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ANATOMIA DO TORÁX E PULMÕES • Costelas: são 12 pares = 24; • Esterno: osso plano dividido em manúbrio, corpo e processo xifoide. • Cartilagens costais: unem as costelas ao esterno para permitir nossa respiração e deixar ela mais maleável. As costelas são divididas entre verdadeiras, falsas e flutuantes: • Verdadeiras: são aquelas que estão diretamente ligadas ao esterno através das cartilagens costais; • Falsas: da 8 a 10 elas se ligam na cartilagem na 7 costela; • Flutuantes: a 11 e a 12 não são presas ao osso esterno. A localização completa-se com a referência na circunferência torácica. Para descrições nesse eixo, utilizam-se como parâmetro linhas verticais nomeadas segundo marcos anatômicos topográficos, são elas: • Linha medioesternal: localizada na porção mediana do esterno, divide tórax em hemitórax direito e esquerdo; • Linha hemiclavicular ou mamilar: utiliza-se com parâmetro o ponto médio da clavícula; • Linhas axilares: dividem-se em anterior, posterior e média; • Linha vertebral: passa pelas apófises espinhosas vertebrais; • Linha paravertebral: situa-se tangente à borda lateral das vértebras. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C É importante que, durante a avaliação do aparelho respiratório, o examinador tenha uma projeção mental das estruturas internas, como pulmão, traqueia e brônquios principais. Na face anterior do tórax, tanto à direita quanto à esquerda, projetam-se predominantemente os lobos superiores dos pulmões, estando à direita, abaixo da quarta costela, o lobo médio. Na face posterior do tórax, encontra-se os lobos inferiores, exceto os ápices pulmonares que correspondem aos lobos superiores. o conhecimento sobre a localização da traqueia torna-se importante durante a ausculta já que os sons percebidos nessa região são diferentes daqueles sobre parênquima pulmonar em condições normais. EXAME FÍSICO • Inspeção estática e dinâmica; • Palpação; • Percussão; • Ausculta. Em todos os momentos, o examinador deve seguir algumas recomendações, para conforto do paciente e melhor visualização da parede torácica, são elas: • Tórax descoberto; • Iluminação adequada e ambiente silencioso; • Inspeção das faces superior, posterior e laterais; • Paciente sempre em atitude cômoda; • No início da inspeção, manutenção de uma distância adequada do paciente (aproximadamente 2 metros), para que o examinador tenha uma vista global do tórax e possa avaliar melhor possíveis assimetrias; • Os músculos devem estar relaxados e os braços suspensos na lateral do tórax. O examinador começa pela descrição da pele, do tecido subcutâneo e dos músculos. Pesquisa a presença de circulação colateral, retrações, abaulamentos, cicatrizes e fístulas. Após a inscrição inicial, segue com classificação do tipo morfológico e a pesquisa de anormalidades. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C Dessa maneira, o tipo morfológico pode ser classificado de acordo com o ângulo de Charpy, o qual é formado pelas últimas costelas e o apêndice xifoide. Assim, os biotipos são: O reconhecimento do biotipo pode ser útil por ter certa relação com algumas morbidades do sistema respiratório. Dessa forma, em longilíneos observa-se mais comumente a ocorrência de pneumotórax espontâneo. • O esterno apresenta-se com concavidade aumentada, dando origem as alterações como tórax em , no qual se nota uma saliência, geralmente resultado de raquitismo na infância. • Quando ocorre a inversão da concavidade do terço inferior do esterno, a apresentação é de que nas formas mais intensas podem levar a um transtorno pulmonar restritivo. As alterações das vértebras podem levar a repercussões no aparelho respiratório, geralmente quando são muito acentuadas. Sua descrição é feita segundo a apresentação da coluna vertebral, podendo ser , por desvio lateral da coluna. Nas alterações dos arcos costais, o ou enfisematoso é quando ocorre horizontalização das costelas e aumento do diâmetro anteroposterior (muito comum em indivíduos com DPOC e em idosos). E o ou piriforme, quando os arcos inferiores estão acentualmente alargados do que os superiores (presente em hepatomegalia e ascite). O não é típico de DPOC e sim das doenças neoplásicas pulmonares, doenças intersticiais e bronquiectasias. Quando ocorre, costuma ser um sinal tardio, indicando estágios avançados da doença. Na inspeção dinâmica, observa-se o tipo respiratório (masculino – tóracoabdominal e feminino torácico), frequência respiratória, ritmo respiratório, expansibilidade torácica, retrações ou abaulamentos respiratórios e o uso da musculatura acessória (esforço respiratório). Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C A frequência normal oscila entre 16 a 20 movimentos por minuto, sem dificuldade respiratória em adultos (eupneia). Caso esteja diminuída (bradipneia) ou aumentada (taquipneia). Sensação de desconforto respiratório (dispneia) e a parada de movimentos respiratórios é chamado de apneia. • eupneia, ciclos constantes e expiração mais duradoura que inspiração. • aumento da amplitude tanto da inspiração quanto da expiração, intercaladas com curtos períodos de apneia. É encontrado na acidose metabólica avançada. Representa um mecanismo de aumento da eliminação de CO2 na tentativa de corrigir o distúrbio metabólico primário. • apresenta duas fases: a de apneia; e a de hiperpneia. Inicialmente, com amplitude crescente e a seguir progressivamente decrescente. Comum em alteração neurológicas, como acidente vascular cerebral, HIC, meningite e traumatismo cranioencefálico. • irregularidade imprevisível na amplitude e frequência, alternando com períodos de apneia. Indica grave injúria cerebral, com iminência de parada respiratória. • trata-se do ritmo normal intercalado por inspirações profundas. Frequente nos conflitos emocionais e neuroses. Geralmente em pessoas sadias, ou na posição em pé ou sentada, observa-se a respiração torácica ou costal. Em um indivíduo evoluindo com a insuficiência respiratória, verifica-se que, progressivamente ao aumento da frequência respiratória, será visualizado o emprego da musculatura acessória, formada pelos músculos intercostais. Caso o processo não se resolva, poderá ser observado o batimento de asa de nariz e a retração de fossa supraclaviculares e espaços intercostais durante a inspiração, o que também indica musculatura acessória. O avanço da insuficiência respiratória, observa-se o uso da musculatura abdominal, quando a parede abdominal tende a se retrair na inspiração, ao contrário do que ocorre na respiração diafragmática normal. A palpação do tórax tem por finalidade avaliar: as paredes torácicas; a sensibilidade; a elasticidade; a expansibilidade; as vibrações ou frêmitos. a palpação da parede deve ser cuidadosa, tendo em mente a pesquisa de anormalidades da pele, do tecido celular subcutâneo e da musculatura. Por meio desse exame, é possível identificar a presença de enfisema subcutâneo (consiste em crepitação característica por penetração dor ar no tecido Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C subcutâneo nos casos de pneumotórax hipertensivo ou entrada de ar após a passagem de drenos torácicos); verifica-se se existem linfonodos palpáveis na região periclavicular e na região axilar, além de realizar-se palpação de mamas nas mulheres. o tórax normal não apresenta dor durante a palpação. Se o paciente referir pontos dolorosos, esse é um sinal de alerta que dever ser considerado. para a avaliação da elasticidade, utiliza-se a MANOBRA DE LASÉGUE. O examinador deve apoiar uma mão na parede anterior e outra na parede posterior do tórax do paciente e realizar leve compressão em diversos pontos. A elasticidade varia muito conforme aidade do paciente, portanto seu valor propedêutico depende da comparação entre ambas as regiões. A diminuição da elasticidade pode ser encontrada no enfisema, ossificação das cartilagens ou nos derrames. a avaliação é feita no ápice da face posterior e na base das faces posterior e anterior. A expansibilidade permite avaliar o volume de ar mobilizado durante a respiração em cada segmento pulmonar. A expansibilidade do ápice é verificada por meio da MANOBRA DE RUAULT. O paciente deve estar sentado ou em pé, com o examinador situado atrás dele. O examinador coloca uma mão em cada hemitórax de maneira simétrica, com extremidades dos polegares reunidas na linha mediana ou vertebral. Pede-se para o paciente inspirar profundamente e verifica-se, comparando a elevação das mãos, se existe assimetria. São considerados anormais os movimentos diminuídos da expansibilidade, que podem ser bilaterais ou unilaterais, localizados e difusos, patológicos ou fisiológicos. é a sensação vibratória percebida pela mão do examinador, no tórax do paciente, quando emite um som (frêmito toracovocal) ou respira (frêmito pleural). Comece colocando a mão dominante espalmada na superfície do tórax, comparando-se nas regiões homólogas a intensidade das vibrações. Deve ser utilizada a mesma mão durante a avaliação, uma vez que a sensibilidade tátil varia de uma mão para outra. : é a sensação vibratória percebida pela mão do examinador, no tórax do paciente, quando emite um som. Para que a avaliação não seja prejudicada, pede-se para o paciente repetir ‘’trinta e três’’ com a mesma intensidade. O som da voz é produzido pelas cordas vocais e atravessa os meios de densidade diferentes até atingir a superfície torácica. . Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C : é a sensação palpatória de vibrações originadas na pleura. A pleura normal, não produz sensação palpatória ou ruídos na ausculta. Quando ocorre um processo inflamatório na pleura, seus folhetos perdem a característica lisa e o atrito pode produzir ruído. O frêmito é mais verificado nas regiões anterolaterais do tórax, sendo otimizado durante a inspiração e aumento da compressão local. Por ser comum em processos inflamatórios, o frêmito pleural é acompanhado de dor à palpação que piora com a pressão. : ocorre pelo acúmulo de secreções nos brônquios de médio e grande calibre ou pelo broncoespasmo. Diferentemente do frêmito pleural, não apresenta dor na palpação, não muda intensidade se a região for comprimida e ocorre tanto na expiração quanto inspiração. Na percussão normal, o pulmão apresenta som claro pulmonar. Com a mão mais hábil, o examinador percute e, com a mão menos hábil, apoia-se na parede torácica. Da mão menos hábil, apoia somente a primeira falange do segundo dedo do tórax do paciente, perpendicular ao maior eixo do corpo. Com o terceiro dedo da mão mais hábil, realiza a percussão sobre a falange distal que está apoiada na parede torácica. Durante a percussão, o examinador articula apenas o punho, mantendo o restante do membro superior imóvel. Deve-se realizar o mínimo de batidas possível (2 a 5 movimentos), o suficiente para uma avaliação adequada, mas que não cause incômodos. Observação: Variações como obesidade, hipertrofia muscular e edema reduzem a nitidez dos sons normais. • obtido ao percutirem campos pulmonares normais; • ocorre quando existe uma quantidade aumentada de ar no parênquima pulmonar (enfisema, crise de asma aguda, pneumotórax) – áreas de projeção do fundo gástrico; • obtido ao percutir um parênquima pulmonar com densidade aumentada e diminuição da quantidade de ar armazenada. Esse som aparece em pneumonia ou infarto pulmonares (processo inflamatórios) – áreas de projeção do fígado, coração e baço; • característico da presença de líquido entre a parede torácica e o parênquima pulmonar (aumento de densidade pulmonar), sendo encontrado nos derrames pleurais - áreas de projeção do fígado, coração e baço; Método em que se avalia a propagação sonora do fluxo aéreo pela árvore traqueobrônquica – dividido em sons respiratórios normais ou patológicos (ruídos adventícios) e a propagação sonora vocal pelas estruturas torácicas. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C Método: é realizada utilizando estetoscópio, por meio da comparação de pontos simétricos, avaliando-se os dois hemitórax no sentindo do ápice para a base. Para isso o examinador deve tomar alguns cuidados básicos: • O exame deve ser feito em ambientes silenciosos; • O paciente deve estar sentado ou em pé, com tórax descoberto; • Os músculos precisam estar relaxados e a posição deve ser cômoda; • O paciente deve respirar com uma frequência tranquila e com a boca entreaberta; • Para a exploração das paredes laterais do tórax, pede-se para o paciente colocar as mãos sobre a cabeça. • : audível sobre a traqueia ou sobre a laringe, nas regiões anterolaterais do pescoço e acima da fúrcula (apófise espinhosa de c7). Som tubular, produzido pela passagem do ar em estruturas de grande calibre e pela alteração do fluxo da glote. A fase expiratória é mais intensa e longa que a inspiratória e pode-se notar uma pausa entre elas. • : trata-se de uma associação dos outros dois sons (transição entre o som traqueal e o murmúrio vesicular, sendo audível nas regiões de projeções da traqueia e dos brônquios de grande calibre); Sua localização se restringe às regiões próximas aos brônquios principais: anteriormente no primeiro e no segundo espaço intercostais e posteriormente na região interescapular. • : som suave audível sobre a maior parte da periferia do pulmão, exceto onde se encontra respiração brônquica. A inspiração é nitidamente maior que a expiração, e não existe pausa entre elas. Produzido pelo fluxo turbulento de ar nos brônquios lobares e segmentares. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C Os ruídos são achados que indicam alteração da normalidade, ou seja, não são encontrados em nenhum ponto do parênquima normal. Os ruídos podem ter uma característica contínua (roncos e sibilos) ou descontínua (estertores). • sons abruptos ou explosivos, curta duração. Podem ser classificados quanto à fase (inspiratórios, expiratórios, precoces ou tardios) e quanto ao timbre (fino ou grosso), dependendo do calibre da via aérea afetada; • possuem sonoridade comparada ao ‘’ fecho de velcro’’, surgem mais tardiamente na inspiração e são de tom mais alto, amplitude baixa e duração mais curta; • comparado com estertores finos, tem maior duração em menor frequência. Auscultados desde o início da inspiração até o final da expiração; • característicos de doentes com obstrução grave das vias aéreas, sendo produzidos nas vias maiores e proximais. Encontrados na bronquite crônica, asma e enfisema; • característico de doenças pulmonares restritivas, originam-se vias aéreas mais periféricas, associado ao sibilo curto no final da inspiração. Encontrado em pneumonia, fibrose intersticial. • causados pela rápida passagem do fluxo aéreo por uma via que se encontra com calibre reduzido. Trata-se de um som musical e contínuo que pode ser ouvido sem a ajuda do estetoscópio. Comuns na DPOC. • sons grosseiros e de intensidade elevada, ocasionado pela passagem de ar através de vias aéreas de grosso calibre que apresentam secreções acumuladas. O método consiste em para o paciente repetir a palavra ‘’trinta e três’’ (frêmito toracovocal) lentamente e sempre com a mesma intensidade, enquanto se faz a pesquisa pulmonar em todas as faces. Normal: ausculta de som abafado e palavras não distintas. Por essa técnica, obtém-se a broncofonia (recepção da voz auscultada), que normalmente é mais intensa nos homens e mais nítida perto da traqueia. Consolidação: somaumentado ou distinto. Obstrução brônquica: ausculta da voz diminuída EXAME FÍSICO NORMAL – RESUMO • tórax normal, sem alterações de partes moles e ósseas, sem abaulamentos ou retrações. • FR 12-20 IMP, ritmo regular e sincrônico com os movimentos abdominais, expansibilidade preservada e simétrica. Ausência de retrações. • sensibilidade conservada, ausência de contraturas ou atrofia musculares, ausência de enfisema subcutâneo e calos ósseos, expansibilidade conservada e simétrica. FTV normal e distribuição conservada. Ausência de frêmito brônquios e pleurais. • : som claro pulmonar presente e simétrico. Submacicez hepática a partir do 5 EICD. Mobilidade dos limites pulmonares preservados. Observação: na face anterior esquerda, no limite inferior pulmonar, encontra-se o , onde o som é timpânico devido ao ar que se encontra no fundo gástrico. • murmúrio vesicular presente, com distribuição normal. Ausência de ruídos adventícios. Ausculta de voz normal. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C Síndromes respiratórias Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C
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