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Aula 08 - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e Estabilidade

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8ºAula
FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE 
SERVIÇO – FGTS E ESTABILIDADE
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
• compreender a dinâmica do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
• compreender os principais aspectos motivadores da estabilidade;
• identificar as situações em que o empregado tem direito a estabilidade especial;
• identificar as situações e o processo de dispensa do empregado estável.
Prezados amigos, chegamos ao final da nossa caminhada. Espero que 
tenhamos atingido o nosso objetivo, que foi de proporcionar ao acadêmico 
conhecimento suficiente sobre a relação de trabalho subordinado e sua 
dinâmica, de modo a prevenir e administrar os conflitos dela decorrentes e 
sua repercussão no campo social. Para finalizar nossos trabalhos, estudaremos 
nesta última aula, dois assuntos de extrema relevância: o Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço e a estabilidade. Antes, porém, vamos ver quais são os 
objetivos de aprendizagem e as seções de estudo desenvolvidas nesta aula.
Bons estudos!
81
Direito Aplicado III (Legislação Trabalhista) 80
Seções de estudo
1 – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
2 – Noções gerais sobre a estabilidade
3 – Estabilidades especiais e demissão do empregado 
estável
1 - Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço (FGTS)
Introdução
O primeiro regime jurídico que visou proteger o tempo 
de serviço do empregado foi o previsto no artigo 478 da CLT. 
Todavia, esse regime levava os empregados mais antigos à 
estabilidade no emprego, se contassem com 10 anos ou mais 
de serviço na mesma empresa.
Essa possibilidade de aquisição da estabilidade era motivo 
de acentuada insatisfação pelos empresários que alegavam que 
o trabalhador estável se tornava menos produtivo. Além disso, 
não contemplava a possibilidade de dispensa por motivo 
empresas.
Em razão da pressão dos empresários e interesse do 
Estado, foi editada a Lei nº 5.107/66, hoje revogada, criando 
um sistema alternativo que extinguiria com a estabilidade e, 
em contrapartida, dava outras vantagens, como o direito aos 
valores depositados mesmo nos casos de pedido de demissão 
(levantados depois de algum tempo e não com a terminação 
do contrato). O regime do Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço era facultativo na época e liberou o mercado. 
Praticamente todos os empregados admitidos após a lei, já se 
viam obrigados a “optar” pelo novo regime desde a admissão.
Esses dois sistemas – estabilidade do artigo 478 da CLT 
e o FGTS – conviveram entre o período de 1967 até 1988, 
quando a Constituição Federal generalizou o sistema do 
FGTS, estabelecendo em seu artigo 7º, inciso III que se trata 
de um direito de todos os trabalhadores urbanos e rurais.
Atualmente, a Lei nº 8.036/90 e o Decreto nº 99.684/90 
regulam o benefício.
Resumindo:
O FGTS é uma conta bancária aberta pelo empregador, 
na Caixa Econômica Federal, em nome do empregado e 
constituída de depósitos mensais feitos pelo empregador, 
na razão de 8% sobre a remuneração do empregado, e este 
poderá movimentar tais recursos nas hipóteses previstas pela 
lei.
depósito feito em conta bancária vinculada, compulsório, a 
ser recolhido pelo empregador em nome do empregado, com 
frequência mensal, em valor correspondente a 8% do salário 
direto e indireto, acrescido de todos os demais componentes 
do salário, inclusive sobre o décimo terceiro salário, férias e 
a) compor, gradualmente, uma indenização 
compensatória pelo tempo de serviço prestado à empresa, 
a qual pode ser sacada mediante os eventos previstos na 
legislação regulamentadora do fundo; 
b) ser usada por empréstimo compulsório pelo Sistema 
Financeiro da Habitação, junto com o saldo de todas as 
outras contas vinculadas de todos os trabalhadores, para o 
infraestrutura urbana, pelo prazo máximo de 25 anos, com 
juros de 3% ao ano, cujos valores serão devolvidos às contas 
mencionadas, para manter o volume necessário de liquidez do 
sistema, por ocasião da movimentação de contas. 
Essa não é uma de nição jurídica, nem legal, mas um resumo do que 
é o FGTS.
Todo trabalhador tem direito a esses depósitos?
Têm direito ao FGTS os empregados urbanos e rurais e 
os trabalhadores avulsos, bem como o empregado doméstico, 
nos termos do art. 21 da LC nº 150/2015.
Os depósitos são devidos enquanto durar o contrato 
de trabalho, salvo nos períodos de suspensão contratual. 
Quando o contrato estiver suspenso em virtude de acidente 
de trabalho ou serviço militar, o FGTS será devido, por ser 
uma exceção prevista do artigo 4º da CLT e do artigo 28 do 
Decreto nº 99.684/90.
Você sabia?
CLT, artigo 4º, parágrafo único - Computar-se-ão, na contagem 
de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, 
os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho 
prestando serviço militar ... (VETADO) ... e por motivo de acidente do 
trabalho. 
Decreto nº 99.684/90, Art. 28 - 0 depósito na conta vinculada do 
FGTS é obrigatório também nos casos de interrupção do contrato de 
trabalho prevista em lei, tais como: 
I - prestação de serviço militar; 
II - licença para tratamento de saúde de até quinze dias; 
III - licença por acidente de trabalho; 
IV - licença à gestante; e 
V - licença-paternidade. 
(...)
Quem administra o FGTS?
Até outubro de 1988 o FGTS foi gerido pelo extinto 
Banco Nacional da Habitação, quando sua gestão passou à 
Caixa Econômica Federal. O FGTS é constituído pelos saldos 
das contas vinculadas e de outros recursos incorporados, 
como as transferências durante a transição da gestão do Banco 
Nacional da Habitação para a Caixa Econômica Federal, 
dotações orçamentárias, resultados das aplicações do fundo 
no Sistema Habitacional, multas, correção monetária e juros 
Um Conselho Curador foi estabelecido pela Lei nº 8.036 
e seu decreto regulamentador. O conselho tem a competência 
para: a) estabelecer as diretrizes e os programas de aplicação 
dos recursos do FGTS de acordo com as políticas de 
82
81
desenvolvimento do Governo Federal; b) apreciar e aprovar 
os programas anuais e plurianuais do FGTS; c) acompanhar 
e avaliar a gestão e os resultados; d) pronunciar-se sobre as 
contas do FGTS; e) adotar providências cabíveis para corrigir 
atos que prejudiquem o desempenho e o cumprimento das 
seu regimento interno. 
Esse Conselho Curador é composto pelos ministros da 
área econômica e social, pelos presidentes do Banco Central do 
Brasil e da Caixa Econômica Federal, por três representantes 
dos trabalhadores e três representantes dos empregadores.
A gestão efetiva é da Caixa Econômica Federal, que 
obedece às normas emitidas pelo Conselho Curador. As 
aplicações dos recursos do FGTS, por imposição legal, só 
à habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana. 
Essa conta vinculada ao FGTS, na Caixa Econômica, rende 
alguma coisa?
Rende sim. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas 
serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros 
e capitalizarão juros de 3% ao ano, nos termos do artigo 13 
da Lei nº 8.036/90.
Diga-se de passagem que os juros cobrados dos mutuários 
sempre são maiores do que aqueles pagos aos titulares das 
contas vinculadas. Logo, o governo sempre tem lucros com o 
regime do FGTS.
Qual é a base de cálculo do FGTS?
O recolhimento mensal do FGTS corresponde a 8% da 
remuneração do empregado. Toda parcela que tiver natureza 
salarial, mesmo que paga de forma eventual, inclusive o 13º 
salário serve de base de cálculo do FGTS. De acordo com o 
artigo 15, § 6º da Lei nº 8.036, está compreendido no conceito 
de remuneração as parcelas que a Previdência Social considera 
salário-contribuição. Além disso, enquanto que o empregado 
estiver transferido para o exterior, continuará a ter direito ao 
FGTS calculado sobre o total da remuneração.
SUM-63 FUNDO DE GARANTIA
A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide 
sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas 
extras e adicionais eventuais.
SUM-148 GRATIFICAÇÃO NATALINA
É computável a grati caçãode Natal para efeito de cálculo de 
indenização.
OJ-SDI1-232 FGTS. INCIDÊNCIA. EMPREGADO TRANSFERIDO 
PARA O EXTERIOR. REMUNERAÇÃO. 
O FGTS incide sobre todas as parcelas de natureza salarial pagas ao 
empregado em virtude de prestação de serviços no exterior.
Existem algumas exceções, como podemos observar no 
quadro abaixo:
Exceções:
• para o APRENDIZ, a alíquota é de 2% (artigo 15, § 7º da Lei nº 
8.036;
SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. 
INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, 
está sujeito a contribuição para o FGTS.
OJ-SDI1-195 FÉRIAS INDENIZADAS. FGTS. NÃO-INCIDÊNCIA. 
Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.
O que é a indenização adicional de 40%?
O artigo 10, inciso I do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias estabeleceu uma indenização 
adicional de 40% que deverá ser depositada na conta vinculada 
do empregado, conforme o artigo 18 da Lei nº 8.036/90, verbis:
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de 
obrigado a depositar na conta vinculada do 
trabalhador no FGTS os valores relativos aos 
depósitos referentes ao mês da rescisão e ao 
imediatamente anterior, que ainda não houver 
sido recolhido, sem prejuízo das cominações 
legais. 
§ 1º Na hipótese de despedida pelo 
empregador sem justa causa, depositará este, 
na conta vinculada do trabalhador no FGTS, 
importância igual a quarenta por cento do 
montante de todos os depósitos realizados na 
conta vinculada durante a vigência do contrato 
de trabalho, atualizados monetariamente e 
acrescidos dos respectivos juros. 
§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa 
recíproca ou força maior, reconhecida pela 
Justiça do Trabalho, o percentual de que trata 
o § 1º será de 20 (vinte) por cento. 
(...)
Logo, o empregado que for despedido sem justa causa 
terá direito à uma indenização adicional de 40% sobre o total 
dos depósitos efetuados pelo empregador na conta vinculada, 
mesmo que tenha havido algum saque durante o período de 
vigência do contrato.
O cálculo da indenização de 40% sobre o FGTS deverá 
ser feito com base no saldo da conta vinculada na data do 
efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderando a 
projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão 
legal.
83
Direito Aplicado III (Legislação Trabalhista) 82
CURIOSIDADE
OJ-SDI1-42 FGTS. MULTA DE 40%.
I - É devida a multa do FGTS sobre os saques corrigidos 
monetariamente ocorridos na vigência do contrato de trabalho. Art. 
18, § 1º, da Lei nº 8.036/90 e art. 9º, § 1º, do Decreto nº 99.684/90.
II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no 
saldo da conta vinculada na data do efetivo pagamento das verbas 
rescisórias, desconsiderada a projeção do aviso prévio indenizado, 
por ausência de previsão legal.
Exceções:
• 20% no caso de culpa recíproca; e
• 20% no caso de força maior.
• Limitada a 80% no caso de extinção contratual por acordo entre 
empregado e empregador. 
Quando o empregado pode sacar os valores depositados na 
conta vinculada do FGTS?
O artigo 20 da Lei nº 8.036/90 estabelece as hipóteses em 
que o empregado pode movimentar os recursos depositados 
na sua conta do FGTS:
a) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de 
culpa recíproca e de força maior (nos dois últimos casos, o 
valor será calculado em 20%, conforme vimos anteriormente) 
e por acordo entre empregado e empregador;
b) extinção total da empresa, fechamento de quaisquer 
de parte de suas atividades, declaração de nulidade do 
contrato de trabalho nas condições do artigo 19-A, ou ainda 
falecimento do empregador individual sempre que qualquer 
dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, 
comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, 
quando for o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
c) aposentadoria concedida pela Previdência Social; 
d) falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus 
Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões 
por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento 
do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na 
lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento 
do interessado, independente de inventário ou arrolamento; 
e) pagamento de parte das prestações decorrentes de 
Financeiro da Habitação (SFH), obedecidas as condições 
estabelecidas;
f) liquidação ou amortização extraordinária do saldo 
condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre 
SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para cada 
movimentação; 
g) pagamento total ou parcial do preço de aquisição de 
moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social não 
construído, observadas as condições impostas pela lei;
h) quando o trabalhador permanecer três anos 
ininterruptos fora do regime do FGTS, podendo o saque, 
neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do 
titular da conta. 
i) extinção normal do contrato a termo (por prazo 
determinado), inclusive o dos trabalhadores temporários 
regidos pela Lei nº 6.019/74;
j) suspensão total do trabalho avulso por período igual 
ou superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração 
k) quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes 
for acometido de neoplasia maligna; 
l) aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, 
regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, permitida 
a utilização máxima de 50 % (cinquenta por cento) do saldo 
existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço, na data em que exercer a 
opção;
m) quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes 
for portador do vírus HIV;
n) quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes 
estiver em estágio terminal, em razão de doença grave, nos 
termos do regulamento;
o) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 
setenta anos;
p) necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra 
de desastre natural, conforme disposto em regulamento, 
observadas as condições legais; e
q) integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o 
disposto na alínea “i” do inciso XIII do art. 5º desta Lei, 
permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do 
saldo existente e disponível na data em que exercer a opção.
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de 
acessibilidade e de inclusão social.
Você sabia?
O Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
- FI-FGTS, criado por autorização da Lei nº 11.491, de 20 de junho 
de 2007, é constituído nos termos disciplinados pela Instrução CVM 
nº. 462, de 26 de novembro de 2007, e por resoluções do Conselho 
Curador do FGTS, sob a forma de condomínio aberto, com prazo 
de duração indeterminado, regido por um Regulamento e pelas 
disposições legais e regulamentares que lhe forem aplicáveis. 
O FI-FGTS tem por objetivo proporcionar a valorização das cotas 
por meio da aplicação de seus recursos na construção, reforma, 
ampliação ou implantação de empreendimentos de infra-estrutura 
em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia e saneamento. 
Você sabia?
Por m, duas formas de terminação do contrato de trabalho não 
permitem a movimentação do saldo da conta vinculada: quando o 
empregado pede demissão, ou quando ambos tomam a iniciativa de 
encerrar a relação de emprego.
84
83
Os valores relativos ao FGTS e a indenização adicional podem 
ser pagos diretamente ao empregado?
Não pode. É proibido fazer pagamentos referentes ao 
FGTS diretamente ao empregado, pois segundo o artigo 
9º do regulamento, ocorrendo despedida sem justa causa, 
ainda que indireta, com culpa recíproca por força maior ou 
extinção normal do contrato de trabalho a termo, inclusive 
a do trabalhador temporário, deverá o empregador depositar, na 
conta vinculada do trabalhador no FGTS, os valores relativos aos 
depósitos referentes ao mês da rescisão e, ao imediatamente 
anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo 
das cominações legais cabíveis.
Quanto a indenizaçãoadicional, o regulamento determina 
que, no caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta, 
o empregador depositará na conta vinculada do trabalhador no FGTS, 
importância igual a quarenta por cento do montante de 
todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a 
vigência do contrato de trabalho atualizados monetariamente 
e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para 
A conta vinculada do FGTS está sujeita a penhora por dívidas 
do empregado?
A conta vinculada do FGTS não está sujeita a penhora judicial, 
nos termos do artigo 2º, § 2º da Lei nº 8.036/90. 
Quando prescrevem os créditos relativos ao FGTS?
Nós já vimos que a prescrição dos créditos trabalhistas 
é regulada pela própria Constituição, no artigo 7°, XXIX, 
estabelecendo que as ações quanto aos créditos resultantes 
das relações de trabalho prescrevem em 5 anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a 
extinção do contrato de trabalho.
Contudo, em relação ao FGTS, o artigo 23, § 5°, da Lei 
8.036/90, estabeleceu a prescrição trintenária em relação aos 
depósitos não-realizados na conta vinculada do trabalhador.
Assim, interpretando o dispositivo legal juntamente com 
a Constituição, extinto o pacto de emprego, o trabalhador teria 
o prazo de 2 anos para reclamar em juízo o não recolhimento 
da contribuição para o FGTS relativamente aos últimos 30 
anos (prescrição trintenária).
Ocorre que o Plenário do Supremo Tribunal Federal 
(STF) declarou a inconstitucionalidade das normas que 
previam prazo prescricional de 30 anos para ações relativas 
a valores não depositados no Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço (FGTS). O entendimento é o de que o FGTS está 
7º, inciso III) como direito dos trabalhadores urbanos e rurais 
e, portanto, deve se sujeitar à prescrição trabalhista, de cinco 
anos.
Em consequência, o TST atualizou seu entendimento de 
acordo com a decisão do STF, dando nova redação à súmula 
362. Assim, para os casos cujo termo inicial da prescrição – 
ou seja, a ausência de depósito no FGTS – ocorra após a data 
do julgamento, aplica-se, desde logo, o prazo de cinco anos. 
Para aqueles em que o prazo prescricional já esteja em curso, 
aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contados do termo 
inicial, ou cinco anos, a partir do julgamento.
Curiosidade
SUM-362 FGTS. PRESCRIÇÃO 
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 
13.11.2014, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra 
o não-recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo 
de dois anos após o término do contrato;
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso 
em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar 
primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir 
de 13.11.2014 (STF- ARE-709212/DF).
2 - Noções gerais sobre a estabilidade
A segurança é considerada a segunda das necessidades 
básicas do ser humano, logo após a sobrevivência, segundo os 
estudiosos das teorias de motivação humana. O emprego 
proporciona a sua sobrevivência no momento, assim como a 
estabilidade do emprego, em tese, garante a sua segurança ao 
longo de um prazo. A aspiração do empregado, portanto, em 
sentir-se garantido na sua fonte de sobrevivência, que é a 
estabilidade no emprego, é absolutamente natural, e foi 
captada pelos legisladores e instituições sociais. A segurança é 
é aquele que aceita arcar com todos os riscos de um 
empreendimento, motivado pelos benefícios que obterá com 
o seu sucesso. A livre iniciativa é direito assegurado a todos os 
cidadãos, embora poucos possuam os requisitos naturais de 
tal escolha. A maioria das pessoas prefere optar pela segurança, 
mesmo que subordinada, em lugar da liberdade com risco. A 
partir desses fatos sociais, organizam-se a sociedade, 
distribuindo o trabalho, e o Estado, regulamentando-o.
A estabilidade no emprego consiste na garantia da 
manutenção do emprego a todos os trabalhadores com 
contratos de trabalho por tempo indeterminado, salvo por 
motivo justo. Tal estabilidade, também chamada de 
estabilidade relativa, garantiria a continuidade no emprego, 
mesmo contra a vontade do empregador, que só poderia 
despedir o empregado se este cometesse falta grave.
Assim, a estabilidade é o direito de o empregado manter-
se no emprego, independentemente da vontade do 
empregador, que só poderá 
dispensá-lo na hipótese de 
falta grave.
No Brasil, as primeiras 
disposições legais sobre 
tal matéria criaram a 
estabilidade após dez 
anos de trabalho, também 
chamada de estabilidade 
decenal. Inicialmente, 
em 1923, os ferroviários, com a chamada Lei Eloy Chaves. 
Nos anos seguintes estendeu-se gradualmente aos demais 
https://lh5.googleusercontent.com. 
Acesso em: 10 nov. 2018
85
Direito Aplicado III (Legislação Trabalhista) 84
trabalhadores, até que a CLT consagrou o instituto, em 1943.
A dispensa sem justa causa é disciplinada pela CLT pelos 
superados por legislação posterior à Lei nº 5.107, de 1966, que 
criou o FGTS como opção à mencionada estabilidade decenal 
e que foi transformado em direito pela Constituição Federal 
de 1988, em seu artigo 7°, inciso III, como já estudado na 
seção anterior.
É oportuno lembrar que os artigos 477 e 478 acima 
mencionados asseguram ao empregado dispensado sem 
justa causa uma indenização equivalente ao valor da maior 
remuneração por ano de serviço e fração igual ou superior 
a seis meses. Assim, na hipótese de o empregado contar oito 
anos e dez meses de serviço para o mesmo empregador, faria 
jus a uma indenização equivalente a nove salários, calculados 
sobre a maior remuneração percebida. Essa é a chamada 
indenização pelo tempo de serviço.
Caso o empregado ultrapassasse o décimo ano de trabalho 
adquiria o direito à estabilidade ou à indenização em dobro, no 
caso de dispensa sem justa causa (artigos 492 e 496 da CLT, 
respectivamente). Esses dispositivos eram responsáveis por 
grande número de demissões de empregados que chegavam 
ao nono ano de contrato de trabalho, pois as empresas não 
queriam arriscar-se a ter empregados estáveis.
Atualmente, tal indenização só existe como direito 
adquirido para aqueles que não foram optantes do FGTS, pois, 
a partir de 05/10/1988, a Constituição Federal determinou 
que o FGTS é direito do empregado, retirando a opção. 
Assim, a partir da mencionada data, todos os empregados têm 
direito ao FGTS, com exceção dos empregados domésticos; 
para estes, como já vimos, o direito ao FGTS é facultativo, 
portanto dependente de ajuste entre as partes.
A indenização por tempo de serviço vigorou como 
sistema único até 1966, quando foi criado o sistema opcional 
do FGTS: a partir de então, subsistiram dois sistemas, 
dentre os quais o empregado deveria optar no momento da 
contratação. Um sistema excluía o outro.
Como já se disse, a nova Constituição afastou a opção 
pelo FGTS, estipulando-o como direito, revogando a 
previsão da referida indenização. A rigor, o advento do FGTS 
desestimulou o sistema da indenização previsto na CLT, 
pois muitas empresas exigiam que o empregado optasse pelo 
sistema do FGTS. A Constituição Federal encarregou-se 
de sepultar o direito à indenização e à estabilidade quando 
dispôs que o FGTS deixava de ser opção e passava a direito. 
A ilustração abaixo ajudará a entender a sistemática.
Pode-se concluir que, se o empregado tem direito 
ao FGTS e esse é um sistema substitutivo e excludente da 
indenização, a consequência é que, a partir de 1988, não 
existe mais a indenização pelo artigo 478 da CLT, ressalvado 
o direito adquirido dos que até 1988 não eram optantes do 
FGTS.
3 - Formas especiais de estabilidade 
e demissão do empregado estável
 stabilidade especial
Não obstante a estabilidade decenal estar praticamente 
extinta (ressalvados os casos de direito adquirido) a garantia de 
emprego foi estabelecida para outras situações, com o intuito 
de coibir abusos por parte do empregador. Foi denominada, 
inadequadamente, de estabilidadeprovisória, pois a expressão 
é uma contradição em si mesma, visto que não pode ser 
desestimular ou retardar a despedida do empregado em 
algumas situações. Vejamos quais são.
Gestantes 
Fonte: <http://www.dicasdiarias.com>. Acesso em: 09 nov. 2018.
As mulheres sofriam de discriminação velada, quando 
não aberta, nas oportunidades de emprego, pois a gravidez 
e o parto representam redução do nível de produtividade das 
trabalhadoras, associado a faltas, lentidão e afastamento do 
Em razão disso, o legislador estabeleceu formas de 
oferecer garantia de emprego às gestantes, coibindo os abusos 
dos empregadores. Inicialmente, a CLT estabeleceu as normas 
contidas nos artigos 391 a 400, posteriormente asseguradas e 
ampliadas pela Constituição no artigo 7°, inciso XVIII.
A estabilidade provisória da gestante (ou garantia de 
emprego, como preferem alguns autores) foi regulamentada 
temporariamente nos termos do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, artigo 10, inciso II, letra “b”, que 
até cinco meses após o parto. 
A gestante que está em contrato de experiência também tem 
direito à estabilidade provisória?
O contrato de experiência é uma espécie de contrato 
por prazo determinado. Nesse caso, o empregado adquire 
a estabilidade durante o contrato por prazo determinado. 
da estabilidade, já que esta impede a despedida imotivada e 
não a morte natural do contrato ou sua caducidade. Assim, 
como as partes já sabem de antemão o período de duração do 
contato, não haveria sentido se falar em dispensa arbitrária. 
Contudo, após recente mudança de entendimento do TST 
sobre o tema, a empregada gestante, mesmo laborando em 
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contrato por prazo determinado, terá direito à estabilidade 
nos temos da lei.
Curiosidade
 
SUM-244 GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
 
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador 
não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da 
estabilidade (art. 10, II, “b” do ADCT). 
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração 
se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a 
garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes 
ao período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista 
no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por 
tempo determinado.
Pro essor, e se eu car grávida durante o aviso prévio, tenho 
algum direito?
a gravidez durante o prazo do aviso-prévio não tinha 
qualquer direito a estabilidade provisória. No entanto, esse 
entendimento mudou. Segundo decisão unânime da Terceira 
Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho), a gravidez 
ocorrida durante o aviso-prévio garante estabilidade provisória 
no emprego à trabalhadora, com o direito ao pagamento de 
salários e indenização. 
O ministro relator da Terceira Turma, Maurício Godinho 
Delgado, considerou uma orientação jurisprudencial de nº 82, 
da SDI-1 (Subseção de Dissídios Individuais I) do TST, que 
diz que a data de saída a ser anotada na carteira de trabalho 
deve corresponder à do término do prazo do aviso-prévio, 
ainda que indenizado. Logo, mesmo a empregada estando 
cumprindo o aviso, terá direito a estabilidade se houver a 
Finalmente, a Lei nº 12.812, de 16 de maio de 2013, 
curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do 
aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada 
gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do 
inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias.”
Dirigentes sindicais
Os empregados que são eleitos para cargos de direção 
de entidades sindicais, pela natureza de sua atividade classista, 
procuravam despedi-los, pelo “perigo” que representavam 
dentro da empresa. A lei garante a atividade sindical, 
consequentemente foi necessário também que garantisse o 
empregado escolhido para as funções sindicais.
A garantia temporária de emprego do dirigente sindical 
conta-se desde o registro de sua candidatura ao cargo sindical 
até um ano após o término do mandato, salvo cometa falta 
grave, nos termos da lei. Tal garantia é extensiva ao dirigente 
eleito, ainda que suplente.
Curiosidade
 
SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
 
I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao 
empregador, na forma do § 5º do art. 543 da CLT. 
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 
1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, 
da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical 
só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente 
à categoria pro ssional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. 
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base 
territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente 
sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não 
lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 
543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
OJ-SDI1-369 ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DELEGADO SINDICAL. 
INAPLICÁVEL.
O delegado sindical não é bene ciário da estabilidade provisória 
prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, 
àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, 
submetidos a processo eletivo.
Do dirigente da CIPA
Os dirigentes eleitos para a CIPA (Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes) também receberam amparo 
de garantia temporária de emprego por um ano, desde sua 
salvo a prática de falta grave (ADCT, artigo 10, inciso II, “a”).
A função da CIPA é promover a prevenção de acidentes 
no âmbito interno da empresa. O tempo institucionalizou a 
atividade, que antes era totalmente dependente da iniciativa 
incluída na CLT nos termos dos artigos 163 a 165.
A garantia é estendida ao suplente da CIPA, por força da 
Súmula nº 339 do TST.
Curiosidade
 
SUM-339 CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988
 
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 
10, II, “a”, do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal 
de 1988. 
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem 
pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, 
que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. 
Extinto o estabelecimento, não se veri ca a despedida arbitrária, 
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período 
estabilitário. 
Acidentado
Nos primórdios da Revolução Industrial, os empregados 
vítimas de acidentes de trabalho eram atingidos por dupla 
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Direito Aplicado III (Legislação Trabalhista) 86
infelicidade: impossibilitados de trabalhar, perdiam seus 
empregos e, dependendo da gravidade das lesões físicas, 
depender de terceiros para seu sustento. Hoje, o empregado 
acidentado, além de ter direito a benefício previdenciário 
enquanto não puder trabalhar, também tem assegurada a sua 
permanência no emprego por doze meses após o seu retorno 
ao trabalho nos termos artigo 118 da Lei nº 8.213/91, que 
trata do plano de benefícios da Previdência Social.
Curiosidade
SUM-378 ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. 
ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. 
PRESSUPOSTOS 
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura 
o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a 
cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. 
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento 
superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença 
acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença 
pro ssional que guarde relação de causalidade com a execução do 
contrato de emprego. 
Representante dos empregados no Conselho 
Curador do FGTS
A Lei nº 8.036/90, no artigo 3º, estabeleceque o FGTS 
será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um 
Conselho Curador composto por representação tripartite, 
isto é, com representantes dos trabalhadores, empregadores 
e órgãos governamentais.
O § 9° do referido artigo confere estabilidade aos 
representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, desde 
a data da nomeação até um ano após o término do mandato.
Representante dos trabalhadores no Conselho 
Nacional da Previdência Social
A Lei nº 8.213/91 estabelece a estabilidade do 
representante dos trabalhadores no Conselho Nacional de 
Previdência Social - CNPS -, a partir da nomeação até um ano 
após o término do mandato, salvo na hipótese de falta grave, 
comprovada por meio de processo judicial.
mpregados eleitos diretores de sociedades 
cooperativas
A Lei nº 5.764/71, que trata das sociedades cooperativas, 
estabelece que os empregados eleitos para a diretoria de 
sociedades cooperativas criadas pelos empregados de uma 
empresa encontram-se em situação assemelhada à dos 
dirigentes sindicais, pois dedicam-se a uma atividade que 
presta benefício a todos os empregados. Além disso, o 
sistema de cooperativas é amparado pela política nacional de 
estímulo ao cooperativismo. O artigo 55 desta Lei estabelece 
que os empregados de empresas que sejam eleitos diretores 
de sociedades cooperativas pelos mesmos criados gozam de 
estabilidade a partir do registro de sua candidatura até um 
ressalvada a hipótese de falta grave.
Membros da Comissão de Conciliação Prévia
O artigo 625-B da CLT, em seu § 1°, estabelece que os 
membros representantes dos empregados, titulares e suplentes 
da Comissão de Conciliação Prévia têm estabilidade desde a 
salvo se cometerem falta grave.
Membros da Comissão de Representação de 
mpregados
Nas empresas com mais de duzentos empregados, é 
assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, 
com os empregadores.
Desde o registro da candidatura até um ano após o 
dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, 
entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo 
Despedida de empregado estável
stabilidade de nitiva
Os artigos 492 a 500 da CLT disciplinam o direito da 
estabilidade decenal no emprego, só aplicável aos empregados 
que não optaram pelo sistema do FGTS, ou que já tinham tal 
direito adquirido antes de 05/10/1988. Essa matéria decresce 
de importância, pois é bem reduzido o número de casos ainda 
existentes, já que o FGTS foi criado em 1966.
O empregado estável, nos termos da estabilidade 
decenal, não pode ser despedido, a não ser por falta grave. 
Ele poderá pedir a sua demissão, fato altamente improvável, 
mas, mesmo assim, mediante assistência do sindicato ou 
autoridade competente do Ministério do Trabalho e Emprego 
ou da Justiça do Trabalho (CLT, artigo 500).
A única forma que tem o empregador de romper o 
vínculo do contrato de trabalho de empregado estável é 
mediante determinação judicial. Para que tal determinação 
ocorra é necessária a propositura de um inquérito judicial, 
para apuração de falta grave pelo empregador. O empregador 
deverá suspender de suas funções o empregado, sob a lógica 
da necessidade do inquérito, a qual deverá perdurar até a sua 
conclusão, embora sem receber salários.
Resumindo, o procedimento quando praticada a falta 
grave é o seguinte:
• o empregador suspende o empregado por período 
indeterminado;
• ajuíza uma ação (inquérito) na Justiça do Trabalho 
dentro do prazo de 30 dias;
Você sabia?
Se a sentença for a favor do empregador, este pode demitir o 
empregado a contar da data do afastamento; se a sentença for 
favorável ao empregado, o empregador terá de pagar todo o 
tempo de suspensão mais as vantagens. Caso o empregado esteja 
trabalhando em outro lugar, terá que optar pela reintegração ou pelo 
novo serviço.
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stabilidade especial
Dirigente sindical 
dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do 
momento do registro de sua candidatura a cargo de direção 
inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave 
devidamente apurada nos termos desta Consolidação.
Curiosidade
SUM-379 DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. 
INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE
O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave 
mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 
e 543, §3º, da CLT. 
SUM 107 - STF 
O empregado com representação sindical só pode ser despedido 
mediante inquérito em que se apure falta grave.
Assim, considerando o entendimento sumulado dos 
tribunais, os procedimentos para a dispensa do empregado 
dirigente sindical são os mesmos adotados em relação ao 
suspende o empregado por período indeterminado e ajuíza 
uma ação (inquérito) na Justiça do Trabalho dentro do prazo 
de 30 dias.
Outras hipóteses (diretor da CIPA e acidentado do 
trabalho)
Nas demais hipóteses de estabilidade provisória, a lei é 
omissa, por conseguinte, se o empregador pratica falta grave 
o empregador pode demiti-lo de pronto. Não há necessidade 
de suspender o empregado e nem tampouco do inquérito. Se 
o empregado sentiu-se injustiçado, ajuíza uma ação contra 
o empregador e se julgada procedente, será reintegrado, 
recebendo o tempo parado e todas as vantagens que faz jus. 
A diferença entre o dirigente sindical e os demais casos é que 
nestes não há necessidade de inquérito judicial.
Quais as consequências da nulidade da dispensa?
Caso a dispensa seja considerada nula pelo juiz, o 
empregado poderá ser reintegrado no emprego com o 
pagamento do tempo parado e todas as vantagens.
Pessoal, acabamos mais uma aula. Vamos agora fazer 
uma rápida revisão.
1 – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Na seção 1 nos vimos que o FGTS é uma conta bancária 
aberta pelo empregador, na Caixa Econômica Federal, em 
nome do empregado e constituída de depósitos mensais 
feitos pelo empregador, na razão de 8% sobre a remuneração 
do empregado, e este poderá movimentar tais recursos nas 
hipóteses previstas pela lei. Estudamos, ainda, sua destinação, 
hipóteses em que pode ser sacado e os prazos prescricionais.
2 – Noç es gerais sobre a estabilidade
Nesta seção nós aprendemos a estabilidade no emprego 
consiste na garantia da manutenção do emprego a todos 
os trabalhadores com contratos de trabalho por tempo 
indeterminado, salvo por motivo justo. Vimos também 
que a estabilidade é o direito de o empregado manter-se no 
emprego, independentemente da vontade do empregador, 
que só poderá dispensá-lo na hipótese de falta grave.
3 – stabilidades especiais e demissão do 
empregado estável
Finalmente, na terceira seção nós aprendemos além 
da estabilidade decenal, praticamente extinta, a garantia 
de emprego foi estabelecida para outras situações, com o 
intuito de coibir abusos por parte do empregador. Ela tem a 
do empregado em algumas situações, como o caso da gestante, 
do dirigente sindical, do representante dos empregados na 
CIPA, do acidentado, membros do Conselho Curador do 
FGTS, da Comissão de Conciliação Prévia, da Comissão 
de representação de empregados, do Conselho Nacional da 
Previdência Social e diretor de sociedades cooperativas.
Se ao nal desta aula surgirem dúvidas, você poderá saná-las através 
das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e “chat”. Ou ainda 
poderá enviá-las para o e-mail jkrewer@unigran.br.
Meus amigos, as atividades referentes a esta aula estão 
disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual – Atividades”. Após 
responder, envie por meio do Portfólio – ferramenta do ambiente de 
aprendizagem UNIGRAN Virtual.
Vale a pena
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São 
Paulo: Editora Atlas. Pág. 397 a 429.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – 
artigos 492 a 500.
Lei nº 8.036/90 (FGTS).
Vale a pena ler
Tribunal Superior do Trabalho – www.tst.jus.br
Ministério do Trabalho e Emprego – www.trabalho.
gov.br
Vale a pena acessar
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