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Anatomia Orientada para Clínica - ABORDAGENS PARA O ESTUDO DA ANATOMIA - resumo do livro

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Anatomia Orientada para Clínica, 8ª edição
MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R.
ABORDAGENS PARA O ESTUDO DA ANATOMIA
Anatomia macroscópica humana funcional – o exame das estruturas do ser humano que podem ser vistas sem a ajuda do microscópio.
Anatomia regional 
Anatomia regional (anatomia topográfica) contempla a organização do corpo humano em partes principais ou segmentos.
Reconhece a organização do corpo em camadas: pele, tela subcutânea e fáscia muscular que cobre as estruturas mais profundas: os músculos, o esqueleto e as cavidades, que contêm vísceras (órgãos internos). Podem ser estudadas e examinadas em indivíduos vivos por meio da anatomia de superfície.
Anatomia de superfície fornece informações sobre quais estruturas estão situadas sob a pele e quais são perceptíveis à palpação do corpo vivo em repouso e em atividade. A anatomia de superfície exige conhecimento completo da anatomia das estruturas situadas abaixo da superfície. 
O exame físico é a aplicação clínica da anatomia de superfície. A palpação é uma técnica clínica associada à observação e à ausculta para examinar o corpo.	Comment by EMILY MORAES: AUSCULTA
ato de escutar os ruídos internos do organismo, para controlar o funcionamento de um órgão ou perceber uma anomalia
O estudo regional das estruturas profundas e das anormalidades em uma pessoa viva também é possível atualmente por meio de técnicas de imagem (radiológicas e seccionais) e da endoscopia. As imagens radiológicas e seccionais (anatomia radiológica) oferecem informações úteis sobre estruturas normais em indivíduos vivos. As técnicas de imagem mostram os efeitos do traumatismo, das doenças e do envelhecimento nas estruturas normais. As técnicas endoscópicas (que usam um dispositivo de fibra óptica flexível, introduzido em um dos orifícios do corpo ou através de uma pequena incisão cirúrgica [“acesso”] para examinar estruturas internas, como o interior do estômago).
Anatomia sistêmica 
Anatomia sistêmica é o estudo dos sistemas que atuam em conjunto para realizar funções complexas.
· O tegumento comum (dermatologia) consiste em pele (L. integumentum, revestimento) e seus anexos – pelos, unhas e glândulas sudoríferas. A pele, um órgão sensitivo extenso, forma o revestimento protetor externo do corpo e seu receptáculo. 
· O sistema esquelético (osteologia) é formado por ossos e cartilagem; é responsável pela forma básica e pela sustentação do corpo e é sobre ele que o sistema muscular atua para produzir movimento. Também protege os órgãos vitais como coração, pulmões e órgãos pélvicos.
· O sistema articular (artrologia) é formado por articulações e seus ligamentos associados que unem as partes ósseas do sistema esquelético e são os locais em que ocorrem os movimentos.
· O sistema muscular (miologia) é formado por músculos esqueléticos cuja ação (contração) move ou posiciona as partes do corpo ou por músculo liso e cardíaco que impulsiona, expele ou controla o fluxo de líquidos e substâncias contidas.
· O sistema nervoso (neurologia) é formado pela parte central do sistema nervoso (encéfalo e medula espinal) – sistema nervoso central - e pela parte periférica do sistema nervoso (nervos e gânglios, juntamente com suas terminações motoras e sensitivas) – sistema nervoso periférico. O sistema nervoso controla e coordena as funções dos sistemas orgânicos, possibilitando as respostas do corpo ao ambiente e suas atividades. Os órgãos dos sentidos => órgão olfatório (olfato); sistema ocular ou visual (oftalmologia); orelha (audição e equilíbrio – otologia); órgão gustatório (paladar).
· O sistema circulatório (angiologia) é formado pelos sistemas cardiovascular e linfático, que têm ação paralela no transporte dos líquidos corporais
 •A parte cardiovascular do sistema circulatório (cardiologia) é formada pelo coração e pelos vasos sanguíneos que impulsionam e conduzem o sangue pelo corpo, levando oxigênio, nutrientes e hormônios até as células e removendo seus resíduos 
•O sistema linfático é uma rede de vasos linfáticos que retira o excesso de líquido tecidual (linfa) do compartimento de líquido intersticial (intercelular) do corpo, filtra-o nos linfonodos e o reconduz até a corrente sanguínea 
•O sistema digestório (gastrenterologia) é formado pelo tubo digestório, desde a boca até o ânus, com todos os órgãos e glândulas associados a ingestão, mastigação, deglutição, digestão e absorção de alimentos e eliminação de resíduos sólidos (fezes) após a absorção de nutrientes 
· O sistema respiratório (pneumologia) é formado pelas vias respiratórias e pulmões que fornecem ao sangue oxigênio para a respiração celular e retiram dele o dióxido de carbono. O diafragma e a laringe controlam o fluxo de ar pelo sistema, que também pode produzir o som na laringe, que depois é transformado em fala pela língua, dentes e lábios 
· O sistema urinário (urologia) é formado pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra, que filtram o sangue e, em seguida, produzem, transportam, armazenam e excretam urina de forma intermitente (resíduos líquidos) 
· O sistema genital (ginecologia para mulheres; andrologia para os homens) é formado pelas gônadas (ovários e testículos), que produzem oócitos e espermatozoides, pelos ductos que os transportam e pelos órgãos genitais, que permitem sua união. Após a concepção, o sistema genital feminino nutre e dá à luz o feto 
· O sistema endócrino (endocrinologia) é formado por estruturas especializadas que secretam hormônios, inclusive glândulas endócrinas individuais sem ductos (como a glândula tireoide), células isoladas e aglomeradas nas paredes do intestino e dos vasos sanguíneos, bem como terminações nervosas especializadas. Os hormônios são moléculas orgânicas transportadas pelo sistema circulatório até células efetoras distribuídas por todas as partes do corpo. Assim, a influência do sistema endócrino é tão ampla quanto a do sistema nervoso. Os hormônios influenciam o metabolismo e outros processos, como o ciclo menstrual, a gravidez e o parto.
Anatomia clínica 
A anatomia clínica (aplicada) enfatiza aspectos da estrutura e da função do corpo importantes na prática. Inclui os métodos regional e sistêmico de estudo da anatomia e enfatiza a aplicação clínica. 
O aprendizado da anatomia clínica é empolgante por causa de seu papel na solução de problemas clínicos.
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
Posição anatômica 
Dorsal (deitados de costas) 
Ventral (de barriga para baixo)
Planos anatômicos 
Plano mediano (plano sagital mediano), é o plano anteroposterior vertical que passa longitudinalmente, dividindo-o em metades direita e esquerda. 
Planos sagitais são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano. Um plano paralelo ao plano mediano e próximo a ele pode ser denominado plano paramediano
Planos frontais (coronais) são planos verticais, dividindo o corpo em partes anterior e posterior.
Planos transversos são planos horizontais, dividindo o corpo em partes superior e inferior.
Termos de relação e comparação 
Superior- estrutura situada mais perto do vértice
Inferior- estrutura situada mais perto da planta do pé.
Caudal- significa em direção à região dos pés ou da cauda.
Posterior (dorsal) - designa posterior do corpo ou mais perto do dorso 
Anterior (ventral) - designa a parte frontal do corpo ( Rostral - descrever partes do encéfalo)
Medial - estrutura está mais perto do plano mediano do corpo
Lateral - distante do plano mediano
Dorso - refere-se à face superior de qualquer parte do corpo que se saliente anteriormente. Ex.: língua, nariz, mão ( face posterior a palma)
Face dorsal - superfície das mãos, dos pés
Face palmar - superfície das mãos
Face planar - superfície do pé
Inferomedial - mais perto dos pés e do plano mediano
Superolateral - significa mais perto da cabeça e distante do plano mediano.
Proximal e distal – usados ao comparar posições mais próximas ou mais distantes da inserção de um membro ou da parte central de uma estrutura linear.
Termos de lateralidade 
Bilaterais – estruturas pares 
Unilaterais – apenasum lado 
Ipsilateral – mesmo lado do corpo 
Contralateral – lado oposto do corpo 
Termos de movimento 
Flexão – diminuição do ângulo 
Extensão – retificação ou aumento do ângulo 
Flexão dorsal (dorsiflexão) – flexão na articulação do tornozelo 
Flexão plantar – curva o pé e os dedos em direção ao solo
Hiperextensão – pode causar danos
Abdução – afastamento 
Adução – aproximação 
Flexões laterais (curvatura lateral) – formas especiais de abdução apenas para o pescoço e o tronco
Circundução – movimento circular que consiste em uma sequência de flexão, abdução, extensão e adução
Rotação medial (interna)
Rotação lateral (externa)
 
A pronação e a supinação são os movimentos de rotação do antebraço e da mão que giram a extremidade distal do rádio, medial e lateralmente ao redor e através da face anterior da ulna, enquanto a extremidade proximal do rádio gira sem sair do lugar.
Eversão – afasta a planta do pé do plano mediano, girando-a lateralmente
Inversão – move a planta do pé em direção ao plano mediano
Oposição – polpa do polegar é aproximada da polpa de outo dedo. Esse movimento é usado para pinçar.
Reposição – movimento de retorno, posição anatômica 
Protrusão – movimento anterior (para a frente)
Retrusão – movimento posterior (para trás)
Protração e retração são mais usados para descrever os movimentos anterolateral e posteromedial da escápula na parede torácica, causando o movimento anterior e posterior do ombro
Elevação – desloca uma parte para cima
Depressão – desloca uma parte para baixo
VARIAÇÕES ANATÔMICAS
Variação anatômica geralmente não tem efeito sobre a função normal. Anomalia congênita, evidente ao nascimento ou logo após, devido a forma ou função aberrantes. Anomalias congênitas também podem variar de leves a graves. Muitas anomalias congênitas poderem ser tratadas, outras são fatais.
TEGUMENTO COMUM
A pele é facilmente acessível e é um dos melhores indicadores da saúde geral.
· Proteção do corpo contra os efeitos ambientais
· Contenção das estruturas do corpo, e de substâncias vitais
· Regulação do calor mediante a evaporação do suor e/ou a dilatação ou constrição dos vasos sanguíneos superficiais
· Sensibilidade por meio de nervos superficiais e suas terminações sensitivas
· Síntese e armazenamento de vitamina D
Epiderme é um epitélio queratinizado, tem uma camada superficial córnea e resistente, que forma uma superfície externa protetora sobre a camada basal ou profunda, regenerativa e pigmentada. A epiderme não tem vasos sanguíneos nem linfáticos. A epiderme avascular é nutrida pela derme subjacente, vascularizada. A derme é irrigada por artérias que entram em sua superfície profunda para formar um plexo cutâneo de artérias que se anastomosam. A pele também tem terminações nervosas aferentes sensíveis ao tato, à irritação (dor) e à temperatura. A maioria das terminações nervosas está situada na derme, mas algumas penetram a epiderme
Derme é uma camada densa de fibras colágenas e elásticas entrelaçadas. Essas fibras proporcionam o tônus cutâneo e são responsáveis pela resistência e firmeza da pele. A derme dos animais é retirada e curtida para produzir o couro. Embora os feixes de fibras colágenas na derme sigam em todas as direções para formar um tecido firme, semelhante ao feltro, em um local específico a maioria das fibras segue na mesma direção. O padrão predominante de fibras colágenas determina a tensão característica e as rugas na pele.
As linhas de clivagem (também chamadas de linhas de tensão ou linhas de Langer) tendem a ser longitudinalmente espirais nos membros e transversais no pescoço e no tronco. As linhas de clivagem nos cotovelos, joelhos, tornozelos e punhos são paralelas às pregas transversais que surgem quando os membros são fletidos. As fibras elásticas da derme sofrem deterioração com a idade e não são substituídas; consequentemente, a pele das pessoas idosas apresenta rugas e flacidez à medida que perde a elasticidade.
A pele também contém muitas estruturas especializadas . A camada profunda da derme contém folículos pilosos, associados a músculos lisos eretores e glândulas sebáceas. A contração dos músculos eretores dos pelos causa ereção dos pelos, deixando a pele arrepiada. Em geral, os folículos pilosos são inclinados para um lado, e há várias glândulas sebáceas no lado para o qual o pelo “aponta” ao emergir da pele. Assim, a contração dos músculos eretores deixa os pelos mais retos, comprimindo as glândulas sebáceas e facilitando a liberação de sua secreção oleosa na superfície cutânea. A evaporação da secreção aquosa (suor) das glândulas sudoríferas da pele é um mecanismo termorregulador para perda de calor (resfriamento). As pequenas artérias (arteríolas) da derme também participam da perda ou retenção do calor corporal. Elas se dilatam para encher os leitos capilares superficiais e irradiar calor (a pele fica vermelha) ou contraem-se para minimizar a perda de calor na superfície (a pele fica azulada, principalmente nos lábios e nas pontas dos dedos das mãos). Outras estruturas ou derivados da pele incluem os pelos, as unhas (dos pés e das mãos), as glândulas mamárias e o esmalte dos dentes.
Situada entre a pele sobrejacente (derme) e a fáscia muscular subjacente, a tela subcutânea é formada principalmente por tecido conjuntivo frouxo e depósito de gordura, contém glândulas sudoríferas, vasos sanguíneos superficiais, vasos linfáticos e nervos cutâneos. As estruturas neurovasculares da pele (nervos cutâneos, vasos superficiais) seguem na tela subcutânea, distribuindo apenas seus ramos terminais para a pele. 
A tela subcutânea é responsável pela maior parte do reservatório de gordura do corpo, assim sua espessura varia muito, dependendo do estado nutricional da pessoa. Além disso, a distribuição da tela subcutânea é muito variável em diferentes locais no mesmo indivíduo.
A tela subcutânea participa da termorregulação, funcionando como isolamento e retendo calor no centro do corpo. Também oferece acolchoamento que protege a pele da compressão pelas proeminências ósseas, como nas nádegas.
Figura - Retináculos da pele e tela subcutânea. A. A espessura da tela subcutânea pode ser estimada como sendo aproximadamente metade da espessura de uma prega cutânea pinçada (i. e., a prega cutânea tem o dobro da espessura da tela subcutânea). O dorso da mão tem relativamente pouco tecido subcutâneo. B. Retináculos da pele longos e relativamente esparsos possibilitam a mobilidade da pele demonstrada na parte A. C. A pele da palma (como a da planta do pé) está firmemente ligada à fáscia muscular subjacente.
Os retináculos da pele, faixas fibrosas numerosas e pequenas, estendem-se através da tela subcutânea e fixam a superfície profunda da derme à fáscia muscular subjacente. O comprimento e a densidade desses ligamentos determinam a mobilidade da pele sobre estruturas profundas. A pele é mais móvel nas áreas onde os ligamentos são mais longos e esparsos, como o dorso da mão. Nos locais onde os ligamentos são curtos e abundantes, a pele está firmemente fixada à fáscia muscular subjacente, como nas palmas das mãos e plantas dos pés. Os retináculos da pele são longos, mas particularmente bem desenvolvidos nas mamas, onde formam ligamentos suspensores para sustentação do peso.
ANATOMIA CLÍNICA TEGUMENTO COMUM 
Alterações da cor da pele no diagnóstico clínico
 O fluxo sanguíneo nos leitos capilares superficiais da derme influencia a cor da pele e oferece informações importantes para o diagnóstico de alguns distúrbios clínicos. Quando o sangue não traz oxigênio suficiente dos pulmões, como no caso de parada respiratória ou de problema circulatório com envio de volume inadequado de sangue aos pulmões, a pele pode tornar-se azulada (cianótica). Isso ocorre porque a hemoglobina, que transporta oxigênio no sangue, tem cor vermelho viva ao transportar oxigênio (como nas artérias e geralmente nos capilares) e arroxeada quando não tem oxigênio, como nas veias. A cianose é mais evidente nos locais onde a pele é fina, como os lábios, as pálpebras e sob as unhas transparentes.Lesão cutânea, exposição a calor excessivo, infecção, inflamação ou reações alérgicas podem causar ingurgitação dos leitos capilares superficiais, o que deixa a pele com coloração vermelha anormal, um sinal chamado de eritema. Em alguns distúrbios do fígado, um pigmento amarelo, chamado de bilirrubina, acumula-se no sangue, deixando amareladas as escleras e a pele, o que é chamado de icterícia. As alterações da cor da pele são observadas com mais facilidade em pessoas de pele clara e a identificação pode ser difícil em pessoas de pele escura.
 Incisões e cicatrizes cutâneas 
A pele está sempre sob tensão. Lacerações ou incisões paralelas às linhas de clivagem geralmente regeneram bem, deixando cicatrizes menores, porque a ruptura das fibras de colágeno é mínima (Figura 1.7, detalhe inferior). As fibras contínuas tendem a manter as margens da ferida no lugar. No entanto, uma laceração ou incisão transversal às linhas de clivagem rompe mais fibras colágenas. A ruptura das linhas de clivagem causa a abertura da ferida, e pode haver formação excessiva de cicatriz (queloide). Quando outros aspectos, como exposição e acesso adequados ou afastamento de nervos, não são muito importantes, os cirurgiões podem usar incisões paralelas às linhas de clivagem para tentar minimizar a formação de cicatriz por razões estéticas. 
Estrias cutâneas
 As fibras colágenas e elásticas na derme formam uma rede de tecido firme e flexível. Como a pele tem considerável capacidade de distensão, a incisão em uma cirurgia é relativamente pequena em comparação com a incisão muito maior necessária para realizar o mesmo procedimento em um cadáver fixado, cuja pele perdeu a elasticidade. A pele pode se distender e crescer para ajustar-se a aumentos graduais de superfície. Entretanto, aumentos de superfície acentuados e relativamente rápidos, como o aumento abdominal e o ganho de peso associados à gravidez, podem causar distensão excessiva e lesar as fibras colágenas na derme (Figura B1.1). Durante a gravidez, podem surgir as estrias gravídicas, que são linhas cutâneas finas e enrugadas, inicialmente vermelhas, mas que depois tornam-se roxas ou brancas. Elas podem surgir no abdome, nas nádegas, coxas e mamas. As estrias também surgem fora da gravidez em indivíduos obesos e em algumas doenças (p. ex., hipercortisolismo ou síndrome de Cushing); estão associadas à distensão e ao afrouxamento da tela subcutânea consequentes à degradação das proteínas que resulta em diminuição da coesão entre as fibras colágenas. As estrias geralmente diminuem após a gravidez e o emagrecimento, mas nunca desaparecem por completo.
 Lesões e feridas cutâneas
 Lacerações. Os cortes e lacerações cutâneas acidentais podem ser superficiais ou profundos. As lacerações superficiais penetram a epiderme e, às vezes, a camada superficial da derme; há sangramento, mas não há perda da continuidade da derme. As lacerações profundas penetram a camada profunda da derme, estendendo-se até a tela subcutânea ou ainda mais profundamente; a ferida se abre e requer aproximação das margens da derme (por sutura) para minimizar a formação de cicatriz. 
Queimaduras. As queimaduras são causadas por trauma térmico, radiação ultravioleta ou ionizante, ou agentes químicos. As queimaduras são classificadas, em ordem crescente de gravidade, de acordo com a profundidade da lesão cutânea e a necessidade de intervenção cirúrgica. O sistema de classificação atual não usa designações numéricas, exceto para queimaduras de quarto grau (a mais grave) :
 •Queimadura superficial (p. ex., queimadura solar): lesão limitada à epiderme; as manifestações são eritema (pele vermelha e quente), dor e edema; geralmente a camada superficial sofre descamação alguns dias depois, mas é rapidamente substituída pela camada basal da epiderme sem formação de cicatriz
 •Queimadura de espessura parcial: há danos à epiderme e à derme superficial, com formação de bolhas (espessura parcial superficial), ou perda dessas camadas (espessura parcial profunda); há lesão das terminações nervosas, o que torna esse tipo de queimadura mais doloroso; com exceção das partes mais superficiais, as glândulas sudoríferas e os folículos pilosos não são lesados e podem fornecer células de reposição para a camada basal da epiderme, juntamente com as células das margens da ferida; a regeneração é lenta (de 3 semanas a vários meses), deixando cicatriz e algum grau de contratura, mas geralmente é completa 
•Queimadura de espessura total: há lesão de toda a espessura da pele e, às vezes, da tela subcutânea subjacente; há edema acentuado e a área queimada fica anestesiada, pois as terminações nervosas sensitivas são destruídas; pode haver discreta regeneração nas margens, mas as partes ulceradas abertas exigem enxerto cutâneo: o tecido necrosado (escara) é removido e substituído (enxertado) na área queimada por pele retirada de um local não queimado (autoenxerto), pele de cadáveres humanos ou de porcos ou pele cultivada ou artificial 
•Queimadura de 4o grau: há lesão de toda a espessura da pele da tela subcutânea, do músculo e/ou do osso subjacentes; estas lesões podem ser fatais. 
As queimaduras são classificadas como graves se cobrirem 20% ou mais da superfície total do corpo (exceto queimaduras superficiais como queimadura solar), forem complicadas por trauma ou lesão inalatória, ou forem causadas por produtos químicos ou por descargas elétricas de alta tensão. A área de superfície afetada por uma queimadura em um adulto pode ser estimada aplicando-se a “Regra dos Nove”, na qual o corpo é dividido em áreas de aproximadamente 9% ou múltiplos de 9% da superfície corporal total . Três fatores que aumentam o risco de morte por lesão grave são (1) idade superior a 60 anos, (2) queimaduras de espessura parcial e de espessura total de mais de 40% da superfície corporal, e (3) a ocorrência de lesão inalatória. 
FÁSCIAS, COMPARTIMENTOS FASCIAIS, BOLSAS E ESPAÇOS POTENCIAIS
As fáscias envolvem, acondicionam e isolam as estruturas profundas do corpo. A fáscia muscular é um tecido conjuntivo denso, organizado, desprovido de gordura, que cobre a maior parte do corpo paralelamente (profundamente) à pele e à tela subcutânea. Extensões a partir de sua superfície interna revestem estruturas mais profundas, como músculos individuais (quando ele pode também ser chamado epimísi) e feixes neurovasculares, como a fáscia de revestimento.
Nos membros, grupos de músculos com funções semelhantes, geralmente compartilhando a mesma inervação, estão localizados em compartimentos fasciais. Esses compartimentos são separados por espessas lâminas de fáscia muscular, chamadas de septos intermusculares, que se estendem centralmente a partir da bainha fascial adjacente e se fixam aos ossos. Esses compartimentos podem refrear ou direcionar a disseminação de uma infecção ou tumor.
Em alguns locais, a fáscia serve como local de fixação (origem) dos músculos subjacentes. Mas na maioria das áreas, os músculos são livres, contraindo-se e deslizando sob a fáscia. A fáscia propriamente dita nunca passa livremente sobre o osso; no lugar onde toca o osso, ela se funde firmemente ao periósteo (revestimento ósseo). A fáscia relativamente firme que reveste os músculos, e sobretudo aquela que circunda os compartimentos fasciais nos membros, limita a expansão externa dos ventres dos músculos esqueléticos que se contraem. Assim, o sangue é expulso quando as veias dos músculos e os compartimentos são comprimidos. As válvulas existentes nas veias permitem o fluxo sanguíneo unidirecional (em direção ao coração) e impedem o refluxo que poderia ocorrer com o relaxamento muscular. A fáscia muscular sofre espessamento acentuado e forma um retináculo para manter no lugar os tendões na região em que cruzam a articulação durante a flexão e a extensão, impedindo que formem um “atalho”, ou um arco, através do ângulo criado. 
Fáscia subserosa situa-se entre as faces internas das paredes musculoesqueléticas e as túnicas serosas que revestem as cavidades do corpo. As fáscias endotorácica, endoabdominal(fáscia parietal do abdome) e endopélvica (fáscia parietal da pelve); as duas últimas podem ser coletivamente denominadas fáscias extraperitoneais. As bolsas são sacos ou envoltórios fechados de túnica serosa (uma delicada membrana de tecido conjuntivo que secreta líquido para lubrificar uma face interna lisa). As bolsas normalmente encontram-se colapsadas. Ao contrário dos espaços tridimensionais ou reais, esses espaços potenciais não têm profundidade; suas paredes são apostas, tendo entre elas apenas uma fina película de líquido lubrificante, que é secretado pelas membranas em seu interior. Quando a parede é interrompida em qualquer ponto, ou quando um líquido é secretado ou formado em excesso no seu interior, tornam-se espaços reais; entretanto, essa situação é anormal ou patológica.
Geralmente encontradas em locais sujeitos a atrito, as bolsas permitem o movimento mais livre de uma estrutura sobre outra. As bolsas subcutâneas são encontradas na tela subcutânea entre a pele e as proeminências ósseas, como o cotovelo ou o joelho; as bolsas subfasciais situam-se sob a fáscia muscular; e as bolsas subtendíneas facilitam o movimento dos tendões sobre o osso. As bainhas sinoviais dos tendões são um tipo especializado de bolsas alongadas que envolvem os tendões, geralmente quando atravessam túneis osteofibrosos que fixam os tendões no lugar.
Essas bolsas colapsadas circundam muitos órgãos e estruturas importantes. O coração é circundado pelo saco pericárdico, o pulmão é circundado por um saco pleural e as vísceras abdominais são circundadas pelo peritônio. A camada interna do balão ou saco seroso (aquela adjacente à mão, ao órgão ou à víscera) é denominada lâmina visceral. A camada externa do balão (ou aquela que fica em contato com a parede do corpo) é denominada lâmina parietal. Essa dupla camada de membranas de revestimento, com suas superfícies apostas umedecidas, proporciona liberdade de movimento à estrutura circundada quando está contida em um espaço fechado, como o coração em seu saco fibroso (pericárdio) ou os tendões dos músculos flexores nos túneis fibrosos que mantêm os tendões perto dos ossos dos dedos.

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