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PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas VENTILAÇÃO PULMONAR guyton cap. 37 Músculos que produzem expansão e contração pulmonar ♥ Contração e expansão por subida e descida do diafragma ou elevação e depressão das costelas ♥ Músculos da inspiração: elevam a caixa torácica → Intercostais externos (+ importante) → m. ECM (eleva esterno) → Serráteis anteriores (elevam costelas) → Escalenos (eleva 2 primeiras costelas) ♥ Músculos da expiração: deprimem a caixa torácica → Reto abdominal → Intercostal interno *os intercostais atuam de modo oposto (um relaxa, o outro contrai) Movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões e as pressões que causam o movimento ♥ Pulmão é uma estrutura elástica que “flutua” na cavidade torácica e é cercado pelo líquido pleural ♥ A sucção continua do excesso de líquido para o interior dos canais linfáticos mantém uma tração entre a superfície visceral da pleura pulmonar e a superfície parietal da pleura da cavidade torácica → Ficam presos à caixa torácica como se estivessem colados (bem lubrificados permitindo movimentação) ♥ Pressão pleural: pressão do líquido no espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal (leve sucção= pressão negativa). Essa pressão fica ainda mais negativa durante a inspiração (-5cm de água para -7,5 cm de água) ♥ Pressão alveolar: pressão de ar dentro dos alvéolos → Glote aberta: PAlveolar= Patmosférica (em toda a árvore respiratória) → Para que haja influxo de ar para os alvéolos a Palveolar deve ficar negativa → Durante a expiração a Palveolar sobe +1 e força para fora dos pulmões ♥ Pressão transpulmonar: diferença de pressão entre alvéolo e a superfície externa dos pulmões • força elástica que tende a colapsar = pressão de recuo ♥ Complacência pulmonar: expansão por cada unidade de aumento de pressão ♥ Forças elásticas do pulmão: 1) Tecido pulmonar (elastina e colágeno) 2) Tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos (interface entre o ar e o líquido) • água em contato com o ar: moléculas de água tem a tendência a se contrair (membrana contrátil de molec de agua ao redor da gota). No alvéolo, essa força tende a expulsar o ar de dentro dos alvéolos (induz o alvéolo a colapsar)= força contrátil elástica de todo o pulmão Forças elásticas teciduais que tendem a provocar colapso do pulmão preenchido com ar representam apenas cerca de um terço da elasticidade pulmonar total Elasticidade total= 3.Tensão superficial + 1.Tecido pulmonar ♥ Surfactante pulmonar: agente ativo de superfície na aguaà → ↓tensão superficial → ↓o esforço requerido pelos músculos para expandir os pulmões → Produzido por células pneumócitos tipo II ♥ Pressão gerada no alvéolo (positiva para expulsar ao ar): P= 2.Tensão superficial Raio do alvéolo PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas → Em recém nascidos o raio é menor e tem pouco surfactante: Pulmão com tendência extrema ao colapso= Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido Efeito da caixa torácica na expansibilidade pulmonar ♥ Complacência do sistema pulmonar: torácica + pulmonar → Medida da expansão dos pulmões de uma pessoa totalmente relaxada → A complacência do sistema combinado pulmão-tórax é quase metade da do pulmão isolado ♥ Trabalho: contrações dos músculos respiratórios na inspiração (expiração é passivoà recuo elástico) 1) Expandir pulmões contra as forças elásticas do sistema ( trabalho de complacência) 2) Sobrepujar a viscosidade pulmonar (trabalho de resistência tecidual) 3) Sobrepujar a resistência aérea ao movimento (trabalho de resistência das vias aéreas) ♥ Uma das limitações da intensidade do exercício é a capacidade de fornecer energia muscular suficiente para o processo respiratório ♥ Volume e capacidades pulmonares ♥ Espirometria: registro de movimento do volume de ar que entra e sai dos pulmões DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL: espirômetro usado de maneira indireta pelo método de diluição do Hélio 1) Espirômetro de volume conhecido é preenchido com Ar+ hélio 2) A pessoa, depois de expirar normalmente (o volume remanescente= capacidade residual funcional). Respira no espirômetro e os gases se misturam com o gás do espirômetro = o volume da capacidade residual funcional pode ser calculado pelo grau de diluição do hélio ♥ Ventilação por minuto é igual à FR.Volume corrente ♥ Ventilação alveolar: velocidade que o ar novo alcança os alvéolos, sacos alveolares, bronquíolos respiratórios, bronquíolos respiratórios VOLUME CORRENTE Ar inspirado numa respiração normal Volume de reserva expiratório O máximo de volume extra de ar que pode ser expirado numa expiração forçada Volume de reserva inspiratório O volume extra que pode ser inspirado acima do volume corrente Volume residual Volume de ar que fica nos pulmões depois de uma expiração forçada CAPACIDADE INSPIRATÓRIA VCorrente + VRInsp Capacidade residual funcional VRexp + VResidual (quantidade de ar que fica depois de uma expiração normal) Capacidade vital VRinsp + VRexp + VCorrente Quantidade de ar que pode ser expelido depois de encher totalmente Capacidade pulmonar total Vresidual + capacidade vital PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas ♥ Espaço morto: parte de ar que não alcança áreas de trocas gasosas (desvantajoso para remover gases expiratórios do pulmão) → Medida do espaço morto: respira profundamente o oxigênio e preenche o espaço morto com oxigênio puro. Parte dele se mistura com o ar alveolar que contém nitrogênio. Ao expirar num medidor de nitrogênio é possível perceber que quando o ar alveolar começa a alcançar o medidor, esse numero aumenta a) Espaço morto Anatômico: espaço onde não há troca em uma pessoa sadia b) Espaço morto Fisiológico: espaço anatômico + locais onde não há troca por alguma patologia ♥ Taxa de ventilação alveolar: Va= FR X (Volume corrente- Volume morto) Função das vias respiratórias ♥ Traqueia, Brônquios, Bronquíolos: Evitar colabamento → Brônquios: placas cartilaginosas encurvadas (diminuem nas ultimas gerações) (m.liso) → Traqueia: Aneis cartilaginosos para evitar colabamento (m. liso) → Bronquíolos: pressões transpulmonares (musculo liso menos o bronquíolo respiratório que é epitélio respiratório) Resistência ao fluxo aéreo → Condições normais: bronquíolos adjacentes à traqueia → Condições patológicas: bronquíolos menores são facilmente ocluídos por 1) contração, 2) edema, 3) acúmulo de muco na luz Dilatação simpática dos bronquíolos → Norepinefrina e epinefrina* (estimulação simpática da medula da glândula adrenal) *principalmente por conta da maior estimulação de receptores b-adrenérgicos Constrição parassimpática dos bronquíolos → N.vagoà acetilcolina (Constrição leve e moderada dos bronquíolos) Asma+ estimulação parassimpática à piora a condição = administração de atropina (antagonista colinérgico) → O vago pode também ser estimulado por irritação da m. epitelial das vias respiratórias= gases nocivos, poeira, fumaça, infecção brônquica → Histamina dos mastócitos: origem da obstrução das vias aéreas na asma alérgica (substancia de reação lenta da anafilaxia) ♥ Nariz : condicionamento do ar → Ar aquecido nas conchas e septo → Umidificado Filtrado: por precipitação turbulenta (muda a direção de seu movimento) respira por traqueostomia: ressecamento na porção inferior do pulmão = crostas e infecção CIRCULAÇÃO PULMONAR,EDEMA PULMONAR, LÍQUIDO PLEURAL guyton cap. 38 anato-fisio do sistema circulatório-pulmonar♥ ♥ Vasos pulmonares: artéria pulmonar fina e distensível contribui para grande complacência (permite que acomodem o volume sistólico do VD) ♥ Vasos brônquicos: se originam da circulação sistêmica → Artéria brônquica: sangue oxigenado que nutre os tecidos de suporte dos pulmões → Veias brônquicas: drenam para as veias pulmonaresà AE ao invés de voltar para o AD à o fluxo ♥ Vasos linfáticos: tecido de suporte do pulmão à ducto torácico direito PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Volume sanguíneo dos pulmões Pressão do sistema pulmonar Curva de pressão de pulso no Ventrículo Direito: Pressões na artéria pulmonar: → Sístole: Pa.pulm=PVD → Depois do fechamento da válvula pulmonar (final da sístole): PVD cai muito e a Pa.pulm cai lentamente conforme o sangue flui para os capilares pulmonares Pressão arterial Esquerda: → É estimada pela pressão de encunhadura pulmonar • Cateter numa veia periférica até o AD • Artéria pulmonar à pequenos ramos da artéria pulmonar empurrando o cateter até que ele fique encunhado • Pressão encunhada: antes do cateter= pressão átrio esquerdo, depois= pressão nos capilares pulmonares Fluxo sanguíneo através dos pulmões e sua distribuição ♥ Fluxo de sangue = débito cardíaco ♥ Controle automático da distribuição do fluxo sanguíneo pulmonar: Em resposta a uma baixa de oxigênio, diferente dos vasos sistêmico, os vasos pulmonares se contraem (↓oxigênioà vasoconstrição) → Função: distribuir o fluxo sanguíneo onde ele for mais eficiente (onde há mais oxigênio) ♥ Pressão hidrostática: peso do pulmão nos vasos sanguíneos → O ápice está separado da base por 30cm e isso reflete numa diferença de 23mmHg (15mmHg acima do nível do coração) e 8mmHg abaixo (pressão arterial pulmonar) Zona 1: Ausência de fluxo sanguíneo durante todas as partes do ciclo àPressão capilar alveolar sempre < Pressão de ar alveolar (10X0 mmHg) Zona 2: Fluxo sanguíneo intermitente: somente durante os picos da pressão arterial pulmonar (PAsistólica > P ar alveolar, PA diastólica< P. Ar alveolar) (25X8mmHg) Zona 3: Fluxo sanguíneo contínuo: P. Capilar alveolar> P ar alveolar (33X16) ♥ Exercício e débito cardíaco: 1) ↑No de capilares abertos 2) distensão dos capilaresà↑ v. fluxo através do capilar 3) ↑P. arterial pulmonar è complicação: ↑P.Capilar edema → Pessoas normais: 1 e 2 já diminuem a resistência vascular pulmonar. → A capacidade dos pulmões de acomodares um fluxo sanguíneo muito elevado durante exercício sem aumentar a pressão arterial pulmonar conserva a energia do lado direito do coração e previne edemas àZona 1 com fluxo em condições anormais: após uma grave perda sanguínea, a Pa sistólica pulmonar caia àExercício: ↑sangue no ápice para transformar padrão zona 2 para zona 3 Pressão de Pulso: VD / Art. pulmonar e Aorta Sem fluxo Fluxo intermediário Fluxo contínuo Efeito do aumento do débito cardíaco / exercício PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Dinâmica do capilar pulmonar ♥ o sangue capilar flui nas paredes alveolares como uma lamina de fluxo em função d grande número de capilares ♥ pressão capilar pulmonar: 7mmHg (Pressão AE= 2mmHg e Pressão artéria pulmonar média= 15mmHg) ♥ Troca de líquidos: → Pressão capilar pulmonar= 7mmHg → Pressão líquido intersticial: -8mmHg → Pressão coloidosmótica do líquido intersticial: 14mmHg (capilares pulmonares permeáveis às moléculas de proteínas) → Pressão de ar alveolar 0mmHg (a parede pode romper se a pressão nos espaços intersticiais for maior que 0) → Fazendo as contas há uma pressão de filtração média de +1mmHg = leve fluxo contínuo de liquido dos capilares pulmonares para os espaços intersticiais (líquido esse que será bombeado de volta pelo sistema linfático pulmonar) → Alvéolos “secos” :Por conta da pressão negativa do espaço intersticial, sempre que uma quantidade extra de líquido aparecer nos alvéolos ela é sugada para o interstício que é absorvido pelos linfáticos ou pelos capilares pulmonares ♥ Edema: → Qualquer fator que cause aumento da pressão do líquido intersticial pulmonar (do negativo para o positivo) 1. Insuficiência cardíaca esquerda ou doença de válvula mitral à elevação da pressão venosa pulmonar e alagamento dos espaços intersticiais e dos alvéolos 2. Lesões na membrana dos capilares por infecção (pneumonia) ou por substâncias tóxicas (gás cloro, gás dióxido de enxofre) → Fator de segurança do edema pulmonar: A pressão coloidosmótica do plasma normal é de 28mmHg e a pressão do capilar pulmonar normal é 7mmHg, pode-se prever que a pressão capilar pulmonar deverá se elevar do nível de 7mmHg para +28mmHg para causar edema. Logo o fator de segurança agudo contra edema pulmonar é de 21mmHg - se a pressão se eleva acima do nível de fator de segurança um edema pode ser letal em questão de horas (25-30mmHg acima do nível) → Fator de segurança em condições crônicas: pressão capilar pulmonar permanece cronicamente elevadaà vasos linfáticos se expandem bastante, aumentando a capacidade de carrear o líquido para fora dos espaços intersticiais (em até 10 vezes) - Pacientes com estenose mitral crônica, pressões capilares pulmonares encontrada foram 40-45mmHg sem desenvolver um edema pulmonar letal Insuficiência cardíaca esquerda ♥ Normal: Pressão atrial esquerda nunca se eleva a +6mmHg ♥ Insuficiência cardíaca esquerda: acúmulo de sangue no átrio esquerdo à ↑Patrial esquerda ♥ Acima de 7-8mmHgà ↑P. arterial pulmonar à ↑ carga do lado direito à edema Unisul Dinâmica do Capilar Pulmonar - PCP (P capilar pulmonar) ≈ 7 mmHg - Tempo de permanência do sangue nos capilares pulmonares ≈ 0,8 segundo - Se aumento do débito cardíaco pode chegar a 0,3 segundos (abertura de outros capilares) Pap = 15 mmHg PAE média = 2 mmHg Unisul -Forças hidrostáticas e osmóticas / capilar pulmonar - Membrana alveolar - Vaso linfático PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas ♥ Líquido na cavidade pleural: → Fina camada de líquido mucoide entre as pleuras parietal e visceral que auxiliam no deslizamento dos pulmões dentro da cavidade pleural → Membrana pleural: através da qual transudam continuamente pequenas quantidades de líquido intersticial para o espaço pleural (aparência mucoide) → Quantidade pequena (mililitros). Se aumentar e começar a fluir poara a cavidade pleural, o excesso de líquido é bombeado para fora pelos vasos linfáticos que se abrem diretamente da cavidade pleural para o mediastino, superfície superior do diafragma ou superfícies laterais da pleura parietal → Espaço pleural: espaço potencial entre as pleuras parietal e visceral → Pressão negativa no líquido pleural: força negativa gerada fora dos pulmões é necessária para deixa-los expandidos (força gerada no espaço pleural normal= bombeamento de líquido do espaço pelos vasos linfáticos) → Tendência normal de colapso dos pulmões= -4mmHg. Então a pressão do líquido pleural deve ser no mínimo -4mmHg (a pressão é -7mmHg)à A negatividade do liquido pleural mantes os pulmões tracionados contra a pleura parietal da cavidade torácica → Derrame pleural: alta quantidade de líquido livre no espaço pleural, (edema da cavidade pleural) • Bloqueio da drenagem linfática na cavidade pleural • Insuficiência cardíaca à causa pressões capilares periférica e pulmonar muito altas • Diminuiçãobrusca da pressão coloidosmoica do plasma • Infecção ou outra inflamação nas superfícies da cavidade pleural rompendo a membrana capilar e permitindo acumulo de proteínas e de liquido na cavidade. PRINCÍPIOS FÍSICOS DA TROCA GASOSA guyton cap. 39 Física da difusão gasosa e pressão parcial dos gases ♥ A difusão (movimento aleatório de moléculas em todas as direções através da membrana respiratória e líquidos adjacentes), necessita de uma fonte de energia que é provida pelo movimento cinético das próprias moléculas (movimento linear em alta velocidade até que elas batam em outras moléculas) ♥ Difusão resultante: ocorre da área de alta concentração para a área de baixa concentração (há mais moléculas indo para o local onde há menos moléculas) ♥ Pressão parcial de gases: → Pressão é causada por múltiplos impactos de moléculas em movimento contra a superfície → A pressão de um gás das vias respiratórias e dos alvéolos é proporcional à soma da força de impacto de todas as moléculas daquele gás que atinge a superfície. A pressão é diretamente proporcional à concentração das moléculas de gás → Pressão parcial: pressão causada por somente um gás de uma mistura A taxa de difusão de um gás é diretamente proporcional à pressão parcial dele. → A pressão parcial do gás dissolvido no líquido é a mesma que a do gás na fase gasosa Fatores que determinam a pressão parcial de um gás dissolvido em um líquido ♥ Concentração ♥ Coeficiente de solubilidade: quando as moléculas são atraídas pelas moléculas de água, muito mais delas podem ser dissolvidas sem gerar excesso de pressão parcial dentro da solução (Ex: CO2)à PCO2= 20. PO2 (CO2 é 20 vezes mais solúvel) Lei de Henry: Pressão parcial= __Concentração de gás dissolvido__ Coeficiente de solubilidade PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Difusão de gases entre a fase gasosa nos alvéolos e a fase dissolvida no sangue pulmonar ♥ A difusão resultante é determinada pela diferença das duas pressões parciais (no alvéolo e no sangue) → Pressão parcial alveolar > Pressão parcial no sangue (Ex: oxigênio)= a maioria das moléculas se difundirá para o sangue → Pressão parcial alveolar< Pressão parcial sangue (Ex: CO2) = a maioria se difundirá para o alvéolo ♥ Pressão do vapor da água: → As moléculas de água estão continuamente escapando da superfície da água para a fase gasosa → Pressão de vapor da água: é a pressão parcial que as moléculas de água exercem para escapar através da superfície → Quando a mistura de gases se torna umidificada (estão em equilíbrio com a água), a pressão do vapor da água é 47mmHg (PH2O) → ↑ToC : ↑movimento de moléculas: ↑probabilidade de escapamento das moléculas de água da superfície: ↑pressão de vapor Taxa resultante de difusão nos líquidos ♥ Solubilidade do gás no líquido ♥ Área de corte transversal do líquido ♥ A distância pela qual o líquido precisa difundir- se ♥ O peso molecular do gás ♥ A temperatura do líquido (constante) As taxas relativas em que diferentes gases à mesma pressão parcial se difundirão são proporcionais aos seus coeficientes de difusão Assume-se que o coeficiente do oxigênio é 1. Difusão de gases através dos tecidos: por todos os gases de importância terem extrema afinidade com os lipídeos da membrana celular, a difusão de todos através dos tecidos é quase igual à difusão dos gases na água Composição do Ar alveolar e sua relação com o ar atmosférico ♥ É substituído apenas parcialmente pelo ar atmosférico em cada respiração ♥ O oxigênio é constantemente absorvido pelo sangue pulmonar a partir do ar alveolar ♥ O CO2 difunde-se constantemente do ar pulmonar para os alvéolos ♥ O ar entra nas vias respiratórias e é umidificado antes de atingir os alvéolos Ar atmosférico mmHg Ar umidificado mmHg Ar alveolar mmHg Ar expirado mmHg N2 597,0 (78,62%) 563,4 (74,09%) 569,0 (74,9%) 566,0 (74,5%) O2 159,0 (20,84%) 149,3 (19,67%) 104,0 (13,6%) 120,0 (15,7%) CO2 0,3 (0,04%) 0,3 (0,04%) 40,0 (5,3%) 27,0 (3,6%) H2O 3,7 (0,50%) 47,0 (6,20%) 47,0 (6,20%) 47,0 (6,20%) TOTAL 760,0 (100,0%) 760,0 (100,0%) 760,0 (100,0%) 760,0 (100,0%) ♥ No ar umidificado, a água dilui os outros gases (embora molecularmente exista a mesa quantidade, as pressões parciais se alteraram_ Taxa de difusão = ∆P. A. Sd √PM ∆5= diferença de pressão A= área de corte S= solubilidade d= distância √56= velocidade 7√56= coeficiente de solubilidade PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas ♥ No ar alveolar, a PCO2 aumenta pela tendência do CO2 difundir-se do sangue pulmonar para os alvéolos e a PO2 diminui pela constante difusão de O2 para o sangue pulmonar ♥ No Ar expirado, a PO2 aumenta por conta das moléculas de O2 do espaço morto, e assim PCO2 e a PN2 diminui pelo mesmo motivo → Ar expirado= ar do espaço morto + ar alveolar → Composição determinada: • Quantidade de ar expirado do espaço morto (tipicamente umidificado) • Quantidade de ar alveolar O método para coletar o ar alveolar é coletar uma amostra da ultima porção do ar expirado depois que a expiração forçada tiver removido todo o ar do espaço morto ♥ A concentração de oxigênio nos alvéolos (e a PO2) são controlados pela: → taxa de absorção pelo sangue → taxa de entrada de novo oxigênio nos pulmões pelo processo ventilatório ♥ A concentração e pressão parcial de CO2 nos alvéolos → Diretamente proporcional à taxa de excreção → Inversamente proporcional à ventilação (quanto mais ventila, menos CO2 temos nos alvéolos) Taxa em que o ar alveolar é renovado pelo ar atmosférico ♥ Capacidade funcional residual média de um individuo do sexo masculino 2.300ml. Somente 350ml de ar novo são trazidos aos alvéolos com cada inspiração normal (a mesma quantidade é expirada ♥ Exercício moderado: 1.00ml de O2 absorvido/min à taxa de ventilação aumenta 4X para manter PO2 alveolar no valor normal de 104mHg quanto mais O2 entra mais o alvéolo tem que ventilar para manter a pressão parcial de O2 ♥ Aumento extremamente marcante na ventilação alveolar nunca consegue aumentar a PO2 alveolar acima de 149mmHg (pressão máxima) nunca passa pois o alvéolo vai aumentando a ventilação Unisul PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas O volume de ar alveolar substituído por ar atmosférico novo com cada respiração é de apenas 1 sétimo do total Difusão de gases através da membrana respiratória: ♥ Unidade respiratória: bronquíolo respiratório + ductos alveolares + átrios + alvéolos ♥ Pela membrana alveolar ser extremamente fina e pela grande quantidade de capilares passando entre eles, pode-se dizer que há uma lâmina de fluxo sanguíneo ♥ A troca gasosa se dá através de membranas de todas as porções terminais dos pulmões, não apenas nos próprios alvéolosà conjuntos desses locais = Membrana respiratória ♥ Camadas → Líquido que reveste o alvéolo (com surfactante que reduz a tensão superficial da água) → Epitélio alveolar (céls epiteliais finas) → Membrana basal epitelial → Espaço intersticial fino (entre epitélio alveolar e a membrana capilar) → Membrana basal capilar (muitos locais se funde com a membrana basal do epitélio alveolar) → Membrana endotelial capilar ♥ Os capilares são tão pequenos que as hemácias precisam espremer-se através deles (membrana das hemácias geralmente toca a parede capilar ♥ Fatores que afetam a a taxa de difusão gasosa através da membrana respiratória → Espessura da membrana (pode aumentarem função de um edema no espaço intersticial, fibrose) → Área superficial da membrana (reduzida: remoção total de um pulmão, enfisema pode coalescer os alvéolos e as câmaras alveolares aumentam mas a área superficial diminui pela perda das paredes alveolares) → Coeficiente de difusão do gás na substância da membrana (depende da solubilidade e do peso molecular) → Diferença de pressão parcial entre os dois lados da membrana (medida do numero total de moléculas de um determinado gás que atinge determinada área de superfície alveolar. Essa diferença é uma medida da tendência resultante das moléculas do gás em moverem-se através da membrana) Capacidade de difusão da membrana respiratória: ♥ Volume de um gás que se difundirá através da membrana a cada minuto para uma diferença de pressão parcial de 1mmHg ♥ Capacidade de difusão do oxigênio: → 21mL/min/mmHg → Pressão média de O2 através da membrana durante a resp tranquila e normal= 11mmHg Importância da substituição lenta do ar alveolar ♥ Evitar mudanças repentinas nas concentrações de gases no sangue ♥ Controle respiratório mais estável ♥ Evita aumentos e quedas excessivas na oxigenação tecidual, na concentração tecidual de CO2 e no pH tecidual quando a respiração é interrompida temporariamente PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas → Multiplica pressão média pela capacidade= 11X21= 230mL de difusão do oxigênio a cada minuto (taxa de utilização de oxigênio do corpo em repouso) ♥ Capacidade de difusão do dióxido de carbono: → O CO2 difunde-se tão rapidamente que a PCO2média no sangue pulmonar nao difere muito da PCO2alveolar → Com base no coeficiente de difusão (CO2= 20. O2)= 400-450 mL/min/mmHg e no exercício 1.200-1.300 mL/min/mmHg Efeito da razão ventilação-perfusão na concentração de gás alveolar ♥ Fatores que determinam a PO2 e PCO2= taxa de ventilação alveolar + taxa de transferência de oxigênio e dióxido de carbono através da membrana respiratória ♥ Algumas áreas dos pulmões são bem ventiladas, mas não tem fluxo sanguíneo enquanto outras áreas possuem excelente fluxo sanguíneo, mas pouca ou nenhuma ventilação → Pode sofrer angústia respiratória grave mesmo com ventilação total e fluxo sanguíneo total normais à com ventilação e fluxo indo para diferentes partes do pulmão ♥ VA/Q: Ventilação alveolar sobre fluxo sanguíneo → VA/Q=0 • Não há ventilação alveolar • O ar nos alvéolos entra em equilíbrio com o oxigênio e o CO2 do sangue • A pressão parcial dos gases é a pressão parcial normal do sangue venosoà PO2 =40, PCO2=45 → VA/Q= infinito • Não há fluxo sanguíneo • O ar alveolar torna-se semelhante ao ar inspirado umidificado pois não perde oxigênio para o sangue e não ganha CO2) • A pressão parcial dos gases é a pressão parcial do ar umidificado: PO2 =149, PCO2= 0 Mudança na capacidade de difusão de oxigênio durante o exercício ♥ Aumentar muito o fluxo de sangue pulmonar e a ventilação alveolar = capacidade aumenta 65 mL/min/mmHg Causas → Abertura de muitos capilares pulmonares (antes adormecidos) ou dilatação dos já abertos ↑área superficial → Equiparação melhor entre a ventilação alveolar e a perfusão dos capilares pulmonares razão ventilação-perfusão A oxigenação do sangue aumenta não só pela maior ventilação alveolar, como também pela maior capacidade difusora da membrana respiratória em transportar oxigênio para o sangue O método do Monóxido de carbono para medir a capacidade de difusão ♥ Pequena quantidade de monóxido respirada pelos alvéolos (Pressão de CO é 0 à combina-se com as hemoglobinas muito rapidamente e a pressão não se estabelece) ♥ A diferença de pressão do CO pela membrana respiratória é igual a sua pressão parcial na amostra de ar alveolar ♥ Divide volume de CO absorvido e divide pela pressão parcial = capacidade de difusão do monóxido de carbono ♥ Se multiplicar por 1,23 (coeficiente de difusão de oxigênio é 1,23 vezes o coef do CO) = 21mL/min/mmHg PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas → VA/Q= normal • Troca de gases na membrana é quase ideal • PO2 = 104, PCO2=40 ♥ Desvio fisiológico: VA/Q abaixo do normal → Ventilação inadequada → Uma parte do sangue venoso não é oxigenada (sangue desviado_ → Se somarmos com o sangue que flui dos vasos brônquicos (também não oxigenado) temos o total de sangue desviado =2% do débito cardíaco Quanto maior o desvio fisiológico, maior a quantidade de sangue que não consegue ser oxigenada enquanto atravessa os pulmões ♥ Espaço morto fisiológico: VA/Q acima do normal → O fluxo de sangue alveolar está baixo → Ventilação dos alvéolos desperdiçada → Se somarmos a ventilação das áreas de espaço morto anatômico tem-se o espaço morto fisiológico Quanto maior o espaço morto fisiológico mais trabalho de ventilação é desperdiçado ♥ VA/Q anormal nas partes superior e interior do pulmão normal: → Parte superior: (menos fluxo sanguíneo mais ventilação) (VA/Q 2,5X maior) à grau moderado de espaço morto fisiológico → Parte inferior (mais fluxo menos ventilação) (VA/Q 0,6Xmenor)à desvio fisiológico → Exercício: aumenta o fluxo na parte superior → Doença pulmonar obstrutiva crônica: • Aprisionamento do ar alveolar à enfisemaà destruição das paredes alveolares • Bronquíolos obstruídos-à alvéolos não ventiladosà VA/Q se aproxima de 0 • Áreas alveolares onde as paredes foram destruídasà ventilação desperdiçada Algumas áreas do pulmão exibem sério desvio fisiológico e outras exibem sério espaço morto fisiológico TRANSPORTE DE OXIGÊNIO E DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE E NOS LÍQUIDOS TECIDUAIS guyton cap. 40 ♥ O transporte de oxigênio e de CO2 depende da difusão e do fluxo de sangue Difusão do oxigênio dos alvéolos para o capilar pulmonar: ♥ Diferença de pressão inicial que faz com que o oxigênio dos alvéolos vá para os capilares é (104-40) 64mmHg ♥ A PO2 do sangue aumenta até o nível da PO2 do ar alveolar quando o sangue percorreu um terço da distância Captação de oxigênio pelo sangue pulmonar durante exercício: ♥ Exercício intenso-à 20X + de oxigênio ♥ Maior débito cardíacoà menos tempo o sangue permanece na capilaridade pulmonar ♥ Há um fator de segurança grande que faz com que o sangue fique quase saturado de oxigênio → Capacidade de difusão aumenta (aumento da área de superfície dos capilares e aumento da razão ventilação-perfusão próxima do ideal na parte superior dos pulmões) PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas → Sem exercício o sangue torna-se quase saturado saturado com um terço do caminho percorrido O sangue normalmente permanece nos capilares pulmonares cerca de três vezes mais tempo que o necessário para causar oxigenação total Transporte de oxigênio no sangue arterial ♥ Mistura de sangue: 98% do sangue oxigenado com PO2 = 104mmHg + 2% proveniente da circulação brônquica (fluxo de desvioà desviado além das áreas de troca gasosa) com PO2 =40 mmHg (semelhante à pressão no sangue venoso) ♥ Essa mistura faz com que a PO2 diminua para 95mmHg Difusão de oxigênio dos capilares pulmonares para o líquido tecidual ♥ PO2 capilares= 95mmHg e PO2 no liquido intersticial=40mmHg ♥ Efeito da taxa de fluxo sanguíneo na PO2 → ↑fluxo ↑ PO2 → ↓fluxo ↓ PO2 ♥ Efeito da taxa do metabolismo tecidual na PO2 → ↑metabolismo ↓ PO2 → ↓metabolismo ↑PO2 Difusão de oxigênio dos capilares periféricos para as células teciduais ♥ PO2 intracelular < PO2 capilares periféricos ♥ Pode haver distância física entre o capilar e a célulaà PO2 intracelular varia 40para5 mmHg (média 23) ♥ Como apenas 1-3mmHg de PO2 são necessários ao suporte total dos processos químicos à mesmo 23mmHg ser uma pressão baixa é mais do que adequada e proporciona um grande fator de segurança Difusão de CO2 das células teciduais periféricas para os Capilares pulmonares e dos capilares para os alvéolos ♥ CO2 consegue se difundir 20vezes mais rápido que o oxigênio à as diferenças de pressão necessárias para causar a difusão do dióxido de carbono são bem menores que as diferenças necessárias para causar difusão do oxigênio 1. PCO2 intracelular= 46mmHg e intersticial= 45mmHg 2. PCO2 arterial=40mmHg/ PCO2 venoso= 45mmHg 3. CO2 capilares pulmonares=45mmHg / PCO2 ar alveolar= 40mmHg à diferença 5mmHg A PO2 tecidual é determinada por um equilíbrio entre a taxa de transporte de oxigênio aos tecidos no sangue e a taxa de utilização do oxigênio pelos tecidos A PCO2 do sangue capilar pulmonar diminui quase igualando a PCO2 alveolar antes de ter percorrido cerca de um terço da distancia (mesmo mecanismo do oxigênio) Unisul Unisul . Difusão do oxigênio de um capilar tecidual para as células. PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Hemoglobina e o transporte de oxigênio ♥ 97% do oxigênio é transportado por hemoglobinas. ♥ Combinação reversível: o O2 combina-se frouxamente com a porção heme da Hb → ↑PO2 = O2 se liga à hemoglobina (capilares pulmonares) → ↓ PO2 = O2 é liberado hemoglobina (Capilares teciduais) ♥ Na curva de dissociação oxigênio-hemoglobina é possível ver essa proporção (percentual de saturação de hemoglobina) ♥ Quantidade máxima que o oxigênio consegue combinar-se com a Hb sanguínea: → Média 15g/100ml (cada grama de hemoglobina se liga à 1,34ml de O2) = 20ml de oxigênio liga-se à Hb à 100% 100% de saturação da hemoglobina equivale à 20 volumes percentuais ♥ Quantidade de oxigênio liberada da Hb quando o Sangue arterial sistêmico flui nos tecidos → Hb-O2 arterial (97% saturado)= 19,4ml/100ml → Hb-O2 capilares teciduais = 14,4ml/100ml (PO2 40mmHg com 75% de saturação) Em condições normais, 5ml de oxigênio são transportados dos pulmões para os tecidos a cada 100ml de fluxo sanguíneo ♥ Coeficiente de utilização: porcentagem de sangue que libera seu oxigênio enquanto atravessa os capilares teciduais → Normal= 25% (exercício 75-85%) → 100% em áreas com fluxo muito baixo ou taxa de metabolismo muito alta Efeito tampão da hemoglobina na PO2 tecidual ♥ Hb também tem a função de estabilizar a pressão do oxigênio nos tecidos ♥ Hb manter constante a PO2 nos tecidos: → Os tecidos necessitam de 5ml de oxigênio a cada 100ml de sangue que passa pelos capilares teciduais Transporte de oxigênio durante o exercício intenso: ♥ Utilização de muito O2 pelas células musculares reduz exageradamente a PO2 no liquido intersticial à aumento de O2 livre para utilização (aumento do transporte de oxigênio em cada volume de sangue = triplo) ♥ O débito cardíaco também aumenta (6-7x) PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas → Para isso (5/100) a PO2 deve cair para 40mmHg à a PO2 tecidual não pode aumentar acima disso A hemoglobina estabelece um limite superior na pressão do oxigênio em torno de 40mmHg → Exercício: quantidades extras de O2 precisam ser liberadas (20X) à pouca queda adicional na PO2 tecidual • Inclinação abrupta da curva de dissociação • ↑ do fluxo de sangue tecidual (pela queda de PO2) A Hb no sangue automaticamente libera oxigênio para os tecidos a uma pressão que é mantida para os tecidos a uma pressão mantida controlada entre 15-40mmHg ♥ Mudança acentuada da concentração atmosférica de oxigênio: → De 60 -500mmHg varia pouco pela função tampão da Hb (observa-se no gráfico) • PO2 alveolar: 500mmHg (aumenta de 97%- 100% a saturação) • PO2 alveolar: 60mmHg (diminui de 97% - 89% a saturação) Fatores que desviam a curva de dissociação de oxigênio-hemoglobina ♥ Mudança de pH → queda do pH (curva descola pra direita) → aumento do pH (curva desloca para esquerda) ♥ Aumento de CO2 e H+ (deslocam para direita e para baixo) → EFEITO BOHR: sangue atravessa os tecidos • CO2 difunde-se (célulasà sangue): ↑PCO2 do sangue à ↑H2CO3 (ácido carbônico) e íon hidrogênio) • Esse efeito desloca a curva de dissociação oxihemoglobina para a direita e para baixo (forçando o O2 para fora da hemoglobina e liberando quantidades maiores de O2 aos tecidos) ♥ Efeito do BPG → Hipóxia à ↑BPGà faz com que o oxigênio seja liperado com uma pressão de O2 tecidual 10mmHg maior do que seria sem esse aumento → Importante para adaptação à hipóxia (principalmente a causada pelo fluxo sanguíneo tecidual deficiente) ♥ Desvio da curva de dissociação durante o exercício (para a direita) → Os músculos liberam mais CO2 + vários outros ácidos ↑ H+ no sangue dos capilares pulmonares → Temperatura do músculo 2oC-3oC Obs: nos pulmões o desvio ocorre na direção oposta, permitindo a captação de quantidades extras de oxigênio nos alvéolos Observação: PULMÃO → CO2 difunde-se no sangue para os alvéolosà↓PCO2 sanguínea à↓H+ → A curva se desloca para a esquerda e pra cima PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Utilização do oxigênio pelas células ♥ Efeito da PO2 intracelular na taxa de utilização de oxigênio → Quando a PO2 celular está acima de 1mmHg, a disponibilidade de oxigênio não representa mais um fator limitador nas taxas das reações químicas → Fator limitador: ADP • Quanto a PO2 é superior a 1mmHg a taxa de utilização de Oxigenio é constante em qualquer concentração de ADP • Quando alteramos a concentração de ADP, a taxa de utilização de oxigênio se altera • A maior concentração de ADP aumenta a utilização metabolica A taxa de utilização de oxigênio pelas células é controlada pela taxa de dispêndio de energia nas células (taca em que o ADP é formado a partir de ATP) ♥ Efeito da distância de difusão entre o capilar e a célula → Estados patológicos: as células encontram-se distantes dos capilares e a taxa de difusão de oxigênio para essas células torna-se tao lenta que a PO2 intracelular cai abaixo do nível critico necessário para manter o metabolismo intracelular máximo → Nessa condição a utilização do oxigênio pelas células está limitada pela difusão e não mais pela quantidade de ADP ♥ Efeito do fluxo sanguíneo → Quantidade total de oxigênio disponível depende • Quantidade de oxigênio que pode ser transportada em cada 100ml de sangue • Taxa de fluxo sanguíneo: quando ela fica muito lenta, a PO2 do tecido cai abaixo do valor crítico de 1mmHg Nesse caso, a taca de utilização do oxigênio é limitada pelo fluxo sanguíneo (nem esse, nem o de difusão podem se prolongar muitoà cels recebem menos oxigênio que o necessário para manter a vida celular) Transporte de oxigênio em estado dissolvido ♥ 3% apenas (97% ligado à Hb) ♥ exercício intenso (aumento do transporte pela Hb) cai para 1,5% ♥ Oxigênio a nível de PO2 alveolar muito alto à estado de excesso de oxigênio nos tecidos= intoxicação por oxigênio Combinação de hemoglobina com CO ♥ Se liga 250 vezes mais fácil que o oxigênio à é necessário uma pressão 1/250PO2 ♥ 0,6mHg já pode ser letal ♥ PO2 do sangue pode estar normal e, por conta da ligação do CO, não estar sendo transportada. Por vezes, o paciente apresenta sangue vermelho-vivo (não demonstrando sinais óbvios de hipoxemia) ♥ Como a PO2 não está reduzida, o mecanismo de feedbackque estimula o ↑Frequencia respiratória em resposta à falta de O2(PO2 baixa) ♥ Tratamento: → Administração de oxigênio puro oxigênio em alta pressão alveolar pode deslocar CO rapidamente → Administração simultânea de CO2 a 5% estimula fortemente o centro respiratório (aumentando a respiração alveolar e reduzindo o CO) Unisul . Efeito do ADP e da PO2 intracelular na taxa de utilização do oxigênio pelas células. PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Transporte de dióxido de carbono no sangue 4ml de Co2 é transportada dos tecidos para os pulmões em cada 100ml de sangue ♥ Formas químicas nas quais o CO2 é transportado: → Dissolvido: • 0,3/100ml (7%) → Íon bicarbonato: • CO2 + H2O— anidrase carbônicaà H2CO3 • Grande quantidade → Combinado com hemoglobina e proteínas plasmáticas: • Reage diretamente com radicais amina da molécula de hemoglobina (carbaminoemoglobina) -Reação reversível (elo fraco) o CO2 é facilmente liberado para os alvéolos onde a PCO2 é menor que nos capilares pulmonares Efeito Haldane ♥ (relembrando efeito Bohr: ↑CO2 sanguíneo desloca oxigênio da hemoglobina) ♥ A ligação do oxigênio com a hemoblobina tende a deslocar o dióxido de carbono do sangue Quando o oxigênio se liga à hemoglobina, o CO2 é liberado aumentando o transporte de CO2 ♥ A combinação de oxigênio com hemoglobina nos pulmões faz com que a hemoglobina se torne um ácido mais forte (desloca o CO2 do sangue para os alvéolos) → ↑acidez da hemoglobina à↓ligação com o CO2 (desloca a parte de CO2 presente na forma de carbmamino) → ↑acidez da hemoglobina à liberação de muitos íons H+ e estes se ligam aos íons HCO3 - formando H2CO3 (se dissocia formando CO2 e águaà alvéolosà ar) Anidrase carbônica: enzima presente no interior das hemácias Dissociação do ácido carbônico m íons bicarbonato e íons hidrogênio ♥ H2CO3 à H + + HCO3 - ♥ H+: se combina com a hemoglobina (tampão ácido-base) ♥ HCO3 - : (hemáciaà plasma) e Cl- (plasmaà hemácia) → Proteína carreadora bicarbonato-cloreto → Desvio do cloreto: o conteúdo de cloreto nas hemácias venosas é maior que a das hemácias arteriais Unisul Transporte de CO2 Unisul . Efeito Haldane: “ Quando o O2 se liga à hemoglobina o CO2 é liberado, aumentando o transporte de CO2. → PO2= 40mmHg/ PCO2 normal (45mmHg) nos tecidos à 52 volumes percentuais de CO2 combinem-se com sangue → Nos pulmões: PCO2 cai para 40mmHg e PO2 sobe para 100mmHg (esse aumento na PO2 faz com que a curva de dissociação “abaixe” de maneira que o CO2 cai para 48 volumes) Efeito Haldane praticamente dobra a quantidade de dióxido de carbono liberada no sangue nos pulmões e praticamente dobra a captação de dióxido de carbono nos tecidos PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas TRANSPORTE DE OXIGÊNIO E DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE E NOS LÍQUIDOS TECIDUAIS guyton cap. 41 Centro respiratório: ♥ Neurônios localizados bilateralmente na medula oblonga e na ponte do tronco (bulbo) 1. Respiratório dorsal (inspiração) 2. Respiratório ventral (expiração) 3. Centro pneumotáxico (controle da frequência e da profundidade respiratórias Grupo Respiratório dorsal de neurônios ♥ Núcleo do trato solitário ♥ Terminação sensorial dos nervos vago e glossofaríngeo → Quimiorreceptores periféricos → Barorreceptores → Receptores de estiramento pulmonar ♥ Esses neurônios geram surtos repetitivos de potenciais de ação neuronal inspiratória → Sinal em Rampa (sinal inspiratório) • débil elevação constante na forma de uma rampa por 2s • interrupção abrupta 3s (desativa a excitação do diafragma e permite a retração elástica dos pulmões e da parede torácicaà expiração) • Vantagem: ü Controle da velocidade de aumento do sinal em rampa Respiração intensaà rampa cresce com rapidez= rápida expansão pulmonar ü Controle do ponto limítrofe de interrupção súbita da rampa Quanto mais precoce a rampa sofrer interrupção, menor será a duração da inspiraçãoà menor a expiração -à aumento da frequência respiratória Centro pneumotáxico ♥ Núcleo parabraquial ♥ Transmite sinais à área inspiratória ♥ Controlar o ponto de “desligamento” da rampa inspiratória → Controla a duração da fase de expansão do ciclo pulmonar • Sinal forte switch-off em 0,25s à leve expansão pulmonar • Sinal normal switch-off em 2s • Sinal fraco switch-off em 5s ou mais à enchendo os pulmões com excesso de ar A função do centro pneumotáxico é limitar a inspiração (com efeito secundário de reduzir a inspiração) Grupo Respiratório Ventral ♥ Núcleo ambíguo (cranialmente), núcleo retroambíguo (caudalmente) ♥ Inativo na respiração normal → Ventilação pulmonar superior ao normal à controle respiratório extra → Ativação da musculatura do abdome na expiração forçada → Contribui tanto na inspiração como na expiração O grupo respiratório ventral é um mecanismo supra-regulatório quando há necessidade de altos níveis de ventilação (atividade física intensa) Controle do grau de incremento do sinal Controle do ponto limitante (switch-off point) controla a frequência respiratória) PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas Reflexo de insuflação de Hering-Breuer ♥ Os sinais sensoriais neurais provenientes dos pulmões ajudam a controlar a respiração ♥ Receptores de estiramento (porções musculares das paredes do parênquima pulmonar): transmissão de sinais através dos nervos vagos até o grupo respiratório dorsal quando sofrem estiramento excessivo (insuflação excessiva à receptores de estiramento –ativamà feedback de switch-off da rampa inspiratória = interrupção da inspiração) ♥ Esse reflexo também aumenta a frequência respiratória ♥ Não é ativado até que o volume corrente aumente para um valor superior a três vezes o normal à mecanismo protetor para evitar a insuflação pulmonar excessiva Controle químico da respiração ♥ Respiração: manter concentrações apropriadas de O2, CO2 e H+ nos tecidos ♥ CO2 e H +: → Áreas quimiossensível: altamente sensível às alterações sanguíneas na PCO2 ou na concentração de H+ (o único estímulo direto relevante para esses neurônios) • H+ não atravessa com facilidade a barreira hematoencefálica àalterações desse íon tornam-se menores que alterações no CO2 sanguíineo • CO2 efeito indireto: no sangue e no liquido cefalorraquidiano, o dióxido de carbono reage imediatamente com a água para formar novos íons Por conta da permeabilidade são liberados mais íons hidrogênio na área quimiossensível quando se ↑ a concentração sanguínea do dióxido de carbono do que quando ocorre ↑ da concentração sanguínea de íons hidrogenio → Essa mudança na concentração sanguínea de CO2 produz um potente efeito agudo sob o controle da atividade respiratória, mas um fraco efeito crônico • Depois de 1-2 dias há um reajuste renal da concentração de H+ pelo incremento de HCO3 - sanguíneo (se une aos íons no sangue e no líquido cefalorraquidianoà reduz a quantidade de H+ adjacentes aos neurônios respiratórios ♥ O2 → Não tem efeito direto sob o centro respiratório, porém quando há dano tecidual por falta de oxigênio o corpo possui um mecanismo (mecanismo secundário PO2<70mmHg) • Sistema quimiorreceptor periférico: ü Quimiorreceptores, presentes nos corpos carotídeos ou aórticos, responsáveis ela detecção de alterações sanguíneas de oxigênio (transmitem os sinais neurais para ajudar a regular a atividade respiratória) -Corpo carotídeo: via nervo glossofaríngeo -Corpo aórtico: via nervo vago *os corpossempre estão expostos à pressão arterial ü ↓ da concentração de O2 no sangue estimula intensamente os quimiorreceptores Observação: CO2 e H+ também estimulam o sistema quimiorreceptor periférico (com uma rapidez 5x maior que a estimulação central -à importante para o aumento da velocidade de resposta ao CO2 no inicio da atividade física PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas ♥ A PO2 arterial exibe um efeito quase nulo sobre a ventilação contanto que essa permaneça superior à 100mmHg ♥ Pressões inferiores ela passa a ter controle intenso no processo ventilatório Regulação da respiração durante o Exercício físico ♥ PO2, PCO2 e pH arteriais permanecem quase exatamente normais ♥ O que causa ventilação intensa durante atividade física: → Cérebro transmite simultaneamente ao impulso nervoso ao músculo, um impulso colateral ao tronco cerebral para estimula o centro respiratório (assim como a estimulação do centro vaso-motor que aumenta simultaneamente a PA) A maior parte do aumento na respiração se origina de sinais neurogênicos transmitidos diretamente ao centro respiratório do tronco cerebral ao mesmo tempo em que sinais neurais se diferem aos músculos para indução da contração muscular ♥ Fatores químicos: ajuste final → Os sinais do controle neural podem ser muito intensos ou muito débeis 1. Ventilação alveolar aumenta instantaneamente sem elevação inicial na PCO2 arterial (diminui a PCO2) 2. 30-40s a quantidade de CO2 liberado no sangue a partir dos músculos ativos se iguala ao aumento da frequência ventilatória (PCO2 arterial retorna ao normal mesmo com o prosseguimento da atividade física) Fatores que influenciam a respiração: → Controle voluntário da respiração hiperventilação e hipoventilação → Efeitos de receptoras irritativos das vias aéreas: epitélios traqueal, brônquico e bronquilar são inervados com terminações nervosas sensoriais à provocam tosse e espirro podendo causar constrição brônquica em doenças como asma e efisema → Efeito do edema cerebral: depressão da atividade do centro respiratório → Anestesia: superdosagem Mecanismo da respiração de cheyne-stokes ♥ Respiração excessivaà remoção grande de CO2 e aumento de O2 à leva alguns segundos para que o sangue pulmonar possa ser transportado ao cérebro e iniba a ventilação excessiva (a pessoa já hiperventilou) ♥ Quando o sangue hiperventilado chega no centro respiratório cerebral = depressão excessiva (inicia o ciclo opostoà CO2 aumenta e O2 diminui nos alvéolosà demora alguns segundos para o cérebro responder.......) ♥ Causas: → Retardo prolongado no transporte de sangue para os pulmões (Ex: insuficiência cardíaca graveà fluxo sanguíneo lento retardando o transporte dos gases sanguíneos do pulmão para o cérebro) → Aumento do feedback negativo nas áreas de controle respiratório (Ex: Dano cerebralà alteração em CO2 ou O2 provoca uma mudança muito maior na ventilação que o normal) Obs: A alteração na PCO2 do sangue pulmonar ocorre ANTES da PCO2 dos neurônios respiratórios, mas a profundidade da respiração corresponde à PCO2 no cérebro e nao a PCO2 de sangue pulmonar PNEUMOFISIOLOGIA Maria Eduarda Valgas
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