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MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA AULA 1 - JOSEMBERG O membro inferior é a estrutura apendicular inferior ao tronco. FUNÇÕES: • Transmissão de força ao solo. • Locomoção (associada a equilíbrio fornecido principalmente pela anatomia do pé) REGIÕES (GERAL): • Região da raiz do membro ▪ Região do quadril (parte lateral da raiz do membro) ▪ Região glútea (parte posterior da raiz do membro) ▪ Região inguinal (parte anterior da raiz do membro/interseção com abdome e pelve/delimitada pelo ligamento inguinal) • Região da coxa (femoral) • Região do joelho • Região da perna (crural) • Região do tarso (tornozelo/ligação entre perna e pé) • Região do pé REGIÕES (ESPECÍFICAS): • Região inguinal • Região femoral anterior • Região femoral medial • Região genicular (anterior do joelho) • Região anterior da perna (crural anterior) • Região do dorso do pé • Região da planta do pé • Região dos dedos do pé (artelhos) • Região glútea • Região femoral posterior • Região genicular posterior (poplítea) • Região posterior da perna (crural posterior) • Região retromaleolar medial • Região retromaleolar lateral • Região calcânea OSSOS: • FÊMUR -> maior osso do corpo / referência em medicina legal (1/5 do tamanho do indivíduo) ▪ Região do quadril (parte lateral da raiz do membro) ▪ Curvado, apresenta duas curvaturas: Ângulo de Inclinação (entre o eixo da diáfise do fêmur com a epífise proximal / em torno de 126° / pode variar entre 110° e 140° / maior nos homens, menor nas mulheres) Ângulo de Torção (entre o eixo da epífise distal com a epífise proximal / entre 7° e 14°) MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA ▪ Os ângulos são muito importantes, pois permitem traduzir no osso do quadril (mais especificamente no acetábulo) movimentos para a articulação do quadril. O acetábulo é voltado inferoanteriormente e o fêmur é voltado anterosuperiormente, e para que isso seja traduzido em uma articulação esferoidea, são necessários esses ângulos. ▪ Linha de pressão (carga de força): epífise proximal, colo e cabeça do fêmur, acetábulo, articulação sacroilíaca, indo em direção a coluna lombar. ▪ Eixo de transmissão de força: Coluna vertebral -> articulações sacroilícas -> membro inferior através da articulação do quadril (restante transmite-se para a sínfise púbica) ▪ A força passa da coxa para a perna, atravessando a articulação do joelho, chegando até a tíbia (fíbula não faz contato com o fêmur). ▪ Quanto maior o ângulo de inclinação do fêmur, o joelho se tornará mais medial (VALGO), enquanto o ângulo de inclinação menor do fêmur torna ele mais lateral (VARO). ▪ No início da infância (começa-se a fazer apoio com o membro), os membros inferiores ficam em VARISMO. Depois de um tempo fica bem retificado (como no adulto). Já entre 2 e 6 anos, os joelhos ficam VALGOS, depois desse período havendo a retificação. Essas condições não são necessariamente problemas médicos. OBS: valgismo mais comum em mulheres / varismo mais comum em homens. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA • OSSOS DO TARSO -> 7 ossos (diferença de 1 para os ossos do carpo -> 8) ▪ Calcâneo, talus, navicular, cuboide, cuneiforme medial, cuneiforme lateral e cuneiforme intermédio. • METATARSO -> 5 metatarsos. • FALANGES -> 14 ossos (hálux apresenta apenas duas) OBSERVAÇÃO: Antepé, mediopé e retropé são divisões importantes do pé, pois é necessário conhecê-las para casos de amputação, tendo em suas linhas articulares a determinação do nível da amputação. Antepé: falanges e metatarso. Mediopé: navicular, cuboide, cuneiformes. Retropé: calcâneo e tálus. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA > A distribuição das faces articulares desses ossos se dá de tal forma que se conjuga um arco, primordial para a adaptação aos diferentes solos. • PATELA (SESAMOIDE) • SACRO: ESQUELETO AXIAL • OSSO DO QUADRIL. Cíngulo do membro inferior MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA • TÍBIA • FÍBULA -> muito utilizada para enxertos ósseos / não faz parte da articulação do joelho / fixação muscular ARTICULAÇÕES: • ARTICULAÇÃO DO QUADRIL: articulação esferoidea. ▪ Ligamentos (intracapsulares): ligamento íliofemoral, pubofemoral, ísquiofemoral. As fibras desses ligamentos são torcidas quando o membro está torcido. ▪ Ligamento da cabeça do fêmur (passa o ramo acetabular da artéria obturtória) MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA • ARTICULAÇÃO DO JOELHO: articulação sinovial do tipo gínglimo. ▪ Ligamento patelar (continuação da fixação do quadríceps femoral) ▪ Retináculos medial e lateral da patela (continuação da fixação do músculo quadríceps femoral) ▪ Ligamento colateral tibial (colateral medial) -> se fixa no menisco medial (mais fixo que o fibular) ▪ Ligamento colateral fibular (colateral lateral) -> cicatrização pior na lesão (menos vascularização) ▪ Ligamentos poplíteo oblíquo e poplíteo arqueado. ▪ Ligamentos intracapsulares: cruzado anterior do joelho (mais fraco que o posterior), cruzado posterior do joelho, ligamento meniscofemoral (perto do cruzado posterior) MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA ▪ Menisco medial (mais fixo; mais propício a lesão / côndilo femoral medial maior) e menisco lateral. ▪ Prega sinovial infrapatelar / pregas alares -> ajudam que o líquido sinovial circule (nutrição dos menisco e articulações). ▪ Bolsas sinoviais (amortecimento) / coxim (corpo) adiposo infrapatelar / bolsa suprapatelar (faz parte da cavidade articular / recesso da articulação do joelho) MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA • ARTICULAÇÕES TIBIOFIBULARES ▪ Articulação tibiofibular (proximal) -> cabeça da fíbula e o côndilo lateral da tíbia / sinovial plana ▪ Membrana interóssea da perna -> sindesmose ▪ Sindesmose tibiofibular (articulação tibiofibular distal) • ARTICULAÇÕES DO TORNOZELO E PÉ ▪ Articulação talocrural -> tíbia (maior parte) e fíbula com o tálus / gínglimo (dorsiflexão e plantiflexão -> mais importantes para a marcha) ▪ Articulação subtalar (talocalcânea e talonavicular) ▪ Articulação transversa do tarso -> Talonavicular e articulação calcâneocuboidea / Inversão e eversão / limita o retropé. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA ▪ Articulação tarsometatársica -> elipsóidea ▪ Articulação metatarsofalângica -> elipsóidea ▪ Articulação interfalângica -> gínglimo ▪ Ligamento bifurcado -> ligamentos calcaneonavicular e calcaneocuboideo ▪ Ligamento deltoideo ▪ Estruturas ligamentares dos arcos longitudinais (ósseoligamentares) do pé: aponeurose plantar; ligamento plantar longo ; ligamento plantar curto e ligamento calcâneonavicular. ▪ Arcos longitudinais mais planos -> pé chato / arcos longitidinais mais angulados -> pé cavo. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA DIFERENÇAS EMBRIOLÓGICAS: • DESENVOLVIMENTO: mais tardio que o do membro superior (projeção dos apêndices começa na 5ª semana. Palmas e plantas voltados para anterior. • ROTAÇÃO: membro superior faz uma rotação lateral de 90° graus (torna os polegares laterais) ; membro inferior faz uma rotação medial de 90° graus (tornando a planta inferior / hálux medial). • FLEXÃO: joelho, tornozeloe dedos do pé se flexionam posteriormente / cotovelo, punhos e dedos do pé se flexionam anteriormente. OBSERVAÇÃO: o membro inferior continua em desenvolvimento até 1 ou 2 anos de vida, ainda não tendo terminado a rotação no nascimento. • DERMÁTOMOS: no membro superior fica bem contínuo ao tronco, já no membro inferior os dermátomos são bem torcidos. AULA 2 – JOSEMBERG Estratimeria, vasos e estruras básicas do membro inferior, parte arterior e medial da coxa. ESTRATIMERIA/FÁSCIAS: • PELE: Pele comum. Delgada na região inguinal, do joelho, tornozelo e pé -> regiões de articulação. • TELA SUBCUTÂNEA: pouca deposição de gordura no joelho, região inguinal e pé. • FÁSCIA GLÚTEA: recobre a região glútea. Se encerra na parte proximal posterior da coxa, formando o sulco infraglúteo, que demarca a divisão anatômica da região glútea e da região da coxa. • FÁSCIA LATA: fáscia forte e extensa que recobre a coxa. Se prende superiormente na fáscia glútea e na região inguinal e inferiormente ao redor da articulação do joelho. • FÁSCIA POPLÍTEA: fáscia que recobre a parte posterior do joelho. É frouxa, permitindo a mobilidade e acomodando a flexão do joelho. • FÁSCIA GENICULAR: há pouquíssima fáscia na região anterior do joelho. • FÁSCIA CRURAL: fáscia forte que recobre a perna. Quando chega na região do tornozelo, cruza com as fáscias do pé (mais especificamente a fáscia dorsal do pé), formando RETINÁCULOS que restringem e acomodam a passagem de tendões, impedindo que eles se arquem. • APONEUROSE PLANTAR: fáscia rígida na parte plantar do pé, tendo papel importante na elasticidade e acomodação do pé em solos diferentes. • TRATO ÍLIOTIBIAL: espessamento da fáscia na região lateral da coxa e do quadril, que amplia a estabilidade na pelve. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA OBSERVAÇÃO: as fáscias têm um grande poder de contenção das estruturas, divido a sua rigidez. O acesso lateral permite suturas fortes em cirurgia e evita-se atingir vasos e nervos, atravessando-se o septo intermuscular lateral. • HIATO SAFENO: permissão da fáscia lata (ponto frágil), onde passam diversas estruturas. Passam lá: a veia safena magna, drenagem linfática de espaço superficial para profundo, veia circunflexa superficial, veia epigástrica superficial, pudenda externas, safenas acessórias. Essas veias drenam para a veia femoral. Os linfonodos dessa área são chamados de linfonodos lacunares -> pois ficam próximos ao ligamento lacunar. OBSERVAÇÃO: o hiato safeno é frouxamente tamponado pela fáscia cribriforme, uma fáscia cheia de “furos” por onde passam as veias. VEIAS DA TELA SUBCUTÂNEA: são veias superficiais, drenando sempre para veias profundas (mais mecanismos de drenagem. • VEIA SAFENA MAGNA: surge em uma rede venosa dorsal do pé, se estendendo e ascendendo anteriormente ao maléolo medial, na face medial da perna. Passa posteriormente a região medial do joelho, ascendendo na região medial da coxa até desembocar na veia femoral na reigião inguinal, passando antes pelo hiato safeno da fáscia lata. • VEIA SAFENA PARVA: surge na região dorsal do pé, tendo um trajeto posterior ao maléolo lateral, ascendendo de forma mediana na perna e depois furando a fáscia poplítea e desembocando em vasos profundos da região poplítea. OBSERVAÇÃO: Trombose venosa profunda: começa por acúmulo de células sanguíneas nas válvulas venosas, chegando a tamponar essa veia. Quando ocorre essa trombose, um pedaço pode se deslocar, o êmbolo, que pode chegar a impactar artérias importantes, podendo causar a morte aguda. Condição atrelada a problemas sanguíneos e sedentarismo. O uso de meias elásticas ajuda a diminuir a estase venosa. VASOS LINFÁTICOS DA TELA SUBCUTÂNEA: Grupos na região poplítea e inguinal (inguinais profundos e inguinais superficiais). Os inguinais profundos drenam sempre para linfonodos ilíacos externos -> linfonodos cavais/aórticos -> cisterna do quilo -> ducto torácico -> ângulo venoso esquerdo. Os da região poplítea drenam para linfonodos inguinais profundos. OBS: pode haver edemas, sendo possível a avaliação ao comparar-se com o membro antímero. LINHA AXIAL: Linha do membro inferior onde não há a sobreposição dos dermátomos. Lesões nos dermátomos próximos a linha aparecerão nessa região, pois como não há sobreposição de dermátomos, pode não haver inervação em certa área de pele. OBSERVAÇÃO: Importante diferir lesão medular (relacionada aos dermátomos) de uma lesão periférica (relacionada a nervos cutâneos / pode ser oriundo de mais uma raiz nervosa). Na lesão medular, há uma perde de sensibilidade de todo o dermátomo (onde não há sobreposição, o indivíduo perde a MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA sensibilidade). Já na lesão periférica, há uma lesão específica, que acomete apenas a parte inervada pelo nervo lesado. RELAÇÃO DAS ESTRUTURAS COM A PELVE: • ESTRUTURAS QUE EMERGEM ACIMA DO LIGAMENTO INGUINAL: vão em direção ao escroto / região perineal. • ESTRUTURAS QUE EMERGEM DO ESPAÇO RETROINGUINAL: vão em direção à região anterior da coxa. • ESTRUTURAS QUE EMERGEM PELO FORAME OBTURADO: vão em direção a região medial da coxa. • ESTRUTURAS QUE EMERGEM PELO FORAME ISQUIÁTICO MAIOR: vão em direção à região glútea e posterior da coxa. • ESTRUTURAS QUE EMERGEM PELO FORAME ISQUIÁTICO MENOR: vão em direção ao períneo (exceto o músculo obturador interno). MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA REGIÃO FEMORAL ANTERIOR: • MÚSCULOS: ▪ Músculo sartório -> trajeto oblíquo, biarticular (atravessa 2 articulações). ▪ Músculo pectíneo -> tem inervação mista, sendo uma espécie de transição entre o compartimento anterior e medial da coxa. ▪ Músculo iliopsoas -> junção do músculo ilíaco e do psoas maior. ▪ Músculo quadríceps femoral -> formado por vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral. OBSERVAÇÃO: O músculo tensor da fáscia lata, apesar de ser bem anterior, faz parte da região glútea. / Músculo articular do joelho (parte do vasto intermédio), que atua tracionando a bolsa suprapatelar, impedindo a sinovite causada pela subida da patela para fora da membrana sinovial. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artéria femoral (continuação da ilíaca externa após o ligamento inguinal). Seus ramos são artéria epigástrica superficial, circunflexas ilíacas superficiais, pudendas externas e femoral profunda (essa é a principal artéria do coxa, pois a artéria femoral em si irriga mais a perna / dão origem às artérias perfurantes e circunflexas femorais lateral e medial). A artéria circunflexa femoral medial dá origem aos ramos retinaculares, principal irrigação da cabeça do fêmur). • DRENAGEM VENOSA: veia femoral. • INERVAÇÃO: nervo femoral (entra na região e se espalha) • MOVIMENTOS PERMITIDOS: Flexão do quadril e extensão do joelho. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA REGIÃO FEMORAL MEDIAL: • MÚSCULOS: ▪ Músculo adutor longo -> trajeto oblíquo, biarticular (atravessa 2 articulações). ▪ Músculo adutor curto -> tem inervação mista, sendo uma espécie de transição entre o compartimento anterior e medial da coxa. ▪ Músculo adutor magno-> tem duas partes, parte adutora (inervada pelo nervo obturatório) e parte isquiotibial ou jarrete (inervado pelo nervo isquiático). Entre essas duas partes se forma o HIATO DOS ADUTORES (dá passagem a artéria e veia femorais proveniente do canal dos adutores). ▪ Músculo grácil-> limite medial, verticalizado. ▪ Músculo obturador externo -> formado por vastomedial, vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA OBSERVAÇÃO: TRÍGONO FEMORAL -> delimitado pelo ligamento inguinal (limite superior), músculo sartório (limite lateral), músculo adutor longo (limite medial). Músculo iliopsoas e pectíneo compõem o assoalho. O teto é a fáscia lata. Dá passagem as estruturas neurovasculares femorais. Acesso para cateterismo. Nervo cutâneo femoral lateral também faz parte do trígono. CANAL DOS ADUTORES -> situado profundamente ao músculo sartório (passagem intermuscular) por onde os vasos principais da coxa passam onde, após a passagem, são chamados de vasos poplíteos, ao se destinarem a região posterior do joelho. É um canal de aproximadamente 15cm, delimitado pelos músculos sartório, adutor magno e vasto medial. A fáscia que cobre os vasos nessa região é a membrana vasto-adutora. O nervo femoral (L2-L4) praticamente acaba ali, passando pelo canal apenas o nervo do vasto medial e o nervo safeno (esses nervos passam pelo canal e não pelo hiato, por onde passam apenas os vasos) • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artéria obturatória e artéria femoral profunda. • DRENAGEM VENOSA: veia obturatória e veia femoral profunda. • INERVAÇÃO: nervo obturatório (L2,L3). Se divide em um ramo anterior e posterior (que furam um ou ambos o músculo obturador externo. • MOVIMENTOS PERMITIDOS: Adução, flexão de joelho e extensão do quadril. OBSERVAÇÃO: BAINHA FEMORAL -> envolve os vasos femorais quando eles atravessam da região abdominopélvica para a coxa. É continuação da fáscia transversal e da fáscia do iliopsoas, se juntando com a adventícia dos vasos. CANAL FEMORAL -> espaço entre o ligamento inguinal e o ramo superior do púbis. Preenchido por gordura e linfonodos. Espaço potencial para hérnias, mais comuns em mulheres. Essa hérnia se relata pelo hiato safeno. A artéria e a veia femoral ocupam o espaço do canal quando dilatam, ele permite isso. É formado pela bainha e pelo anel femoral. ANEL FEMORAL -> limite posterior: ramo superior do púbis recoberto pelo músculo pectíneo e sua fáscia. / limite anterior: parte medial do ligamento inguinal / limite medial: ligamento lacunar (expansão do ligamento inguinal que vai em direção a linha pectínea) / limite lateral: septo lateral entre o canal femoral e a veia femoral. COMPARTIMENTOS -> Na passagem da bainha femoral, há dois compartimentos na região retroinguinal: compartimento medial (vascular -> artéria e veia femoral) e lateral (neuromuscular -> nervo femoral e iliopsoas). Eles são limitados pelo arco iliopectíneo. A bainha femoral reveste o compartimento medial (vascular) que se subdivide em compartimento lateral (artéria), intermédio (veia) e medial (canal femoral). MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA AULA 3 – JOSEMBERG REGIÃO GLÚTEA: Região na face posterior do membro inferior, que se continua superiormente com o dorso e medialmente com o períneo. Parte posterior do membro tem mais predominância de dermátomos sacrais. Região de encontro de fáscias. Mais acúmulo de gordura (panículo adiposo) em mulheres. Articulação do quadril -> apresenta ligamentos capsulares: íliofemoral, ísquiofemoral e pubofemoral (ajudam a manter a posição ortostática, reduzindo a atividade muscular e gasto energético quando em postura em pé, relaxada) Sínfise pública -> apresenta uma fenda central que acumula um líquido que no período gravídico permite a articulação ficar mais frouxa; assim, a sínfise consegue aumentar, possibilitando o aumento dos diâmetros pélvicos para facilitar o parto. Articulação sacroilíaca -> mista. • MÚSCULOS: ▪ Músculo glúteo máximo -> grande músuclo e mais superficial. ▪ Músculo glúteo médio -> abaixo de glúteo máximo. ▪ Músculo glúteo mínimo -> abaixo do glúteo máximo. ▪ Músculo tensor da fáscia lata -> bem anterior, porém inervado e irrigado por estruturas do compartimento glúteo. ▪ Músculo piriforme -> músculo piramidal que atravessa o forame isquiático maior. Estruturas passam sobre e abaixo dele. SUPRAPIRIFORME: nervo, artéria e veia glúteo superior. INFRAPIRIFORME: nervo isquiático (mais lateral), nervo/artéria/veia glúteos inferiores, nervo cutâneo femoral posterior (maior cutâneo), nervo/artéria/veia pudendos. ▪ Músculo obturador interno ▪ Músculo gêmeo superior ▪ Músculo gêmeo inferior ▪ Músculo quadrado femoral OBSERVAÇÃO: TRÍCEPS DO QUADRIL -> formado pelos músculos gêmeo superior, gêmeo inferior e obturador interno. Esses músculos se inserem na mesma região do trocânter maior, sendo os gêmeos separados pelo tendão do músculo obturador interno. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artérias glúteas inferior e superior. • DRENAGEM VENOSA: veias glúteas inferior e superior. • INERVAÇÃO: Nervo glúteo inferior -> inerva principalmente o músculo glúteo máximo. Nervo glúteo superior -> inerva majoritariamente os músculos glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fascia lata. A lesão desse músculo deve ser evitada principalmente na aplicação intramusculares de fármacos, procurando não se atingir o nervo por perfurar-se em um plano mais profundo. Deve perfurar-se a região glútea na parte mais anterior possível. Pode-se lesar o nervo comprometendo o músculo tensor da fáscia lata, porém, desse modo, não compromete-se a deangulação necessária para a marcha. Esse nervo é importante para a abdução do quadril, sendo essencial para a marcha. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA OBSERVAÇÃO: Nervo isquiático (L4, L5, S1, S2, S3) -> pode emergir do forame isquiático de várias formas, podendo já estar dividido entre seus ramos (fibular comum e tibial), até furando o músculo piriforme com um dos seus ramos. Com a hipertrofia da região glútea, o músculo piriforme pode comprimir o nervo isquiático, causando parestesia. Pode ser resolvido com alongamento do músculo piriforme. • MOVIMENTOS PERMITIDOS: Extensão do quadril, abdução do quadril, rotação lateral e rotação medial. OBSERVAÇÃO: ANASTOMOSE CRUZADA -> entre a artéria femoral circunflexa medial, femoral circunflexa lateral, glútea inferior e 1ª perfurante. Assim, formando uma anastomose entre a ilíaca externa e interna. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA REGIÃO FEMORAL POSTERIOR: Região na face posterior do membro inferior, que se continua inferiormente com a parte posterior do joelho e da perna. • MÚSCULOS: conhecidos por ísquiocrurais. ▪ Músculo semitendíneo -> grande parte tendínea (vai à tíbia) ▪ Músculo semimembranáceo -> grande parte membranácea (vai à tíbia) ▪ Músculo bíceps femoral -> apresenta uma cabeça longa e uma curta (vai à fíbula). • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artéria femoral profunda. • DRENAGEM VENOSA: veia femoral profunda. • INERVAÇÃO: nervo isquiático (L4, L5, S1, S2, S3). • MOVIMENTOS PERMITIDOS: Extensão do quadril e flexão do joelho. OBSERVAÇÃO: PATA DE GANSO -> fixações dos músculos sartório, grácil e semitendíneo na parte medial do joelho. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA AULA 4 – RUY REGIÃO POPLÍTEA: Região posterior do joelho. Apresenta uma fossa chamada de FOSSA POPLÍTEA, uma fossa em formato de losango que é preenchida principalmente de gordura. Essa fossa apresenta uma fáscia (poplítea) que representa o seu teto e limite posterior. O conteúdo dessa fossa inclui: extremidade da veia safena parva, artérias e veias poplíteas e seus ramos e tributárias, nervos tibial e fibular comum, nervocutâneo femoral posterior, linfonodos e vasos linfáticos poplíteos. • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artérias superior lateral, superior medial, inferior lateral, inferior medial do joelho (todas ramos da artéria poplítea -> esta é continuação da artéria femoral quando atravessa esta atravessa o hiato dos adutores). Artéria descendente do joelho, artéria recorrente tibial anterior, ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral. • DRENAGEM VENOSA: veia poplítea. • INERVAÇÃO: nervo isquiático dá origem aos nervos tibial e fibular comum (esse último é alvo do tropismo do bacilo de Hansen, onde se desenvolve um processo inflamatório), que passam na fossa poplítea. OBSERVAÇÃO: Cisto poplíteo: acúmulo de líquido sinovial na região poplítea como cisto, após extravasar pela parte posterior da cápsula (mais frouxa), que regride com a normalização da produção de líquido. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA REGIÃO ANTERIOR DA PERNA: Organizado anteriormente à membrana interóssea, sendo um compartimento bem confinado, mais suscetível a síndrome compartimental. Assim como nos outros compartimentos da perna, é recoberta pela fáscia crural, que na parte anterior se espessa formando o retináculo superior dos músculos extensores e o retináculo inferior dos músculos extensores. • MÚSCULOS: ▪ Músculo tibial anterior ▪ Músculo extensor longo do hálux ▪ Músculo extensor longo dos dedos ▪ Músculo fibular terceiro • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artéria tibial anterior (ramo da artéria poplítea), que dá origem a dorsal do pé (ao passar pela articulação talocrural). • DRENAGEM VENOSA: veia poplítea. • INERVAÇÃO: nervo fibular profundo (ramo do nervo fibular comum / se divide a nível da cabeça da fíbula, podendo ser lesado em uma lesão fibular) • MOVIMENTOS PERMITIDOS: extensão do hálux, extensão dos dedos, dorsiflexão e eversão. OBSERVAÇÃO: O nervo sural é formado pelos: nervo cutâneo sural lateral (ramo do fibular comum) e o nervo cutâneo sural medial (ramo do nervo tibial). Acompanha a veia safena parva. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA REGIÃO LATERAL DA PERNA: Compartimento dividido do anterior pelo septo intermuscular anterior e divido do compartimento posterior pelo septo intermuscular posterior. Se termina inferiormente no retináculo superior dos músculos fibulares. • MÚSCULOS: ▪ Músculo fibular longo -> seu tendão se estende na região do pé, se fixando no 1° metatarso, cruzando assim a planta do pé. ▪ Músculo extensor curto -> seu tendão se fixa na cabeça 5° metatarso. • IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA: não há vasos próprios do compartimento, portanto os músculos são irrigados por ramos e tributárias de vasos que estão fora do compartimento. • INERVAÇÃO: nervo fibular superficial. • MOVIMENTOS PERMITIDOS: plantiflexão e eversão. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA REGIÃO POSTERIOR DA PERNA: Compartimento separado em superficial e profundo. Estes são separados entre si pelo septo intermuscular transverso. • MÚSCULOS: ▪ Músculo gastrocnêmio -> parte superficial. Forma o tríceps sural. ▪ Músculo sóleo-> parte superficial. Forma o tríceps sural. ▪ Músculo plantar-> parte superficial (grande parte tendínea). ▪ Músculo flexor longo do hálux-> ventre mais robusto/alargado que os demais. Embora seja do hálux, na perna é mais lateral que o dos dedos. ▪ Músculo flexor longo dos dedos do pé ▪ Músculo tibial posterior -> fica entre os flexores. ▪ Músculo poplíteo -> profundamente ao seu tendão fica a bolsa do poplíteo. • IRRIGAÇÃO ARTERIAL: artéria tibial posterior e artéria fibular (ramo da tibial posterior). • DRENAGEM VENOSA: veias fibulares / veia tibial posterior. • INERVAÇÃO: nervo tibial (acompanha as artéria e veia tibiais posteriores). • MOVIMENTOS PERMITIDOS: plantiflexão, flexão dos dedos e do hálux e eversão. OBSERVAÇÃO: Os nervos, veias e artérias que ficam nesse compartimento, irrigam ambas as partes, porém se localizam anatomicamente apenas na parte profunda. OBSERVAÇÃO: O nervo tibial pode ser comprimido ao passar no túnel do tarso, formado pelo retináculo dos músculos flexores (posterior ao maléolo medial), causando parestesia. Nesse caso, pode-se abrir o retináculo para aliviar e soltar o nervo. Essa condição se chama “Síndrome do túnel do Tarso”. OBSERVAÇÃO: Síndrome compartimental -> edema grande que causa aumento de pressão nos compartimentos musculares, podendo resultar em necrose tecidual devido a pouca quantidade de sangue que chega ao músculos. Essa condição pode ser resolvida com a fasciotomia. MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA MEMBROS INFERIORES - ANATOMIA OBSERVAÇÕES CLÍNICAS: • PROCEDIMENTOS NO QUADRIL: analisa-se a anatomia de superfície. O quadril está no cruzamento do ápice do trocânter com uma linha imaginária traçada a partir da espinha ilíaca anterossuperior. Ex: drenagem de Pio artrite (pus no quadril). • ALTERAÇÕES DE SENSIBILIDADE: paresteria (mudança), hipoestesia (diminuição), hiperestesia (aumento da sensibilidade). Ex: meralgia parestésica do nervo cutâneo femoral lateral -> pode gerar dor na região da espinha ilíaca anterossuperior. • LESÃO CARTILAGINOSA: difícil recuperação, possivelmente acarretando vários problemas como a artrose. • ENTORCE DE TORNOZELO: o ligamento mais comum de se romper é o talofibular anterior. • ESCOPIAS: utilizam câmeras para a realização da cirurgia. • RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO: pode-se utilizar os tendões da pata de ganso ou parte do ligamento da patela. • MENISCO: zona vermelha (mais periférica) e zona branca (mais central), sendo a vermelha mais vascularizada e, portanto, com melhor cicatrização. • O côndilo lateral mais alto e a superfície articular lateral da patela maior, formam um anteparo mecânico e garantem a contração normal do quadríceps femoral sem desvio lateral da patela. Mulheres tem pressão maior da patela contra o fêmur. • A tíbia tem um certo verismo, apesar do ângulo de inclinação do fêmur. • ARTROSE: degeneração da cartilagem articular.
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