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2020 2 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA [EADH100 - B2]

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Publicado em 2011, o Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011, define sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), que “[...] compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS” (BRASIL, 2011, online).
Tendo em mente as regulamentações do decreto, considere o caso de C. J. V, de 39 anos, que iniciou radioterapia como parte de seu tratamento para combater um câncer de mama. Há quatro meses, ela descobriu um nódulo durante uma consulta de rotina na Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro e, por esse motivo, a enfermeira que fazia o atendimento solicitou uma mamografia. Desde então, a paciente tem sido acompanhada por um hospital especializado em tratamento oncológico e por sua equipe de saúde da família. Hoje, durante a consulta com a médica de sua equipe, a paciente relatou que vem apresentando bastante enjoo e, por vezes, termina por vomitar. A paciente mencionou, ainda, que o oncologista que a acompanha no hospital especializado prescreveu uma medicação para enjoo, o Dimenidrinato, porém, ela não conseguiu ter acesso a este nem na farmácia hospitalar nem na da UBS.
BRASIL. Decreto n. 7508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm. Acesso em: 20 jan. 2020.
 
Com base em seu conhecimento adquirido sobre a RENAME, qual seria a medida a ser tomada pela médica visando à garantia de tratamento à paciente e evitando a necessidade de abertura de processo judicial? Fundamente sua resposta.
O acesso aos medicamentos essenciais constitui um dos eixos norteadores das políticas de medicamentos (Portaria GM nº 3.916, de 30 de outubro de 1998) e de assistência farmacêutica (Resolução CNS nº 338, de 6 de maio de 2004).
Os medicamentos são a intervenção terapêutica mais utilizada e constituem uma tecnologia que exerce alto impacto sobre os gastos em saúde. Portanto, é fundamental ao Sistema único de Saúde (SUS) que o processo de sua incorporação esteja baseado em critérios que possibilitem à população o acesso a medicamentos mais seguros, eficazes e custo-efetivos, para atendimento aos principais problemas de saúde dos cidadãos brasileiros.
Nesse sentido é que o Ministério da Saúde reafirma a relevância da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), um elemento técnico-científico que oriente a oferta, a prescrição e a dispensação de medicamentos nos serviços do SUS.
Para ter acesso aos medicamentos previstos na Rename, o usuário precisa ter sido atendido pelo SUS, com prescrição feita por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no Sistema, em conformidade também com os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. Além disso, a prescrição deve estar de acordo com a relação complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos e a distribuição acontece em unidades indicadas pelo SUS. 
Feito o pedido, é fundamental ter comprovante de protocolo da solicitação feita perante a Secretaria de Saúde e aguardar um prazo razoável para a resposta que estimamos ser de, no mínimo, 15 dias.
Em caso de negativa ou de ausência de resposta, o paciente poderá ajuizar a ação judicial e requerer o tratamento médico em sede de liminar.

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