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Naara Pereira | 5°P Odontologia - UNIFSA CIRURGIA E ANESTESIOLOGIA Bi�seguranç� e� Odontologi� Introdução: . É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, diminuição ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Biossegurança é autocuidado e cuidado com o próximo. Transmissão de infecções : ● De paciente para equipe profissional ● Da equipe profissional para paciente ● De paciente para paciente via equipe profissional ● De paciente para paciente via instrumentais Mecanismo de ação: Quantidade de matéria orgânica > virulência do microorganismo > saúde, suscetibilidade do hospedeiro. Prevenção : ● Verificar condições de segurança dos equipamentos, ● Roupas adequadas - Além dos EPI’s ● Limpeza de equipamento em geral e descarte do lixo apropriadamente Classificação dos Riscos : Riscos Físicos Ex. Ruídos, calor frio, pressão, umidade Riscos Químicos: Ex. Poeira, fumo, vapor, mercúrio, ácidos, resinas. Riscos Biológicos: Ex. fungos, vírus, bactérias. Riscos Ergonômicos: Ex. Levantamento e transporte de peso, monotonia, repetitividade, ritmo excessivo, postura inadequadas de trabalho. Riscos de Acidentes: Ex: iluminação inadequada, arranjo físico inadequado, incêndio e explosão, eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção. Assepsia : Conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de microrganismos (contaminação) em um local que não os contenha. Anti-sepsia : É o método que impede a proliferação de microorganismos em tecidos vivos com o uso de substâncias químicas (os anti-sépticos). Desinfecção : Processo pelo qual se consegue destruir alguns microorganismos da pele, ou outros tecidos vivos por métodos. Degermação : É o ato de redução ou remoção parcial de microorganismos da pele, ou outros tecidos por métodos químicos mecânicos. Descontaminação : É a redução ou remoção dos microrganismos de objetos inanimados, por métodos químicos mecânicos. Esterilização : É um método que elimina todas as formas viáveis de microrganismos. Infecção : É a penetração, o desenvolvimento e multiplicação de microorganismos no hospedeiro, resultando em consequências nocivas a este. Precauções Padrões (normas universais) : Todos os pacientes devem ser tratados como potenciais contaminantes. No atendimento de todos os pacientes, o profissional deverá utilizar: 1. Lavagem e antissepsia das mãos 2. Lavagem e esterilização dos EPIs 3. Descontaminar superfícies (no início e fim do atendimento) 4. Desinfecção ou esterilização de artigos, materiais, equipamentos e instrumentos ; 5. Prevenir acidentes perfuro cortantes (cuidado na manipulação de agulhas contaminadas) 6. Descarte de lixo apropriado. Princípios que regem as precauções padrões : 1. Proteger sua saúde e da equipe: ● Imunização dos profissionais - Tétano (dupla adulto) - Rubéola (inclusive para o sexo masculino) - Parotidite virótica (caxumba) - Sarampo - Hepatite B (0 - 1 - 6 meses) - Contra gripe - Contra meningite - Contra pneumonia ● Lavagem das mãos - Degermação e anti-sepsia - Procedimento mais importante, simples, efetivo e barato para a prevenção e controle de infecções cruzadas - Impossível eliminar todos os microorganismos - Realizada com produtos químicos com ação residual (PVPI, Clorexidina) - Não deve ser menosprezada @naaraps Naara Pereira | 5°P Odontologia - UNIFSA - Cada região deve ser escovada cerca de 10 vezes - Usar sabonetes líquidos - Jogar a escova utilizada na caixa plástica com solução de hipoclorito de sódio a 2% ● Anti-sepsia da pele e mucosa do paciente: - Remover adereços e maquiagem - Bochecho com clorexidina 0,12% - Anti-sepsia extra oral da pele com iodopovidona degermante 1% ou clorexidina a 2% - Não usar álcool ou álcool iodado após a iodopovidona, pois anulará o efeito residual desta. - Deixar secar espontaneamente - Colocar o campo fenestrado - Os anti-sépticos serão removidos com S.F 0,9% 2. Evitar o contato direto c/ matéria orgânica: A matéria orgânica tem alta probabilidade de contaminação com patógenos. ● E.P.I - Luvas de Procedimentos - Não deve, ser usadas em procedimentos invasivos - Não deve, ser usadas para lavagem de instrumental ● E.P.I - Luvas cirúrgicas (esteril) - Indicados para procedimentos cirúrgicos ● Luvas de limpeza - Reutilizáveis * Não manipule objetos fora do campo de trabalho para isso usa-se sobreluvas * Lave as mãos imediatamente após retirá-las ● E.P.I - Máscara Cirúrgica - Descartá-la após uso, a cada paciente ou a cada duas horas - Se estiver úmida, deve ser substituída ● E.P.I - Óculos de Proteção - Possuir proteção lateral - Podem ser adaptadas lentes corretivas - Óculos comuns não conferem proteção adequada - Devem ser descontaminados após o uso - Devem ser fornecidos aos pacientes ● E.P.I - Jaleco - Deve ser usado sempre - Não usar roupas comuns durante o atendimento - Deve ter colarinho alto e mangas longas - Comprimento mínimo é logo acima do joelho - Restrito ao local de trabalho - Não ser lavado junto com as roupas da casa ● Gorro/ Touca - Proporciona barreira efetiva para o profissional, sua equipe e o paciente - Protege contra gotículas de saliva, aerossóis e sangue contaminados - O paciente também deve usar ● Propés - Deve ser colocado antes de entrar no centro cirúrgico e não deve ser usados fora dessa área 3. Limitar a propagação de microorganismos Preparar a sala antes de iniciar o atendimento - evita o contato com a mão enluvada com materiais e equipamentos Limpeza do ambiente deve ser: - De cima para baixo - Da região mais limpa para região mais suja - De dentro para fora Obs:. Limpar a caixa d'água semestralmente e limpar filtros de ar condicionado semanalmente. 4. Tornar seguro o uso de artigos, peças anatômicas e superfícies. ● Artigos crítico: - Requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõem - São artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular. @naaraps Naara Pereira | 5°P Odontologia - UNIFSA Ex. Lâminas de bisturi, agulhas, sondas periodontais, brocas, caneta de alta e baixa rotação, contra-ângulo, etc. ● Artigos semicríticos: - Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível - Destinado ao contato com pele íntegra Desinfecção e Esterilização : Pode ser desinfecção química, ou esterilização quimica ou fisica (estufa ou autoclave) Desinfecção: Passo a passo: 1. Imersão - Não utilize detergente do uso doméstico pois danifica o instrumental - Deixar por 15 minutos e continuar com a limpeza - Utilizar cuba plástica e detergente enzimático 2. Limpeza: - Remoção mecânica dos detritos aderidos aos instrumentos - Fazer manualmente e sob imersão para evitar a produção de aerossóis, que ocorre quando feita sob água corrente - Utilizar escovinha - Evitar esponjas com abrasivos (danifica o instrumental) 3. Inspeção visual: - Verificar as áreas de maior dificuldade de acesso dos instrumentais como ranhuras, etc. - Caso veja necessidade fazer a remoção mecânica 4. Enxágue: - Abundantes - Remoção inadequada causa manchas cinza-escura irreversíveis 5. Secagem: - Secar instrumental com campos de pano ou outro tecido que não solte fiapos, ou papel toalha - Não secar naturalmente para evitar manchas Desinfetante ideal: ● Amplo espectro de ação ● Não sofrer interferência quando em contato com detergentes ● Inativar rapidamente os microrganismos ● Não ser corrosivos para metais ● Não danificar plástico e borracha ● Baixa toxicidade ● Inodoro ou odor desagradavel ● Atividade mesmo em presença de matéria orgânica ● Fácil manuseio ● Não ser irritante para pele e mucosa ● Baixo custo Desinfetante - Hipoclorito de 1%: ● Desinfecção de superfície fixa não metálica ● Tempo de exposição de 10 minutos ● Baixo custo ● Boa atividade antimicrobiana, virucida, tuberculicida ● Rápida ação ● Disponível em várias concentrações Desinfetante - Glutaraldeído a 2%: ● Desinfetante de alto nível ● Esterilizante se utilizado por 12 horas● Desinfecção de instrumental ● Tempo de exposição de 30 minutos ● Solução reaproveitável ● Relatividade de baixo custo ● Alta atividade bactericida, virucida, esporicida ● Amplo espectro ● Não corrói metais ● Tóxico por inalação ● Não indicado para superfície ● Não é anti-séptico ● Irritante severo para tecidos ● Baixa ação tuberculicida ● Coagula sangue e fixa tecidos Desinfetante - Iodóforos: ● São combinações de iodo com um agente solubilizante e transportador, a polivinilpirrolidona (PVP), compondo o agente PVPI (polivinilpirrolidona-iodo ou iodopovidona) ● Penetra a parede celular do microorganismo provocando alterações no ácido nucleico Desinfetante - Clorexidina: ● Em 15 segundos das lavagens das mãos, na concentração de 4% de solução degermante, reduz a microbiota da pele em 70 a 86% ● Age por destruição da parede celular e precipitação dos componentes internos da célula microbiana ● Desinfetante de baixo nível ● Indicados como anti-sépticos e na composição de degermantes ● Rápido efeito ● Fricção na pele e bochecho se na cavidade oral (0,12%) ● Baixa toxicidade ● Bom efeito residual (6 a 8 horas) ● Custo mais elevado que os iodóforos ● Custo mais elevado que iodóforos ● Ação tuberculicida, virucida e esporicida nula @naaraps Naara Pereira | 5°P Odontologia - UNIFSA ● Pode manchar os dentes e restaurações de resina Desinfetante - Álcool Etílico 70% ● Desinfecção de superfície e artigos ● Tempo: 10 minutos sob fricção ● Rápida ação bactericida ● Baixo custo e não tóxico ● Irritante leve ● Incolor e não deixa resíduos ● Evapora rapidamente ● Não tem efeito residual ● Danifica borracha e plástico e é inflamável Esterilização química: ● Só deve ser realizada como último recurso em materiais termossensíveis. ● Imersão completa em glutaraldeído 2% por 12 horas. ● Ter passado pelo processo de limpeza, enxágüe e secagem. ● Devem passar por três banhos de água destilada. ● Sua permanência no artigo pode provocar dermatites e alergias. ● Secagem com campos estéreis. ● Os artigos devem ser guardados em recipientes estéreis. ● Impossibilidade de se fazer teste biológicos nas soluções. Esterilização por meio físico - Estufa: ● A temperatura dentro da câmara não é uniforme. ● Requer altas temperaturas e longo tempo de exposição. ● MOURA (1990) BENNET in APECIH 1998, afirma que materiais contaminados por vírus de hepatite B submetidos a calor seco deverão ser expostos a 170°C por duas horas. ● Não deve ser sobrecarregada. ● O tempo de no mínimo 1 hora deve ser contado após ter sido atingida a temperatura de 170-C no termómetro de bulbo. Esterilização por meio físico - Autoclave: ● Os ciclos devem ser utilizados de acordo com o fabricante, o país e seus centros normativos especializados. ● A água utilizada deve ser destilada, ou deionizada, ou desmineralizada, ou ter passado pelo processo de osmose reversa. ● As caixas metálicas não deverão estar hermeticamente fechadas. ● Tesouras e pinças cirúrgicas deverão estar abertas. ● Não pode estar exageradamente cheia de materiais. ● Deve ter capacidade máxima de uso de 70% do seu espaço total. ● Tambores de gaze deverão estar com seus orifícios abertos. Esterilização por meio físico - Radiação ultravioleta ● Destruição dos microorganismos pela radiação ultravioleta de comprimento de onda entre 240 e 280 nm devido à destruição dos ácidos nucleicos Esterilização por meio físico - Óxido de Etileno ● Promove a alquilação e a desnaturação das proteínas, inclusive o DNA e RNA de todos os microorganismos. Esterilização por meio físico - Radiação ionizante ● Uso de raios gamas de cobalto-60 ou aceleradores de elétrons ● Esterilização em baixas temperaturas, tecidos usados em transplantes , drogas e implantes odontológicos ● Seu custo é alto Embalagem para autoclave : Campos de Algodão: ● Após a utilização deverão ser lavados para recompor a disposição das fibras. ● Presença de rasgos ou furos indicam o desgaste do tecido. (desvantagem) ● Tem a vantagem de não ser descartável. ● Tempo maior no empacotamento. (desvantagem) ● O ideal é que seja cru, para evitar que solte tinta ou desbotem. Papel Grau Cirúrgico: ● Papel especialmente confeccionado para este fim (barreira microbiana com eficiência acima de 90%). ● A desvantagem é a maior fragilidade da embalagem. Papel crepado: ● Diferentes versões - 100% celulose, celulose • látex, e celulose + látex + fibra sintética. ● Mais resistente que o papel grau cirúrgico - embalagem dupla. ● Melhor acomodação na autoclave que o grau cirúrgico. ● Possui barreira microbiana acima de 90%. ● Apresentação em folhas. Papel Kraft: ● Contra-indicado pela ANVISA ● Possui irregularidade e inconstância na gramatura que comprometem a resistência física ● Pode causar náusea e cefaleia nos indivíduos expostos durante a fase de esterilização @naaraps
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