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UNIGRAN CAPITAL-DIREITO CIVIL

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UNIGRAN CAPITAL
NOME: HENRIQUE DA SILVA SOUZA
CURSO: DIREITO
1° SEMESTRE
TURMA: D
MATERIA DIREITO CIVIL I
RGM: 182.571
ATIVIDADE 01-CONCEITO DE DIREITO
O fenômeno Direito patenteie do grupo lexical do latina directum, que
significa reto, no sentido retidão, o certo, o correto, o mais adequado. A
elucidação nominal etimológica de Direito é “qualidade daquilo que é
regra”. A vetustez chega a famosa e sintética definição: “Direito é a arte
do bom e do equitativo”. Na Idade Média se tem a definição concebida
por Dante Alighieri: “Direito é a proporção real e pessoal de homem para
homem que, conservada, conserva a sociedade e que, destruída, a
destrói”. Numa perspectiva de Kant: ”Direito é o conjunto de condições,
segundo as quais, o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio
dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade”.Nessa linha de
raciocínio, o direito seria conceitualmente o que é mais adequado para o
indivíduo tendo presente que, vivendo em sociedade, tal direito deve
compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. Daí surge
a grande discussão que se trava ao longo dos tempos, o que obriga que
os conceitos do certo ou errado, do direito e do não direito se
justaponham às novas realidades geográficas, religiosas, humanísticas
e históricas, para descrever apenas algumas questões que influenciam
na evolução e adequação do direito a ser aplicado.
Em primeiro plano, o direito, na sua essência é um conceito em
constante mutação, até porque enraizado e consequente da própria
condição humana, que necessita de ajuste e adequação
permanentemente, seja com relação a seu habitat, aos critérios e
normas de convivência, bem como às novas realidades construídas
https://www.infoescola.com/biografias/dante-alighieri/
https://www.infoescola.com/biografias/immanuel-kant/
pelos grupamentos humanos e a própria evolução do conhecimento
cientifico e tecnológico.Desde a formação dos primeiros grupos
gregários surgiu a necessidade dos regramentos de convivência,
mesmo que de forma esparsa e sem muitas formalidades. Até na
comunicação primária entre dois seres humanos não se deve prescindir
de uma informal padronização, objetivando uma convivência em moldes
relativamente civilizados e sem maiores embates. Outrossim, aqui não
se fala do que é certo ou errado em sentido absoluto, porque conforme
dito anteriormente, tais conceitos são mutantes de acordo com os
grupos humanos que se associam em comunidades.Na medida em que
o contingente populacional de determinados grupos sociais cresceu em
número de habitantes, aglutinações de grupos ocorreram e, por
consequência, maior a necessidade de uma sistematização do direito,
com o objetivo de que houvesse compreensão coletiva daquilo que o
grupo desejava para si, mesmo que fosse por imposição de uma
vontade individual, mas que aceita pelo coletivo. Ademais, os grandes
pensadores, como Rousseau, Platão, Montesquieu, Sócrates, Karl
Marx, Max Weber e tantos “filósofos e estudiosos” nas suas respectivas
épocas, traduziram bem a preocupação de que o ser humano poderia
carregar em seu âmago, um instinto egoístico que obrigaria as
comunidades e os núcleos sociais estabeleceremcritérios de
convivência, que inibissem a atuação individual em
detrimentodosdireitos coletivos. Além disso, é importante destacar dois
tipos de direito de uma forma geral: o Direito natural e o direito positivo.
O primeiro se refere àquele direito que nasce com o próprio homem
independente de regramento quanto a sua utilização, enquanto o
segundo, denominado Direito positivo, de uma forma singela pode ser
chamado de direito regrado, criado e escrito pelos homens, através de
normativos e legislação que indicam e individualizam as situações e
preceitos a serem seguidos ou cumpridos.Durante milênios da história
humana, o direito compreendido como forma de conduta, mesmo nas
rudimentares culturas, serviu como anteparo de eventuais litígios, que
poderiam surgir não havendo um mínimo de padrão de conduta. As
regras e o direito no sentido amplo foram modificados, inclusive através
da força bruta, quando se impunham novos padrões aos vencidos, nas
questões não resolvidas de forma amigável.As fontes do direito são
fundamentais na construção do direito positivo: o direito escrito e
https://www.infoescola.com/filosofia/jean-jacques-rousseau/
https://www.infoescola.com/filosofos/platao/
https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/
https://www.infoescola.com/filosofia/socrates/
https://www.infoescola.com/biografias/karl-marx/
https://www.infoescola.com/biografias/karl-marx/
https://www.infoescola.com/direito/fontes-do-direito/
interpretado que rege as relações humanas na atualidade. As principais
fontes são as leis, os costumes, a doutrina e a jurisprudência dos
tribunais. Sendo que o costume é caracterizado quando existe a
reiteração de uma conduta na convicção da mesma ser obrigatória, a
doutrina é construída pelos estudiosos da área jurídica quando da
interpretação do direito, e a jurisprudência é o resultado de decisões
judiciais no mesmo sentido, que resultam em novos entendimentos e
compreensões do direito.Cabe aqui uma ressalva porque nem sempre o
direito chamado objetivo ou constituído em normas, reflete a vontade de
uma maioria populacional. Há que se considerar quais os responsáveis
pelas diretivas e imposição das normas a serem aplicadas a todos.
Temos situações de Estado formado de maneira teocrática, o que
resulta no estabelecimento de regras numa conjuntura que privilegia os
entes religiosos. Existem também as monarquias, os impérios e outros
sistemas totalitários de governo, que entendem que as leis que regem o
direito daquelas sociedades devem ser normas que atendam aos
anseios desses sistemas mesmo com algum prejuízo aos direitos
individuais de seus cidadãos. Assim, mesmo que se compreenda como
desejável determinada estruturação de uma sociedade, onde haja
efetivo equilíbrio de forças entre o direito coletivo e o individual, é certo
que nem sempre assim ocorre.Na atual, de forma imposta ou
democrática, os parâmetros do direito para determinada coletividade,
desde dos mínimos grupamentos, tais como clubes e condomínios, até
os Municípios, Estados, Países, Organizações Internacionais, são
norteados por Leis, Convenções, tratados ou outra forma de pactuarão
que se ajusta para convivência.
Em segundo plano, ressalte-se que a lei ou qualquer outro
normativo, deve estar dentro de um contexto hierárquico, isto porque é
preciso que se compreenda que determinadas leis superiores não
podem subordinar-se a leis menores. Assim, no caso do Brasil, as leis
ou tratados internacionais não podem interferir na soberania do nosso
país, o que quer dizer que eles podem ser aplicados no Brasil, desde
que atendidos os critérios nacionais de incorporação do normativo
internacional, e desde que não se contraponha aos normativos
brasileiros, em especial a nossa Constituição Federal.Os principais
normativos que regem o direito positivo ou escrito no Brasil, são
Tratados, Convencionais Internacionais, Constituição Federal,
https://www.infoescola.com/direito/jurisprudencia/
Constituições Estaduais, Leis Complementares, Leis Federais,
Estaduais e Municipais, além das Medidas Provisórias Federais, que
possuem um caráter de excepcionalidade, objetivando uma
normatização emergencial.
Destarte, direito é instrumento ou ferramenta na estrutura do Estado.
Além disso, participa dos três poderes atuais: Executivo, Legislativo e
Judiciário. Outrossim, atuar nas normas e também na liberdade dos
indivíduos, o direito é aquilo que uma sociedade ou grupamento social
compreende como ideal de retidão e correto para a sua coletividade. A
forma concreta de estabelecer os parâmetros da convivência social se
materializa no conjunto de leis e normativos, respeitada a hierarquia das
leis, exatamente para evitar que direitos de maior abrangência não
sejam suplantados por direitos e regramentos inferiores. Do mesmo
modo, Diante da diversidade de questões e litígios a serem enfrentados
pelo homem contemporâneo, frutoda criação ao longo da história, e
mais recentemente em razão dos grandes avanços do conhecimento,
tornou-se necessário uma abordagem do direito de forma mais
especializada. Desta forma, temos diversas vertentes de aplicabilidade
do direito, com suas especificidades. Apenas para enumerar algumas
vertentes, podem citar: Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito de
Família, Direito Penal, Direito Marítimo, Direito Tributário, Direito
Imobiliário, Direito do Consumidor. Somente no Brasil temos mais de 20
ramos ou especializações do direito, com a forte tendência de que as
áreas se multipliquem, requerendo ainda mais profissionais capacitados
para atender os novos nichos de demanda. Estes profissionais não são
apenas o Advogado, o Juiz, o Promotor, mas tambémprofissionais
técnicos (contadores, biólogos, peritos...) que auxiliem os agentes
jurídicos a dirimirem com maior exatidão e justiça os conflitos sociais.
FONTE:
FILARDI LUIZ, Antonio. Curso de Direito Romano. São Paulo: Atlas,
1999.
https://www.infoescola.com/direito/lei-complementar/
https://www.infoescola.com/direito/medida-provisoria/
https://www.infoescola.com/direito/direito-civil/
https://www.infoescola.com/direito/direito-do-trabalho/
https://www.infoescola.com/direito/direito-de-familia/
https://www.infoescola.com/direito/direito-de-familia/
https://www.infoescola.com/direito/direito-tributario/
https://www.infoescola.com/direito/direito-imobiliario/
https://www.infoescola.com/direito/direito-imobiliario/
https://www.infoescola.com/direito/direito-do-consumidor/
https://www.infoescola.com/direito/advogado/
https://www.infoescola.com/direito/juiz/
https://www.infoescola.com/profissoes/biologo/
https://www.infoescola.com/direito/direito-romano/
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Direito Civil. São
Paulo. Malheiros, 2004.
GUIMARAES, Deocleciano Torrieri, MIRANDA, Sandra Julien. Dicionário
Jurídico. São Paulo. Rideel, 2000.
MILHOMENS, Jônatas, ALVES, G. Magela. Manual Prático do
Advogado. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro, PINHO, Ruy Rebello. Instituições de
Direito Público e Privado. São Paulo: Atlas, 1988.
SILVA, Ovídio Araújo, GOMES, Fábio. Teoria Geral do processo Civil.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
ATIVIDADE 02- CASO DE FAMILIA: DIREITO A INDENIZAÇÃO
Meados do século XX á XXI os processos de indenização
por danos morais no que tange quebra de contrato em casos de traição
conjugal vem sendo debatidos na área jurídica, é necessário
analisarmos o tema. O termino de um relacionamento pode ser
negativo. Sonhos coletivos, expectativas criadas, muitas vezes até
descendentes em comum. Outrossim, na situação que envolve traição,
não cercear sofrimento é ainda maior. Também, é possível, para muitos
juristas e tribunais brasileiros, conseguir amenizar essa angústia com
indenização por danos morais em caso de traição. A questão reparte os
julgadores e advogados e nem sempre é claro quando uma traição
“merece” ser indenizada.
Em primeiro ponto, o Código Civil (CC) brasileiro estipula, no
artigo 1566, os deveres de ambos os cônjuges no casamento: o
primeiro deles é a fidelidade recíproca. posteriormente, vêm a vida em
comum, no domicílio conjugal; a mútua assistência; o sustento, a guarda
e a educação dos filhos; e o respeito e a consideração mútuos. Essa lei
também prevê, nos artigos 186 e 927, que quem violar o direito alheio e
lhe causar dano, mesmo que seja apenas moral, está arealizar-se ato
ilícito e ficará obrigado a reparar o dano. A questão que surge é quando
a traição e a quebra da fidelidade podem gerar o dever de indenizar o
traído. Nessa linha de raciocínio, em um voto sobre o tema, em 2008, o
desembargador Maia da Cunha, do Tribunal de Justiça de São Paulo
(TJ-SP), considerou até discutível haver desonra em condutas adúlteras
no “mundo contemporâneo” do século XXI. Em concordância com o
desembargador, só haveria dano em caso de situação vexatória
excepcionalmente grande que ultrapassasse a normalidade do desgosto
pessoal. Para o magistrado, o importante para a configuração do dano
não é “o adultério em si mesmo, porque fato previsível e até comum na
atualidade, cuja ocorrência, é bom destacar, recusa se dá apenas por
deslealdade, masidem pelas circunstâncias que hoje unemas pessoas
com afinidades comuns muito mais do que antes”, escreveu em 2008.
Além disso, a questão não é unânime nos tribunais. “É um tema que
pode ser considerado novo. Cada tribunal atira para um lado”, afirma
Carlos Eduardo Dipp, advogado e professor de Direito Civil no UniBrasil.
De acordo com Dipp, existem duas correntes principais na discussão:
aqueles que consideram que o adultério em si já acarreta indenização e
aqueles para quem a indenização só é devida nos casos em que houver
exposição pública, sofrimento e angústia – ou, nas palavras da decisão
do desembargador do TJ-SP, em 2008, quando “a violação do dever de
fidelidade extrapolar a normalidade genérica”. Ademias, os juízes
costumam entender que criar o filho dos outros por engano é um desses
casos que extrapolam a normalidade genérica. O Superior Tribunal de
Justiça (STJ) julgou, em 2013, o pedido de um homem que, depois de
cinco anos acreditando ser pai, descobriu que a criança era fruto de
uma relação extraconjugal da ex-mulher, quando ainda eram casados.
Nesse caso concreto, o tribunal entendeu que o sofrimento imposto pela
traição, que gerou a crença equivocada na paternidade da criança, dava
direito a danos morais. Porém, ao decidir o caso, o STJ considerou
também que “a violação dos deveres impostos por lei, tanto no
casamento (art. 1.566 do CC), como na união estável (art. 1.724 do
CC), não constituem, por si sós, ofensa à honra e à dignidade do
consorte, aptas a ensejar a obrigação de indenizar. Não há como se
impor o dever de amar, verdadeiro obstáculo à liberdade de escolha
pessoal”, analisou o relator do caso, ministro Ricardo Villas Bôas Cueva.
Esse entendimento, que é seguido por muitos tribunais estaduais, é
criticado por Regina Beatriz Tavares, advogada e presidente da
Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS), que
escreveu seu doutorado sobre o tema. Para Regina Beatriz, o
descumprimento do dever de fidelidade já configura ilícito que dá ensejo
aos danos morais. “De fato, amar não é dever ou direito, e a dissolução
conjugal não gera o dever de indenizar. Mas é o ato praticado em
desrespeito aos direitos do outro cônjuge que gera a obrigação de
indenizar o dano moral suportado”, afirma. “Para a maior parte da
população, a infidelidade é algo muito grave”, completa. Muitos juízes e
tribunais estaduais tem uma visão mais restritiva sobre o assunto. O
TJ-SP, em decisão de 2016, negou o pedido de danos morais a um
marido traído, porque “não havendo qualquer exposição pública à
honradez externa do apelante, não há qualquer dano a ser indenizado”.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) entende, em algumas
decisões, que mágoas e angústias decorrentes de traição são“fatos da
vida” e, por si só, não geram dever de indenizar. Em um caso, julgado
em 2013, o tribunal entendeu que a “traição conjugal, por si só, apesar
de constituir violação a dever matrimonial, não é suficiente para a
configuração de danos morais, não havendo nos autos provas que
indiquem a intenção da requerida de lesar o autor”. Há quem entenda,
no entanto, que não é apenas a publicidade da traição que pode ensejar
danos morais. Rui Stoco, autor de um livro sobre responsabilidade civil
e desembargador aposentando do próprio TJ-SP, é um desses. “Se não
houver exposição, haverá um problema nos meios de prova, mas tudo
aquilo que atinge a pessoa naquilo que ela tem de mais importante pode
levar à obrigação de reparar por danos morais. Se o cônjuge descobrir,
ele tem sua moral ofendida. Sentimento de tristeza, angústia, isso já é
dano moral”, afirma Stoco. “De fato, amar não é dever ou direito, e a
dissolução conjugal não gera o dever de indenizar”, Regina Beatriz
Tavares, advogada e presidente da ADFAS.O Tribunal de Justiça de
Goiás (TJ-GO), poroutro lado, é mais receptivo à tese da indenização
por traição. Numa decisão de 2001, o relator de um caso no tribunal
escreveu: “O que se busca com a indenização dos danos morais não é
apenas a valoração, em moeda, da angústia ou da dor sentida pelo
cônjuge traído, mas proporcionar-lhe uma situação positiva e, em
contrapartida, frear os atos ilícitos do infrator, desestimulando-o a
reincidir em tal prática”. Ademais, o advogado Carlos Dipp destaca
ainda outra questão. Posteriormente da Emenda Constitucional
66/2010, a qual retirou a necessidade da separação judicial para se
fazer o divórcio, a maioria dos advogados não tem fomentado ações
para os clientes buscarem indenização por traições. “Esse tipo de ação
dificulta uma possível relação amigável depois do divórcio. Além disso,
as indenizações em geral são baixas”, afirma Dipp. Da mesma forma, o
advogado salienta também que uma alternativa que para diminuir as
incertezas sobre o tema é fazer contratos de convivência em uniões
estáveis ou pactos antenupciais que prevejam a hipótese de
indenização por traição. “Esse tipo de ação dificulta uma possível
relação amigável depois do divórcio”, Carlos Eduardo Dipp, advogado e
professor de Direito Civil. Corazón Partío no novo Código Civil da
Argentina, aprovado em 2014, o dever de fidelidade passou a ser
entendido pela lei como mero dever moral. Fidelidade deixou de ser
dever jurídico, o que deixa a traição sem sanção possível. “A revolta
entre os juristas e a sociedade é muito grande”, comenta Regina
Beatriz. “Agora, sea lei não mudar na Argentina, aí sim só poderia haver
indenização por traição em caso de um desrespeito público ao cônjuge”,
completa. Já em Portugal e na França, o direito de família prevê
expressamente a possibilidade de indenização em caso de traição. Na
nação Itália, os tribunais aceitam a possibilidade com base no mesmo
raciocínio aplicado no Brasil, a regra geral de responsabilidade civil. No
Congresso brasileiro, existe um projeto para cuidar do coração partido
dos traídos: o PL 5716/2016, de autoria do deputado Rômulo Gouveia
(PSD-PB). A ideia é pacificar as discussões sobre o assunto,
acrescentando uma disposição expressa ao artigo 927 do Código Civil:
“O cônjuge que pratica conduta em evidente descumprimento do dever
de fidelidade recíproca no casamento responde pelo dano moral
provocado ao outro cônjuge”. Se o projeto for aprovado, a tese da
advogada Regina Beatriz virará lei depois de quase duas décadas de
seu doutoramento. Restará saber o que alguns juízes entenderão por
“evidente” no descumprimento do dever de fidelidade. Entenda a
controvérsia jurídica Entre a promulgação da Lei de Divórcio, de 1977, e
a promulgação da Constituição de 1988, era comum os juízes
discutirem a culpa dos cônjuges na separação judicial e no posterior
divórcio. O cônjuge declarado culpado perdia uma série de direitos:
pensão, promessas do outro cônjuge no pacto antenupcial, guarda dos
filhos. A partir do final dos anos 1980 e sobretudo com a nova
Constituição, a jurisprudência e doutrina caminharam no sentido de não
mais discutir a culpa, nem na separação, nem no divórcio.
Em segundo plano, a principal mudança trazida pela nova
Constituição foi ter permitido o divórcio depois de um ano de separação
judicial ou dois anos de separação de fato, na qual nem se precisava
discutir a questão da culpa, uma vez que bastava o mero fato de os
cônjuges terem se separado para permitir divórcio. Outrossim, isso
acabou gerando a compreensão de que era inadequado discutir culpa
em um contexto em que a busca da felicidade surgiu como fundamento
das relações de família e diante da igualdade entre os cônjuges, ou
companheiros, e os filhos e da busca da felicidade como fundamento
das relações de família. Regina Beatriz Tavares escreveu seu doutorado
sobre o assunto na USP em 1998, quando o tema da responsabilidade
civil nas relações de família ainda era tabu na jurisprudência. “Embora
estejam superadas as resistências na aplicação dos princípios da
responsabilidade civil nas relações familiares, havia uma visão de que
essas relações seriam voltadas a um regime de exceção, de modo que
a violação dos deveres do casamento, assim como de outras relações
de família, não deveria originar a condenação daqueleque praticava ato
ilícito”, afirma Regina Beatriz, em artigo publicado sobreo tema. “O dano
moral não é só a dor ou o sofrimento do cônjuge traído, mas o prejuízo
decorrente do fato grave em si mesmo”, Regina Beatriz Tavares,
advogada e presidente da ADFAS. A advogada defendeu a visão
oposta, que foi recepcionada pela jurisprudência, segundo ela. Para
Regina Beatriz, vale no descumprimento dos deveres conjugais o
regime geral da responsabilidade civil no direito brasileiro. “Para haver
indenização, é preciso que haja descumprimento de um dever, dano
moral e um nexo causal (ligação) entre o descumprimento e o dano”,
resume a advogada. “O dano moral não é só a dor ou o sofrimento do
cônjuge traído, mas o prejuízo decorrente do fato grave em si mesmo. A
traição em si é um fato grave, valorado negativamente”, afirma Regina
Beatriz. Ademias, advogado Rodrigo Xavier Leonardo, professor de
Direito Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), discorda dessa
tese. Leonardo lembra, em primeiro lugar, que nem todo ato ilícito tem
como sanção o dever de indenizar. De acordo com o professor, os atos
ilícitos invalidantes geram a anulação de um ato, sem o dever de
indenizar, e os atos ilícitos caducificantes resultam na decadência de um
direito. “Não se pode concluir pela existência de uma relação
consequencial entre um ilícito, como violação ao ordenamento jurídico,
e o dever de indenizar”, afirma o professor. Também,segundo Leonardo,
o casamento não é um contrato, mas um negócio jurídico de direito de
família. Isso significa, segundo o professor, que os efeitos jurídicos do
casamento são diferentes daqueles gerados por contratos e permitem
modulações e consequências diversas. “No casamento há um espaço
de liberdade amplo, pertinente ao espaço da privacidade, para que os
consortes definam, e redefinam ao longo da vida, o vínculo que lhes
une”, Rodrigo Xavier Leonardo, advogado e professor de Direito Civil.
Por isso, o professor critica a tendência contemporânea de tentar
resolver todos os perrengues da vida conjugal a partir de discussões
monetárias e patrimoniais. “Há uma certa tendência em se procurar
resolver as mazelas do direito de família mediante o pagamento de
indenizações que acaba por transformar relações existenciais em
relações contratuais, como se noivos, companheiros e cônjuges fossem
contratantes que, diante do descumprimento de uma ou mais cláusulas
do seu acordo, pudessem buscar uma indenização pela frustração de
suas expectativas contratuais”, avalia. Além disso, advogado Caio
Martins Cabeleira, diretor da ADFAS e doutorando em Direito Civil pela
USP, levanta outras questões. “O dever de fidelidade não existe para
aplacar os ciúmes do outro”, afirma.
Destarte, é necessário ter em mente que a relação conjugal
não é uma relação obrigacional, onde hácredor e devedor. O que
encontramosno relacionamento conjugal é uma relação institucional e
os deveres matrimoniais dizem respeito ao melhor interesse do casal,
da família e da sociedade em geral. A fidelidade não é um dever
somente para atender o outro cônjuge. A onda de pedidos de dano
moral por traição surgiu num momento histórico em que as alterações
legislativas praticamente acabaram com as outras sanções contra o
adultério. Logo, o fato indenizar o autor no qual sofreu traição cabe
indenização. Além disso, na ausência de outras sanções, que sempre
existiram, o ordenamento acabou por encontrar uma forma de
compensar isso por meio do dano moral. Mas, hoje cabem apenas duas
sanções previstas para o descumprimento dos deveres do casamento,
que constam dos artigos 1578 e 1704 do Código Civil, se o cônjuge for
declarado culpado em ação própria: a perda do direito de usar o
sobrenome do cônjuge traído e, a princípio, a perda do direito de
receber pensão.FONTE:
https://jus.com.br/artigos/41185/o-fim-da-culpa-na-dissolucao-do-casam
ento#:~:text=Na%20legisla%C3%A7%C3%A3o%20civil%20ainda%20o
bservamos,1704%2C%20par%C3%A1grafo%20%C3%BAnico%2C%20
art.&text=Quanto%20ao%20nome%2C%20n%C3%A3o%20se,acrescen
tado%20quando%20do%20casamento%20(art.
http://www.dpadvogadoscuritiba.com.br/indenizacao-por-traicaocon-juridi
ca/
Copyright, Gazeta do Povo.
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Ci
vil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%2
0RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9
ATUOS.
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-171/uniao-estavel-deveres-
e-direitos-dos-companheiros/#:~:text=1.724%20do%20C%C3%B3digo%
20Civil%20regula,sustento%20e%20educa%C3%A7%C3%A3o%20dos
%20filhos%E2%80%9D.
http://www.dpadvogadoscuritiba.com.br/indenizacao-por-traicaocon-juridica/
http://www.dpadvogadoscuritiba.com.br/indenizacao-por-traicaocon-juridica/
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+1566+do+C%C3%B3digo+Civil#:~:text=UN%C3%82NIME.-,1%20%2D%20O%20ART.,V%20%2D%20RESPEITO%20E%20CONSIDERA%C3%87%C3%83O%20M%C3%9ATUOS
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ATIVIDADE 03-DIFERENCIAR DIREITO OBJETIVO DE DIREITO
SUBJETIVO
Na língua portuguesa, a expressão direito assume diversas
acepções, o que idem ocorre com droit (em francês), com diritto (em
italiano), com Recht (em alemão), com derecho (em espanhol) etc.por
consequência, acima de tudo nos sistemas jurídicos
romano-germânicos, primordialidade de distinguir o chamado direito
objetivo do chamado direito subjetivo. Na iminência no qual, a
expressão de direito objetivo (law) refere-se às normas jurídicas. Os
adeptos do latim dizem do direito objetivo: ius est norma agendi (direito
é a norma de agir). O conteúdo do art. 1º do Código Civil, que é uma
norma jurídica, tem natureza de direito objetivo, assim como o Direito
Civil como um todo, por englobar um conjunto de normas.
Em primeiro ponto, vale ressaltar que o conceito de norma
abrange tanto as regras (comandos concretos) quanto os princípios
(diretrizes abstratas). Já a expressão direito subjetivo (right), por sua
vez, refere-se a uma faculdade incorporada à chamada esfera jurídica
do sujeito emvirtude da previsão do direito objetivo. Cuida-se da
faculdade de um sujeito realizar uma conduta comissiva (ação) ou
omissiva (omissão) ou exigi-la de outro sujeito. Do direito subjetivo
dizem os romanistas: ius est facultas agendi (direito é a faculdade de
agir).Por se tratar de faculdade, o exercício efetivo de um direito
subjetivo depende da vontade do próprio sujeito; ninguém pode forçar
outrem a exercer direito subjetivo. Tomemos a primeira parte do art.
1.517 do Código Civil. Trata-se de uma norma, e, por conseguinte, de
direito objetivo. Segundo esse dispositivo, “o homem e a mulher com
dezesseis anos podem casar”. Logo,pode ser exercido ou não,
dependendo da vontade do casal, porquanto se trata de faculdade.
Em segundo plano, temos exemplo: o art. 5º da Constituição Federal de
1988 prevê o direito objetivo de propriedade: “todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Ademais, nessa
situação, adquire o direito subjetivo de propriedade, o qual se incorpora
à sua esfera jurídica. O direito subjetivo de propriedade lhe confere as
faculdades de usar, fruir e dispor de um bem, como de exigir que todas
as demais pessoas omitam-se de usar, fruir e dispor do mencionado
bem. Ou seja, o direito de propriedade concede faculdades referentes a
ações e omissões.Mas, se for a vontade de abandonar um bem, então
estará deixando de exercer o direito subjetivo de propriedade, e outra
pessoa poderá se apropriar do bem. Essa conduta é lícita, pois o direito
subjetivo se reveste em uma faculdade: pode ser exercido ou não. Aos
direitos subjetivos correspondem os chamados deveres.
Destarte,O Direito Objetivo: É o conjunto de normas que o
estado mantém em vitalidade. Constitui uma entidade objetiva frente
aos sujeitos de direitos, que se conduzem segundo ele. Outrossim, é o
conjunto de normas que obrigam ao indivíduo a um comportamento que
está em harmonia com a ordem social. O Direito Subjetivo: No que lhe é
atribuído, refere-se a um universo incorporada à chamada esfera
jurídica do sujeito em resultado a de previsão do direito objetivo. Cuida
do Estado Natural do indivíduo uma vez que o sujeito deseja realizar
uma ação ou omissão ou exigi-la de outro sujeito. O Direito de agir fora
das normas.duas pessoas têm o direito subjetivo de se casar, então
alguém (no caso, um juiz de casamentos) tem o dever de casá-los; se
tem o direito subjetivo de propriedade, então todas as demais pessoas
têm o dever de não perturbar a propriedade desse indivíduo.
Considerando a relação entre o sujeito do direito e o sujeito do dever, a
esfera de operação do dever e o objeto da relação, os direitos subjetivos
dividem-se ainda em direitos absolutos e direitos relativos. Em razão de
essa classificação ser de fundamental importância para o estudo dos
Direitos das Obrigações e das Coisas, por ora, direitos absolutos
consistem em direitos que travam uma relação jurídica entre o sujeito do
direito e toda a coletividade, e incidem diretamente sobre um bem,
enquanto direitos relativos consistem em direitos que operam em uma
relação entre o sujeito do direito e o titular do dever correspondente, e
incidem diretamente sobre um fato de um dos sujeitos.
FONTE:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631632/artigo-1517-da-lei-n-1040
6-de-10-de-janeiro-de-2002
http://genjuridico.com.br/
ATIVIDADE 04- OS PRAZOS E SUAS IMPLICAÇÕES
LEGAIS
Em concordância com, o dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, vigência é “1. Qualidade de vigente. 2. Tempo durante o
qual uma coisa vige e vigora"1. Em termos jurídicos, vigência é o
atributo da norma jurídica que, em um determinado tempo e espaço, é
destinada a produzir efeitos no mundo jurídico, de modo cogente. Carlos
Roberto GONÇALVES conclui que “A vigência, portanto, é uma
qualidade temporal da norma: o prazo com que se delimita o seu
período de validade. Em sentido estrito, vigência designa a existência
específica da norma em determinada época, podendo ser invocada para
produzir, concretamente, efeitos, ou seja, para que tenha eficácia”2.
Desse conceito, pode-se extrair que a vigência está delimitada por um
lapso temporal, isto é, por um “prazo de validade” da norma jurídica.
Esse prazo inicia-se com a sua publicação (ou com o término do
período da vacatio legis) e se encerra com a revogação da lei ou com o
término do prazo/condição estipulado na legislação (leis
temporárias/excepcionais). Vale dizer que toda lei (sentido lato) é criada,
promulgada, publicada, entra em vigência até a sua extinção pela
revogação. Via de regra, as leis terão eficácia após decorrido o período
estabelecido na própria lei promulgada, ou seja, toda lei entra em
vigência com a sua publicação, salvo quando previsto período da
vacatio legis. Embora entendimento diverso, o prazo pode ser fixado em
qualquer unidade de tempo (dias, meses, anos), inclusive pode-se
prever que entrará em vigor na data da publicação (destinado,
geralmente, às leis de pequena repercussão). Exemplos de prazos de
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631632/artigo-1517-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631632/artigo-1517-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
vigência e suas respectivas leis: Código Civil/2002, artigo 20443;
Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 2664; Estatuto do
Desarmamento, artigo 375, entre outros. Contudo, pode a Lei não
prever qualquer prazo para sua entrada em vigor, ou seja, a norma
jurídica nada fala do momento do início de sua vigência. Nesses casos,
aplica-se o disposto no artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, in
verbis: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o
País 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada”.
Assim, inexistindo previsão expressa quanto ao momento da sua
entrada em vigor, inicia-se em 45 dias após a sua publicação. Sobre o
assunto, esclarece Caio Mario da Silva PEREIRA: A fixação do início da
vigência de uma lei deve ser buscada primeiramente nela própria,
quando em disposição especial o estipula: ora estatui que entra em
vigor na sua mesma data de publicação, caso em que não ocorre
qualquer tempo intermédio, produzindo seus efeitos no mesmo dia em
que é estampada no Diário Oficial, e a partir de então sujeitando todos
os indivíduos ao seu império; ora estabelece uma data especialmente
designada como momento inicial da sua eficácia, caso em que não há
cogitar de nenhuma regra abstrata ou teórica, senão de aguardar a
chegada do dies a quo. A escolha de uma ou de outra determinação é
puramente arbitrária para o legislador, que se deixa naturalmente levar
por motivos de conveniência. Faz coincidir a data da publicação e a
entrada em vigor quando entende desaconselhável ao interesse público
a existência de um tempo de espera. Ao contrário, estipula uma data
precisa, e mais remota, para aquelas leis que, pela importância, pela
alteração sobre o direito anterior, pela necessidade de maior estudo e
mais ampla divulgação, reclamam se estenda no tempo a data de início
da eficácia (...)6. A propósito, eis os julgados do Superior Tribunal de
Justiça e do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, sobre a vigência
das leis, na parte que nos interessa: PROCESSO LEGISLATIVO. (...)
VIGÊNCIA (...) PRAZO. CONTAGEM. (...) 2. A fixação do início da
vigência de uma lei deve ser buscada primeiramente nela própria,
quando prevista em disposição especial, podendo estabelecer que entra
em vigor na data de sua publicação ou após um prazo de vacância.
Somente em caso de omissão do legislador é que se aplica o art. 1º,
caput, da LICC (...)7. (...) VIGÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO
LEGAL. VACATIO LEGIS. ART. 1º DO CEC-LEI Nº 4.657/42 (LEI DE
INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL). INÍCIO DA VIGÊNCIA (45 DIAS DA
PUBLICAÇÃO). (...) 1. “De acordo com o art. 1º do Decreto-Lei nº
4.657/42 (Lei de Introdução do Código Civil), as leis processuais
começam a vigorar após a publicação, respeitada a vacatio legis de 45
dias, se outro prazo não for especificamente estatuído”8. A esse
intervalo temporal entre a publicação da norma até a sua vigência dá-se
o nome de vacatio legis. Segundo Deocleciano Torrieri GUIMARÃES a
expressão latina quer dizer “Período que decorre do dia da publicação
da lei à data em que entra em vigência, durante o qual vigora a anterior
sobre o mesmo assunto”9. Nas palavras de Nelson Godoy Bassil
DOWER, “Fixado o dia de sua obrigatoriedade, caso não seja o mesmo
da data de publicação, a esse período que vai da publicação até a data
da sua entrada em vigor dá-se o nome de vacatio legis. Trata-se de um
período de adaptação da nova lei o qual geralmente é graduado
conforme a complexidade de cada Lei”10. Em breve parênteses, é
importante frisar que o Brasil adotou o critério do prazo único11, em que
a lei começa a vigorar na mesma data (isto é, simultaneamente) para
todo país. Vimos até agora que a vigência é tempo de duração uma
norma jurídica que pode produzir efeitos. Inicia-se, geralmente, com a
publicação (ou decorrido o prazo da vacatio legis) e persiste até a sua
revogação ou extinção. O termo a quo da vigência da lei é estabelecido
livremente pelo legislador. Caso inexista, aplica-se o prazo de 45 dias
previsto no art. 1º da LICC. Esse período entre a publicação e a sua
entrada em vigor é chamado de vacatio legis. Ultrapassada essa fase
inicial, insta saber como proceder a contagem do prazo da vacatio legis.
O cálculo do prazo é feito segundo as regras processuais, excluindo o
dia do começo e incluindo o do vencimento? A unidade de tempo deve
ser toda convertida em dias, Silvio de Salvo VENOSA leciona que “para
a contagem do prazo de entrada em vigor, computa-se da data da
publicação no órgão oficial e o último dia do prazo marcado. Esse dia de
entrada em vigor operará mesmo na hipótese de recair em domingo ou
feriado. Observe que o prazo de vacatio legis não se suspende,
interrompe ou prorroga, salvo nova disposição legal”12. Nesse sentido,
o artigo 8º, § 1º da Lei Complementar nº 95 de 1998, prescreve que a
contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam
período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do
último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua
consumação integral. Assim, para o cômputo do prazo da vacatio legis,
conta-se a data da publicação (inclusive) e a data do último dia do
prazo, entrando em vigor no dia seguinte a esse prazo,
independentemente se for dia útil ou não. Para facilitar o entendimento,
vejamos exemplo prático. A Lei X foi publicada em 01.08.2011 no Diário
da Justiça e prevê, em seu último artigo, o prazo de 15 (quinze) dias
para entrar em vigor. Logo, contando-se o dia da publicação 01.02
acrescidos dos 15 (quinze) dias da vacatio legis, o termo final recairá no
dia 15.08.2011, entrando em vigor no próximo dia, isto é, 16.08.2011,
independentemente do dia de semana ou feriado, pois não se trata de
prazo processual. Dica: nas hipóteses em que a vacatio legis for
pequena (em dia), basta que se adicione o dia da publicação ao prazo
previsto em lei para que o resultado seja a data do início da vigência da
lei. Em termos matemáticos, seria assim: Dia da Publicação + Prazo
estabelecido na Lei = Data do início da vigência. No exemplo
supracitado, data da publicação (01) mais prazo estabelecido na lei (15)
= 16 (início da vigência – inclusive). Nos casos mais complexos, não se
aconselha a utilizar essa forma de contagem. Pois bem, e quando a lei
fixar o prazo em meses ou em anos ou como proceder ao cálculo para
entrada em vigor da lei. Nesta parte, a doutrina prevê divergência para o
início da vigência, principalmente no que se refere ao Código Civil. Uma
corrente defende que o prazo deve ser transformado em dias. A outra,
que o prazo é contado conforme determinado pelo legislador. Pela
primeira corrente, o legislador infraconstitucional teria estabelecido que
o período da vacância da lei deveria ser feito em dias e não em meses
ou anos (segundo o disposto no artigo 8º, § 2º da LC 95/98)13. Assim,
qualquer medida temporal diversa do de dias, deve ser convertido para
o sistema diário. Por exemplo, se previsto prazo anual, deve-se levar
em consideração 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. Corroborando
com esse entendimento, Vladimir ARAS descreveu que “É que o §2º do
art. 8º da Lei Complementar Federal n. 95/98, alterada pela LCF n.
107/2001, determina expressamente que as leis brasileiras (todas elas)
devem estabelecer prazo de vacância em dias, somente em dias (e não
em anos ou em meses), com a cláusula "esta lei entra em vigor após
decorridos (o número de) dias de sua publicação14.Já a segunda
corrente apregoa que a medida temporal adotada pelo legislador da lei,
no momento da fixação da vacatio legis, deve ser seguida, inobstante a
redação da Lei Complementar mencionada. É que a fórmula por ele
sugerida naquela Lei Complementar é apenas exemplificativa. Outro
motivo é que se o legislador quisesse atribuir em dias, assim o faria (em
vez de um ano, citaria 365 dias, ou em vez de um mês, citaria 30 dias, e
assim por diante). Por fim, porque vige a Lei nº 810/49, que definiu o
ano civil15, adotadoinclusive pelo Código Civil. A propósito, Vitor
Frederico KUMPEL ensina: “É por demais óbvio que a contagem não
pode ser feita sobre o paradigma dia, tendo em vista não só o problema
prático já anunciado, mas também a incidência da regra hermenêutica
ensinada por Phortalis, segundo a qual "toda lei é auto-interpretável",
razão pela qual se o próprio legislador adotou o critério ano, conclui-se
que a contagem não pode ser feita dia a dia ou mês a mês. Se a
contagem adotada pelo legislador fosse a baseada no critério dia,
teríamos: "este Código entrará em vigor 365 dias após a sua
publicação", coisa que não o fez”16. Pode-se pensar que a diferença de
um dia não faz alteração no caso prático. Ledo engano. Saber o exato
momento em que a lei entrou em vigor é extremamente imprescindível,
mormente nos casos de leis penais (novatio legis in pejus ou novatio
legis incriminadora), para o reconhecimento da prescrição e decadência
em qualquer matéria, entre milhares de outros assuntos. Como se vê,
esta questão referente à medida temporal utilizada para a vacatio legis
encontra-se divergência na doutrina. Não se buscou aqui esgotar o
tema proposto ou mesmo se posicionar a respeito de uma das teorias,
mas tão somente expor, em linhas gerais, os aspectos da vigência da
lei, da vacatio legis e a forma da contagem do prazo.
FONTE:
Referências bibliográficas
ARAS, Vladimir. A polêmica data de vigência do novo Código Civil. Jus
Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em:
<http://jus.uol.com.br/revista/texto/3517>. Acesso em: 18 ago. 2011.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Disponível em
www.stj.jus.br/SCON. Acesso em 19 de agosto de 2011.
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Disponível em
www.tjpr.jus.br. Acesso em 19 de agosto de 2011.
DOWLER, Nelson Godoy Bassil. Curso Moderno de Direito Civil: Parte
Geral. São Paulo: Nelpa, 1976. Vol. 1.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Básico da
Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994/1995.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte geral. 8. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2010, Vol. 1.
GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Técnico Jurídico. 9. Ed.
São Paulo: Rideel, 2007.
KÜMPEL, Vitor Frederico. A entrada em vigor do novo Código Civil. Jus
Navigandi, Teresina, ano 9, n. 190, 12 jan. 2004. Disponível em:
<http://jus.uol.com.br/revista/texto/4642>. Acesso em: 18 ago. 2011.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. 5. Ed. Rio de
Janeiro: Forense, 1976. Vol. 1.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral. 9. Ed. São Paulo:
Atlas, 2009. Vol. 1.
FONTES
1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Básico da
Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994/1995. P. 673.
2. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte geral. 8.
Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, Vol. 1. P. 59.
3. Art. 2044. Este Código entrará em vigor um ano após a sua
publicação.
4. Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
5. Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
6. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. 5. Ed. Rio
de Janeiro: Forense, 1976. Vol. 1. P. 110/111.
7. STJ. REsp 1.038.032/RJ. Rel. Nancy Andrighi. T3. Julg. 19.10.2010.
DJe 24.11.2010. RT vol. 906, p. 583.
8. TJPR. AgInst. 421.680-6. Rel. Airvaldo Stela Alves. 13ª CCiv. Julg.
31.10.2007. DJ 7502. Acórdão 7453.
9. GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário Técnico Jurídico. 9. Ed.
São Paulo: Rideel, 2007. P. 547.
10. DOWLER, Nelson Godoy Bassil. Curso Moderno de Direito Civil:
Parte Geral. São Paulo: Nelpa, 1976. Vol. 1. P. 17.
11. Em contrapartida, o critério do prazo progressivo é aquele em que
há vários prazos de vigência diversos, para cada Estado, dependendo
de sua localização com a Capital. Esse critério vigorava na revogada Lei
de Introdução e justificava-se pela precariedade da comunicação
existente naquela época, não mais se justificando nos dias atuais.
12. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral. 9. Ed. São
Paulo: Atlas, 2009. Vol. 1. P. 106.
13. Art. 8º, § 2º. As leis que estabeleçam período de vacância deverão
utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de)
dias de sua publicação oficial.
14. ARAS, Vladimir. A polêmica data de vigência do novo Código Civil.
Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em:
<http://jus.uol.com.br/revista/texto/3517>. Acesso em: 18 ago. 2011.
15. Art. 1º Considera-se ano o período de doze meses contado do dia
do início ao dia e mês correspondentes do ano seguinte. Art. 2º
Considera-se mês o período de tempo contado do dia do início ao dia
correspondente do mês seguinte. Art. 3º Quando no ano ou mês do
vencimento não houver o dia correspondente ao do início do prazo, êste
findará no primeiro dia subsequente.
16. KÜMPEL, Vitor Frederico. A entrada em vigor do novo Código Civil.
Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 190, 12 jan. 2004. Disponível em:
<http://jus.uol.com.br/revista/texto/4642>. Acesso em: 18 ago. 2011.
ATIVIDADE-05 - DIREITO DE PERSONALIDADE
Sobre o tema a ser tratado, os direitos da personalidade são
todos aqueles que permitem que uma pessoa realize a sua
individualidade e possa defender aquilo que é seu. Logo, eles se
relacionam com a proteção da vida, da liberdade, da integridade, da
sociabilidade, da privacidade, da honra, da imagem, da autoria, entre
outros. Além disso, são direitos indisponíveis, subjetivos e que se
aplicam a todos igualmente. Garantindo a proteção efetiva da pessoa
humana e assegurar sua dignidade como valor essencial, os direitos da
personalidade contam com características especiais, descritas no
próprio Código Civil. Outrossim, esses direitos são: Intransmissíveis,
pois não podem ser transferidos a terceiros. Irrenunciáveis, pois o
indivíduo não pode abrir mão dos seus direitos. Dessa forma, são
indisponíveis, pois tais direitos não podem ser utilizados como bem se
entende.
No primeiro plano,é importante destacar que, a
personalidade, no entanto, não é direito. A mesma é considerada um
bem primeiro do ser humano, para ser quem se é. Dela, contudo,
irradiam uma série de direitos, como os dispostos acima. A
personalidade é o que permite o indivíduo sobreviver e se adaptar as
condições do ambiente, portanto é inerente a cada um.
Ademias,histórico dos direitos na personalidade no ordenamento
jurídico brasileiro. Na nação brasileira, os direitos da personalidade
passaram a fazer parte do ordenamento jurídico com a promulgação da
Constituição de 1988.Todavia, alguns doutrinadores defendem que
desde a Constituição Imperial já contava com alguns precedentes
acerca dos direitos da personalidade, onde previa a inviolabilidade da
liberdade, igualdade, sigilo de correspondência, entre outros. No Projeto
do Código Civil de 1962 também havia uma tentativa de disciplinar a
matéria, porém, o referido projeto de lei não chegou a sair do papel.A
Constituição de 1988 acolheu, tutelou e sancionou os direitos da
personalidade. Isso porque, entre outros fatores, a adoção da dignidade
da pessoa humana enquanto princípio fundamental da República
Federativa do Brasil criou a necessidade de tutelar direitosindividuais.
Em segundo plano, com a edição do Código Civil em
2002, o tema foi regulamentado com maior propriedade, tanto que o
Código conta com um capítulo especial (Capítulo II, artigos do 11 ao 21)
sobre os direitos da personalidade.Além da Constituição de 1988 e o
Código Civil os direitos da personalidade são disciplinados e protegidos
também por outras normas. O Código Penal, a Lei de Imprensa, a Lei
dos Transplantes, dos Direitos Autorais, são exemplos de normas que
tratam sobre o tema. Recentemente, a Lei Geral da Proteção de Dados
pessoais que entrou em vigor recentemente também trouxe uma série
de medidas que impedem o uso de dados pessoais sem o
consentimento do titular, visando a preservação da intimidade.De forma
resumida, analisando o contexto histórico e a evolução dos direitos dapersonalidade, é possível afirmar que tanto a teoria como as formas de
tutela desses direitos evoluíram no ordenamento jurídico de forma
progressiva. Assim, os direitos da personalidade ganharam corpo e
destaque dentro do ordenamento jurídico brasileiro, na medida em que
se desenvolveram ideias de valorização da pessoa humana. Ademias,
osDireitos da personalidade na prática: uma análise da jurisprudência.
Existem inúmeras decisões interessantes acerca dos direitos da
personalidade que demonstram como os Tribunais vem entendendo a
aplicação e proteção de defesa desses direitos na prática.
Destarte, a proteção aos direitos da personalidade ganhou destaque na
Constituição Federal de 1988. A Lei Máxima dispõe em seu artigo 5º de
uma série de direitos e garantias individuais que permitem a convivência
harmônica entre os seres humanos. Logo, adicionalmente, o Código
Civil de 2002 trouxe um capítulo dedicado aos direitos de personalidade.
Foi a primeira vez que o Código Civil brasileiro tratou especificamente
sobre esse tema, reconhecendo como valor da proteção a pessoa
humana. Outrossim, enquanto a Constituição de 1988 trata sobre os
direitos da personalidade de forma genérica, o Código Civil oferece
diretrizes jurídicas mais específicas para solucionar as inúmeras
questões práticas envolvendo esses direitos, da personalidade são
todos aqueles que permitem que uma pessoa realize a sua
individualidade.
https://blog.sajadv.com.br/lgpd-vigencia-da-lei-geral-de-protecao-de-dados/
https://blog.sajadv.com.br/lgpd-vigencia-da-lei-geral-de-protecao-de-dados/
FONTE:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessio
nid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExtern
o2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:t
ext=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO
%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=
Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://blog.sajadv.com.br/
ATIVIDADE 06-SEGURO DPVAT - AÇÃO DE COBRANÇA
O seguro DPVAT (O Seguro Obrigatório de Danos Pessoais)
causados por veículos automotores de via terrestre, como cediço,
indeniza qualquer vítima de acidente de trânsito, independentemente de
quem seja a culpa, sendo um movimento da denominada
responsabilidade civil acidentária. A Lei que o regula é a de nº 6.194/74
e surgiu da preocupação àquela época de se repartir o bônus de todos
usufruírem do trânsito com o ônus atestado pelos acidentes crescentes
que vinham ocorrendo. Ademais, é mais uma vertente da função social
da responsabilidade civil, por tratar-se de um seguro de proteção
eminentemente social. Essa legislação teve várias reformas. Uma delas,
e a que mais interessa nos interessa, foi perpetrada pela Lei nº 11.482,
de 31 de maio de 2007, conclusão da conversão da Medida Provisória
nº 340, de 2006. Essa Lei nº 11.482/07 modificou, dentre outros
dispositivos, os incisos do art. 3º da Lei DPVAT (nº 6.194/74).
Deixando-se de lado a questão da inconstitucionalidade formal da
Medida Provisória convertida, à vista do art. 62 da Constituição Federal,
atentemo-nos à discussão acerca da inconstitucionalidade material da
Lei nº 11.482/07, tema bastante atual, em função de o STF estar
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExterno2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExterno2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6516BEC8C99EEB43FA13D8B9DB963B4E.proposicoesWebExterno2?codteor=644138&filename=PL+4990/2009
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm#:~:text=LEI%20N%20o%2010.406%2C%20DE%2010%20DE%20JANEIRO%20DE%202002&text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20Civil.&text=Art.,e%20deveres%20na%20ordem%20civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://blog.sajadv.com.br/
apreciando uma ADI (nº 4627) sobre essa questão, cujo relator é o
Ministro Luiz Fux[1].
Em primeiro plano, antes da referida reforma, o art. 3º e
seus incisos da Lei do Seguro DPVAT tinha a seguinte redação original:
“Art. 3º Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no artigo
2º compreendem as indenizações por morte, invalidez permanente e
despesas de assistência médica e suplementares, nos valores que se
seguem, por pessoa vitimada:
a) – 40 (quarenta) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no
País – no caso de morte;
b) – Até 40 (quarenta) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no
País – no caso de invalidez permanente;
c) – Até 8 (oito) vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País –
como reembolso à vítima – no caso de despesas de assistência médica
e suplementares devidamente comprovadas.
Como se vê, a indenização para casos de acidente de trânsito tinha
como parâmetro, nos casos de morte ou invalidez, o valor de 40
(quarenta) salários mínimos.
Com sua reforma, mediante a Lei nº 11.482/07, a sua redação passou a
ser a seguinte:
“Art. 3o Os danos pessoais cobertos pelo seguro estabelecido no art. 2o
desta Lei compreendem as indenizações por morte, por invalidez
permanente, total ou parcial, e por despesas de assistência médica e
suplementares, nos valores e conforme as regras que se seguem, por
pessoa vitimada: (Redação dada pela Lei nº 11.945, de 2009).
(Produção de efeitos).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007)
b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007)
c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007)
I – R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) – no caso de morte;
(Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007)
II – Até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais) – no caso de
invalidez permanente; e (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007)
III – até R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) – como reembolso à
vítima – no caso de despesas de assistência médica e suplementares
devidamente comprovadas. (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007) ”.
Portanto, nas novas alterações nos artigos, o parâmetro do valor a título
de indenização pelo acidente de trânsito foi diminuído para uma quantia
de R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais), para os casos de
invalidez e morte. Porém, acontece que com essa redução no valor
houve substancial retrocesso em garantia já adquirida pela população
em geral, violando-se o princípio constitucional implícito de vedação ao
retrocesso social. Isso porque, nas palavras da Douta Magistrada
Suyene Barreto Seixas de Santana, atuante da Justiça de Sergipe, “a
responsabilidade pela indenização do seguro DPVAT configura direito
fundamental porque, de um lado corresponde ao princípio do
solidarismo (artigo 3º, inciso I da Constituição Federal) e de outro,
porque a referida indenização corresponde a direito individual
homogêneo, o que o eleva à categoria constitucional (artigo 127 da CF
c/c artigo 5º, X, da CF) ”.
Em segundo plano, qualquer medida estatal que tenha por finalidade
suprimir garantias essenciais já implementadas para a plena realização
da dignidade humana deve ser vista com reservas e somente pode ser
aceita se outros mecanismos mais eficazes (e igualmente vantajosos)
paraalcançar o mesmo desiderato forem adotados, o que não é o caso
dos autos. É a forma que o Constitucionalismo Dirigente criou de
preservar direitos, não somente em benefício dos cidadãos do presente,
mas da sociedade justa e solidária que programaticamente se busca
deixar para as futuras gerações. Na seara do direito internacional, o
Brasil foi signatário dos seguintes tratados que reconhecem os direitos
sociais como direitos humanos fundamentais, a exemplo da Declaração
Universal de Direitos Humanos (1948), Protocolo de São Salvador
(1988) adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos
(1969) e o Pacto de São José da Costa Rica, sendo que neste último,
acolheu expressamente o princípio do não retrocesso social, também
chamado de aplicação progressiva dos direitos sociais, princípio esse
elucidado anteriormente. Em que pese o mínimo existencial não está
expressamente previsto na Constituição Federal, há diversos
dispositivos naquela, que se efetivados, atingem o objetivo de assegurar
o mínimo existencial, v.g. dignidade da pessoa humana (art. 1º, III),
erradicar a marginalização (art. 3º, III), direitos sociais como saúde,
educação, moradia, trabalho e assim por diante (art. 6º); estes últimos
buscam aperfeiçoar as políticas públicas para romper com a barreira
social, fazendo com que todos sejam integrados à sociedade,
introduzindo nesta os que vivem a sua margem. Só assim estará
concretizado o mínimo existencial.
Destarte, não estamos falando em prêmio ou gratificação do
beneficiado como aparenta o tratamento da matéria pelo Legislativo,
mas sim, de um direito que, no fundo, relaciona a saúde das pessoas, já
reconhecido com tal na ADPF nº. 45, julgada em 29/04/2004, sendo seu
fato gerador a morte, invalidez permanente ou despesas hospitalares
decorrentes de acidentes com veículos automotores. Além disso, não se
pode desprezar que, de regra, esse benefício é utilizado pela população
mais necessitada ao se deparar com uma situação de instabilidade
emocional e financeira após a ocorrência de acidente que vitimou
membro de sua família ou compromete sua integridade física, sendo,
destarte, a indenização, imprescindível para manter a dignidade do
segurado e membros de sua família.
FONTE:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6194.htm#:~:text=LEI%20N%C2
%BA%206.194%2C%20DE%2019,Art%20.
https://maiconalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/614224305/mod
elo-cobranca-de-indenizacao-dpvat-natimorto
https://maiconalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/614224305/modelo-cobranca-de-indenizacao-dpvat-natimorto
https://maiconalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/614224305/modelo-cobranca-de-indenizacao-dpvat-natimorto
ATIVIDADE 07 - REGULAMENTAÇÃO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Maria de Fátima, com dificuldades financeiras e com 02 filhos para criar,
resolveu vender um de seus rins a Paulo, que a 2 anos está na fila de
espera para transplante de órgãos.
Indaga-se:
1. Maria de Fátima pode efetuar referida venda? Justifique e
fundamente sua resposta.
R= Não, Maria de Fátima não poderá vender seus rins a Paulo mesmo
que ela queira, pois, a legislação brasileira veta esse tipo de atitude.
Conforme a lei 9.434/1997:
art. 9º É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente
de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos
ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o
quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer
outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em
relação à medula óssea.
2. Diante disso e frente à característica da indisponibilidade, é possível
afirmar que a indisponibilidade dos direitos a personalidade é
absoluta? Justifique sua resposta.
R=. Não é possível afirmar categoricamente que a indisponibilidade dos
direitos de personalidade é absoluta, pois eventualmente seu titular
pode afastá-los temporariamente, como por exemplo os direitos
autorais, à imagem e até aos órgãos, quando em situação permitida
pela legislação.
FONTE:
https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transpla
ntes-e-doacoes-de-orgaos/
https://morghana87.jusbrasil.com.br/artigos/151167225/direitos-da-perso
nalidade-e-a-doacao-de-orgaos-no-brasil#:~:text=4%C2%BA%2C%20d
a%20Lei%209434%2F1997,transplantes%20ou%20terap%C3%AAutica
%20post%20morte%E2%80%9D.
ATIVIDADE-08CAPACIDADE INDÍGENA
No trato desta matéria nos deparamos com o choque de princípios: ou
seja, O PRINCÍPIO DE PROPRIEDADE (CF. art. 5º, inciso XXII) X O
PRINCÍPIO DO INDIGENATO (CF. art. 231 e parágrafos) ....
Pergunta-se:
1. Procure entender o que significa cada princípio o do indigenato e o de
propriedade.
1.Qual dos dois princípios deve prevalecer em uma eventual disputa de
terras onde esteja em jogo uma mesma propriedade?
instituto da posse indígena nos conflitos contemporâneos. Daí,
ressalta-se a necessidade da correção dos desequilíbrios do passado, a
partir de uma aplicação atualizada e constitucional dos institutos
possessórios, de maneira que o resultado final possa auxiliar as ações
afirmativas em prol dos direitos indígenas, efetivar os seus
mandamentos
2. O que leva a primazia do direito dos povos originários e com quais
requisitos, tendo como base a nossa Constituição em seu art. 231 e
manifestada pelo legislador constituinte?
https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transplantes-e-doacoes-de-orgaos/
https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transplantes-e-doacoes-de-orgaos/
Professor temos grande problema com atividade 8 estou sem bagagem
para responder estou lendo
https://cimi.org.br/2018/03/decisao-do-stj-mantem-terra-indigena-buriti-o
nde-foi-morto-oziel-terena-suspensa-por-marco-temporal
http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_04_03.
pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp127773.pdf
Mesmo assim, ainda não tive uma conclusão fiz vídeo chamada com
amigos indígenas o mais perto de uma boa resposta foi:
1. R= No final do século XIX, em 1890, foi instituído, como meio de
regularização de terras, o que ficou conhecido como Registro
Torrens. Por meio desse sistema de registro, a parte interessada teria
que preencher todos os requisitos previstos na lei e cumprir as
formalidades processuais junto ao Cartório, que, ao fim do processo,
emitiria o título definitivo de propriedade, contra o qual não caberia
prova em contrário. A Lei nº 6.015/1973 regula, atualmente, os
registros públicos. Sob a égide do novo sistema de registro,
implantou-se moderna tecnologia de georreferenciamento na
descrição dos pontos geodésicos dos limites da propriedade.
Segundo o ordenamento vigente, os efeitos jurídicos do registro
público são constitutivos, comprobatórios e publicitários. São
constitutivos, porque do registro advém o nascimento do direito;
comprobatórios, porque do registro deriva a veracidade do ato
descrito; e publicitários, visto que o registro se torna acessível ao
conhecimento dos interessados.
Em primeiro plano, A Constituição de 1988 dispõe, no
art. 20, que as terras indígenas são bens da União. E, no art. 231,
reconhece aos índios os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam e atribui à União a obrigação de
demarcá-las. 33 A condição para que os índios possam preservar
sua cultura tradicional, seus costumes e suas tradições é que tenham
a garantia constitucional de usufruto das terras que ocupam. Em
https://cimi.org.br/2018/03/decisao-do-stj-mantem-terra-indigena-buriti-onde-foi-morto-oziel-terena-suspensa-por-marco-temporal
https://cimi.org.br/2018/03/decisao-do-stj-mantem-terra-indigena-buriti-onde-foi-morto-oziel-terena-suspensa-por-marco-temporal
http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_04_03.pdf
http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_04_03.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp127773.pdf
síntese, pode-se concluir que a Constituição garante o usufruto
indígena das terras que ocupam, mas reserva à União a sua
propriedade. Aterra indígena deve ser demarcada, aos moldes do
processo de discriminação das terras devolutas, sendo reconhecidos
os seus limites e confinantes. Destaca-se que foi somente a partir da
Constituição Federal de 1969 que as terras indígenas foram
declaradas bens da União e deixaram de ser terras devolutas, como
mencionava a Lei nº 601, de 1850. Sendo bens da União, devem ser
registradas no Cartório de Registro de Imóveis e na Secretaria do
Patrimônio da União, sujeitas, portanto, ao regime jurídico da
propriedade, nos termos estabelecidos no Código Civil. Assim, são
discriminadas das terras de particulares e com elas não se
confundem. A propriedade privada adquirida por justo título tem
garantia constitucional (art. 5º, XXII), pois, se assim não for, será
estabelecida a insegurança jurídica, em frontal ofensa à ordem
jurídica vigente no País. A segurança jurídica no processo de
demarcação das terras indígenas fundamenta-se na Constituição de
1988, que, no art. 5º, XXII, assegura o direito de propriedade,
ressalvando, no inciso XXIV, que, nas hipóteses de necessidade ou
utilidade pública, ou interesse social, serão desapropriadas mediante
justa e prévia indenização. No entanto, a propriedade privada
legitimamente adquirida e que não esteja localizada no perímetro da
posse indígena poderá ser adquirida pelo Poder Público por meio de
processo de desapropriação, para atender circunstâncias prementes
ou para pacificar graves conflitos fundiários. A tese do indigenato,
propugnada pelo eminente jurista e professor João Mendes Júnior,
em 1902, baliza o direito originário dos índios sobre as áreas que
efetivamente ocupam, mas não dá suporte jurídico à retomada de
áreas que outrora foram indígenas, mas não o são mais.
Em segundo plano, a tese do indigenato é rejeitada
pelo ilustre ministro Menezes Direito, que a substitui pela tese do fato
indígena, sob o argumento que os 34 procedimentos de identificação
e demarcação deve ter por objeto fato qualificado, qual seja, a
“presença constante e persistente dos índios na área em questão, o
que é tarefa dos documentos produzidos no processo de
regularização”. No entanto, as ocupações dolosas de posses
sabidamente indígenas, mesmo que não estejam previamente
demarcadas, ensejam a anulação ou a extinção de domínio ou
posse, garantido o devido processo judicial. Em que pese o mérito da
política nacional em defesa das comunidades indígenas, assim como
o fato de que tal política tenha ampla aceitação da sociedade
brasileira, as demarcações têm sido alvo de inúmeros
questionamentos. Segundo as denúncias ou críticas veiculadas nos
meios de comunicação, as demarcações das áreas indígenas são
superdimensionadas, e, por consequência, as delimitações
ultrapassam os limites das propriedades particulares, de unidades de
proteção ambiental, de áreas destinadas à reforma agrária e ao
assentamento de famílias de agricultores e, não raro, abrangem vilas
e aglomerados urbanos. As denúncias e críticas se avolumam, à
medida em que novas áreas são reivindicadas pela Fundação
Nacional do Índio – FUNAI. As demarcações das terras indígenas
têm culminado em perdas econômicas dos proprietários e posseiros
que, inesperadamente, deixam para trás uma história de vida e de
trabalho, perdem todo o patrimônio construído durante anos de
persistência na atividade agrícola e pastoril e se veem diante de uma
nova realidade, qual seja: deixam de ser reconhecidos como
produtores rurais e passam a ser considerados invasores. As
repetidas críticas ao processo de demarcação das terras indígenas
não são, portanto, mero questionamento levantado por agricultores
insatisfeitos que perderam suas propriedades rurais em
consequência das demarcações realizadas pela FUNAI. Constata-se
que autoridades locais, prefeitos, governadores, parlamentares,
estudiosos e juristas reconhecidos compõem um contingente de
críticos ao processo de demarcação das terras indígenas. Nos
últimos anos, os meios de comunicação revelam que significativa
parcela da sociedade vem se preocupando com o aumento dos
conflitos fundiários, não mais por conta das invasões dos sem-terra,
mas pelas investidas da FUNAI, em ações destinadas a ampliar as
reservas indígenas em regiões produtivas. Como consequência,
multiplicam-se as ações judiciais impetradas por agricultores contra
as iniciativas expansionistas da FUNAI. É verdade, também, que, em
face das reivindicações de setores vinculados à defesa das
comunidades indígenas e dos questionamentos de políticas oficiais
de defesa das comunidades indígenas e com vistas ao
encaminhamento de soluções políticas e legislativas que promovam
a harmonia e o convívio pacífico, a sociedade e, em especial, a
classe política não se furtam ao debate amplo sobre todas as
questões levantadas pelas comunidades indígenas, por organismos
não governamentais e pelos setores produtivos, proprietários e
posseiros em busca de novos caminhos e novas propostas para a
solução dos conflitos que afligem cidadãos não indígenas e as
comunidades indígenas. A demarcação das terras indígenas é um
desafio para toda a sociedade brasileira. Não é possível que,
passados mais de cinco séculos, o País ainda se depare com os
conflitos entre índios e não índios. A busca de soluções de conflitos
só será encontrada pela via da negociação e pela instituição de uma
legislação que atenda aos anseios de todos.
Destarte, A posse indígena é, também, contemplada pela legislação
Brasileira, desde o período colonial. No processo de demarcação das
terras indígenas temprevalecido o entendimento de que os direitos
originários dos indígenas se sobrepõem aos demais direitos.
2 R=
As políticas adotadas no período colonial, fundamentadas em
Cartas Régias, Alvarás e Regimentos, não se limitaram ao combate à
escravização e aos maus tratos a que se submetiam os indígenas. Elas
deram fundamento, também, à discussão sobre a legitimidade do direito
dos índios de permanecerem nas terras que ocupavam. Em 1934, pela
primeira vez, a questão indígena é tratada pela Constituição, que
consagra a política de integração dos silvícolas e atribui àUnião a
competência para promover a “incorporação dos silvícolas à comunhão
nacional”, declarando que “será respeitada aposse de terras de
silvícolas que nelas se achem permanentemente localizados”.
Destarte, os constituintes de 1988, sensíveis aos novos anseios das
comunidades indígenas e de setores da sociedade nacional,
inauguraram umanova política indigenista, reconhecendo os direitos dos
índios de terem suaprópria identidade, seus costumes e suas tradições.
TESE DO INDIGENATO JUSTIFICA A
EXTINÇÃO DE PROPRIEDADES?
Luiz Almeida Miranda
Consultor Legislativo da Área VI
Direito Agrário e Política Fundiária

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