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O que é Sociologia? A Sociologia é a disciplina que se ocupa de estudar a vida social humana, analisando as dinâmicas da sociedade como um todo e dos grupos singulares que a compõem. Utilizando de suas ferramentas específicas, é o campo do conhecimento que investiga as relações sociais entre diferentes grupos humanos, seus conflitos e conexões. Assim como o psicólogo se dedica a conhecer os elementos que regem o comportamento de um indivíduo, os sociólogos têm como missão compreender o funcionamento do comportamento coletivo. Porque a sociedade é como a conhecemos? Porque é tão diferentes de como era poucos séculos atrás? Essas são algumas questões centrais que animam o debate sociológico. A Sociologia nos ensina a observar o mundo a nossa volta sob um novo ângulo. Comportamentos e instituições que aparecem como naturais – como algo que sempre foi igual – aos olhos do sociólogo são fenômenos dotados de influências históricas e sociais. Ser sociólogo é aprender que algumas coisas, que percebemos como experiências individuais, na verdade são ações influenciadas pelo meio social em que crescemos e vivemos. As formas como refletimos essas profundas influências é objeto de estudo da Sociologia. A primeira vista, essa abordagem parece nos destituir de autonomia sobre nossas ações, mas a verdade é que ocorre o contrário. Ao conhecer as forças sociais que atuam sobre a nossa vida, ganhamos mais liberdade para tomar decisões de forma consciente. (Fragmento retirado do texto: O que é Sociologia? por Camila Betoni. Info Escola.) Como surgiu a Sociologia? A partir do século XV, a sociedade europeia vê-se em um turbilhão de mudanças significativas. Em primeiro lugar, temos o surgimento do capitalismo em sua forma mercantilista — quando os Estados recém-formados e unificados começam a traçar acordos comerciais e estabelecer novas rotas para compra e venda de produtos. Ademais, temos uma classe social que havia surgido no fim da Idade Média e começava a fortalecer-se, sobretudo em alguns lugares da Europa, como França e Itália, devido à participação no comércio mercantilista: essa classe é a burguesia. O fortalecimento da burguesia levou ao maior investimento na navegação e na descoberta de novas rotas comerciais pelos oceanos. Todo esse processo culminou na chegada e colonização dos povos europeus (em especial portugueses, espanhóis e, mais tarde, ingleses) em terras do continente americano, que até então eram desconhecidas pelos povos da Europa, da Ásia, da Índia e da África. O contato do homem branco com os nativos da América despertou nos europeus, detentores de uma maior tecnologia para a época em alguns aspectos, a ideia de que eram superiores culturalmente. Ao mesmo tempo, o europeu tinha curiosidade pela cultura e pelo modo de vida dos povos americanos, o que levou os primeiros exploradores das terras americanas a tentarem entender e classificar a cultura nativa. Isso resultou em um contato extremamente etnocentrista, pois o europeu via o nativo como inferior. Não obstante, esse contato também serviu como base para os primeiros sinais de um conhecimento que mais tarde fará parte do amplo conjunto de estudos, que, junto à sociologia, faz parte das ciências sociais: a antropologia. Mais tarde, a Europa viveu outras revoluções, dessa vez mais rápidas e intensas: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Na Inglaterra começam a surgir as primeiras indústrias, empreendidas por uma parte da burguesia que havia enriquecido muito com o comércio e com o empréstimo de dinheiro. No início do século XIX, o modo de produção industrial tomava conta de grandes centros urbanos europeus, como Londres e Paris. Por conta disso, houve intenso êxodo rural nesses locais, o que ocasionou uma explosão demográfica, seguida por vários problemas sociais decorridos da falta de emprego para todos: fome, miséria, violência, condições precárias de saneamento e, consequentemente, alastramento de epidemias. A vida nos centros urbanos para a população mais pobre era caótica. Mesmo para aqueles que conseguiam trabalhar nas indústrias, a vida era difícil, devido à desumana exploração de sua mão de obra por parte da burguesia, o que resultou em exaustivas jornadas de trabalho e baixa remuneração. No final do século XVIII, a Revolução Francesa causou um longo período de instabilidade política para os franceses, que, após o fim do Antigo Regime (a monarquia), viram-se diante de um vazio político que resultou em diversas experiências políticas, muitas das quais fracassaram. O cenário era de instabilidade política e econômica, fome, violência e desordem social. Diante disso, o filósofo francês Augusto Comte idealizou um projeto de melhoria e progresso social com base em um movimento que ficou conhecido como positivismo. O positivismo tinha como objetivo trazer o progresso à sociedade por meio do avanço científico, tecnológico, da ordem social e da disciplina individual. Para concretizar o seu projeto, Comte aceitou como necessária a criação de uma nova ciência que, tal como as ciências naturais, estudasse e classificasse a sociedade, a fim de entendê-la e modificá-la. No início, essa ciência foi batizada por Comte de física social. Mais tarde, ela seria nomeada pelo mesmo pensador como sociologia, que significa: ciência da sociedade. Assim, Comte ficou conhecido como o “pai” da sociologia. Apesar de propor a criação da ciência da sociedade, o trabalho de Comte, assentado no positivismo, não foi capaz de estabelecer um método preciso e único para o correto funcionamento da sociologia, pois não avançou muito além da especulação e da problematização filosófica. Diante disso, o escritor, professor, psicólogo e filósofo francês Émile Durkheim, ao resgatar e criticar o positivismo de Comte, estabelece o primeiro método de análise sociológica, baseado no que o pensador chamou de reconhecimento dos fatos sociais. Esse feito foi considerado o estabelecimento da sociologia como ciência bem estruturada, o que tornou Durkheim o primeiro sociólogo de fato. Esse, que era professor universitário, também introduziu a sociologia como disciplina no Ensino Superior, nos cursos de Direito, Psicologia e Pedagogia. Além de Durkheim, Karl Marx e Max Weber apresentaram métodos significativos para os estudos sociológicos, o que colocou esses três pensadores como a tríade da sociologia clássica. Para Marx, a sociologia deveria basear-se na produção material da sociedade, vista pelo pensador como uma histórica luta de classes entre exploradores e explorados, o que deu origem ao método materialista histórico dialético. Para Weber, a sociedade era composta pelo conjunto de ações humanas individuais, que deveriam pautar-se por modelos ideais para que fossem analisadas e comparadas. Por meio dos três primeiros métodos clássicos, a sociologia desenvolveu-se e incorporou a si o estudo de outras ciências que, juntas, compõem o conjunto das ciências sociais. São elas: a antropologia, a ciência política e a economia. Para aprofundar-se mais no tema, leia o texto: Surgimentoda sociologia. (Fragmento retirado do texto:Sociologia, por Francisco Porfirio. Brasil Escola.) ● Auguste Comte Nascido em Montpellier, na França, no ano de 1798, Isidore Auguste Marie François Xavier Comte foi um filósofo francês que ficou conhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade de uma ciência da sociedade (Sociologia) e por ter fundamentado, pela primeira vez, a teoria positivista. Comte era filho de uma família monarquista francesa tradicional e católica. Estudou na cidade de Montpellier até mudar-se para Paris, onde ingressou na Escola Politécnica. Após o fechamento temporário da Escola Politécnica, Comte retornou à sua cidade natal para estudar na Faculdade de Medicina. Em 1817, retornou à Escola Politécnica, em Paris, mas foi expulso por liderar manifestações dentro da instituição. Comte passou a escrever para jornais e dar aulas particulares, até que começou a trabalhar como secretário do Conde de Saint Simon, filósofo francês progressista que se auto proclamava um socialista (como ainda não existia o socialismo científico, de Marx e Engels, ele é classificado hoje como socialista ou socialista utópico). Saint Simon introduziu Comte no círculo intelectual francês de sua época e influenciou-o em muitos aspectos, o principal deles é o entendimento de que haveria uma marcha progressiva constante na história da humanidade, ou seja, que a humanidade sempre caminharia para o desenvolvimento. Também são ideias de Saint Simon que influenciaram o jovem Comte: a noção de que existem leis sociais — assim como a natureza obedece às leis da Física — e de que o conhecimento científico aperfeiçoa o ser humano. Comte passou a dedicar-se à formulação de sua doutrina positivista e, em 1822, publicou o Plano de trabalhos necessários para a reorganização da sociedade. O filósofo começou a redigir o seu Curso de Filosofia Positiva em 1830 e terminou o último dos seis volumes apenas no ano de 1842. Nos primeiros escritos, Comte já planejava um esboço da Sociologia, a qual nomeou de “Física Social”, em referência à semelhante organização por leis entre as ciências da natureza e a ciência da sociedade. O termo “sociologia” surgiu somente nos volumes do Curso de Filosofia Positiva. Comte já havia rompido o trabalho com Saint Simon devido à incompatibilidade de ideais. Em 1947, o filósofo fundou o que ele chamou de Religião da Humanidade, ou Religião Positivista. Essa seria uma doutrina que daria lugar à religião comum, colocando o homem e o desenvolvimento do estágio positivo da humanidade (a ciência e a crença no cientificismo) no lugar da ideia comum de Deus. As ideias de Comte conquistam adeptos fora da França, inclusive no Brasil – os militares que lideraram a Primeira República inspiraram-se na doutrina positivista. O filósofo morreu no ano de 1857, em Paris, aos 59 anos. Auguste Comte é considerado o “pai” da Sociologia. O filósofo é o primeiro a teorizar a necessidade de uma ciência que estudasse a sociedade, a fim de reorganizá-la e colocá-la nos trilhos certos para o maior desenvolvimento possível. Mesmo sendo de família monarquista, o filósofo apostava no acerto da Revolução Francesa: o fim do Antigo Regime. Para ele, os ideais republicanos soavam como o despertar de um novo tempo que abriria caminho para as ciências e a tecnologia desenvolverem-se plenamente. Porém, a Revolução Francesa havia deixado um período de caos e instabilidade social na França. A Revolução Industrial, impulsionada na primeira metade do século XIX, principalmente pelo motor movido a vapor, também era crucial para o desenvolvimento. No entanto, muitos problemas tinham resultado da grande explosão demográfica dos centros urbanos decorrente da Revolução Industrial, como o desemprego, a miséria e a forte desigualdade social. Comte enxergava que seria necessário criar uma ciência que conseguisse teorizar todos esses fatores para apontar possíveis saídas para eles. Comte propôs uma ciência chamada, em um primeiro momento, de Física Social e, depois, de Sociologia. Era essa que seria capaz de aplicar o método de observação e experimentação das ciências da natureza na sociedade. Esse método encontraria as mesmas estruturas e leis que existem na Física, porém na sociedade. Nascia aí a Sociologia, que seria mais bem delimitada, mais tarde, com o pensador Émile Durkheim, que criou um método de operação próprio para a Sociologia. Comte também foi o primeiro teórico a estabelecer as raízes do positivismo. Segundo o pensador, o positivismo era o que o ser humano tinha criado de mais profundo e organizado: a observação e o entendimento da natureza com base no trabalho científico. Politicamente, o positivismo seria expresso pelo trabalho integrado entre ciência e política, visando ao desenvolvimento da sociedade. Para explicar a sua teoria positivista, o filósofo estabeleceu a Lei dos Três Estados, que descrevia os três estágios de desenvolvimento da humanidade. ● Estado teológico: o ser humano, em seus primórdios, necessitava encontrar explicações para os fenômenos naturais. Essas explicações eram fornecidas por narrativas mitológicas e religiosas, pois, ao não conseguirem explicar a natureza, os homens criaram seres sobrenaturais para fundamentarem as suas explicações. ● Estado metafísico: esse segundo ponto de desenvolvimento consiste no início da Filosofia. O ser humano já não se contentava mais com as explicações religiosas e passou a formular teorias racionais para conjecturar as possíveis causas dos efeitos observados na natureza. Nesse estágio, ainda há a prevalência do raciocínio sem a observação da própria natureza. ● Estado positivo: esse estágio seria o mais desenvolvido da humanidade. O ser humano entendeu que, para encontrar respostas sobre a natureza, ele deveria procurar as explicações na própria natureza. Nesse ponto, haveria o desenvolvimento das ciências e de um modo de pensar o mundo por meio do entendimento desse como algo que está dado fisicamente. O estágio positivo seria marcado pela Física, pela Biologia (ciência que, junto com a Sociologia, seria a mais desenvolvida para Comte) e pela busca incessante do progresso. Auguste Comte foi fortemente influenciado por Saint Simon, principalmente pelo entendimento da História enquanto marca de uma marcha constante rumo ao progresso. Também foi influenciado por cientistas, como Newton e Galileu. Algumas especulações positivistas podem ter relação com a teoria evolucionista, de Darwin, mas não como as ideias de Herbert Spencer (também um dos primeiros postuladores da Sociologia), que formulou o Darwinismo Social. No entanto, não se pode dizer que Comte tenha sido influenciado por Darwin, até mesmo por questões cronológicas. Comte influenciou a teoria sociológica de Émile Durkheim, que elaborou uma crítica ao pensamento comtiano. O positivismo junto ao Materialismo Histórico Dialético, de Karl Marx, representam dois expoentes antagonistas, mas que explicam os dois rumos principais pelos quais a Filosofia e a historiografia do século XIX caminharam. Comte organizouum curso de Filosofia que resultou na escrita da obra Curso de Filosofia Positiva, dividida em seis tomos e escrita entre 1830 e 1842. O livro trata de diversos assuntos, como a necessidade do estabelecimento da Sociologia e a importância de recorrer-se à ciência, pois o progresso inteiro e pulsante da humanidade estaria no conhecimento científico. No entendimento de Comte, a ciência não deveria ser vista como uma forma de acúmulo de conhecimento pelo próprio conhecimento, mas porque esse acúmulo resultaria no desenvolvimento da humanidade. O ser humano consegue, por meio da ciência, entender a natureza, a complexa sociedade (com a Sociologia), desenvolver as tecnologias que melhoram a sua vida e modificar o seu meio político. A política seria, na teoria comtiana, fortemente influenciada pelo conhecimento científico, que ensinaria a necessidade da ordem para a obtenção da glória e do progresso. (Fragmento retirado do texto:Auguste Comte, por Francisco Porfirio. Brasil Escola.) ● Karl Marx Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, economista, jornalista e teórico político alemão. Junto a Friedrich Engels, elaborou uma teoria política que embasou o chamado socialismo científico. Suas contribuições para a Filosofia Contemporânea incluem, além da análise social e econômica, um novo conceito de dialética, baseado na produção material da humanidade. Seu conceito dialético, chamado de materialismo histórico dialético, proporciona uma nova visão para a análise social e científica sobre a história da sociedade. Ao analisar a produção material da Europa, no século XIX, Marx identificou a marcante desigualdade e a exploração de uma classe detentora dos meios de produção (burguesia) sobre a classe explorada (proletariado), o que marcou profundamente a sua carreira. Karl Marx nasceu em 1818, na cidade de Tréveris, então território da Prússia. Apesar de ser um dos maiores críticos do capitalismo e da divisão de classes sociais, ele nasceu no seio de uma família de classe alta alemã. Seu pai foi um bem-sucedido advogado e conselheiro de governo. Marx estudou no Liceu Friedrich Wilhelm, tendo uma formação, desde cedo, condizente com a sua classe social. Aos dezessete anos de idade, Marx ingressou no curso de Direito da Universidade de Bonn, seguindo os passos do pai. Porém, o jovem universitário encontrou as festas e a vida boêmia. A fim de cortar o estilo de vida que o filho levava, Heinrich Marx, seu pai, transferiu-o para a Universidade de Berlim. Lá, o contestador e desafiador Marx conheceu o curso de Filosofia, área de estudo em que se formaria. Na Faculdade de Filosofia da Universidade de Berlim, Marx foi aluno e discípulo do grande filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, pessoa que influenciou a sua produção teórica, principalmente com o conceito de dialética. Nos seus anos em Berlim, Marx mostrou-se um grande crítico de governos e governantes, com inclinações para a crítica social. Aos 23 anos de idade, Marx defendeu sua tese em Filosofia, obtendo o título de doutor, o que lhe proporcionou o ingresso na carreira acadêmica. No entanto, por conta de sua ávida crítica ao governo prussiano, o filósofo foi vetado nas universidades, o que o obrigou a trabalhar como jornalista. Pouco mais de um ano que Marx entrou para a redação de um jornal prussiano, de cunho socialista, a censura fechou a publicação. No mesmo ano em que Marx perdeu o emprego no jornal, 1943, casou-se em segredo com Jenny von Westphalen. No mesmo ano, mudou-se para Paris, tendo contato com os ideais socialistas que influenciaram fortemente a sua produção intelectual. O casal Karl Marx e Jenny von Westphalen teve sete filhos e quatro deles morreram ainda na infância, por conta da situação precária em que viveram durante muito tempo, causada pela falta de dinheiro. Com a recusa de empregos para Marx e sua carreira instável no jornalismo, o casal viveu por muito tempo apenas de partes que receberam das heranças de seus pais. As posições radicais de Marx legaram-lhe diversas expulsões de territórios prussianos, alemães e franceses, sendo expulso de vez de Colônia, na Alemanha, em 1848. Também em 1848, publicou o Manifesto Comunista, junto a Engels, o que deu início à obra marxista, que compôs o que chamamos hoje de socialismo científico. Marx estabeleceu-se na Inglaterra, em 1849. Desde 1843 até o fim de sua vida, Marx sobreviveu dos restos de heranças, da ajuda de Friedrich Engels e de artigos que escrevia vez ou outra para jornais. A partir de sua estada em Londres, o filósofo passou a desenvolver a sua obra mais importante, O Capital, além de livros que se tornaram referências para os estudos de Sociologia, de Economia e sobre o socialismo. O filósofo faleceu no ano de 1883, dois anos após o falecimento de sua esposa, em virtude de complicações respiratórias causadas pelo uso excessivo de tabaco. Marx desenvolveu uma densa e extensa obra que abarca importantes conceitos filosóficos, econômicos e históricos, além de abrir caminho para uma ampliação do método sociológico. Porém, o filósofo ficou mais conhecido por sua teoria de análise e crítica social, que reconhecia uma divisão de classes sociais e a exploração de uma classe privilegiada e detentora dos meios de produção sobre uma classe dominada. O conjunto de seus conceitos importantes compõe o que Marx denominou de materialismo histórico dialético, um método de análise social e histórica baseado na luta de classes. Logo no início do Manifesto Comunista, Marx e Engels afirmam que "a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes|1|". Essa frase icônica representa o cerne do que é o marxismo: o reconhecimento de que diferentes classes sociais são transpassadas por relações de dominação. Dentro da teoria geral marxista, alguns conceitos sobressaem-se por sua ampla importância dentro do próprio sistema marxista. São eles: ● Infraestrutura: pautada na economia e por sua centralidade na esfera produtiva, que é o principal eixo compositor do materialismo histórico. A infraestrutura envolve a divisão do trabalho, a produção e suas relações, a compra, o comércio etc. ● Superestrutura: é um conjunto de instituições e normas que mantém a ideologia social e a lógica de exploração funcionando. São elementos da superestrutura o Estado, as leis, a religião e a cultura. ● Mais-valia: é a diferença entre o preço de matéria-prima e produção de uma mercadoria e o preço do trabalho e o custo dos meios de produção da mesma mercadoria. ● Alienação: há uma separação evidente entre o trabalhador e o fruto de seu trabalho. A mais-valia, que nos processos de produção manufaturados beneficiava os artesãos, no processo de produção capitalista, beneficia o dono dos meios de produção e tira dos trabalhadores a capacidade de se reconhecer no seu próprio trabalho. ● Burguesia: é a classe detentora dos meios de produção. ● Proletariado: é a classe operária. Após a constatação do processo de dominação, Marx apresentou como possível solução a Revolução do Proletariado, que seria uma revolta da classe operária que tomaria consciênciade sua classe, de sua força e das injustiças vividas. Essa revolução derrubaria o Estado e implantaria uma ditadura do proletariado, que teria como missão acabar com a propriedade privada e minar, aos poucos, a diferença de classes sociais. O fim disso seria, supostamente, o comunismo, ou seja, a forma perfeita do socialismo, de acordo com o teórico. As contribuições de Marx para a História, para a Filosofia e a formulação de um novo modo de análise social, voltada para a crítica do capitalismo, foram fundamentais para a disseminação da Sociologia e para sustentar um método sociológico mais sólido. A teoria crítica do capitalismo fundada por Marx e Engels esclareceu alguns fatores que a análise de Durkheim (Junto a Karl Marx e Max Weber, Durkheim compõe a tríade dos pensadores clássicos da Sociologia) sobre as sociedades capitalistas industriais não aborda. Na juventude de Marx, a Sociologia ainda não tinha surgido como uma ciência metódica e acadêmica, pois o responsável pela formulação do método sociológico foi o francês Émile Durkheim. Porém, os conceitos presentes na obra de Marx, não somente os que dizem respeito à teoria marxista ou ao socialismo, deixaram para os sociólogos posteriores respostas sobre uma lógica capitalista de um sistema de privilégios, em que uma classe sobrepõe-se à outra e sobre o funcionamento interno do mercado e da produção. (Fragmento retirado do texto:Karl Marx, por Francisco Porfirio. Brasil Escola.) ● Max Weber Entre os grandes pensadores da Sociologia, Max Weber (1864-1920) é considerado um dos autores mais influentes. Seus trabalhos possuem enorme abrangência de assuntos e voltam-se para áreas do pensamento político, do Direito, da História e da Economia. Essa característica acabou tornando-se altamente valorosa por razões aparentes: o mundo social está em contato direto com todos esses ramos aos quais Weber dedicou seus trabalhos. Tendo sido precedido por outros dois grandes pensadores da área da Sociologia, Karl Marx e Émile Durkheim, Weber também tentou compreender as mudanças sociais que se desenvolviam no cerne das grandes cidades que viviam a Revolução Industrial. Por meio de estudos com base em observações empíricas, Weber identificou pontos centrais sobre os quais construiu conceitos-chave que serviram como base do restante de suas teorias. Talvez o conceito mais importante da teoria weberiana seja o de “ação social”, que, segundo o autor, deveria ser o principal objeto de estudo da Sociologia. Weber estava mais preocupado com aspectos mais próximos ao indivíduo justamente por acreditar que não era apenas a estrutura das instituições ou a situação econômica do sujeito que motivaria suas ações. Para Weber, as ideias, as crenças e os valores eram os principais catalizadores das mudanças sociais. Ele acreditava que os indivíduos dispunham de liberdade para agir e modificar a sua realidade. A ação social seria, portanto, qualquer ação que possuísse um sentido e uma finalidade determinados por seu autor. Em outras palavras, uma ação social constitui-se como ação a partir da intenção de seu autor em relação à resposta que deseja de seu interlocutor. As relações humanas e, por sua vez, as ações que estão inseridas no contexto dessas relações possuem sentido graças aos seus atores. Para que se compreenda o processo de comunicação e de interação social, é necessário que se compreenda o sentido das ações que ali existem e, ainda mais importante, o objetivo do autor da ação em seu esforço comunicativo. Para melhor clarificar a explicação, podemos exemplificar com a ação de um aperto de mãos, que, genericamente, pode conter uma infinidade de significados. No entanto, o autor da ação, ao realizá-la, pretende que seu interlocutor apreenda o sentido que desejou incutir em seu ato, e não apenas que ele entenda o sentido genérico do ato de apertar as mãos. Weber ainda salientou quatro tipos de ações sociais: a ação racional com relação a fins, a ação racional com relação a valores, a ação afetiva e a ação tradicional. A ação racional com relação a fins refere-se às ações tomadas com um fim específico em mente, isto é, o autor busca atingir um objetivo e age racionalmente para atingi-lo. Já a ação racional com relação a valores refere-se a ações que são tomadas segundo os valores morais do sujeito que a pratica. A ação afetiva configura-se quando um sujeito age com base em seus sentimentos sem levar em consideração o fim que deseja atingir. A ação tradicional está relacionada com o agir baseado no costume e no hábito, isto é, o sujeito age pelo pressuposto da tradição sem o apoio da razão. O trabalho de Weber estende-se também a um fenômeno que ele acredita ser de grande importância para o mundo moderno e que está relacionado com as mudanças estruturais, culturais e sociais que as sociedades modernas passaram no decorrer do tempo. Trata-se da “racionalização do mundo social”, isto é, mudanças profundas no cerne do pensamento do indivíduo moderno e das instituições do Estado, como a gradual construção do capitalismo e a monstruosa explosão do crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da reordenação das organizações tradicionais que predominavam até então. A preocupação de Weber estava em tentar apreender os processos pelos quais o pensamento racional, ou a racionalidade, impactou as instituições modernas, como o Estado e os governos, e, ainda, o âmbito cultural, social e individual do sujeito moderno. Em sua denominação das diversas formas de racionalidade, Weber fez distinção de duas principais formas: a racionalidade formal e a racionalidade substantiva. ● Tipos de racionalidade A racionalidade formal relaciona-se com as formas metódicas e calculistas do sistema jurídico e econômico das sociedades modernas. Está ligada aos aparelhos institucionais que se estruturam de forma burocrática, organizando-se em uma hierarquia delimitada por regras fixas. A racionalidade substantiva aproxima-se da racionalidade formal, mas se difere em sua conduta, que não é voltada para fins. Isso quer dizer que ela leva em consideração o contexto social em que se insere, sendo racional quanto à disposição dos valores que orientam aquele mundo social específico. ● Tipos ideais Outra contribuição de Weber para o pensamento sociológico foi a conceituação dos tipos ideais, ferramenta teórica amplamente usada ainda hoje. O estabelecimento de tipos ideais não busca construir tipologias genéricas nem mesmo busca classificar de maneira inflexível o objeto em questão, como é o caso das classificações que encontramos nas ciências naturais. Os tipos ideais servem como parâmetro de observação, um conceito teórico abstrato com características delineadas que serve apenas como ponto de comparação entre o objeto observado e a abstração teórica. Trata-se de modelos conceituais que raramente, ou quase nunca, existem integralmente. Dessa forma, é possível que olhemos, por exemplo, para o sistema político de um país munidos de um tipo ideal, como o da democracia, e, a partir da comparação, classificá-locomo sendo ou não uma nação democrática em um ou outro sentido. Nessa comparação, ainda que não sejam observadas todas as características de um modelo de democracia, esse sistema político ainda poderia ser considerado como democrático se a maior parte de sua organização fosse condizente com a de um modelo democrático. De todas as formas, a Sociologia compreensiva de Max Weber representou grandes avanços teóricos para o pensamento sociológico. O valor de seu trabalho é inestimável, de forma que grande parte dos trabalhos que investigam fenômenos recentes busca auxílio em suas obras. (Fragmento retirado do texto Max Weber,, por Lucas Oliveira. Brasil Escola.) ● Émile Durkheim Émile Durkheim foi um psicólogo, filósofo e sociólogo francês do século XIX. Junto a Karl Marx e Max Weber, compõe a tríade dos pensadores clássicos da Sociologia. Apesar de Auguste Comte ter cunhado o termo Sociologia e estabelecido as necessidades de uma ciência que estudasse a sociedade, foi Durkheim quem formulou as regras do método sociológico e emancipou a Sociologia como uma ciência autônoma. Durkheim também foi o primeiro docente a ocupar uma cátedra de Sociologia em uma universidade. David Émile Durkheim nasceu em Épinal, na França, em 15 de abril de 1858, em uma família tradicional de rabinos. Estudou no Liceu Louis-Le-Grand e na Escola Normal Superior de Paris, instituições tradicionais. A formação das instituições francesas da época foi alvo de crítica por Durkheim, que, mais tarde, afirmou haver nas escolas uma formação muito literária e pouco científica. Seus estudos incluíam Direito e Economia (sua formação acadêmica inicial), Filosofia (disciplina que lecionou em liceus franceses), Ciências da Natureza, principalmente a Biologia de Herbert Spencer, pensador que marcou profundamente os seus estudos em relação aos modelos biológicos de aplicação sociológica, e a Psicologia, por meio do Laboratório de Psicologia Experimental, de Wilhelm Wundt. Seus estudos variados induziram Durkheim a procurar modelos biológicos e sociais conjuntos e também a tecer um olhar diferenciado para a Antropologia. O conjunto de fatores resultou na formulação da teoria dos fatos sociais, que afirmaria a primazia do entendimento de fatos gerais que marcam as sociedades (como leis), os quais seriam maiores e mais facilmente explicáveis que as questões individuais psicológicas. A maior ambição (e mais tarde o maior fato consumado) do pensador na época era criar um campo de estudos das Ciências Sociais totalmente autônomo, que não dependesse dos domínios de outras ciências, como a Biologia e a Psicologia, e não dependesse dos modelos demasiadamente abstratos da Filosofia que Comte tinha legado ao trabalho sociológico. Aos 29 anos de idade, Durkheim passou a integrar o corpo docente da Universidade de Bordéus, como encarregado de cursos, criando e ocupando a primeira cátedra de Sociologia no ensino superior. A partir daí foi marcado o início oficial da Sociologia enquanto disciplina e ciência autônoma, apesar das primeiras ideias e o nome terem surgido anos antes com o filósofo francês Auguste Comte. Toda a produção intelectual de Durkheim, a partir de 1887, voltou-se para o estudo da Sociologia e do entendimento do que ele chamou de fatos sociais, que seriam leis gerais que regem as sociedades e conferem ao cientista a chave para o estudo sociológico. Em 15 de novembro de 1917, Durkheim faleceu na cidade de Paris após ter apoiado intelectualmente e com forte apelo nacionalista a França na Primeira Guerra Mundial. Podemos contar vários pensadores que influenciaram Durkheim para a formulação do montante de sua obra. Duas das principais mentes que marcaram os inícios dos estudos de Durkheim são o antropólogo e biólogo inglês Herbert Spencer, um dos teóricos do liberalismo clássico, e Alfred Espinas, biólogo, filósofo e sociólogo estudioso de Comte, que durante certo período de sua vida mostrou-se adepto ao positivismo. Durkheim criticou algumas ideias de Comte quanto à Sociologia, o que demonstra as influências sofridas pelo pensador considerado o criador do método sociológico por aquele que é considerado o “pai” da Sociologia (Comte). Para Durkheim, apesar da pretensão oposta, o modelo sociológico comtiano é demasiadamente filosófico, pois a base do positivismo e da Sociologia é a lei dos três estados, que não recorre a um método preciso de observação e estudo rigoroso de uma sociedade. A Sociologia, enquanto ciência bem estruturada, deve ter um método próprio que garanta que ela não caia nas contradições e na apressadas conclusões do senso comum. Se existe uma ciência das sociedades, é de desejar que ela não consiste simplesmente numa paráfrase dos preconceitos tradicionais, mas nos faça ver as coisas de maneira diferente da sua aparência vulgar; De fato, o objeto de qualquer ciência é fazer descobertas, e toda descoberta desconcerta mais ou menos as opiniões herdadas. Se existe uma ciência da sociedade com estatuto científico, ela deve partir de um método rigoroso que impeça a interferência tradicional. Os modelos anteriores, como o de Comte, levam o sociólogo a cair em um modelo de dedução metafísica filosófica que, segundo Durkheim, teria mais utilidade para fazer uma filosofia da história do que para construir uma ciência da sociedade. O sociólogo deve buscar entender os fatos comuns da sociedade, os fatos sociais, como “coisas” objetivas. Uma das tarefas do sociólogo é, então, compreender esses fatos que organizam a sociedade de determinado local e determinada época, como a educação. Deve-se ter em mente, porém, que, apesar das diferenças, existem estruturas organizacionais que regem essas sociedades e moldam-nas de maneira mais ou menos similar, ou seja, apesar das diferenças de época e lugar, existem sempre elementos em comum determinados pelos fatos sociais que possibilitam ao sociólogo traçar um método científico de observação. Os fatos sociais são distinguidos pela “sua exterioridade em relação às consciências individuais” e pela “ação coerciva que exerce ou é suscetível de exercer sobre essas mesmas consciências”. Isso significa dizer que os fatos sociais são maiores que qualquer consciência individual e eles criam o que o sociólogo chamou de consciência coletiva. Não há, por conta da coercitividade dos fatos sociais, maneira de uma consciência psicológica individual (uma pessoa) agir de livre e espontânea vontade, infringindo as regras sociais, sem que ela não seja acusada ou punida depois, ou não seja, ao menos, incompreendida. Importantes elementos encontrados nas sociedades que atuam como dados de análise para o sociólogo são as formas de coesão. Essas formas de coesão delineiam o modo como a sociedade comporta-se, o tipo de Direito e de Justiça exercidos nessa sociedade e o modo de solidariedade que organiza tal sociedade. Também há a determinação da divisão social do trabalho, que é diferente em cada tipo de sociedade. As duas principais formas de coesão são formadas pela: ● Solidariedade mecânica: delineia as sociedades mais antigas e rudimentares,sem a influência do capitalismo. A sociedade como um todo é fechada como um mecanismo autônomo. Há aqui maior coesão social e ausência da divisão social do trabalho, que fecha a sociedade e promove a ajuda mútua entre as pessoas. Também há uma forma de direito mais primitiva que considera o ato social indesejado um crime contra toda a sociedade e que deve ser exemplarmente punido por meio do suplício público e do castigo físico. ● Solidariedade orgânica: como um organismo que necessita de várias peças e mecanismos distintos para funcionar, são as sociedades mais desenvolvidas e sob influência do capitalismo. Há a divisão social do trabalho e a desigualdade social, que fecha os grupos em seus interiores e promove a solidariedade apenas entre os grupos fechados que enxergam a irmandade apenas entre si e não com os outros. Durkheim entende que o suicídio é um fato social presente em todas as sociedades, variando apenas os números e os tipos de suicídio desenvolvidos em diferentes sociedades. Ele considera o suicídio como “toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima.” Isso significa que o suicídio é classificado como tal apenas quando há a intenção do suicida de provocar a própria morte, deixando de lado os casos acidentais ou de imprudência. Existem três tipos de suicídio que marcam as sociedades e variam, de acordo com cada lugar e cada tempo. São eles: ● Suicídio egoísta: quando o ego pessoal sobrepõe-se ao ego social, e o indivíduo não suporta a vida e não vê, na sociedade, motivos para continuar vivo. ● Suicídio altruísta: quando o ego social é maior que o ego individual, e o sujeito encerra a própria vida por uma ação maior que ele, em benefício da sociedade. São exemplos os pilotos kamikaze da Segunda Guerra Mundial, que chocavam seus próprios aviões contra os alvos. ● Suicídio anômico: acontece em situação de anomia social, ou seja, desordem e caos. Geralmente ele acontece em situações de crise e guerra, nas quais as pessoas sentem-se afetadas pela anomia e não vêm sentido em viver daquela maneira ou têm a mente afetada pelo caos. (Fragmento retirado do texto:Émile Durkheim, por Francisco Porfirio. Brasil Escola.) Sociologia no Brasil É sabido que desde os primeiros passos dessa ciência a Sociologia dedica-se ao desenvolvimento de estudos que tem como objeto as interações sociais, a organização das sociedades e inevitavelmente também os conflitos entre as classes sociais. A própria América Latina é um exemplo de como a Sociologia, especialmente no início do século XX, mostrou-se fortemente influenciada pelas teorias marxistas. Isso ocorre num momento onde os olhares voltavam-se principalmente para os problemas do subdesenvolvimento no continente, desenvolvendo importantes reflexões. O surgimento da Sociologia no Brasil, também conhecida como Sociologia Brasileira, teve início a partir das décadas de 1920 e 1930, quando os estudiosos dessa área passaram a se dedicar a pesquisas que visavam construir um entendimento acerca da formação da sociedade brasileira analisando temáticas cruciais para essa compreensão. Assim, eles voltaram-se para estudos referentes a escravatura e a abolição, estudos sobre índios e negros e o êxodo dessas populações, e mesmo análises sobre o processo de colonização. A compreensão desses assuntos mostrou-se realmente uma vez que se buscava compreender a formação da sociedade brasileira. Isso porque a formação da população brasileira, das relações de trabalho e da consciência e cidadania, passava inevitavelmente pela compreensão destas temáticas. (Fragmento retirado do texto Sociologia Brasileira.Portal Sociologia.) ● Principais Sociólogos Brasileiros ❏ Florestan Fernandes Florestan Fernandes foi importantíssimo para o desenvolvimento de estudo sociológico em nosso país, isto porque sempre mostrou-se extremamente comprometido com estudos de perspectivas teórico-metodológicas esforçando-se no âmbito da fundamentação da Sociologia enquanto ciência. Foi também crucial sua atuação no desenvolvimento e orientação de pesquisas do processo de industrialização e mudanças sociais no Brasil. ❏ Darcy Ribeiro Darcy Ribeiro, antropólogo, escritor e político brasileiro, desenvolveu trabalhos fundamentalmente nas áreas de educação, sociologia e antropologia. Sua principal obra “O Povo Brasileiro” traz impressões de um importantíssimo estudioso que observou durante muito tempo as características de nosso povo pensando sua formação e sua organização social. Darcy é muito conhecido também por seus trabalhos desenvolvidos a partir das temáticas voltadas para os povos indígenas, com riquíssimas observações e relatos antropológicos. ❏ Gilberto Freyre Gilberto Freyre é sem dúvida reconhecido como um dos maiores nomes da Sociologia no Brasil. Portugal, o mundo ibérico e a presença portuguesa nos trópicos frequentemente são temas de seus escritos, demonstrando o papel desse povo na formação de civilizações modernas nos trópicos. Mais uma vez percebe-se o anseio da compreensão da formação da sociedade e do povo brasileiro, principal questão que move os estudos dos precursores da Sociologia em nosso país. ❏ Sérgio Buarque de Holanda Sérgio Buarque de Holanda é reconhecido como um dos mais importantes historiadores brasileiros, mas demonstra também importante influência e participação na área da Sociologia. Um de seus principais trabalhos, intitulado “Raízes do Brasil” aborda aspectos centrais da formação da cultura brasileira e do processo de formação da sociedade, que como vimos, é a preocupação mais recorrente dos grandes sociólogos do Brasil. Nesta obra, mais uma vez aparece em lugar de destaque, a importância do legado português no Brasil e a dinâmica de transferências culturais que se dava entre metrópole e colônia. ❏ Caio Prado Junior Outro estudioso que se dedicou a esta temática tão cara à Sociologia Brasileira foi Caio Prado Junior que publicou a clássica obra “Formação do Brasil Contemporâneo” que deveria ser parte de uma coletânea dedicada a pensar justamente a evolução histórica brasileira desde o período colonial, tendo mais uma vez como tema central a formação da sociedade e do povo brasileiro desde a chegada dos portugueses. ❏ Fernando Henrique Cardoso Por fim, e não menos importante, Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, é uma dos mais conhecidos sociólogos da contemporaneidade. Entre suas obras mais divulgadas estão diversos títulos que tratam de política e governo, no entanto seu trabalho de cunho sociológico dava-se inicialmente na área voltada para a teoria do desenvolvimento econômico e das relações internacionais. Foi também um dos ideólogos da corrente desenvolvimentista. Além disso atualmente é bastante conhecido por sua atuação em movimentos pró descriminalização das drogas. (Fragmento retirado do texto Sociólogos Brasileiros.Portal Sociologia.) ______________________________________ REFERÊNCIAS GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. GIANNOTTI, J. A. Durkheim: vida e obra. In: DURKHEIM, E. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural,1983. DURKHEIM, E. As Regras do Método Sociológico. Tradução de Margarida Garrido Esteves. In: DURKHEIM, E. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 73. _____. As Regras do Método Sociológico. Tradução de Margarida Garrido Esteves. In: DURKHEIM, E. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 87. _____. O suicídio. Tradução de Luz Cary, margarida Garrido e J. Vasconcelos Esteves. In: In: DURKHEIM, E. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 166. ENGELS, F.; MARX, K.; . Manifesto Comunista. Trad. Álvaro Pina. Introdução e organização de Oswaldo Coggiola. São Paulo: Boitempo, 2002, p. 40 PORFíRIO, Francisco. "Auguste Comte"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/auguste-comte.htm. Acesso em 14 de abril de 2020 PORFíRIO, Francisco. "Émile Durkheim"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/emile-durkheim.htm. Acesso em 14 de abril de 2020. PORFíRIO, Francisco. "Karl Marx"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/karl-marx.htm. Acesso em 14 de abril de 2020. RODRIGUES, Lucas de Oliveira. "Introdução à teoria de Max Weber"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/introducao-teoria-max-weber.htm. Acesso em 14 de abril de 2020. Sociologia Brasileira. Portal Sociologia. Disponível em: http://www.sociologia.com.br/sociologia-no-brasil/. Acesso em 14 de abril de 2020. Sociólogos Brasileiros. Portal Sociologia. Disponível em: http://www.sociologia.com.br/sociologos-brasileiros/. Acesso em 14 de abril de 2020.
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