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UNIGRAN CAPITAL NOME: HENRIQUE DA SILVA SOUZA CURSO: DIREITO 1° SEMESTRE TURMA: D MATERIA DIREITO CIVIL I RGM: 182.571 ATIVIDADE 01-CONCEITO DE DIREITO O fenômeno Direito patenteie do grupo lexical do latina directum, que significa reto, no sentido retidão, o certo, o correto, o mais adequado. A elucidação nominal etimológica de Direito é “qualidade daquilo que é regra”. A vetustez chega a famosa e sintética definição: “Direito é a arte do bom e do equitativo”. Na Idade Média se tem a definição concebida por Dante Alighieri: “Direito é a proporção real e pessoal de homem para homem que, conservada, conserva a sociedade e que, destruída, a destrói”. Numa perspectiva de Kant: ”Direito é o conjunto de condições, segundo as quais, o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade”.Nessa linha de raciocínio, o direito seria conceitualmente o que é mais adequado para o indivíduo tendo presente que, vivendo em sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. Daí surge a grande discussão que se trava ao longo dos tempos, o que obriga que os conceitos do certo ou errado, do direito e do não direito se justaponham às novas realidades geográficas, religiosas, humanísticas e históricas, para descrever apenas algumas questões que influenciam na evolução e adequação do direito a ser aplicado. Em primeiro plano, o direito, na sua essência é um conceito em constante mutação, até porque enraizado e consequente da própria condição humana, que necessita de ajuste e adequação permanentemente, seja com relação a seu habitat, aos critérios e normas de convivência, bem como às novas realidades construídas https://www.infoescola.com/biografias/dante-alighieri/ https://www.infoescola.com/biografias/immanuel-kant/ pelos grupamentos humanos e a própria evolução do conhecimento cientifico e tecnológico.Desde a formação dos primeiros grupos gregários surgiu a necessidade dos regramentos de convivência, mesmo que de forma esparsa e sem muitas formalidades. Até na comunicação primária entre dois seres humanos não se deve prescindir de uma informal padronização, objetivando uma convivência em moldes relativamente civilizados e sem maiores embates. Outrossim, aqui não se fala do que é certo ou errado em sentido absoluto, porque conforme dito anteriormente, tais conceitos são mutantes de acordo com os grupos humanos que se associam em comunidades.Na medida em que o contingente populacional de determinados grupos sociais cresceu em número de habitantes, aglutinações de grupos ocorreram e, por consequência, maior a necessidade de uma sistematização do direito, com o objetivo de que houvesse compreensão coletiva daquilo que o grupo desejava para si, mesmo que fosse por imposição de uma vontade individual, mas que aceita pelo coletivo. Ademais, os grandes pensadores, como Rousseau, Platão, Montesquieu, Sócrates, Karl Marx, Max Weber e tantos “filósofos e estudiosos” nas suas respectivas épocas, traduziram bem a preocupação de que o ser humano poderia carregar em seu âmago, um instinto egoístico que obrigaria as comunidades e os núcleos sociais estabeleceremcritérios de convivência, que inibissem a atuação individual em detrimentodosdireitos coletivos. Além disso, é importante destacar dois tipos de direito de uma forma geral: o Direito natural e o direito positivo. O primeiro se refere àquele direito que nasce com o próprio homem independente de regramento quanto a sua utilização, enquanto o segundo, denominado Direito positivo, de uma forma singela pode ser chamado de direito regrado, criado e escrito pelos homens, através de normativos e legislação que indicam e individualizam as situações e preceitos a serem seguidos ou cumpridos.Durante milênios da história humana, o direito compreendido como forma de conduta, mesmo nas rudimentares culturas, serviu como anteparo de eventuais litígios, que poderiam surgir não havendo um mínimo de padrão de conduta. As regras e o direito no sentido amplo foram modificados, inclusive através da força bruta, quando se impunham novos padrões aos vencidos, nas questões não resolvidas de forma amigável.As fontes do direito são fundamentais na construção do direito positivo: o direito escrito e https://www.infoescola.com/filosofia/jean-jacques-rousseau/ https://www.infoescola.com/filosofos/platao/ https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/ https://www.infoescola.com/filosofia/socrates/ https://www.infoescola.com/biografias/karl-marx/ https://www.infoescola.com/biografias/karl-marx/ https://www.infoescola.com/direito/fontes-do-direito/ interpretado que rege as relações humanas na atualidade. As principais fontes são as leis, os costumes, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais. Sendo que o costume é caracterizado quando existe a reiteração de uma conduta na convicção da mesma ser obrigatória, a doutrina é construída pelos estudiosos da área jurídica quando da interpretação do direito, e a jurisprudência é o resultado de decisões judiciais no mesmo sentido, que resultam em novos entendimentos e compreensões do direito.Cabe aqui uma ressalva porque nem sempre o direito chamado objetivo ou constituído em normas, reflete a vontade de uma maioria populacional. Há que se considerar quais os responsáveis pelas diretivas e imposição das normas a serem aplicadas a todos. Temos situações de Estado formado de maneira teocrática, o que resulta no estabelecimento de regras numa conjuntura que privilegia os entes religiosos. Existem também as monarquias, os impérios e outros sistemas totalitários de governo, que entendem que as leis que regem o direito daquelas sociedades devem ser normas que atendam aos anseios desses sistemas mesmo com algum prejuízo aos direitos individuais de seus cidadãos. Assim, mesmo que se compreenda como desejável determinada estruturação de uma sociedade, onde haja efetivo equilíbrio de forças entre o direito coletivo e o individual, é certo que nem sempre assim ocorre.Na atual, de forma imposta ou democrática, os parâmetros do direito para determinada coletividade, desde dos mínimos grupamentos, tais como clubes e condomínios, até os Municípios, Estados, Países, Organizações Internacionais, são norteados por Leis, Convenções, tratados ou outra forma de pactuarão que se ajusta para convivência. Em segundo plano, ressalte-se que a lei ou qualquer outro normativo, deve estar dentro de um contexto hierárquico, isto porque é preciso que se compreenda que determinadas leis superiores não podem subordinar-se a leis menores. Assim, no caso do Brasil, as leis ou tratados internacionais não podem interferir na soberania do nosso país, o que quer dizer que eles podem ser aplicados no Brasil, desde que atendidos os critérios nacionais de incorporação do normativo internacional, e desde que não se contraponha aos normativos brasileiros, em especial a nossa Constituição Federal.Os principais normativos que regem o direito positivo ou escrito no Brasil, são Tratados, Convencionais Internacionais, Constituição Federal, https://www.infoescola.com/direito/jurisprudencia/ Constituições Estaduais, Leis Complementares, Leis Federais, Estaduais e Municipais, além das Medidas Provisórias Federais, que possuem um caráter de excepcionalidade, objetivando uma normatização emergencial. Destarte, direito é instrumento ou ferramenta na estrutura do Estado. Além disso, participa dos três poderes atuais: Executivo, Legislativo e Judiciário. Outrossim, atuar nas normas e também na liberdade dos indivíduos, o direito é aquilo que uma sociedade ou grupamento social compreende como ideal de retidão e correto para a sua coletividade. A forma concreta de estabelecer os parâmetros da convivência social se materializa no conjunto de leis e normativos, respeitada a hierarquia das leis, exatamente para evitar que direitos de maior abrangência não sejam suplantados por direitos e regramentos inferiores. Do mesmo modo, Diante da diversidade de questões e litígios a serem enfrentados pelo homem contemporâneo, frutoda criação ao longo da história, e mais recentemente em razão dos grandes avanços do conhecimento, tornou-se necessário uma abordagem do direito de forma mais especializada. Desta forma, temos diversas vertentes de aplicabilidade do direito, com suas especificidades. Apenas para enumerar algumas vertentes, podem citar: Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito de Família, Direito Penal, Direito Marítimo, Direito Tributário, Direito Imobiliário, Direito do Consumidor. Somente no Brasil temos mais de 20 ramos ou especializações do direito, com a forte tendência de que as áreas se multipliquem, requerendo ainda mais profissionais capacitados para atender os novos nichos de demanda. Estes profissionais não são apenas o Advogado, o Juiz, o Promotor, mas tambémprofissionais técnicos (contadores, biólogos, peritos...) que auxiliem os agentes jurídicos a dirimirem com maior exatidão e justiça os conflitos sociais. FONTE: FILARDI LUIZ, Antonio. Curso de Direito Romano. São Paulo: Atlas, 1999. https://www.infoescola.com/direito/lei-complementar/ https://www.infoescola.com/direito/medida-provisoria/ https://www.infoescola.com/direito/direito-civil/ https://www.infoescola.com/direito/direito-do-trabalho/ https://www.infoescola.com/direito/direito-de-familia/ https://www.infoescola.com/direito/direito-de-familia/ https://www.infoescola.com/direito/direito-tributario/ https://www.infoescola.com/direito/direito-imobiliario/ https://www.infoescola.com/direito/direito-imobiliario/ https://www.infoescola.com/direito/direito-do-consumidor/ https://www.infoescola.com/direito/advogado/ https://www.infoescola.com/direito/juiz/ https://www.infoescola.com/profissoes/biologo/ https://www.infoescola.com/direito/direito-romano/ FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Direito Civil. São Paulo. Malheiros, 2004. GUIMARAES, Deocleciano Torrieri, MIRANDA, Sandra Julien. Dicionário Jurídico. São Paulo. Rideel, 2000. MILHOMENS, Jônatas, ALVES, G. Magela. Manual Prático do Advogado. Rio de Janeiro: Forense, 2003. NASCIMENTO, Amauri Mascaro, PINHO, Ruy Rebello. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Atlas, 1988. SILVA, Ovídio Araújo, GOMES, Fábio. Teoria Geral do processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. ATIVIDADE 02- CASO DE FAMILIA: DIREITO A INDENIZAÇÃO Meados do século XX á XXI os processos de indenização por danos morais no que tange quebra de contrato em casos de traição conjugal vem sendo debatidos na área jurídica, é necessário analisarmos o tema. O termino de um relacionamento pode ser negativo. Sonhos coletivos, expectativas criadas, muitas vezes até descendentes em comum. Outrossim, na situação que envolve traição, não cercear sofrimento é ainda maior. Também, é possível, para muitos juristas e tribunais brasileiros, conseguir amenizar essa angústia com indenização por danos morais em caso de traição. A questão reparte os julgadores e advogados e nem sempre é claro quando uma traição “merece” ser indenizada. Em primeiro ponto, o Código Civil (CC) brasileiro estipula, no artigo 1566, os deveres de ambos os cônjuges no casamento: o primeiro deles é a fidelidade recíproca. posteriormente, vêm a vida em comum, no domicílio conjugal; a mútua assistência; o sustento, a guarda e a educação dos filhos; e o respeito e a consideração mútuos. Essa lei também prevê, nos artigos 186 e 927, que quem violar o direito alheio e lhe causar dano, mesmo que seja apenas moral, está arealizar-se ato ilícito e ficará obrigado a reparar o dano. A questão que surge é quando a traição e a quebra da fidelidade podem gerar o dever de indenizar o traído. Nessa linha de raciocínio, em um voto sobre o tema, em 2008, o desembargador Maia da Cunha, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), considerou até discutível haver desonra em condutas adúlteras no “mundo contemporâneo” do século XXI. Em concordância com o desembargador, só haveria dano em caso de situação vexatória excepcionalmente grande que ultrapassasse a normalidade do desgosto pessoal. Para o magistrado, o importante para a configuração do dano não é “o adultério em si mesmo, porque fato previsível e até comum na atualidade, cuja ocorrência, é bom destacar, recusa se dá apenas por deslealdade, masidem pelas circunstâncias que hoje unemas pessoas com afinidades comuns muito mais do que antes”, escreveu em 2008. Além disso, a questão não é unânime nos tribunais. “É um tema que pode ser considerado novo. Cada tribunal atira para um lado”, afirma Carlos Eduardo Dipp, advogado e professor de Direito Civil no UniBrasil. De acordo com Dipp, existem duas correntes principais na discussão: aqueles que consideram que o adultério em si já acarreta indenização e aqueles para quem a indenização só é devida nos casos em que houver exposição pública, sofrimento e angústia – ou, nas palavras da decisão do desembargador do TJ-SP, em 2008, quando “a violação do dever de fidelidade extrapolar a normalidade genérica”. Ademias, os juízes costumam entender que criar o filho dos outros por engano é um desses casos que extrapolam a normalidade genérica. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou, em 2013, o pedido de um homem que, depois de cinco anos acreditando ser pai, descobriu que a criança era fruto de uma relação extraconjugal da ex-mulher, quando ainda eram casados. Nesse caso concreto, o tribunal entendeu que o sofrimento imposto pela traição, que gerou a crença equivocada na paternidade da criança, dava direito a danos morais. Porém, ao decidir o caso, o STJ considerou também que “a violação dos deveres impostos por lei, tanto no casamento (art. 1.566 do CC), como na união estável (art. 1.724 do CC), não constituem, por si sós, ofensa à honra e à dignidade do consorte, aptas a ensejar a obrigação de indenizar. Não há como se impor o dever de amar, verdadeiro obstáculo à liberdade de escolha pessoal”, analisou o relator do caso, ministro Ricardo Villas Bôas Cueva. Esse entendimento, que é seguido por muitos tribunais estaduais, é criticado por Regina Beatriz Tavares, advogada e presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS), que escreveu seu doutorado sobre o tema. Para Regina Beatriz, o descumprimento do dever de fidelidade já configura ilícito que dá ensejo aos danos morais. “De fato, amar não é dever ou direito, e a dissolução conjugal não gera o dever de indenizar. Mas é o ato praticado em desrespeito aos direitos do outro cônjuge que gera a obrigação de indenizar o dano moral suportado”, afirma. “Para a maior parte da população, a infidelidade é algo muito grave”, completa. Muitos juízes e tribunais estaduais tem uma visão mais restritiva sobre o assunto. O TJ-SP, em decisão de 2016, negou o pedido de danos morais a um marido traído, porque “não havendo qualquer exposição pública à honradez externa do apelante, não há qualquer dano a ser indenizado”. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) entende, em algumas decisões, que mágoas e angústias decorrentes de traição são“fatos da vida” e, por si só, não geram dever de indenizar. Em um caso, julgado em 2013, o tribunal entendeu que a “traição conjugal, por si só, apesar de constituir violação a dever matrimonial, não é suficiente para a configuração de danos morais, não havendo nos autos provas que indiquem a intenção da requerida de lesar o autor”. Há quem entenda, no entanto, que não é apenas a publicidade da traição que pode ensejar danos morais. Rui Stoco, autor de um livro sobre responsabilidade civil e desembargador aposentando do próprio TJ-SP, é um desses. “Se não houver exposição, haverá um problema nos meios de prova, mas tudo aquilo que atinge a pessoa naquilo que ela tem de mais importante pode levar à obrigação de reparar por danos morais. Se o cônjuge descobrir, ele tem sua moral ofendida. Sentimento de tristeza, angústia, isso já é dano moral”, afirma Stoco. “De fato, amar não é dever ou direito, e a dissolução conjugal não gera o dever de indenizar”, Regina Beatriz Tavares, advogada e presidente da ADFAS.O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), poroutro lado, é mais receptivo à tese da indenização por traição. Numa decisão de 2001, o relator de um caso no tribunal escreveu: “O que se busca com a indenização dos danos morais não é apenas a valoração, em moeda, da angústia ou da dor sentida pelo cônjuge traído, mas proporcionar-lhe uma situação positiva e, em contrapartida, frear os atos ilícitos do infrator, desestimulando-o a reincidir em tal prática”. Ademais, o advogado Carlos Dipp destaca ainda outra questão. Posteriormente da Emenda Constitucional 66/2010, a qual retirou a necessidade da separação judicial para se fazer o divórcio, a maioria dos advogados não tem fomentado ações para os clientes buscarem indenização por traições. “Esse tipo de ação dificulta uma possível relação amigável depois do divórcio. Além disso, as indenizações em geral são baixas”, afirma Dipp. Da mesma forma, o advogado salienta também que uma alternativa que para diminuir as incertezas sobre o tema é fazer contratos de convivência em uniões estáveis ou pactos antenupciais que prevejam a hipótese de indenização por traição. “Esse tipo de ação dificulta uma possível relação amigável depois do divórcio”, Carlos Eduardo Dipp, advogado e professor de Direito Civil. Corazón Partío no novo Código Civil da Argentina, aprovado em 2014, o dever de fidelidade passou a ser entendido pela lei como mero dever moral. Fidelidade deixou de ser dever jurídico, o que deixa a traição sem sanção possível. “A revolta entre os juristas e a sociedade é muito grande”, comenta Regina Beatriz. “Agora, sea lei não mudar na Argentina, aí sim só poderia haver indenização por traição em caso de um desrespeito público ao cônjuge”, completa. Já em Portugal e na França, o direito de família prevê expressamente a possibilidade de indenização em caso de traição. Na nação Itália, os tribunais aceitam a possibilidade com base no mesmo raciocínio aplicado no Brasil, a regra geral de responsabilidade civil. No Congresso brasileiro, existe um projeto para cuidar do coração partido dos traídos: o PL 5716/2016, de autoria do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB). A ideia é pacificar as discussões sobre o assunto, acrescentando uma disposição expressa ao artigo 927 do Código Civil: “O cônjuge que pratica conduta em evidente descumprimento do dever de fidelidade recíproca no casamento responde pelo dano moral provocado ao outro cônjuge”. Se o projeto for aprovado, a tese da advogada Regina Beatriz virará lei depois de quase duas décadas de seu doutoramento. Restará saber o que alguns juízes entenderão por “evidente” no descumprimento do dever de fidelidade. Entenda a controvérsia jurídica Entre a promulgação da Lei de Divórcio, de 1977, e a promulgação da Constituição de 1988, era comum os juízes discutirem a culpa dos cônjuges na separação judicial e no posterior divórcio. O cônjuge declarado culpado perdia uma série de direitos: pensão, promessas do outro cônjuge no pacto antenupcial, guarda dos filhos. A partir do final dos anos 1980 e sobretudo com a nova Constituição, a jurisprudência e doutrina caminharam no sentido de não mais discutir a culpa, nem na separação, nem no divórcio. Em segundo plano, a principal mudança trazida pela nova Constituição foi ter permitido o divórcio depois de um ano de separação judicial ou dois anos de separação de fato, na qual nem se precisava discutir a questão da culpa, uma vez que bastava o mero fato de os cônjuges terem se separado para permitir divórcio. Outrossim, isso acabou gerando a compreensão de que era inadequado discutir culpa em um contexto em que a busca da felicidade surgiu como fundamento das relações de família e diante da igualdade entre os cônjuges, ou companheiros, e os filhos e da busca da felicidade como fundamento das relações de família. Regina Beatriz Tavares escreveu seu doutorado sobre o assunto na USP em 1998, quando o tema da responsabilidade civil nas relações de família ainda era tabu na jurisprudência. “Embora estejam superadas as resistências na aplicação dos princípios da responsabilidade civil nas relações familiares, havia uma visão de que essas relações seriam voltadas a um regime de exceção, de modo que a violação dos deveres do casamento, assim como de outras relações de família, não deveria originar a condenação daqueleque praticava ato ilícito”, afirma Regina Beatriz, em artigo publicado sobreo tema. “O dano moral não é só a dor ou o sofrimento do cônjuge traído, mas o prejuízo decorrente do fato grave em si mesmo”, Regina Beatriz Tavares, advogada e presidente da ADFAS. A advogada defendeu a visão oposta, que foi recepcionada pela jurisprudência, segundo ela. Para Regina Beatriz, vale no descumprimento dos deveres conjugais o regime geral da responsabilidade civil no direito brasileiro. “Para haver indenização, é preciso que haja descumprimento de um dever, dano moral e um nexo causal (ligação) entre o descumprimento e o dano”, resume a advogada. “O dano moral não é só a dor ou o sofrimento do cônjuge traído, mas o prejuízo decorrente do fato grave em si mesmo. A traição em si é um fato grave, valorado negativamente”, afirma Regina Beatriz. Ademias, advogado Rodrigo Xavier Leonardo, professor de Direito Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), discorda dessa tese. Leonardo lembra, em primeiro lugar, que nem todo ato ilícito tem como sanção o dever de indenizar. De acordo com o professor, os atos ilícitos invalidantes geram a anulação de um ato, sem o dever de indenizar, e os atos ilícitos caducificantes resultam na decadência de um direito. “Não se pode concluir pela existência de uma relação consequencial entre um ilícito, como violação ao ordenamento jurídico, e o dever de indenizar”, afirma o professor. Também,segundo Leonardo, o casamento não é um contrato, mas um negócio jurídico de direito de família. Isso significa, segundo o professor, que os efeitos jurídicos do casamento são diferentes daqueles gerados por contratos e permitem modulações e consequências diversas. “No casamento há um espaço de liberdade amplo, pertinente ao espaço da privacidade, para que os consortes definam, e redefinam ao longo da vida, o vínculo que lhes une”, Rodrigo Xavier Leonardo, advogado e professor de Direito Civil. Por isso, o professor critica a tendência contemporânea de tentar resolver todos os perrengues da vida conjugal a partir de discussões monetárias e patrimoniais. “Há uma certa tendência em se procurar resolver as mazelas do direito de família mediante o pagamento de indenizações que acaba por transformar relações existenciais em relações contratuais, como se noivos, companheiros e cônjuges fossem contratantes que, diante do descumprimento de uma ou mais cláusulas do seu acordo, pudessem buscar uma indenização pela frustração de suas expectativas contratuais”, avalia. Além disso, advogado Caio Martins Cabeleira, diretor da ADFAS e doutorando em Direito Civil pela USP, levanta outras questões. “O dever de fidelidade não existe para aplacar os ciúmes do outro”, afirma. Destarte, é necessário ter em mente que a relação conjugal não é uma relação obrigacional, onde hácredor e devedor. O que encontramosno relacionamento conjugal é uma relação institucional e os deveres matrimoniais dizem respeito ao melhor interesse do casal, da família e da sociedade em geral. A fidelidade não é um dever somente para atender o outro cônjuge. A onda de pedidos de dano moral por traição surgiu num momento histórico em que as alterações legislativas praticamente acabaram com as outras sanções contra o adultério. Logo, o fato indenizar o autor no qual sofreu traição cabe indenização. Além disso, na ausência de outras sanções, que sempre existiram, o ordenamento acabou por encontrar uma forma de compensar isso por meio do dano moral. Mas, hoje cabem apenas duas sanções previstas para o descumprimento dos deveres do casamento, que constam dos artigos 1578 e 1704 do Código Civil, se o cônjuge for declarado culpado em ação própria: a perda do direito de usar o sobrenome do cônjuge traído e, a princípio, a perda do direito de receber pensão.FONTE: https://jus.com.br/artigos/41185/o-fim-da-culpa-na-dissolucao-do-casam ento#:~:text=Na%20legisla%C3%A7%C3%A3o%20civil%20ainda%20o bservamos,1704%2C%20par%C3%A1grafo%20%C3%BAnico%2C%20 art.&text=Quanto%20ao%20nome%2C%20n%C3%A3o%20se,acrescen tado%20quando%20do%20casamento%20(art. http://www.dpadvogadoscuritiba.com.br/indenizacao-por-traicaocon-juridi ca/ Copyright, Gazeta do Povo. https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Ci vil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%2 0RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9 ATUOS. https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-171/uniao-estavel-deveres- e-direitos-dos-companheiros/#:~:text=1.724%20do%20C%C3%B3digo% 20Civil%20regula,sustento%20e%20educa%C3%A7%C3%A3o%20dos %20filhos%E2%80%9D. http://www.dpadvogadoscuritiba.com.br/indenizacao-por-traicaocon-juridica/ http://www.dpadvogadoscuritiba.com.br/indenizacao-por-traicaocon-juridica/ https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS ATIVIDADE 03-DIFERENCIAR DIREITO OBJETIVO DE DIREITO SUBJETIVO Na língua portuguesa, a expressão direito assume diversas acepções, o que idem ocorre com droit (em francês), com diritto (em italiano), com Recht (em alemão), com derecho (em espanhol) etc.por consequência, acima de tudo nos sistemas jurídicos romano-germânicos, primordialidade de distinguir o chamado direito objetivo do chamado direito subjetivo. Na iminência no qual, a expressão de direito objetivo (law) refere-se às normas jurídicas. Os adeptos do latim dizem do direito objetivo: ius est norma agendi (direito é a norma de agir). O conteúdo do art. 1º do Código Civil, que é uma norma jurídica, tem natureza de direito objetivo, assim como o Direito Civil como um todo, por englobar um conjunto de normas. Em primeiro ponto, vale ressaltar que o conceito de norma abrange tanto as regras (comandos concretos) quanto os princípios (diretrizes abstratas). Já a expressão direito subjetivo (right), por sua vez, refere-se a uma faculdade incorporada à chamada esfera jurídica do sujeito emvirtude da previsão do direito objetivo. Cuida-se da faculdade de um sujeito realizar uma conduta comissiva (ação) ou omissiva (omissão) ou exigi-la de outro sujeito. Do direito subjetivo dizem os romanistas: ius est facultas agendi (direito é a faculdade de agir).Por se tratar de faculdade, o exercício efetivo de um direito subjetivo depende da vontade do próprio sujeito; ninguém pode forçar outrem a exercer direito subjetivo. Tomemos a primeira parte do art. 1.517 do Código Civil. Trata-se de uma norma, e, por conseguinte, de direito objetivo. Segundo esse dispositivo, “o homem e a mulher com dezesseis anos podem casar”. Logo,pode ser exercido ou não, dependendo da vontade do casal, porquanto se trata de faculdade. Em segundo plano, temos exemplo: o art. 5º da Constituição Federal de 1988 prevê o direito objetivo de propriedade: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Ademais, nessa situação, adquire o direito subjetivo de propriedade, o qual se incorpora à sua esfera jurídica. O direito subjetivo de propriedade lhe confere as faculdades de usar, fruir e dispor de um bem, como de exigir que todas as demais pessoas omitam-se de usar, fruir e dispor do mencionado bem. Ou seja, o direito de propriedade concede faculdades referentes a ações e omissões.Mas, se for a vontade de abandonar um bem, então estará deixando de exercer o direito subjetivo de propriedade, e outra pessoa poderá se apropriar do bem. Essa conduta é lícita, pois o direito subjetivo se reveste em uma faculdade: pode ser exercido ou não. Aos direitos subjetivos correspondem os chamados deveres. Destarte,O Direito Objetivo: É o conjunto de normas que o estado mantém em vitalidade. Constitui uma entidade objetiva frente aos sujeitos de direitos, que se conduzem segundo ele. Outrossim, é o conjunto de normas que obrigam ao indivíduo a um comportamento que está em harmonia com a ordem social. O Direito Subjetivo: No que lhe é atribuído, refere-se a um universo incorporada à chamada esfera jurídica do sujeito em resultado a de previsão do direito objetivo. Cuida do Estado Natural do indivíduo uma vez que o sujeito deseja realizar uma ação ou omissão ou exigi-la de outro sujeito. O Direito de agir fora das normas.duas pessoas têm o direito subjetivo de se casar, então alguém (no caso, um juiz de casamentos) tem o dever de casá-los; se tem o direito subjetivo de propriedade, então todas as demais pessoas têm o dever de não perturbar a propriedade desse indivíduo. Considerando a relação entre o sujeito do direito e o sujeito do dever, a esfera de operação do dever e o objeto da relação, os direitos subjetivos dividem-se ainda em direitos absolutos e direitos relativos. Em razão de essa classificação ser de fundamental importância para o estudo dos Direitos das Obrigações e das Coisas, por ora, direitos absolutos consistem em direitos que travam uma relação jurídica entre o sujeito do direito e toda a coletividade, e incidem diretamente sobre um bem, enquanto direitos relativos consistem em direitos que operam em uma relação entre o sujeito do direito e o titular do dever correspondente, e incidem diretamente sobre um fato de um dos sujeitos. FONTE: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631632/artigo-1517-da-lei-n-1040 6-de-10-de-janeiro-de-2002 http://genjuridico.com.br/ ATIVIDADE 04- OS PRAZOS E SUAS IMPLICAÇÕES LEGAIS Em concordância com, o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, vigência é “1. Qualidade de vigente. 2. Tempo durante o qual uma coisa vige e vigora"1. Em termos jurídicos, vigência é o atributo da norma jurídica que, em um determinado tempo e espaço, é destinada a produzir efeitos no mundo jurídico, de modo cogente. Carlos Roberto GONÇALVES conclui que “A vigência, portanto, é uma qualidade temporal da norma: o prazo com que se delimita o seu período de validade. Em sentido estrito, vigência designa a existência específica da norma em determinada época, podendo ser invocada para produzir, concretamente, efeitos, ou seja, para que tenha eficácia”2. Desse conceito, pode-se extrair que a vigência está delimitada por um lapso temporal, isto é, por um “prazo de validade” da norma jurídica. Esse prazo inicia-se com a sua publicação (ou com o término do período da vacatio legis) e se encerra com a revogação da lei ou com o término do prazo/condição estipulado na legislação (leis temporárias/excepcionais). Vale dizer que toda lei (sentido lato) é criada, promulgada, publicada, entra em vigência até a sua extinção pela revogação. Via de regra, as leis terão eficácia após decorrido o período estabelecido na própria lei promulgada, ou seja, toda lei entra em vigência com a sua publicação, salvo quando previsto período da vacatio legis. Embora entendimento diverso, o prazo pode ser fixado em qualquer unidade de tempo (dias, meses, anos), inclusive pode-se prever que entrará em vigor na data da publicação (destinado, geralmente, às leis de pequena repercussão). Exemplos de prazos de https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631632/artigo-1517-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631632/artigo-1517-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 vigência e suas respectivas leis: Código Civil/2002, artigo 20443; Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 2664; Estatuto do Desarmamento, artigo 375, entre outros. Contudo, pode a Lei não prever qualquer prazo para sua entrada em vigor, ou seja, a norma jurídica nada fala do momento do início de sua vigência. Nesses casos, aplica-se o disposto no artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, in verbis: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada”. Assim, inexistindo previsão expressa quanto ao momento da sua entrada em vigor, inicia-se em 45 dias após a sua publicação. Sobre o assunto, esclarece Caio Mario da Silva PEREIRA: A fixação do início da vigência de uma lei deve ser buscada primeiramente nela própria, quando em disposição especial o estipula: ora estatui que entra em vigor na sua mesma data de publicação, caso em que não ocorre qualquer tempo intermédio, produzindo seus efeitos no mesmo dia em que é estampada no Diário Oficial, e a partir de então sujeitando todos os indivíduos ao seu império; ora estabelece uma data especialmente designada como momento inicial da sua eficácia, caso em que não há cogitar de nenhuma regra abstrata ou teórica, senão de aguardar a chegada do dies a quo. A escolha de uma ou de outra determinação é puramente arbitrária para o legislador, que se deixa naturalmente levar por motivos de conveniência. Faz coincidir a data da publicação e a entrada em vigor quando entende desaconselhável ao interesse público a existência de um tempo de espera. Ao contrário, estipula uma data precisa, e mais remota, para aquelas leis que, pela importância, pela alteração sobre o direito anterior, pela necessidade de maior estudo e mais ampla divulgação, reclamam se estenda no tempo a data de início da eficácia (...)6. A propósito, eis os julgados do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, sobre a vigência das leis, na parte que nos interessa: PROCESSO LEGISLATIVO. (...) VIGÊNCIA (...) PRAZO. CONTAGEM. (...) 2. A fixação do início da vigência de uma lei deve ser buscada primeiramente nela própria, quando prevista em disposição especial, podendo estabelecer que entra em vigor na data de sua publicação ou após um prazo de vacância. Somente em caso de omissão do legislador é que se aplica o art. 1º, caput, da LICC (...)7. (...) VIGÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. VACATIO LEGIS. ART. 1º DO CEC-LEI Nº 4.657/42 (LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL). INÍCIO DA VIGÊNCIA (45 DIAS DA PUBLICAÇÃO). (...) 1. “De acordo com o art. 1º do Decreto-Lei nº 4.657/42 (Lei de Introdução do Código Civil), as leis processuais começam a vigorar após a publicação, respeitada a vacatio legis de 45 dias, se outro prazo não for especificamente estatuído”8. A esse intervalo temporal entre a publicação da norma até a sua vigência dá-se o nome de vacatio legis. Segundo Deocleciano Torrieri GUIMARÃES a expressão latina quer dizer “Período que decorre do dia da publicação da lei à data em que entra em vigência, durante o qual vigora a anterior sobre o mesmo assunto”9. Nas palavras de Nelson Godoy Bassil DOWER, “Fixado o dia de sua obrigatoriedade, caso não seja o mesmo da data de publicação, a esse período que vai da publicação até a data da sua entrada em vigor dá-se o nome de vacatio legis. Trata-se de um período de adaptação da nova lei o qual geralmente é graduado conforme a complexidade de cada Lei”10. Em breve parênteses, é importante frisar que o Brasil adotou o critério do prazo único11, em que a lei começa a vigorar na mesma data (isto é, simultaneamente) para todo país. Vimos até agora que a vigência é tempo de duração uma norma jurídica que pode produzir efeitos. Inicia-se, geralmente, com a publicação (ou decorrido o prazo da vacatio legis) e persiste até a sua revogação ou extinção. O termo a quo da vigência da lei é estabelecido livremente pelo legislador. Caso inexista, aplica-se o prazo de 45 dias previsto no art. 1º da LICC. Esse período entre a publicação e a sua entrada em vigor é chamado de vacatio legis. Ultrapassada essa fase inicial, insta saber como proceder a contagem do prazo da vacatio legis. O cálculo do prazo é feito segundo as regras processuais, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento? A unidade de tempo deve ser toda convertida em dias, Silvio de Salvo VENOSA leciona que “para a contagem do prazo de entrada em vigor, computa-se da data da publicação no órgão oficial e o último dia do prazo marcado. Esse dia de entrada em vigor operará mesmo na hipótese de recair em domingo ou feriado. Observe que o prazo de vacatio legis não se suspende, interrompe ou prorroga, salvo nova disposição legal”12. Nesse sentido, o artigo 8º, § 1º da Lei Complementar nº 95 de 1998, prescreve que a contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. Assim, para o cômputo do prazo da vacatio legis, conta-se a data da publicação (inclusive) e a data do último dia do prazo, entrando em vigor no dia seguinte a esse prazo, independentemente se for dia útil ou não. Para facilitar o entendimento, vejamos exemplo prático. A Lei X foi publicada em 01.08.2011 no Diário da Justiça e prevê, em seu último artigo, o prazo de 15 (quinze) dias para entrar em vigor. Logo, contando-se o dia da publicação 01.02 acrescidos dos 15 (quinze) dias da vacatio legis, o termo final recairá no dia 15.08.2011, entrando em vigor no próximo dia, isto é, 16.08.2011, independentemente do dia de semana ou feriado, pois não se trata de prazo processual. Dica: nas hipóteses em que a vacatio legis for pequena (em dia), basta que se adicione o dia da publicação ao prazo previsto em lei para que o resultado seja a data do início da vigência da lei. Em termos matemáticos, seria assim: Dia da Publicação + Prazo estabelecido na Lei = Data do início da vigência. No exemplo supracitado, data da publicação (01) mais prazo estabelecido na lei (15) = 16 (início da vigência – inclusive). Nos casos mais complexos, não se aconselha a utilizar essa forma de contagem. Pois bem, e quando a lei fixar o prazo em meses ou em anos ou como proceder ao cálculo para entrada em vigor da lei. Nesta parte, a doutrina prevê divergência para o início da vigência, principalmente no que se refere ao Código Civil. Uma corrente defende que o prazo deve ser transformado em dias. A outra, que o prazo é contado conforme determinado pelo legislador. Pela primeira corrente, o legislador infraconstitucional teria estabelecido que o período da vacância da lei deveria ser feito em dias e não em meses ou anos (segundo o disposto no artigo 8º, § 2º da LC 95/98)13. Assim, qualquer medida temporal diversa do de dias, deve ser convertido para o sistema diário. Por exemplo, se previsto prazo anual, deve-se levar em consideração 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. Corroborando com esse entendimento, Vladimir ARAS descreveu que “É que o §2º do art. 8º da Lei Complementar Federal n. 95/98, alterada pela LCF n. 107/2001, determina expressamente que as leis brasileiras (todas elas) devem estabelecer prazo de vacância em dias, somente em dias (e não em anos ou em meses), com a cláusula "esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação14.Já a segunda corrente apregoa que a medida temporal adotada pelo legislador da lei, no momento da fixação da vacatio legis, deve ser seguida, inobstante a redação da Lei Complementar mencionada. É que a fórmula por ele sugerida naquela Lei Complementar é apenas exemplificativa. Outro motivo é que se o legislador quisesse atribuir em dias, assim o faria (em vez de um ano, citaria 365 dias, ou em vez de um mês, citaria 30 dias, e assim por diante). Por fim, porque vige a Lei nº 810/49, que definiu o ano civil15, adotadoinclusive pelo Código Civil. A propósito, Vitor Frederico KUMPEL ensina: “É por demais óbvio que a contagem não pode ser feita sobre o paradigma dia, tendo em vista não só o problema prático já anunciado, mas também a incidência da regra hermenêutica ensinada por Phortalis, segundo a qual "toda lei é auto-interpretável", razão pela qual se o próprio legislador adotou o critério ano, conclui-se que a contagem não pode ser feita dia a dia ou mês a mês. Se a contagem adotada pelo legislador fosse a baseada no critério dia, teríamos: "este Código entrará em vigor 365 dias após a sua publicação", coisa que não o fez”16. Pode-se pensar que a diferença de um dia não faz alteração no caso prático. Ledo engano. Saber o exato momento em que a lei entrou em vigor é extremamente imprescindível, mormente nos casos de leis penais (novatio legis in pejus ou novatio legis incriminadora), para o reconhecimento da prescrição e decadência em qualquer matéria, entre milhares de outros assuntos. Como se vê, esta questão referente à medida temporal utilizada para a vacatio legis encontra-se divergência na doutrina. Não se buscou aqui esgotar o tema proposto ou mesmo se posicionar a respeito de uma das teorias, mas tão somente expor, em linhas gerais, os aspectos da vigência da lei, da vacatio legis e a forma da contagem do prazo. FONTE: Referências bibliográficas ARAS, Vladimir. A polêmica data de vigência do novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/3517>. Acesso em: 18 ago. 2011. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Disponível em www.stj.jus.br/SCON. Acesso em 19 de agosto de 2011. BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Disponível em www.tjpr.jus.br. Acesso em 19 de agosto de 2011. DOWLER, Nelson Godoy Bassil. Curso Moderno de Direito Civil: Parte Geral. São Paulo: Nelpa, 1976. Vol. 1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994/1995. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte geral. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, Vol. 1. GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Técnico Jurídico. 9. Ed. São Paulo: Rideel, 2007. KÜMPEL, Vitor Frederico. A entrada em vigor do novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 190, 12 jan. 2004. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/4642>. Acesso em: 18 ago. 2011. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. 5. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976. Vol. 1. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. Vol. 1. FONTES 1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994/1995. P. 673. 2. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte geral. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, Vol. 1. P. 59. 3. Art. 2044. Este Código entrará em vigor um ano após a sua publicação. 4. Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação. 5. Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 6. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. 5. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976. Vol. 1. P. 110/111. 7. STJ. REsp 1.038.032/RJ. Rel. Nancy Andrighi. T3. Julg. 19.10.2010. DJe 24.11.2010. RT vol. 906, p. 583. 8. TJPR. AgInst. 421.680-6. Rel. Airvaldo Stela Alves. 13ª CCiv. Julg. 31.10.2007. DJ 7502. Acórdão 7453. 9. GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Técnico Jurídico. 9. Ed. São Paulo: Rideel, 2007. P. 547. 10. DOWLER, Nelson Godoy Bassil. Curso Moderno de Direito Civil: Parte Geral. São Paulo: Nelpa, 1976. Vol. 1. P. 17. 11. Em contrapartida, o critério do prazo progressivo é aquele em que há vários prazos de vigência diversos, para cada Estado, dependendo de sua localização com a Capital. Esse critério vigorava na revogada Lei de Introdução e justificava-se pela precariedade da comunicação existente naquela época, não mais se justificando nos dias atuais. 12. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. Vol. 1. P. 106. 13. Art. 8º, § 2º. As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial. 14. ARAS, Vladimir. A polêmica data de vigência do novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/3517>. Acesso em: 18 ago. 2011. 15. Art. 1º Considera-se ano o período de doze meses contado do dia do início ao dia e mês correspondentes do ano seguinte. Art. 2º Considera-se mês o período de tempo contado do dia do início ao dia correspondente do mês seguinte. Art. 3º Quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia correspondente ao do início do prazo, êste findará no primeiro dia subsequente. 16. KÜMPEL, Vitor Frederico. A entrada em vigor do novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 190, 12 jan. 2004. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/4642>. Acesso em: 18 ago. 2011. ATIVIDADE-05 - DIREITO DE PERSONALIDADE Sobre o tema a ser tratado, os direitos da personalidade são todos aqueles que permitem que uma pessoa realize a sua individualidade e possa defender aquilo que é seu. Logo, eles se relacionam com a proteção da vida, da liberdade, da integridade, da sociabilidade, da privacidade, da honra, da imagem, da autoria, entre outros. Além disso, são direitos indisponíveis, subjetivos e que se aplicam a todos igualmente. Garantindo a proteção efetiva da pessoa humana e assegurar sua dignidade como valor essencial, os direitos da personalidade contam com características especiais, descritas no próprio Código Civil. Outrossim, esses direitos são: Intransmissíveis, pois não podem ser transferidos a terceiros. Irrenunciáveis, pois o indivíduo não pode abrir mão dos seus direitos. Dessa forma, são indisponíveis, pois tais direitos não podem ser utilizados como bem se entende. No primeiro plano,é importante destacar que, a personalidade, no entanto, não é direito. A mesma é considerada um bem primeiro do ser humano, para ser quem se é. Dela, contudo, irradiam uma série de direitos, como os dispostos acima. A personalidade é o que permite o indivíduo sobreviver e se adaptar as condições do ambiente, portanto é inerente a cada um. Ademias,histórico dos direitos na personalidade no ordenamento jurídico brasileiro. Na nação brasileira, os direitos da personalidade passaram a fazer parte do ordenamento jurídico com a promulgação da Constituição de 1988.Todavia, alguns doutrinadores defendem que desde a Constituição Imperial já contava com alguns precedentes acerca dos direitos da personalidade, onde previa a inviolabilidade da liberdade, igualdade, sigilo de correspondência, entre outros. No Projeto do Código Civil de 1962 também havia uma tentativa de disciplinar a matéria, porém, o referido projeto de lei não chegou a sair do papel.A Constituição de 1988 acolheu, tutelou e sancionou os direitos da personalidade. Isso porque, entre outros fatores, a adoção da dignidade da pessoa humana enquanto princípio fundamental da República Federativa do Brasil criou a necessidade de tutelar direitosindividuais. Em segundo plano, com a edição do Código Civil em 2002, o tema foi regulamentado com maior propriedade, tanto que o Código conta com um capítulo especial (Capítulo II, artigos do 11 ao 21) sobre os direitos da personalidade.Além da Constituição de 1988 e o Código Civil os direitos da personalidade são disciplinados e protegidos também por outras normas. O Código Penal, a Lei de Imprensa, a Lei dos Transplantes, dos Direitos Autorais, são exemplos de normas que tratam sobre o tema. Recentemente, a Lei Geral da Proteção de Dados pessoais que entrou em vigor recentemente também trouxe uma série de medidas que impedem o uso de dados pessoais sem o consentimento do titular, visando a preservação da intimidade.De forma resumida, analisando o contexto histórico e a evolução dos direitos dapersonalidade, é possível afirmar que tanto a teoria como as formas de tutela desses direitos evoluíram no ordenamento jurídico de forma progressiva. Assim, os direitos da personalidade ganharam corpo e destaque dentro do ordenamento jurídico brasileiro, na medida em que se desenvolveram ideias de valorização da pessoa humana. Ademias, osDireitos da personalidade na prática: uma análise da jurisprudência. Existem inúmeras decisões interessantes acerca dos direitos da personalidade que demonstram como os Tribunais vem entendendo a aplicação e proteção de defesa desses direitos na prática. Destarte, a proteção aos direitos da personalidade ganhou destaque na Constituição Federal de 1988. A Lei Máxima dispõe em seu artigo 5º de uma série de direitos e garantias individuais que permitem a convivência harmônica entre os seres humanos. Logo, adicionalmente, o Código Civil de 2002 trouxe um capítulo dedicado aos direitos de personalidade. Foi a primeira vez que o Código Civil brasileiro tratou especificamente sobre esse tema, reconhecendo como valor da proteção a pessoa humana. Outrossim, enquanto a Constituição de 1988 trata sobre os direitos da personalidade de forma genérica, o Código Civil oferece diretrizes jurídicas mais específicas para solucionar as inúmeras questões práticas envolvendo esses direitos, da personalidade são todos aqueles que permitem que uma pessoa realize a sua individualidade. https://blog.sajadv.com.br/lgpd-vigencia-da-lei-geral-de-protecao-de-dados/ https://blog.sajadv.com.br/lgpd-vigencia-da-lei-geral-de-protecao-de-dados/ FONTE: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessio nid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExtern o2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:t ext=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO %20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text= Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://blog.sajadv.com.br/ ATIVIDADE 06-SEGURO DPVAT - AÇÃO DE COBRANÇA O seguro DPVAT (O Seguro Obrigatório de Danos Pessoais) causados por veículos automotores de via terrestre, como cediço, indeniza qualquer vítima de acidente de trânsito, independentemente de quem seja a culpa, sendo um movimento da denominada responsabilidade civil acidentária. A Lei que o regula é a de nº 6.194/74 e surgiu da preocupação àquela época de se repartir o bônus de todos usufruírem do trânsito com o ônus atestado pelos acidentes crescentes que vinham ocorrendo. Ademais, é mais uma vertente da função social da responsabilidade civil, por tratar-se de um seguro de proteção eminentemente social. Essa legislação teve várias reformas. Uma delas, e a que mais interessa nos interessa, foi perpetrada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, conclusão da conversão da Medida Provisória nº 340, de 2006. Essa Lei nº 11.482/07 modificou, dentre outros dispositivos, os incisos do art. 3º da Lei DPVAT (nº 6.194/74). Deixando-se de lado a questão da inconstitucionalidade formal da Medida Provisória convertida, à vista do art. 62 da Constituição Federal, atentemo-nos à discussão acerca da inconstitucionalidade material da Lei nº 11.482/07, tema bastante atual, em função de o STF estar https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExterno2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009 https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExterno2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009 https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExterno2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://blog.sajadv.com.br/ apreciando uma ADI (nº 4627) sobre essa questão, cujo relator é o Ministro Luiz Fux[1]. Em primeiro plano, antes da referida reforma, o art. 3º e seus incisos da Lei do Seguro DPVAT tinha a seguinte redação original: “Art. 3º Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no artigo 2º compreendem as indenizações por morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares, nos valores que se seguem, por pessoa vitimada: a) – 40 (quarenta) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País – no caso de morte; b) – Até 40 (quarenta) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País – no caso de invalidez permanente; c) – Até 8 (oito) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País – como reembolso à vítima – no caso de despesas de assistência médica e suplementares devidamente comprovadas. Como se vê, a indenização para casos de acidente de trânsito tinha como parâmetro, nos casos de morte ou invalidez, o valor de 40 (quarenta) salários mínimos. Com sua reforma, mediante a Lei nº 11.482/07, a sua redação passou a ser a seguinte: “Art. 3o Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2o desta Lei compreendem as indenizações por morte, por invalidez permanente, total ou parcial, e por despesas de assistência médica e suplementares, nos valores e conforme as regras que se seguem, por pessoa vitimada: (Redação dada pela Lei nº 11.945, de 2009). (Produção de efeitos). a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) I – R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) – no caso de morte; (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007) II – Até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) – no caso de invalidez permanente; e (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007) III – até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) – como reembolso à vítima – no caso de despesas de assistência médica e suplementares devidamente comprovadas. (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007) ”. Portanto, nas novas alterações nos artigos, o parâmetro do valor a título de indenização pelo acidente de trânsito foi diminuído para uma quantia de R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais), para os casos de invalidez e morte. Porém, acontece que com essa redução no valor houve substancial retrocesso em garantia já adquirida pela população em geral, violando-se o princípio constitucional implícito de vedação ao retrocesso social. Isso porque, nas palavras da Douta Magistrada Suyene Barreto Seixas de Santana, atuante da Justiça de Sergipe, “a responsabilidade pela indenização do seguro DPVAT configura direito fundamental porque, de um lado corresponde ao princípio do solidarismo (artigo 3º, inciso I da Constituição Federal) e de outro, porque a referida indenização corresponde a direito individual homogêneo, o que o eleva à categoria constitucional (artigo 127 da CF c/c artigo 5º, X, da CF) ”. Em segundo plano, qualquer medida estatal que tenha por finalidade suprimir garantias essenciais já implementadas para a plena realização da dignidade humana deve ser vista com reservas e somente pode ser aceita se outros mecanismos mais eficazes (e igualmente vantajosos) paraalcançar o mesmo desiderato forem adotados, o que não é o caso dos autos. É a forma que o Constitucionalismo Dirigente criou de preservar direitos, não somente em benefício dos cidadãos do presente, mas da sociedade justa e solidária que programaticamente se busca deixar para as futuras gerações. Na seara do direito internacional, o Brasil foi signatário dos seguintes tratados que reconhecem os direitos sociais como direitos humanos fundamentais, a exemplo da Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), Protocolo de São Salvador (1988) adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969) e o Pacto de São José da Costa Rica, sendo que neste último, acolheu expressamente o princípio do não retrocesso social, também chamado de aplicação progressiva dos direitos sociais, princípio esse elucidado anteriormente. Em que pese o mínimo existencial não está expressamente previsto na Constituição Federal, há diversos dispositivos naquela, que se efetivados, atingem o objetivo de assegurar o mínimo existencial, v.g. dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), erradicar a marginalização (art. 3º, III), direitos sociais como saúde, educação, moradia, trabalho e assim por diante (art. 6º); estes últimos buscam aperfeiçoar as políticas públicas para romper com a barreira social, fazendo com que todos sejam integrados à sociedade, introduzindo nesta os que vivem a sua margem. Só assim estará concretizado o mínimo existencial. Destarte, não estamos falando em prêmio ou gratificação do beneficiado como aparenta o tratamento da matéria pelo Legislativo, mas sim, de um direito que, no fundo, relaciona a saúde das pessoas, já reconhecido com tal na ADPF nº. 45, julgada em 29/04/2004, sendo seu fato gerador a morte, invalidez permanente ou despesas hospitalares decorrentes de acidentes com veículos automotores. Além disso, não se pode desprezar que, de regra, esse benefício é utilizado pela população mais necessitada ao se deparar com uma situação de instabilidade emocional e financeira após a ocorrência de acidente que vitimou membro de sua família ou compromete sua integridade física, sendo, destarte, a indenização, imprescindível para manter a dignidade do segurado e membros de sua família. FONTE: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6194.htm#:~:text=LEI%20N%C2 %BA%206.194%2C%20DE%2019,Art%20. https://maiconalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/614224305/mod elo-cobranca-de-indenizacao-dpvat-natimorto https://maiconalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/614224305/modelo-cobranca-de-indenizacao-dpvat-natimorto https://maiconalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/614224305/modelo-cobranca-de-indenizacao-dpvat-natimorto ATIVIDADE 07 - REGULAMENTAÇÃO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS Maria de Fátima, com dificuldades financeiras e com 02 filhos para criar, resolveu vender um de seus rins a Paulo, que a 2 anos está na fila de espera para transplante de órgãos. Indaga-se: 1. Maria de Fátima pode efetuar referida venda? Justifique e fundamente sua resposta. R= Não, Maria de Fátima não poderá vender seus rins a Paulo mesmo que ela queira, pois, a legislação brasileira veta esse tipo de atitude. Conforme a lei 9.434/1997: art. 9º É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. 2. Diante disso e frente à característica da indisponibilidade, é possível afirmar que a indisponibilidade dos direitos a personalidade é absoluta? Justifique sua resposta. R=. Não é possível afirmar categoricamente que a indisponibilidade dos direitos de personalidade é absoluta, pois eventualmente seu titular pode afastá-los temporariamente, como por exemplo os direitos autorais, à imagem e até aos órgãos, quando em situação permitida pela legislação. FONTE: https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transpla ntes-e-doacoes-de-orgaos/ https://morghana87.jusbrasil.com.br/artigos/151167225/direitos-da-perso nalidade-e-a-doacao-de-orgaos-no-brasil#:~:text=4%C2%BA%2C%20d a%20Lei%209434%2F1997,transplantes%20ou%20terap%C3%AAutica %20post%20morte%E2%80%9D. ATIVIDADE-08CAPACIDADE INDÍGENA No trato desta matéria nos deparamos com o choque de princípios: ou seja, O PRINCÍPIO DE PROPRIEDADE (CF. art. 5º, inciso XXII) X O PRINCÍPIO DO INDIGENATO (CF. art. 231 e parágrafos) .... Pergunta-se: 1. Procure entender o que significa cada princípio o do indigenato e o de propriedade. 1.Qual dos dois princípios deve prevalecer em uma eventual disputa de terras onde esteja em jogo uma mesma propriedade? instituto da posse indígena nos conflitos contemporâneos. Daí, ressalta-se a necessidade da correção dos desequilíbrios do passado, a partir de uma aplicação atualizada e constitucional dos institutos possessórios, de maneira que o resultado final possa auxiliar as ações afirmativas em prol dos direitos indígenas, efetivar os seus mandamentos 2. O que leva a primazia do direito dos povos originários e com quais requisitos, tendo como base a nossa Constituição em seu art. 231 e manifestada pelo legislador constituinte? https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transplantes-e-doacoes-de-orgaos/ https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transplantes-e-doacoes-de-orgaos/ Professor temos grande problema com atividade 8 estou sem bagagem para responder estou lendo https://cimi.org.br/2018/03/decisao-do-stj-mantem-terra-indigena-buriti-o nde-foi-morto-oziel-terena-suspensa-por-marco-temporal http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_04_03. pdf http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp127773.pdf Mesmo assim, ainda não tive uma conclusão fiz vídeo chamada com amigos indígenas o mais perto de uma boa resposta foi: 1. R= No final do século XIX, em 1890, foi instituído, como meio de regularização de terras, o que ficou conhecido como Registro Torrens. Por meio desse sistema de registro, a parte interessada teria que preencher todos os requisitos previstos na lei e cumprir as formalidades processuais junto ao Cartório, que, ao fim do processo, emitiria o título definitivo de propriedade, contra o qual não caberia prova em contrário. A Lei nº 6.015/1973 regula, atualmente, os registros públicos. Sob a égide do novo sistema de registro, implantou-se moderna tecnologia de georreferenciamento na descrição dos pontos geodésicos dos limites da propriedade. Segundo o ordenamento vigente, os efeitos jurídicos do registro público são constitutivos, comprobatórios e publicitários. São constitutivos, porque do registro advém o nascimento do direito; comprobatórios, porque do registro deriva a veracidade do ato descrito; e publicitários, visto que o registro se torna acessível ao conhecimento dos interessados. Em primeiro plano, A Constituição de 1988 dispõe, no art. 20, que as terras indígenas são bens da União. E, no art. 231, reconhece aos índios os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam e atribui à União a obrigação de demarcá-las. 33 A condição para que os índios possam preservar sua cultura tradicional, seus costumes e suas tradições é que tenham a garantia constitucional de usufruto das terras que ocupam. Em https://cimi.org.br/2018/03/decisao-do-stj-mantem-terra-indigena-buriti-onde-foi-morto-oziel-terena-suspensa-por-marco-temporal https://cimi.org.br/2018/03/decisao-do-stj-mantem-terra-indigena-buriti-onde-foi-morto-oziel-terena-suspensa-por-marco-temporal http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_04_03.pdf http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_04_03.pdf http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp127773.pdf síntese, pode-se concluir que a Constituição garante o usufruto indígena das terras que ocupam, mas reserva à União a sua propriedade. Aterra indígena deve ser demarcada, aos moldes do processo de discriminação das terras devolutas, sendo reconhecidos os seus limites e confinantes. Destaca-se que foi somente a partir da Constituição Federal de 1969 que as terras indígenas foram declaradas bens da União e deixaram de ser terras devolutas, como mencionava a Lei nº 601, de 1850. Sendo bens da União, devem ser registradas no Cartório de Registro de Imóveis e na Secretaria do Patrimônio da União, sujeitas, portanto, ao regime jurídico da propriedade, nos termos estabelecidos no Código Civil. Assim, são discriminadas das terras de particulares e com elas não se confundem. A propriedade privada adquirida por justo título tem garantia constitucional (art. 5º, XXII), pois, se assim não for, será estabelecida a insegurança jurídica, em frontal ofensa à ordem jurídica vigente no País. A segurança jurídica no processo de demarcação das terras indígenas fundamenta-se na Constituição de 1988, que, no art. 5º, XXII, assegura o direito de propriedade, ressalvando, no inciso XXIV, que, nas hipóteses de necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, serão desapropriadas mediante justa e prévia indenização. No entanto, a propriedade privada legitimamente adquirida e que não esteja localizada no perímetro da posse indígena poderá ser adquirida pelo Poder Público por meio de processo de desapropriação, para atender circunstâncias prementes ou para pacificar graves conflitos fundiários. A tese do indigenato, propugnada pelo eminente jurista e professor João Mendes Júnior, em 1902, baliza o direito originário dos índios sobre as áreas que efetivamente ocupam, mas não dá suporte jurídico à retomada de áreas que outrora foram indígenas, mas não o são mais. Em segundo plano, a tese do indigenato é rejeitada pelo ilustre ministro Menezes Direito, que a substitui pela tese do fato indígena, sob o argumento que os 34 procedimentos de identificação e demarcação deve ter por objeto fato qualificado, qual seja, a “presença constante e persistente dos índios na área em questão, o que é tarefa dos documentos produzidos no processo de regularização”. No entanto, as ocupações dolosas de posses sabidamente indígenas, mesmo que não estejam previamente demarcadas, ensejam a anulação ou a extinção de domínio ou posse, garantido o devido processo judicial. Em que pese o mérito da política nacional em defesa das comunidades indígenas, assim como o fato de que tal política tenha ampla aceitação da sociedade brasileira, as demarcações têm sido alvo de inúmeros questionamentos. Segundo as denúncias ou críticas veiculadas nos meios de comunicação, as demarcações das áreas indígenas são superdimensionadas, e, por consequência, as delimitações ultrapassam os limites das propriedades particulares, de unidades de proteção ambiental, de áreas destinadas à reforma agrária e ao assentamento de famílias de agricultores e, não raro, abrangem vilas e aglomerados urbanos. As denúncias e críticas se avolumam, à medida em que novas áreas são reivindicadas pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI. As demarcações das terras indígenas têm culminado em perdas econômicas dos proprietários e posseiros que, inesperadamente, deixam para trás uma história de vida e de trabalho, perdem todo o patrimônio construído durante anos de persistência na atividade agrícola e pastoril e se veem diante de uma nova realidade, qual seja: deixam de ser reconhecidos como produtores rurais e passam a ser considerados invasores. As repetidas críticas ao processo de demarcação das terras indígenas não são, portanto, mero questionamento levantado por agricultores insatisfeitos que perderam suas propriedades rurais em consequência das demarcações realizadas pela FUNAI. Constata-se que autoridades locais, prefeitos, governadores, parlamentares, estudiosos e juristas reconhecidos compõem um contingente de críticos ao processo de demarcação das terras indígenas. Nos últimos anos, os meios de comunicação revelam que significativa parcela da sociedade vem se preocupando com o aumento dos conflitos fundiários, não mais por conta das invasões dos sem-terra, mas pelas investidas da FUNAI, em ações destinadas a ampliar as reservas indígenas em regiões produtivas. Como consequência, multiplicam-se as ações judiciais impetradas por agricultores contra as iniciativas expansionistas da FUNAI. É verdade, também, que, em face das reivindicações de setores vinculados à defesa das comunidades indígenas e dos questionamentos de políticas oficiais de defesa das comunidades indígenas e com vistas ao encaminhamento de soluções políticas e legislativas que promovam a harmonia e o convívio pacífico, a sociedade e, em especial, a classe política não se furtam ao debate amplo sobre todas as questões levantadas pelas comunidades indígenas, por organismos não governamentais e pelos setores produtivos, proprietários e posseiros em busca de novos caminhos e novas propostas para a solução dos conflitos que afligem cidadãos não indígenas e as comunidades indígenas. A demarcação das terras indígenas é um desafio para toda a sociedade brasileira. Não é possível que, passados mais de cinco séculos, o País ainda se depare com os conflitos entre índios e não índios. A busca de soluções de conflitos só será encontrada pela via da negociação e pela instituição de uma legislação que atenda aos anseios de todos. Destarte, A posse indígena é, também, contemplada pela legislação Brasileira, desde o período colonial. No processo de demarcação das terras indígenas temprevalecido o entendimento de que os direitos originários dos indígenas se sobrepõem aos demais direitos. 2 R= As políticas adotadas no período colonial, fundamentadas em Cartas Régias, Alvarás e Regimentos, não se limitaram ao combate à escravização e aos maus tratos a que se submetiam os indígenas. Elas deram fundamento, também, à discussão sobre a legitimidade do direito dos índios de permanecerem nas terras que ocupavam. Em 1934, pela primeira vez, a questão indígena é tratada pela Constituição, que consagra a política de integração dos silvícolas e atribui àUnião a competência para promover a “incorporação dos silvícolas à comunhão nacional”, declarando que “será respeitada aposse de terras de silvícolas que nelas se achem permanentemente localizados”. Destarte, os constituintes de 1988, sensíveis aos novos anseios das comunidades indígenas e de setores da sociedade nacional, inauguraram umanova política indigenista, reconhecendo os direitos dos índios de terem suaprópria identidade, seus costumes e suas tradições. TESE DO INDIGENATO JUSTIFICA A EXTINÇÃO DE PROPRIEDADES? Luiz Almeida Miranda Consultor Legislativo da Área VI Direito Agrário e Política Fundiária
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