Buscar

[RESUMO] MICOSES DE IMPLANTAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MICOSES DE IMPLANTAÇÃO 
prof. SARAH 
 
AS MICOSES DE IMPLANTAÇÃO 
 
As ​micoses de implantação ​são infecções por ​fungos demáceos​. Os fungos demáceos são fungos                           
cosmopolitas que vivem em sua grande parte no solo, como ​saprófitos​. Em sua grande maioria, são                               
fungos de ​baixa virulência​. São fungos ​pleomórficos​, portanto mudam de forma dependendo do                         
local em que estão (ambiente x algum tecido). 
 
Quando o fungo está no ambiente ele fica na sua forma micelial, porém quando chega no tecido,                                 
onde há menos O2, maior temperatura (37ºC) e menor pH, muda sua forma formando a ​célula                               
muriforme​. Pode produzir também alterações nas hifas, formando as ​hifas toruloides​. 
 
Os fungos demáceos apresentam quantidade exacerbada de ​melanina na sua parede celular,                       
apresentando em sua macro e micromorfologia uma ​coloração enegrecida no micélio vegetativo                       
(reverso da placa).  
 
A melanina evita desidratação, protege contra a radiação ultravioleta, tem importante papel na                         
patogênese, protege contra enzimas proteolíticas, protege contra a fagocitose e reduz a                       
suscetibilidade aos antifúngicos. 
 
Doenças causadas por fungos demáceos 
 
Trata-se de mais de 150 espécies e 70 gêneros de fungos demáceos, e à medida que o tempo                                   
passa o número de espécies relatadas aumentam. Essa quantidade grande de espécies garante a                           
possibilidade de um ​grande espectro de tipos de micoses causadas como​: micoses superficiais e                           
cutâneas causadas por agentes de feohifomicose, cromoblastomicose, micoses subcutâneas                 
causadas por agentes de feohifomicose, micetoma (micose subcutânea), micoses de sítio                     
profundo ou disseminadas causadas por agentes de feohifomicose. 
 
Os fungos demáceos podem causar, portanto diversas ​síndromes clínicas como micose superficial                       
cutânea, como a tinea nigra; micose subcutânea, como cromoblastomicose, micetoma e                     
feohifomicose; micose sistêmica, como a feohifomicose sistêmica. 
 
A porta de entrada desses fungos se dá por um ​trauma transcutâneo​, por onde os fungos                               
demáceos entram e começam a infecção.  
 
Aspectos Epidemiológicos 
 
As micoses de implantação são comuns nas ​regiões tropicais e subtropicais ​(exceto                       
feohifomicoses), atingindo mais pessoas que estão em ​contato direto com o solo​,                       
caracterizando-se como ​doenças ocupacionais​. 
 
Apresentam ​maior prevalência em adultos do sexo masculino​, já que essa transmissão é feita a                             
partir de fatores ambientais relacionados ao trabalho no campo. Usualmente são observados em                         
casos isolados​ (exceção é esporotricose, que pode causa epidemias). 
 
Não são doenças de notificação compulsória, sendo frequente problema de saúde na América                         
Latina, sendo consideradas doenças negligenciadas. Embora raramente causem doença                 
disseminada, elas apresentam ​impacto importante na saúde pública​. 
 
 
 
CROMOBLASTOMICOSE 
 
É uma doença de ​evolução crônica​, que leva a ​hiperproliferação tecidual e se caracteriza também                             
como infecção ​supurativa​ e ​granulomatosa​.  
 
A diferenciação entre as diferentes micoses subcutâneas se dá pela clínica e pelos achados                           
histopatológicos e no EMD. Os fungos de cromoblastomicose compartilham a característica                     
fundamental de produzirem, em tecido infectado, uma fase patogênica fúngica na forma de ​células                           
muriformes​ (corpo fumagóide/corpo esclerótico). 
 
Os ​principais agentes são: Fonsecaea spp., Philophora verrucosa, Cladophialophora carrionii,                   
Exophiala dermatitidis e Rhinocladiella aquaspersa.   
 
Aspectos Epidemiológicos 
 
Trata-se de uma doença comum em regiões tropicais e subtropicais, tendo uma das maiores                           
prevalências no Brasil. Atinge agricultores, cortadores de madeira, produtores de carvão vegetal,                       
produtores de baunilha, café, cana de açúcar, babaçu.  
 
 
O ​babaçu é um importante fator ambiental para contaminação de pessoas em áreas endêmicas de                             
cromoblastomicose, pois o fungo está muito presente nesta planta, que é muito utilizada em                           
regiões como por exemplo no Maranhão. 
 
Lesões de Cromoblastomicose 
 
Após inoculação do fungo e penetração pelo trauma transcutâneo, a lesão se desenvolve, podendo                           
ser nodular, verruciforme, cicatricial, tumoral ou de placa vegetante. 
 
A ​lesão nodular é moderadamente elevada, eritemato-violácea, de superfície lisa, podendo ser                       
verrucosa ou escamosa, que quando se faz crônica, normalmente evoluiu para a forma tumoral. 
 
A ​lesão tumoral forma massas proeminentes, papilomatosas, as vezes lobuladas. Tem aspecto de                         
“couve-flor” e pode ter superfície eritematosa ou verrugosa.  
 
A ​lesão verrugosa se apresenta como lesões ou placas verruciformes crônicas e zonas de                           
hiperqueratose. É frequente na borda do pé. 
 
A ​lesão cicatricial é plana, crônica, tendendo a atrofia central e a cobrir áreas extensas do corpo.                                 
Pode ter aspecto serpiginoso ou anular. 
 
A ​placa vegetante é uma forma em que se formam placas eritemato-escamosas, ligeiramente                         
elevadas e se apresenta normalmente ocorre nas parte mais altas dos membros. 
 
 
Segundo o ​grau de gravidade​, as lesões podem ser leves, moderadas ou graves. A ​forma leve se                                 
caracteriza como uma lesão única, tipo placa ou nodular com menos de 5cm de diâmetro. Já a                                 
forma moderada se apresenta como uma lesão solitária ou múltipla adjacente, podendo ser do tipo                             
nódulo, placa ou tumoral, tendo menos de 15cm de diâmetro. A ​forma grave​, por sua vez, pode ser                                   
qualquer tipo de lesão, única ou múltipla, acometendo áreas extensas, podendo complicar com                         
infecções (dor), linfedema e até neoplasia. Apresentam infecções secundárias por bactérias. 
 
O fungo de cromoblastomicose produz uma substância chamada de piridinolina, que induz a                         
formação de uniões cruzadas dos feixes de colágeno dos tecidos. O fungo ocasiona, assim,                           
importante fibrose, o que dificulta a penetração do antifúngico na lesão. 
 
Tratamento 
 
Para lesões pequenas (maior chance de cura), pode recorrer-se a um método físico como a                             
remoção cirúrgica, laserterapia com CO2, termoterapia e principalmente ​crioterapia (N2 líquido)​. 
 
Em lesões mais extensas se usa o ​método físico + quimioterapia​. A quimioterapia pode ser feita                               
com itraconazol, terbinafina ou até o uso dos dois medicamentos ao mesmo tempo.  
 
Em lesões extensas, o tratamento mais recomendado é a ​crioterapia/termoterapia + ITR​. 
 
Problemas no Manejo 
 
Desafios para a Cromoblastomicose 
 
Dificuldades vinculadas ao ​diagnóstico tardio e a severidade da doença​, bem como a dificuldade de                             
entender completamente a resposta imune dos indivíduos.  
 
Além disso, a ​diferença de tratamento entre os agentes etiológicos também é um complicador, ao                             
passo que Fonseacaea spp. é muito mais difícil que tratar outras espécies, por exemplo. 
 
Outro dificultador é que não existe um ​teste padrão para fungo mielinizado​, além do fatode que em                                   
cultura, as células muriformes não se formam, tornando nebuloso se essas células responderão                         
bem aos antifúngicos. 
 
O itraconazol pode, ainda, ter absorção inadequada pelo organismo, e não há normalmente                         
monitoramento de droga terapêutica para esse antifúngico.  
 
A doença ainda, é negligenciada e “órfã”, e os pesquisadores relativamente também negligenciam a                           
doença, não querendo estudar muito essa doença.

Continue navegando