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Trabalho RSS Saude Ambiental Oficial

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UNIVERSIDADE SANTO AMARO 
Curso de Enfermagem 
 
 
Diana Aparecida Nunes 
Fernanda Costa de Albuquerque 
Letícia Pires de Souza 
Vitor Oliveira de Souza 
 
 
 
 
RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
Diana Aparecida Nunes 
Fernanda Costa de Albuquerque 
Letícia Pires de Souza 
Vitor Oliveira de Souza 
 
 
 
 
RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina de Saúde Ambiental 
apresentado ao 1º Semestre do Curso de 
Enfermagem da Universidade Santo Amaro – 
UNISA, como requisito para avaliação parcial 
do primeiro semestre de 2021. 
Prof.ª Rosemara Melchior Valdevino Silva 
 
 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
1 RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ............................................................... 7 
1.1 Classificação dos Resíduos dos Serviços de Saúde ........................................ 7 
1.2 Acondicionamento dos RSS .............................................................................. 8 
Tabela 1 - Classificação, Caracterização e Acondicionamento dos residuos. ........ 9 
2 DESTINAÇÃO DOS RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ............................ 11 
Tabela 2 - Coleta de RSS pelos municípios no Brasil ........................................... 11 
Tabela 3 - Coleta de RSS pelos municípios nas regiões ....................................... 12 
Tabela 4 - Tipos de destinação dos RSS coletados pelos municípios (%) ............ 12 
3 COLETA E TRANSPORTE INTERNO ................................................................... 13 
3.1 Recomendações gerais ................................................................................... 13 
3.2 Recomendações específicas ........................................................................... 14 
4 ARMAZENAMENTO TEMPORARIO DOS RSS .................................................... 15 
4.1 Recomendações gerais ................................................................................... 15 
4.2 Armazenamento temporário externo dos RSS ................................................ 16 
4.3 Recomendações gerais ................................................................................... 16 
4.4 Recomendações específicas ........................................................................... 17 
5 COLETA E TRASNPORTE EXTERNO DOS RSS ................................................. 20 
5.1 Recomendações gerais ................................................................................... 20 
5.2 Recomendações específicas ........................................................................... 21 
6 TRATAMENTO DOS RSS ...................................................................................... 22 
Tabela 5 – Níveis de inativação microbiana de acordo com a EPA, EUA ............. 23 
7 RECICLAGEM DOS RSS....................................................................................... 26 
7.1 Matéria orgânica .............................................................................................. 26 
7.2 Papel................................................................................................................ 26 
 
 
7.3 Plásticos .......................................................................................................... 26 
7.4 Vidro ................................................................................................................ 27 
7.5 Metais .............................................................................................................. 27 
7.6 Resíduos da construção civil ........................................................................... 27 
8 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE .................. 28 
8.1 Lixão ou vazadouro ......................................................................................... 28 
Figura 1 - Vista de um lixão / vazadouro ............................................................... 28 
8.2 Aterro Sanitários .............................................................................................. 29 
Figura 2 – Aterro sanitário ..................................................................................... 29 
8.3 Aterro de resíduos perigosos (classe 1 – aterro industrial) .............................. 29 
Figura 3 - Aterro de residuos perigosos ................................................................. 30 
8.4 Valas sépticas .................................................................................................. 30 
Figura 4 - Tecnica de Valas asepticas .................................................................. 31 
8.5 Aterro Controlado ............................................................................................ 31 
Figura 5 - Aterro controlado ................................................................................... 31 
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 32 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33 
5 
 
INTRODUÇÃO 
Nos tempos atuais, a geração de resíduos consiste pelas diversas atividades 
humanas com uma grande complexidade a ser enfrentado pelas administrações 
municipais e nos centros urbanos ¹. 
A partir do século XX, a capacidade de absorção da natureza vem aumentando 
cada vez mais. Há alguns anos a população brasileira cresceu 16,8%, enquanto a 
geração de resíduos cresceu 48%, segundo a IBGE,1989/2000. Isso pode ser 
analisado na concepção dos produtos (alto grau de descartabilidade dos bens 
consumidos), e no aumento da produção (velocidade de geração), mas também nas 
características "não degradáveis" dos resíduos gerados. E vem aumentando a cada 
dia mais os diversos produtos com componentes e materiais de maior complexidade 
de degradação e maior toxicidade ¹. 
Os resíduos de serviços de saúde (RSS) são de extrema importância quando 
comparados com os resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade 
gerada, mas pelo risco que representam ao meio ambiente e à saúde da população ². 
 A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 222/2018 da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Resolução nº 358/2005 do Conselho Nacional de 
Meio Ambiente (CONAMA) definem os RSS como todo resíduo gerado em qualquer 
serviço prestador de assistência médica humana ou animal, e classifica-os em cinco 
grupos: grupo A – biológicos, grupo B – químicos, grupo C – radioativos, grupo D – 
comuns e grupo E – perfurocortantes 3. 
Quando o descarte de resíduos é feito de forma inadequado, acontecem danos 
ambientais que comprometem os recursos naturais, capazes de colocar em risco a 
qualidade de vida das atuais e futuras gerações. Os RSS acrescem dentro desta 
complexidade e vêm assumindo grande importância nos últimos tempos ¹. 
 Muitos dos resíduos gerados e manipulados nas instituições de saúde são 
considerados de grande risco, pelo fato de poderem afetar a saúde e causar danos 
ao meio ambiente, contaminando e poluindo o solo, o ar e a água. Tais riscos pode 
ser minimizado pelo seu correto gerenciamento, tanto no ambiente interno da 
instituição como no meio ambiente. Para tanto, cada organização deve ter o Plano de 
6 
 
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), evitando tanto a 
exposição dos trabalhadores como a de pessoas e do ambiente 4. 
Esses obstáculos vêm gerando políticas públicas e legislações tendo como eixo 
de orientação a preservação da saúde e a sustentabilidade do meio ambiente. Os 
maiores investimentos são realizados em sistemas e tecnologias de tratamento e 
minimização ¹. 
As normas que dispõem sobre o manejo dos resíduos dos serviços de saúde 
são publicadas pela AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela ABNT e 
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Em relação aos resíduos 
químicos, a Companhia Elétrica de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) 
trata dos resíduos provenientes dos serviços de saúde 4. 
 A Resolução Conama no 358/2005 dispõe sobre o tratamento e a disposição 
final dos resíduos de serviços de saúde. Estabelece os procedimentos mínimos para 
o gerenciamento de resíduos sólidos e semissólidos, responsabilizando os 
estabelecimentos pelo gerenciamento de seus resíduos 4 . 
O presente trabalho tem como objetivo identificar e mostrar o gerenciamento 
adequado dos resíduos de serviço de saúde visando à redução dos riscos sanitários 
e ambientais, para a melhoria da qualidade de vida e saúde das populações e ao 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
A RDC ANVISA nº 306/04, atualmente em vigência 222/2018 e a Resolução 
CONAMA no 358/2005, define como geradores de resíduos dos serviços de saúde 
(RSS) todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal. 
Para as normas brasileiras de terminologia, classificação, manuseio e coleta de 
resíduos e serviços de saúde, são definidos como RSS os resultantes das atividades 
exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, abrangendo os 
resíduos provenientes das mais diversas fontes potencialmente geradoras, como os 
serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de 
produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades 
de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as 
de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de 
controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, 
distribuidores produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades 
móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre 
outros similares e que por suas características, necessitam de processos 
diferenciados de manejo, exigindo ou não tratamento prévio para sua disposição final 
1,5 . 
 Os RSS são compostos por diversos materiais, dentre eles medicamentos, 
tecidos humanos, todo tipo de material contaminado por secreções, materiais 
químicos, tais como pilhas e lâmpadas, residuos comuns, orgânicos e inclusive 
plásticos e papeis. Esses resíduos constituem, em média, 1% do total de resíduos 
gerados em uma comunidade. Entretanto, são fontes potenciais de propagação de 
patologias e representam risco aos trabalhadores dos serviços de saúde e à 
comunidade em geral, quando gerenciados de maneira inadequada ³. 
 
1.1 Classificação dos Resíduos dos Serviços de Saúde 
Na medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de 
saúde, a classificação dos RSS vem sofrendo um processo de evolução contínuo, e 
como resultado do conhecimento e do comportamento destes perante o meio 
8 
 
ambiente e a saúde, é necessário estabelecer uma gestão segura com base nos 
princípios da avaliação e de gerenciamento dos riscos envolvidos na sua manipulação 
³. 
A ABNT, em sua NBR 10.004/2004, classifica os resíduos em perigosos e não 
perigosos, sendo os primeiros aqueles que contêm características de inflamabilidade, 
corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade ³. 
De acordo com a RDC ANVISA no 222/18 e Resolução CONAMA no 358/05, os 
RSS são classificados em cinco grupos: grupo A - resíduos com a possível presença 
de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de 
infecção; Grupo B - resíduos químicos; Grupo C - rejeitos radioativos; Grupo D - 
resíduos comuns e grupo E - materiais perfurocortantes ³. 
 
1.2 Acondicionamento dos RSS 
 Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes 
que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos 
recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada 
tipo de resíduo. Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos resistentes 
à ruptura e vazamento e impermeáveis, de acordo com a NBR 9191/2000 da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 6. 
 Deve ser respeitado o limite de peso de cada saco, além de ser proibido o seu 
esvaziamento ou reaproveitamento. Colocar os sacos em coletores de material 
lavável, resistente ao processo de descontaminação utilizado pelo laboratório, com 
tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, e possuir cantos 
arredondados. Os resíduos perfurocortantes devem ser acondicionados em 
recipientes resistentes à punctura, ruptura e vazamento, e ao processo de 
descontaminação utilizado pelo laboratório 6. 
9 
 
Tabela 1 - Classificação, Caracterização e Acondicionamento dos residuos. 
 
10 
 
 
Fonte: (Anvisa, 2006; Hospital Geral do Grajau - PGRSS, 2020) 
11 
 
2 DESTINAÇÃO DOS RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
Em 2010, 4.080 municípios prestaram os serviços de coleta, tratamento e 
disposição final de 221 mil toneladas de RSS, o correspondente a 1,156 kg por 
habitante/ano. Já em 2019, o volume coletado foi de 253 mil toneladas, com coleta 
per capita de 1,213 kg/ano. A capacidade instalada em unidades para tratamento de 
RSS por diversas tecnologias também ampliou, passando de 577 toneladas diárias 
para 1.314 toneladas/dia em uma década. Referente à destinação propriamente dita, 
embora os avanços observados no período analisado, cerca de 36% dos municípios 
brasileiros ainda destinaram os RSS coletados sem tratamento prévio, o que contraria 
as normas vigentes e apresenta riscos diretos aos trabalhadores, à saúde pública e 
ao meio ambiente 7. 
 
Tabela 2 - Coleta de RSS pelos municípios no Brasil 
 
Fonte: (ABRELPE, 2020) 
 
 
 
 
 
12 
 
Tabela 3 - Coleta de RSS pelos municípios nas regiões 
 
Fonte: (ABRELPE,2020) 
 
Tabela 4 - Tipos de destinação dos RSS coletados pelos municípios (%) 
 
Fonte: (ABRELPE, 2020) 
 
 
13 
 
3 COLETA E TRANSPORTE INTERNO 
A coleta e transporte interno dos RSS consistem na transferência dos resíduos 
dos pontos de origem até o local destinado ao armazenamento temporário ou 
armazenamento externo, com propósito de disponibilização para a coleta. É nesta 
fase que o processo se torna evidente para o usuário e o público, pois os resíduos 
são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns 1. 
 
3.1 Recomendações gerais 
A coleta e o transporte devem cumprir o roteiro previamente definido e devem 
ser realizados em horários, sempre que factível, não coincidentes com a distribuição 
de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de 
indivíduos ou atividades. A coleta deve ser executada separadamente, de acordo com 
o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos 1. 
A coleta interna de RSS deve ser elaborada com base no modelo de RSS, 
volume gerado, roteiros (itinerários), dimensionamento dos abrigos, regularidade, 
frequência de horários de coleta externa. Deve ser dimensionada considerando a 
quantidade de funcionários disponíveis, total de carros de coletas, EPIs e demais 
ferramentas e utensílios necessários 1. 
 O transporte interno dos recipientes deve ser efetuado sem esforço excessivo 
ou risco de acidente para o funcionário. Após as coletas, o funcionário deve higienizar 
as mãos ainda enluvadas, retirar as luvas e colocá-las em local próprio. Ressalte-se 
que o mesmo, também deverá higienizar as mãos antes de calçar as luvas e após 
retirá-las 1. 
Os equipamentos para transporte interno (carros de coleta) devem ser 
compostos de material rígido, lavável, impermeável e providos de tampa articulada ao 
próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, rodas revestidas de 
material que amenize o ruído. Devem ser identificadoscom o símbolo condizente ao 
risco do resíduo nele contido. Os recipientes com mais de 400 litros de capacidade 
devem possuir válvula de dreno no fundo 1. 
14 
 
O equipamento com rodas para o transporte interno de resíduos radioativos 
deve ser dotado de recipiente com sistema de blindagem, com tampa para 
acomodação de sacos de resíduos radioativos, devendo ser fiscalizado a cada 
operação de transporte e ser submetido à descontaminação, quando necessário. 
Indiferente do seu volume, não poderá possuir válvula de drenagem no fundo 1. 
A utilização de recipientes desprovidos de rodas requer que sejam respeitados 
os limites de carga permitidos para o transporte pelos funcionários, conforme normas 
reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego 1. 
 
3.2 Recomendações específicas 
Operação de coleta interna 1: 
− Os carros de coleta devem conter pneus de borracha e estar devidamente 
identificados com símbolos de risco; 
− Estabelecer turnos, horários e frequência de coleta; 
− Sinalizar o itinerário da coleta de forma apropriada; 
− Não utilizar transporte por meio de dutos ou tubos de queda; 
− Diferenciar as coletas de acordo com o tipo de resíduo; 
− Coletar resíduos recicláveis separadamente; 
− Realizar a manutenção preventiva dos carros para a coleta interna e higienizá-los 
ao final de cada coleta. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
4 ARMAZENAMENTO TEMPORARIO DOS RSS 
Consiste no armazenamento temporário dos recipientes contendo os resíduos 
acondicionados, em local próximo aos pontos de origem, visando agilizar a coleta no 
interior do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o 
ponto destinado à disponibilização para coleta externa 1. 
 
4.1 Recomendações gerais 
Conforme a distância entre os pontos de origem de resíduos e do 
armazenamento externo, poderá ser dispensado o armazenamento temporário, sendo 
o encaminhamento direto ao armazenamento para coleta externa 1. 
Não poderá ser realizado o armazenamento temporário com disposição direta 
dos sacos sobre o piso ou sobre piso, sendo indispensável a conservação dos sacos 
em recipientes de acondicionamento 1. 
Quando o armazenamento temporário for executado em local exclusivo, deve 
ser identificado como sala de resíduo podendo ser um compartimento adaptado, caso 
não tenha sido concebida na construção, desde que atenda às exigências legais ao 
ambiente. A quantidade de salas de resíduos será definida em função do porte, 
quantidade de resíduos, distância entre pontos de geração e layout do 
estabelecimento 1. 
Dependendo do volume de geração e da funcionalidade do estabelecimento, 
poderá ser utilizada a "sala de utilidades" de forma compartilhada. Neste caso, além 
da área mínima de seis metros quadrados destinados à sala de utilidades, deverá 
dispor, no mínimo, mais dois metros quadrados para armazenar dois recipientes 
coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo 1. 
A sala para armazenamento de recipientes de transporte interno de resíduos 
deve ter pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso, resistente ao tráfego dos 
recipientes coletores. Deve possuir iluminação artificial e área suficiente para 
armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores, para o posterior traslado até a área 
16 
 
de armazenamento externo. Para higienização é recomendável a existência de ponto 
de água e ralo sifonado com tampa escamoteável 1. 
No armazenamento temporário não é autorizada a remoção dos sacos de 
resíduos no interior dos recipientes coletores estacionados 1. 
Os resíduos de simples putrefação que venham a ser coletados por período 
superior a 24 horas de seu armazenamento devem ser conservados sob refrigeração 
e, quando não possível, ser submetidos a outro método de conservação 1. 
O local para o armazenamento dos resíduos químicos deve ser de alvenaria, 
fechado, com aberturas teladas para ventilação, com dispositivo que impeça a luz 
solar direta, pisos e paredes em materiais laváveis com sistema de retenção de 
líquidos 1. 
 
4.2 Armazenamento temporário externo dos RSS 
O armazenamento temporário externo consiste no acondicionamento dos 
resíduos em abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo e 
acesso facilitado para os veículos coletores, no aguardo da realização da etapa de 
coleta externa 1. 
 
4.3 Recomendações gerais 
O abrigo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de 
resíduos gerados, com capacidade de armazenamento compatível com a 
periodicidade de coleta do sistema de limpeza urbana local. Deve ser construído em 
ambiente exclusivo, com no mínimo, um ambiente separado para atender o 
armazenamento de recipientes de resíduos do grupo A juntamente com o grupo E e 
um ambiente para o grupo D 1. 
O local desse armazenamento externo de RSS deve apresentar as seguintes 
características 1: 
17 
 
− Acessibilidade: o ambiente deve estar localizado e construído de forma a permitir 
acesso facilitado para os recipientes de transporte e para os veículos coletores; 
− Exclusividade: o ambiente deve ser utilizado exclusivamente para o 
armazenamento de resíduos; 
− Segurança: o ambiente deve englobar condições físicas estruturais adequadas, 
impedindo a ação das mudanças climáticas e que indivíduos não autorizados ou 
animais tenham acesso ao local; 
− Higiene e saneamento: deve haver local para higienização dos carrinhos e 
contenedores; o ambiente deve conter boa iluminação e ventilação e ter pisos e 
paredes revestidos com materiais resistentes aos processos de higienização. 
 
4.4 Recomendações específicas 
O abrigo de resíduos do grupo A deve atender aos seguintes requisitos 1: 
− Ser construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas para 
ventilação, teladas, que possibilitem uma área mínima de ventilação 
correspondente a 1/20 da área do piso e não inferior a 0,20 m2; 
− Ser revestido internamente (piso e paredes) com material liso, lavável, 
impermeável, resistente ao tráfego e impacto; 
− Ter porta com tela de proteção contra roedores e vetores, de largura compatível 
com as dimensões dos recipientes de coleta externa; 
− Possuir símbolo de identificação, em local de fácil visualização, de acordo com a 
natureza do resíduo; 
− Possuir área específica de higienização para limpeza e desinfecção dos 
recipientes coletores e demais equipamentos utilizados no manejo de RSS. A área 
deve possuir cobertura, dimensões compatíveis com os equipamentos que serão 
submetidos à limpeza e higienização, piso e paredes lisos, impermeáveis, laváveis, 
ser provida de pontos de iluminação e tomada elétrica, ponto de água, canaletas 
de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgotos do 
estabelecimento e ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação. 
O estabelecimento gerador de resíduos de serviços de saúde, cuja produção 
semanal não exceda 700 litros e cuja produção diária não exceda 150 litros, pode 
18 
 
optar pela instalação de um abrigo reduzido. Este deve possuir as seguintes 
características 1: 
− Ser exclusivo para guarda temporária de RSS, devidamente acondicionados em 
recipientes; 
− Ter piso, paredes, porta e teto de material liso, impermeável, lavável, resistente ao 
impacto; 
− Ter ventilação mínima de duas aberturas de 10 cm x 20 cm cada (localizadas uma 
a 20 cm do piso e outra a 20 cm do teto), abrindo para a área externa. A critério da 
autoridade sanitária, essas aberturas podem dar para áreas internas do 
estabelecimento; 
− Ter piso com caimento mínimo de 2% para o lado oposto à entrada, com instalação 
de ralo sifonado ligado à rede de esgoto sanitário; 
− Ter identificação na porta com o símbolo de acordo com o modelo de resíduo 
armazenado; 
− Ter localização tal que não abra diretamente para áreas de permanência de 
pessoas, dando-se preferência a locais de fácil acesso a coleta externa. 
 
O abrigo de resíduos do grupo Bdeve ser projetado, construído e operado de 
modo a 1: 
− Ser em alvenaria, fechado, obter apenas aberturas teladas que possibilitem uma 
área de ventilação adequada; 
− Ser revestido internamente (piso e parede) com material de acabamento liso, 
resistente ao tráfego e impacto, lavável e impermeável; 
− Ter porta dotada de proteção inferior, impedindo o acesso de vetores e roedores; 
− Ter piso com caimento na direção das canaletas ou ralos; 
− Estar identificado, em local de fácil visualização, com sinalização de segurança - 
com as palavras RESÍDUOS QUÍMICOS - com símbolo; 
− Prever a blindagem dos pontos internos de energia elétrica, quando houver 
armazenamento de resíduos inflamáveis; 
− Ter dispositivo de forma a evitar incidência direta de luz solar; 
19 
 
− Ter sistema de combate a incêndio por meio de extintores de CO2 e PQS (pó 
químico seco); 
− Ter kit de emergência para os casos de derramamento ou vazamento, incluindo 
produtos absorventes; 
− Armazenar os resíduos constituídos de produtos perigosos corrosivos e 
inflamáveis próximos ao piso; 
− Observar as medidas de segurança recomendadas para produtos químicos que 
podem formar peróxidos; 
− Não receber nem armazenar resíduos sem identificação; 
− Organizar o armazenamento de acordo com critérios de compatibilidade, 
segregando os resíduos em bandejas; 
− Manter registro dos resíduos recebidos; 
− Manter o local trancado, impedindo o acesso de pessoas não autorizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
5 COLETA E TRASNPORTE EXTERNO DOS RSS 
A coleta externa consiste na remoção dos RSS do abrigo de resíduos 
(armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, através da 
utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de 
acondicionamento e a integridade dos funcionários, da população e do meio ambiente. 
Deve estar de acordo com as regulamentações do órgão de limpeza urbana 1. 
 
5.1 Recomendações gerais 
No transporte dos RSS podem ser utilizados diversos modelos de veículos, de 
pequeno a grande porte, dependendo das definições técnicas dos sistemas 
municipais. Em geral, para esses resíduos são utilizados dois tipos de carrocerias: 
montadas sobre chassi de veículos e do tipo furgão, ambas sem ou com baixa 
compactação, para evitar rompimento dos sacos. Estes, nunca devem ser retirados 
do suporte durante o transporte, para prevenção de ruptura 1. 
Os funcionários envolvidos na coleta e transporte dos RSS devem observar de 
forma precisa a utilização dos EPIs e EPCs corretamente 1. 
No caso de acidente de pequena dimensão, a equipe responsável da coleta 
externa deve remover os resíduos do espaço atingido, realizando a limpeza e 
desinfecção, mediante o uso dos EPIs e EPCs corretos. Em caso de acidente de 
grande dimensão, a empresa e/ou administração responsável pela execução da coleta 
externa deve notificar imediatamente os órgãos municipais e estaduais de controle 
ambiental e de saúde pública 1. 
Ao término do turno de trabalho, o veículo coletor deve ser higienizado e 
desinfectado, mediante a utilização de jato de água quente e sob pressão. Esses 
veículos não podem ser higienizados em postos de abastecimento comuns. O método 
de desinfecção do veículo deve ser fiscalizado por parte do órgão que licencia o 
veículo coletor 1. 
 
 
21 
 
5.2 Recomendações específicas 
 Para coleta de RSS do grupo A o veículo deve ter os seguintes requisitos 1: 
− Possuir superfícies internas lisas, de cantos arredondados e de forma a facilitar a 
higienização; 
− Impedir vazamentos de líquidos e ser provido de ventilação adequada; 
− Quando a forma de carregamento for manual, a altura de carga deve ser inferior a 
1,20 m; 
− Quando possuir sistema de carga e descarga, deve operar de forma a impedir o 
rompimento dos recipientes; 
− Quando forem utilizados contenedores, o veículo deve obter equipamento 
hidráulico de basculamento; 
− Para veículo com capacidade superior a 1 tonelada, a descarga pode ser 
mecânica; para veículo com capacidade inferior a 1 tonelada, a descarga pode ser 
mecânica ou manual; 
− Deve conter equipamentos auxiliares: pá, rodo, saco plástico de reserva, solução 
desinfetante; 
− Devem constar em local visível o nome da municipalidade, o nome da empresa 
coletora (endereço e telefone), a especificação dos resíduos transportáveis, com 
o número ou código estabelecido na NBR 10004, e o número do veículo coletor; 
− Sinalização externa; 
− Exibir a simbologia para o transporte rodoviário; 
− Ter documentação que identifique a conformidade para a execução da coleta, pelo 
órgão competente. 
 Para a coleta de RSS do grupo B, resíduos químicos perigosos, o veículo deve 
atender aos seguintes requisitos 1: 
− Observar o Decreto Federal no 96.044, de 18 de maio de 1988, e a Portaria Federal 
no 204, de 20 de maio de 1997; 
− Portar documentos de inspeção e capacitação, em validade, atestando a sua 
adequação, emitidos pelo Instituto de Pesos e Medidas ou entidade por ele 
credenciada. 
22 
 
6 TRATAMENTO DOS RSS 
O tratamento dos resíduos sólidos, são processos manuais, mecânicos, físicos, 
químicos ou biológicos que alterem as características dos resíduos, visando a 
prevenção do risco à saúde, a preservação da qualidade do meio ambiente, a 
segurança e a saúde do trabalhador 1. 
 Pela Resolução ANVISA no 306/04, o tratamento consiste na aplicação de 
método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos 
resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes 
ocupacionais ou de danos ao meio ambiente 1. 
O tratamento pode ser feito no estabelecimento gerador ou em outro local, 
observadas, nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o 
estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de RSS 
devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA 
no 237/97 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância 
sanitária e de meio ambiente 1. 
Há várias formas de se proceder ao tratamento: desinfecção química ou térmica 
(autoclavagem, micro-ondas, incineração) 1. 
Desinfecção para tratamento dos resíduos do grupo A - As tecnologias de 
desinfecção são a autoclavagem, o uso do micro-ondas e a incineração. Estas 
tecnologias alternativas de tratamento de resíduos de serviços de saúde permitem um 
encaminhamento dos resíduos tratados para o circuito normal de resíduos sólidos 
urbanos (RSU), sem risco para a saúde pública 1. 
De acordo com o documento Technical Assistance Manual: State Regulatory 
Oversight of Medical Waste Treatment Technology, da EPA, EUA, existem diversos 
níveis de inativação microbiana. Para as tecnologias de tratamento de resíduos de 
serviços de saúde, é necessário atingir pelo menos o nível 3 2. 
 
 
 
23 
 
Tabela 5 – Níveis de inativação microbiana de acordo com a EPA, EUA 
 
Fonte: (Anvisa, 2006) 
 
A descontaminação com utilização de vapor em altas temperaturas 
(autoclavagem) - É um tratamento que consiste em manter o material contaminado 
em contato com vapor de água, a uma temperatura elevada, durante período 
suficiente para destruir potenciais agentes patogênicos ou reduzi-los a um nível que 
não constitua risco. O processo de autoclavagem inclui ciclos de compressão e de 
descompressão de forma a facilitar o contato entre o vapor e os resíduos. Os valores 
usuais de pressão são da ordem dos 3 a 3,5 bar e a temperatura atinge os 135ºC. 
Este processo tem a vantagem de ser familiar aos técnicos de saúde, que o utilizam 
para processar diversos materiais hospitalares 1. 
O processo normal de autoclavagem comporta basicamente as seguintes 
operações 1: 
− Pré-vácuo inicial: criam-se condições de pressões negativas de forma a que na 
fase seguinte o vapor entre em contato com os resíduos; 
− Admissão de vapor: introdução de vapor na autoclavee aumento gradual da 
pressão de forma a criar condições para o contato entre o vapor e os resíduos e 
para destruição de invólucros que limitem o acesso do vapor a todas as superfícies; 
24 
 
− Exposição: manutenção de temperaturas e pressões elevadas durante um 
determinado período até se concluir o processo de descontaminação. 
De acordo com a carga a tratar, o operador define o tempo e a temperatura de 
cada ciclo 1; 
− Exaustão lenta: libertação gradual do vapor que passa por um filtro poroso com 
uma malha suficientemente fina para impedir a passagem de microrganismos para 
o exterior da autoclave. Diminuição gradual da pressão até a pressão de uma 
atmosfera; 
− Arrefecimento da carga: redução da carga até uma temperatura que permita a 
retirada dos resíduos da autoclave. 
Para verificar as condições de funcionamento dessas unidades pode ser feito 
um teste, de forma a ser atingido o nível de inativação 3, de acordo com o definido 
pela EPA. Esse sistema de tratamento deve estar licenciado pelo órgão ambiental 
competente 1. 
Após processados, esses resíduos sólidos tratados devem ser encaminhados 
para disposição final licenciada pelo órgão ambiental competente 1. 
Os efluentes líquidos gerados pelo sistema de autoclavagem devem ser 
tratados, se necessário, e atender aos limites de emissão dos poluentes estabelecidos 
na legislação ambiental vigente, antes de seu lançamento em corpo de água ou rede 
de esgoto 1. 
Tratamento com utilização de micro-ondas de baixa ou de alta frequência. É 
uma tecnologia relativamente recente de tratamento de resíduo de serviços de saúde 
e consiste na descontaminação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de 
baixa frequência, a uma temperatura elevada (entre 95 e 105ºC). Os resíduos devem 
ser submetidos previamente a processo de trituração e umidificação 1. 
Para verificar as condições de funcionamento dessas unidades pode ser feito 
um teste, de forma a ser atingido o nível de inativação 3, de acordo com o definido 
pela EPA. Esse sistema de tratamento deve estar licenciado pelo órgão ambiental 
competente 1. 
25 
 
Após processados, esses resíduos tratados devem ser encaminhados para 
aterro sanitário licenciado pelo órgão ambiental 1. 
Tratamento térmico por incineração - É um processo de tratamento de resíduos 
sólidos que se define como a reação química em que os materiais orgânicos 
combustíveis são gaseificados, num período prefixado. O processo se dá pela 
oxidação dos resíduos com a ajuda do oxigênio contido no ar 1. 
A incineração dos resíduos é um processo físico-químico de oxidação a 
temperaturas elevadas que resulta na transformação de materiais com redução de 
volume dos resíduos, destruição de matéria orgânica, em especial de organismos 
patogênicos 1. 
A concepção de incineração em dois estágios segue os seguintes princípios: 
temperatura, tempo de resistência e turbulência. No primeiro estágio, os resíduos na 
câmara de incineração de resíduos são submetidos a temperatura mínima de 800ºC, 
resultando na formação de gases que são processados na câmara de combustão. No 
segundo estágio, as temperaturas chegam a 1000ºC-1200ºC 1. 
Após a incineração dos RSS, os poluentes gasosos gerados devem ser 
processados em equipamento de controle de poluição (ECP) antes de serem liberados 
para a atmosfera, atendendo aos limites de emissão estabelecidos pelo órgão de meio 
ambiente. Dentre os poluentes produzidos destacam-se ácido clorídrico, ácido 
fluorídrico, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, metais pesados, particulados, 
dioxinas e furanos 1. 
Além dos efluentes gasosos gerados no sistema de incineração, ocorre a 
geração de cinzas e escórias da câmara de incineração de resíduos e outros 
poluentes sólidos do ECP, bem como efluentes líquidos gerados da atividade desse 
sistema de tratamento. As cinzas e escórias, em geral, contêm metais pesados em 
alta concentração e não podem, por isso, ir para aterros sanitários, sendo necessário 
um aterro especial para resíduos perigosos. Os efluentes líquidos gerados pelo 
sistema de incineração devem atender aos limites de emissão de poluentes 
estabelecidos na legislação ambiental vigente 1. 
 
26 
 
 7 RECICLAGEM DOS RSS 
A reciclagem é o processo em que há transformação do resíduo sólido que não 
seria aproveitado, com mudanças em seus estados biológicos, físicos ou químicos, 
de maneira a adquirir características ao resíduo para que possa ser fabricados novos 
tipos de produtos, segundo a RDC ANVISA n° 306/04 8. 
Os resíduos que mais são utilizados na reciclagem são: matéria orgânica, 
papel, plástico, entulhos, metal e vidro. Além de benefícios como: economia de 
energia, diminuição da quantidade de resíduos a ser disposta no solo e preservação 
de recursos naturais e outros 1. 
 
7.1 Matéria orgânica 
 Sua reciclagem vem por meio da decomposição da matéria orgânica derivado 
de restos de origem vegetal ou animal, por meio de processos biológicos microbianos. 
O resultado é chamado de composto ou compostagem e é aplicado no solo com a 
intenção de melhorar suas características, sem comprometer o meio ambiente 1. 
7.2 Papel 
Sua reciclagem é utilizada para a fabricação de novos papéis. Nem todo papel 
é possível ser feita a reciclagem. Em um estabelecimento que presta serviços à saúde, 
geralmente são encontrados matéria-prima nas embalagens, blocos de anotações, 
papel de escritório, incluindo os de carta, impressoras, copiadoras, folhetos e revistas 
1. 
7.3 Plásticos 
 Sua reciclagem é a convertimento de resíduos plásticos descartados no lixo 
em produtos novos. Em um estabelecimento que presta serviços à saúde podem ser 
encontrados plásticos, como: garrafas pets, frascos de detergentes ou produto de 
limpeza, baldes etc 1. 
27 
 
7.4 Vidro 
É um material 100% reciclável, material que resiste a altas temperaturas, não 
perdendo suas propriedades físicas ou químicas, além de não ser poroso. Suas 
embalagens podem ser reutilizadas outras vezes. Portanto, todas as embalagens de 
vidro, que não apresentem risco químico, biológico e radiológico, podem ser 
recicláveis 1. 
7.5 Metais 
Sua reciclagem também engloba os tipos de metais ferrosos e os não ferrosos. 
O que tem mais interesse lucrativo é o metal não ferroso, já que é o mais procurado 
pelas grandes indústrias. Latas de conservas alimentícias, de tinta à base de água, 
de óleo, de bebidas etc., não podem ser utilizadas para a reciclagem 1. 
7.6 Resíduos da construção civil 
Sua reciclagem é por meio do reaproveitamento de cacos ou restos de 
argamassa, madeira, concreto, tijolo, aço etc., derivados do desperdício em obras ou 
construção 1. 
A importância da reciclagem também está ligada ao desenvolvimento 
sustentável, que engloba, não só o meio ambiente, mas também aspectos sociais e 
econômicos. Isso porque, quando descartamos os produtos de forma adequada, 
agregamos valor ao processo e ao material, já que melhoramos os índices de 
reaproveitamento, barateamos o custo de produção e estimulamos o crescimento da 
reciclagem. Sendo assim a reciclagem vem se tornando uma atitude indispensável 
para a manutenção da saúde das pessoas e do planeta 9. 
 
 
 
 
28 
 
8 DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESIDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE 
 Consiste em uma dispensação total e definitiva de resíduos no solo ou em 
locais feitos previamente para serem despejados, obedecendo a critérios técnicos de 
construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a resolução 
CONAMA nº 237/97 1. 
 Existem várias formas de dispensação dos RSS, atualmente são utilizados: 
Aterro sanitário, aterro de residuos perigosos Classe 1 (para residuos industriais), 
aterro controlado, lixão ou vazadouro e valas 1. 
 
8.1 Lixão ou vazadouro 
 Este é considerado um método inadequado de disposição de resíduos sólidos 
e se caracteriza pela simples descarga de resíduos sobre o solo, sem medidas de 
proteção ao meio ambiente eà saúde. Devido a aparecimento de vetores 
indesejáveis, mau cheiro, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, 
presença de catadores, risco de explosões, devido à geração de gases (CH4) 
oriundos da degradação do lixo, é altamente prejudicial à saúde e ao meio ambiente 
1. 
 
Figura 1 - Vista de um lixão / vazadouro 
 
Fonte: (portalresiduossolidos, 2021) 
29 
 
8.2 Aterro Sanitários 
 Essa forma de dispensação de resíduos é considerada segura e controlada, 
pois garante a preservação ambiental e a saúde pública todo o sistema está baseados 
em critérios e normas operacionais especificas, garantindo assim a preservação 
ambiental e a saúde pública 1. 
 Este método consiste na compactação dos resíduos em camada sobre o solo 
devidamente impermeabilizado (empregando-se, por exemplo, um trator de esteira) e 
no controle dos efluentes líquidos e emissões gasosas. Seu recobrimento é feito 
diariamente com camada de solo, compactada com espessura de 20 cm, para evitar 
proliferação de moscas; aparecimento de roedores e baratas; espalhamento de 
papéis, lixo, pelos arredores; poluição das águas superficiais e subterrâneas 1. 
Figura 2 – Aterro sanitário 
 
Fonte: (cgc concessões, 2020) 
 
8.3 Aterro de resíduos perigosos (classe 1 – aterro industrial) 
 Tem como objetivo descartar os resíduos químicos no solo sem causar danos 
ou riscos ao meio ambiente ou a saúde pública, obedecendo as normas técnicas e 
30 
 
diminuindo os impactos ambientais utilizando métodos específicos de engenharia para 
o confinamento dos resíduos 1. 
Figura 3 - Aterro de residuos perigosos 
 
Fonte: (cgc concessões, 2020) 
 
8.4 Valas sépticas 
 Esta técnica, com a impermeabilização do solo de acordo com a norma da 
ABNT, é chamada de Célula Especial de RSS e é empregada em pequenos 
municípios. Consiste no preenchimento de valas escavadas impermeabilizadas, com 
largura e profundidade proporcionais à quantidade de lixo a ser aterrada. A terra é 
retirada com retroescavadeira ou trator que deve ficar próxima às valas e, 
posteriormente, ser usada na cobertura diária dos resíduos. Os veículos de coleta 
depositam os resíduos sem compactação diretamente no interior da vala e, no final do 
dia, é efetuada sua cobertura com terra, podendo ser feita manualmente ou por meio 
de máquina 1. 
31 
 
Figura 4 - Tecnica de Valas asepticas 
 
Fonte: (resíduos sólidos, 2019) 
 
8.5 Aterro Controlado 
 Trata-se de um lixão melhorado. Neste sistema os resíduos são descarregados 
no solo, com recobrimento de camada de material inerte, diariamente. Esta forma não 
evita os problemas de poluição, pois é carente de sistemas de drenagem, tratamento 
de líquidos, gases, impermeabilização etc 1. 
Figura 5 - Aterro controlado 
 
Fonte: (vr gestão residuos, 2020) 
32 
 
CONCLUSÃO 
 O gerenciamento de resíduos de serviço de saúde tornou-se obrigatório e 
importante em instituição que geram tais resíduos. Os resíduos sólidos gerados pelos 
serviços de saúde têm um grande risco de contaminação para saúde humana e ao 
meio ambiente trazendo assim muitos agravos. 
 Por isso seu correto tratamento e disposição final podem trazer benefícios para 
o meio ambiente e toda a população. O progresso alcançado com as normas que está 
em vigor pela ABNT principalmente as definições de tratamentos seguros e disposição 
final dos resíduos levam a ter um papel relevante e extremamente importante sobre o 
meio ambiente. 
 Embora existam evidências de uma tomada de consciência dos problemas 
ambientais e de saúde, o ser humano tem uma grande importância no meio em que 
vive ao mesmo tempo em que o influencia em inúmeras situações, como no que ao 
nível de higiene e de limpeza pública. Dessa forma, os resíduos de serviço de saúde 
fazem parte do montante de resíduos sólidos gerados nos municípios e, embora 
representem uma pequena parcela, devem ser estudados com atenção devido ao 
grau de periculosidade a eles atribuídos. 
 Sendo assim, podemos observar a importância da disposição final dos resíduos 
quanto ao descarte dos mesmos em ambientes previamente preparados e seguindo 
as normas colocadas em ação pela ABNT onde tem como objetivo ajudar e proteger 
o meio ambiente e a população. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de 
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde, Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 
 
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2021], Disponível em: https://www.ambientec.com/residuos-do-servico-de-saude/. 
 
3. Melo Charliene Pinto de, Barbosa Ludimila Borges, Souza Marise Ramos de, 
Barcelos Ivanildes Solange da Costa. Estudo descritivo sobre o gerenciamento de 
resíduos de serviços de saúde no município de Jataí, Goiás, 2010. Epidemiol, 
Serv, Saúde, 2013. 
 
4. Paulina K. Gerenciamento em Enfermagem, 3ª edição. 2016; Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730198/ [2020 Oct 20]. 
 
5. Cafure VA, Graciolli SRP. Os resíduos de serviço de saúde e seus impactos 
ambientais: uma revisão bibliográfica. Interações (Campo Grande) vol.16 no.2 
Campo Grande July/Dec. 2015. DOI: 10.1590/151870122015206 
 
6. FMUSP – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Programa de 
Gerenciamento de Residuos dos Serviços de Saúde – PGRSS USP, São Paulo, 
2009. 
 
7. ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. São Paulo, 2020. 
 
8. Brasil. Ecycle. Reciclagem: o que é e qual a importância. [Acesso em 25 de março 
de 2021], Disponível em: https://www.ecycle.com.br/2046-reciclagem. 
 
9. MeuResiduo. A importância da reciclagem para o meio ambiente. [Acesso em 31 
de março de 2021]. Disponível em: https://meuresiduo.com/categoria-1/a-
importancia-da-reciclagem-para-o-meio-ambiente/

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