir a 
vasodilatação de endotélio, recrutamento de leucócitos 
para o sitio onde há a hidrolise dos componentes do 
complemento. 
Qual a importância do complemento para a 
resposta imune? 
Do ponto de vista da interação com o patógeno, o 
complemento é capaz de matar o patógeno, ou seja, 
tem importância na modulação direta da resposta, 
além de potencializar a resposta imune, pois os 
componentes liberados na hidrólise são inflamatórios e 
tem função tanto direta nas células imunes, como nos 
macrófagos, tanto podem facilitar a fagocitose realizada 
pelos fagócitos. Os componentes do complemento 
favorecem o recrutamento celular e os processos da 
inflamação, como vasodilatação, etc. 
OBS: O sistema do complemente acontece fora da 
célula, seus componentes influenciam transcrição de 
fatores pró-inflamatórios por se associarem a 
receptores na membrana das células, e esses 
receptores geram cadeias de ativação que chegam até 
o material genético para realizar a transcrição desses 
fatores. 
Ontogenia e desenvolvimento de linfócitos 
Vai explicar a ontogenia com ênfase nas células B, mas 
a ontogenia é a mesma, e os mecanismos que geram 
diversidade nesses linfócitos são os mesmos que nas 
células T. As enzimas que atuam nos mecanismos de 
diversidade em um são as mesmas que participam dos 
processos do outro. 
Para entender os linfócitos é necessário lembrar que 
eles são produzidos nos órgãos linfóides primários, e 
vão agir nos órgãos linfóides secundários. 
A medula óssea é o órgão responsável pela 
hematopoiese, ou seja, produção de células, e o timo 
se destaca no processo de maturação dos linfócitos T. 
A partir disso, podemos concluir que os linfócitos B 
são produzidos e maturados na medula, enquanto 
os linfócitos T são produzidos na medula, mas 
maturados no timo. 
Esses linfócitos vão desempenhar uma série de 
funções, mediando uma série de mecanismos 
totalmente distintos, como a célula B, que através da 
produção e secreção de anticorpo vai desencadear 
ações como aglutinação, ativação de complemento, 
opsonização, neutralização, essas coisas. Temos 
outras funções efetoras mediadas por células T, como 
os linfócitos T CD4, que vão ativar as células da 
imunidade inata por meio da secreção de citocinas 
inflamatórias, aumentando a atividade fagocitárias das 
células da imunidade inata. 
Relembrando: O primeiro sinal para ativação é a 
relação entre o MHC e o TCR (receptor de célula T), 
mas esse sinal não é suficiente, então são necessários 
outros sinais por meios de moléculas co-estimuladoras, 
como CD40 e CD80, sendo chamadas de segundo 
sinal de ativação. Além disso, existe um intercâmbio de 
citocinas produzidas pela APC que estimulam a célula 
T e citocinas produzidas pela célula T que estimulam a 
APC, essas moléculas representam o segundo sinal 
quando as moléculas co-estimuladoras não estão 
envolvidas no processo de estimulação, se houver 
molécula co-estimuladora e o MHC junto com TCR, 
esse será o 3º sinal. 
Essa interação entre APC e célula T faz com que 
ambas sejam beneficiadas, as células T efetoras vão 
favorecer a atividade de células inatas, ou seja, os 
macrófagos recrutados nesse mecanismo vão eliminar 
muito mais e muito melhor os patógenos. 
Os nossos clones de células B e T são gerados a partir 
de uma célula tronco do precursor linfoide, a partir disso 
vamos ter 3 eventos que vão ser importantes e 
determinantes para o desenvolvimento do repertório 
clonal (que são todos os clones de células B e celulas 
T que eu possuo, sendo que cada individuo possui um 
repertório clonal diferente). 
A geração desse repertório se dá por 3 eventos, o 
primeiro é a proliferação ou intensa atividade mitótica 
que acontece na medula óssea no precursor linfoide, 
fazendo com que esse entre em estado de proliferação 
celular, gerando mais clones ainda não específicos, ou 
seja, as células tronco geram células naíve (células 
virgens). 
A partir dessa proliferação inicial a partir da IL7, eu vou 
ter a ativação de mecanismos de recombinação 
gênica para a geração de receptores funcionais dentro 
dessas celulas naíve (nascentes), são os mecanismos 
celulares gênicos que vão estar associadosaos genes 
que vão codificar a cadeia leve e cadeia pesada dos 
TCR e BCR. 
Por fim vamos ter a seleção dos receptores para ver 
se eles são funcionais ou não. 
A linha de raciocino é simples, a partir de uma celula eu 
gero vários clones, nesses clones eu gero os 
receptores, e no terceiro momento eu preciso checar se 
esses receptores são funcionais. De todas as células 
geradas na medula, 95% são inviáveis por disfunção 
nesses receptores, seja por uma alta estimulação ou 
por uma falta de estimulação. 
Os receptores envolvidos nesse processo são os BCR 
e os TCR, os dois possuem regiões variáveis e 
constantes e cadeias leves e pesadas, são essas 
cadeias que são formadas no processo de 
recombinação somática, que é um processo genético 
responsável por gerar ou alinhar as sequencias gênicas 
que vão codificar as proteínas de cada uma dessas 
cadeias. 
Em resumo, a produção ou a maturação do TCR ou do 
BCR vai envolver uma célula tronco que vai dar origem 
ao linfócito B ou T, essa célula entra em divisão através 
 
4 
 
da IL7, gerando um acúmulo de clones, essas células 
nascentes ativadas vão expressar cadeia pesada dos 
receptores, seja do TCR ou do BCR, posteriormente é 
rearranjado a cadeia leve, e ela é montada junto com a 
cadeia pesada para formar o receptor, uma vez que eu 
tenho meu receptor montado com a cadeia leve e 
pesada alinhadas, eu vou selecionar só meus clones 
viáveis, que saem da medula e vão para a periferia, isso 
tudo ocorre nos órgãos linfoides primários. 
No timo, para as células T acontece a mesma coisa do 
que esse descrito acima, que é para células B. 
 
Durante o processo de diferenciação existe o 
comprometimento da linhagem, ou seja, temos uma 
célula tronco geral que vai dar a origem aos dois 
precursores, linfoide e mieloide, dentro do linfoide 
vamos ter os precursores que vão dar origem as celulas 
T (pró-T) e o precursor que vai dar a origem as células 
B (pró-B), a partir do momento que o percursor comum 
evolui para pro-T ou pro-B ele não volta mis, isso se 
chama comprometimento das linhagens B e T. 
 
Os linfócitos são uma das poucas celulas em que nos 
não fazemos testes gênicos, pois eles têm a 
capacidade de editar o DNA, eliminando informações 
ou seja, não possuem no seu genoma a mesma 
sequência somática do que tinham quando eram 
completamente indiferenciados. Essa capacidade de 
edição de DNA faz com que as células pró-T, por 
exemplo, não voltem a ser indiferenciadas e se 
transformem em células pró-B, pois elas meio que 
deletaram essa parte do seu DNA quando passaram de 
células indiferenciadas para pró-T. 
Depois de virar uma célula pró-B a partir da célula 
tronco, a célula exibe na sua superfície a cadeia 
pesada, a partir dessa cadeia pesada nascente vai 
haver a ativação das células, pois a cadeia pesada é 
capaz de interagir com receptores expressos em 
células estromais dos órgãos linfóides primários 
gerando sinais para a recombinação da cadeia leve, a 
partir disso vou ter uma célula ainda imatura 
expressando a cadeia leve e a cadeia pesada. 
Posteriormente, a célula com o receptor expresso vai 
passar pelo processo de seleção, se aprovada ela é 
uma célula madura que está pronta para ir para 
periferia. 
Existem duas moléculas importantes nos processos 
que envolvem a expressão desse receptor, são 
enzimas chamadas de recombinazes, elas reconhecem 
os genes, aproximam os genes que vão codificar a 
cadeia leve e pesada e facilitam a clivagem do DNA 
para a junção desses genes e a produção de um RNAm 
que vai ser importante para a produção das proteínas, 
elas se chamam RAG1 e RAG2. Outro mecanismo de 
diversidade esta associado a TDT, que é uma DNA 
ligase. 
OBS: O mecanismo para a geração do receptor passa 
por um processo de falha de ligação, que é a janela 
aberta de leitura para a síntese de aminoácidos. 
Quando o DNA é clivado ele não é cortado nos pontos 
específicos do receptor. 
O receptor é formado por vários segmentos gênicos 
que são unidos, e são basicamente 3 segmentos 
gênicos, chamados de V, D e J, que estão localizados 
em pontos diferentes, de diferentes cromossomos. 
Esses segmentos precisam ser juntados para formar 
um segmento VDJ. Além disso, vamos ter outros genes 
que codificam os tipos de cadeia pesada, por exemplo, 
um gene que codifica a cadeia pesada da IgG, um da 
IgE. Então, uma cadeia pesada é formada por 
segmentos VDJ e um segmento de cadeia pesada 
produzido por um desses genes de cadeia pesada. 
Esses segmentos estão perdidos ao longo do DNA em 
cromossomos diferentes, as RAG reconhecem esses 
segmentos em diferentes pontos do DNA e aproximam 
eles, formando alças no DNA, a RAG cliva toda a 
informação que estava entre os dois segmentos tirando 
essas alças e deixando os segmentos próximos. 
Essa parte que sai se junta e vira um RNAm, que vai 
ser transcrito em proteínas, na hora da união desses 
segmentos V, D e J, eu vou ter a adição de nucleotídeos 
por meio da ação da TDT, pois o corte não é preciso, 
gerando um janela de leitura diferente, pois eu mudei 
os aminoácidos que estavam ali, e quando mudamos 
uma aminoácido em uma sequência, isso implica na 
transcrição de proteínas. 
 
5 
 
Todo o processo descrito anteriormente foi para a 
síntese de uma cadeia pesada, posteriormente vai 
ocorrer esse processo novamente para a síntese e 
recombinação da cadeia leve, porém, as RAG são mais 
importantes nesse processo. 
 
Para a célula B, eu tenho uma estrutura que é 
importante e fica entre o ponto de síntese da cadeia 
pesada e o ponto de síntese da cadeia leve, tenho uma 
estrutura chamada de pré-imunoglobulina ou pré-IgM, 
que é uma cadeia leve falsa gerada na síntese da 
cadeia pesada para manter a estruturas da minha 
cadeia pesada, ela consegue induzir a transdução de 
sinal que vai estimular a síntese de cadeia leva, ou seja, 
ela estimula os rearranjos das cadeias leves. 
OBS: Esse mecanismo de pré-imunoglobulina NÃO 
está presente na formação de células T. 
Como um individuo pode produzir imunoglobulinas 
e receptores para todos os antígenos presentes na 
natureza? A capacidade de expressão pode chegar a 
1018 número de receptores, que é maior que o número 
de antígenos cadastrados. O nosso corpo consegue 
fazer isso por meio do rearranjo gênico, vão ser as 
sequências distintas de DNA unidas por mecanismos 
enzimáticos de excisão e colagem, gerando uma 
sequência, que vai gerar uma proteína funcional, o que 
gera uma grande diversidade do repertório de células. 
A diversidade se dá por 3 tipos diferentes de 
recombinação, a somática, que vai gerar a diversidade 
de segmentos gênicos (V, D e J), ou seja, como eu 
tenho vários genes codificando esses segmentos eu já 
vou ter uma grande variedade. 
Além disso, pode ser a diversidade combinatória, os 
segmentos gerados precisam ser recombinados, uma 
cadeia pesada funcional é VDJ constante, então eu 
preciso combinar esses 3 segmentos (V,D e J) em uma 
única estrutura, essa combinação dos genes é 
aleatória, ou seja, esses segmentos que as RAG 
pegam são selecionados ao acaso, causando uma 
variedade. 
Diversidade juncional é a diversidade da ligação pela 
TDT e também polimeriza possíveis erros da RAG, ou 
seja, quando a RAG corta demais esses nucleotídeos, 
a TDT complete essas sequências faltosas, o que pode 
gerar mais variação ainda. 
OBS: Todos os segmentos V, D e J que foram falados 
até aqui são relativos à cadeia pesada, nas cadeias 
leves nós não temos os segmentos D. Portanto, no fim 
de tudo, a diversidade é dada por um rearranjo dos 
segmentos V, D e J da cadeia pesada, dos segmentos 
V e J da cadeia leve, e da sua parte constante. 
Uma coisa que acontece com linfócito B e não nos T, 
uma vez eu as celulas B maduras reconhecem 
antígeno na periferia, elas podem sofrer novamente os 
mecanismos de recombinação para poder alterar as 
porções constantes da molécula,por exemplo, toda 
célula inicial é IgM ou IgD, a medida que ela reconhece 
antígenos, ela pode deixar de expressar esse IgG e 
expressar IgA, por exemplo. 
O linfócito B saindo da periferia vai expressar IgM ou 
IgD na sua superfície, e ao entrar em contato com o 
antígeno, vai ser estimulado, expandindo (expansão 
clonal), gerando algumas funções efetoras, como a 
secreção de anticorpo, que pode ser o mesmo 
expresso pela célula original, como pode ser um 
anticorpo diferente, ela pode mudar a classe dele por 
todo aquele processo de recombinação de parte 
constante de cadeia pesada, a vantagem disso é que 
você potencializa as suas funções efetoras sobre 
aquele antígeno, mantendo a especificidade e 
mudando somente a classe eu potencializo o meu 
mecanismo de ação sobre aquele antígeno. Além 
disso, tenho a maturação de afinidade, ou seja, o cara 
que foi produzido depois tem uma avidez muito maior 
para tal antígeno do que a célula antes dele, ou seja, os 
mecanismo de recombinação fizerem ele ter uma 
melhora da afinidade desse anticorpo pelo antígeno. 
Nesse processo, eu vou gerar células de memória, que 
tem a função importante de no contato secundário 
essas células dão origem a células antígeno 
especificas muito mais rapidamente. 
Os BCR englobam tanto as imunoglobulinas como co-
receptores associados, tendo esses uma função 
especifica cada um, atuando na ativação do 
reconhecimento antigênico. 
 
6 
 
O reconhecimento antigênico na superfície vai fazer 
com que eu tenha a ativação de segundos mensageiros 
intracelulares, fazendo com que eu aumente a 
transcrição de fatores pro inflamatórios, produção de 
citocinas, secreção de anticorpo, tudo isso vai 
acontecer após o reconhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
O precursor de células T vai para o timo, onde vai se 
diferenciar em dois grandes subgrupos, as células 
TCD4, chamadas de auxiliadoras (helpper), com a 
função de auxiliar as funções imunes, sejam elas de 
resposta inata ou adaptativa, elas fazem o 
reconhecimento via MHC de classe 2, mediando 
respostas contra patógenos extracelulares, vão mediar 
essas reações por meio de citocinas, podendo ser pró-
infamatórias ou inibitórias. 
Os TCD4 ainda podem ser divididos em mais 
subgrupos, como os TH1, TH2, Treg e TH17. 
Além disso, temos as células TCD8, que vão ter o 
mecanismo de citotoxicidade, que vão levar a morte 
celular por apoptose, vai fazer o reconhecimento via 
MHC de classe 1, fazem a morte celular e ação sobre 
células infectadas ou tumorais. 
Tanto CD8 quanto CD4 vão mediar funções 
completamente distintas, já vimos que os CD8 vão 
provocar as funções de lise de células infectadas. CD4 
vai mediar funções de auxílio, seja para as células da 
imunidade inata ou adaptativa, as citocinas secretadas 
por essa célula pode ativar linfócitos B para maturarem 
a sua especificidade, pode ativar macrófagos a 
fagocitar mais, pode ativar células CD8 por meio 
dessas citocinas. 
As células CD4 vão ser produzidas e maturadas nos 
órgãos linfoides primários, caindo na circulação e vão 
reconhecer antígenos apresentados nos órgãos 
linfoides secundários, sendo recrutadas até o sitio de 
inflamação para mediar suas funções, essa ligação 
entre a célula e o local depende da secreção de 
ligantes, mas todo esse processo ele disse que vai 
abordar na aula de inflamação. 
Vamos ter alguns mediadores inflamatórios que vão 
atuar especificamente sobre tipos de clones celulares. 
Mas ele chamou atenção para IL2, IL4, IL5 e interferon 
gama. 
• O interferon gama é uma citocina ativadora de 
fagócitos e linfócitos em geral, na presença dessa 
citocina, essas células vão mediar suas funções. 
• IL2 é uma citocina que está associada a 
proliferação celular, na presença dela a célula 
consegue proliferar melhor e na presença dessa 
citocina, a célula tem uma sobrevida maior. 
• IL4 e IL5 estão associadas ao processos 
inflamatórios do tipo TH2, mas também tem função 
 
7 
 
na mudança de classe dos linfócitos B. Além disso, 
a IL5 é importante na resposta contra helmintos. 
Informação aleatória: Na visão geral, as células 
auxiliadoras vão mediar as suas funções de auxilio de 
céls inatas e adaptativas, sejam elas da resposta 
humoral ou celular. 
Célula TCD4 TH1 
São células pró-inflamatórias que vão estar associadas 
a respostas contra patógenos, bactérias 
extracelulares, protozoários extracelulares, vão ser 
esses que vão ativar os mecanismos efetores dessa 
célula TCD4 TH1, que vai produzir citocinas que vão 
ativar outras células, como a ativação de macrófagos 
para fagocitar as bactérias. 
Célula TCD4 TH2 
São células inflamatórias com o perfil associado a 
respostas alérgicas e contra helmintos, produzem 
mediadores inflamatórios diferentes dos produzidos 
pelas células TH1, sendo antagônicos, ou seja, as 
citocinas produzidas por TH2 inibem as citocinas 
produzidas por TH1, por isso que num indivíduo 
alérgico há uma maior concentração de clones de TH2. 
Célula TCD4 TH17 
Estão associadas com respostas inflamatórias 
agudas e em ambientes de mucosas, relacionadas 
com a ativação de neutrófilos. Associado a doenças 
autoimune e mantém a homeostase intestinal. 
Célula TCD4 Treg 
Vão ser aquelas que vão suprimir todas as populações 
de células, ou seja, elas regulam a expressão. 
 
O receptor de células T reconhecem o MHC de classe 
2 e 1 e não reconhecem o antígeno em si, a partir desse 
reconhecimento de MHC vai ocorrer a geração de todos 
os sinais que vão ativar vários fatores de transcrição 
que vão ser responsáveis por muitas alterações que 
vão levar a realização da função. Além dos TCR vamos 
ter as moléculas co-estimuladoras, que vão ser 
responsáveis pelos segundos sinais, como já dito 
anteriormente. 
Da mesma forma que aconteceu com células B, vamos 
ter o rearranjo dos segmentos V, D, J para a cadeia 
pesada e V, J para a cadeia leve, quando unidas 
formam um receptor funcional que já sofreu os 
processos de recombinação. 
Nessa hora da aula ele explicou um histórico de como 
foram descobertas as diferentes classes de células 
TCD4 e suas citocinas relacionadas, ele estava mais 
citando do que tudo. 
Ainda temos as células TH0, que podem sofrer 
diferenciação para um subtipo TH1 ou TH2, 
dependendo do contexto inflamatório presente. Se 
durante a apresentação de antígeno estiverem 
presentem citocinas do tipo TH1, elas vão diferenciar 
para serem TH1, e ao contrario para TH2. 
Como dito anteriormente, as citocinas de TH1 e TH2 
são antagônicas, quando eu tenho aumento de 
citocinas TH1, obrigatoriamente eu tenho diminuição 
das citocinas de TH2, e vice-versa, ou seja, quando eu 
priorizo uma determinada resposta, eu diminuo a outra 
resposta. 
Um mesmo antígeno pode gerar respostas TH1 e 
TH2? 
A resposta é sim se eu considerar momentos diferentes 
de apresentação desse antígeno, ou seja, em um 
momento o antígeno pode desencadear a resposta 
TH1, em outro momento pode desencadear a resposta 
TH2. Isso é chamado de plasticidade imune, ou seja, a 
especificidade da célula se mantém (ela reconhece o 
antígeno X), mas a função a partir desse 
reconhecimento pode variar, ou seja, a resposta pode 
ser alterada pela necessidade. 
OBS: Citocinas do tipo TH1 ou TH2 conseguem 
modular a resposta adaptativa, por exemplo, na 
presença de interferon gama, o linfócito B muda de IgD 
para IgG, enquanto que na presença de IL4, o linfócito 
muda para IgE. 
Na presença de inflamação em um ambiente rico em 
TGF-beta eu vou ter uma diferenciação de células 
inflamatórias e não de células silenciadas, o ponto de 
vista prático disso é que, um dos lugares com a maior 
concentração de TGF-beta no nosso corpo é o fígado, 
ele é um mediador antinflamatório, ele é uma citocina 
que inibe as funções efetoras, ou seja, um mecanismo 
supressor

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