Buscar

RESUMO_ESQUEMATIZADO_-_PROCESSO_PENAL_-_DELEGADO_DA_PF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Princípios do Processo Penal 
 
Princípio da presunção de inocência (ou da não culpabilidade): 
 Desse princípio derivam duas regras fundamentais. Regra probatória: a parte acusadora 
tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida razoável); 
Regra de tratamento: vedação de prisões processuais automáticas ou obrigatórias e a 
impossibilidade de execução provisória ou antecipada da sanção penal. 
 É possível o início da execução da pena condenatória após a prolação de acórdão 
condenatório em 2º grau e isso não ofende o princípio constitucional da presunção da 
inocência, inclusive em ações penais originárias ( STJ e STF). 
 
Princípio do contraditório: 
 a) Direito à informação: a parte adversa deve estar ciente da existência da demanda ou dos 
argumentos da parte contrária; 
 b) Direito de participação: possibilidade de a parte oferecer reação, manifestação ou 
contrariedade à pretensão da parte contrária. c) Direito e obrigatoriedade de assistência técnica 
de um defensor (art. 261, CPP): “nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, ser á processado 
e julgado sem defensor”. 
 SÚMULA 707 do STF: “ Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para 
oferecer contrarrazões ao recurso interposto d a rejeição da de núncia, não a suprindo a no 
meação de defensor dativo”. 
 
Princípio da ampla defesa: inclui a defesa técnica (exercida por u m profissional da 
advocacia, dotado de capacidade postulatória, seja ele advogado constituído, nomeado ou 
defensor público) e autodefesa (aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do 
pro cesso). 
 SÚMULA 522 do ST J: a conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade 
policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. Direito de audiência, Direito de 
presença, Direito a postular pessoalmente 
 
Princípio do nemo tenetur se detegere: o preso se rá informado d e seus direitos, entre 
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
 
2 
advogado. O direito ao silêncio é uma decorrência do nemo tenetur se detegere, segundo o qual 
ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. 
 
 Outros princípios: princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícito, 
princípio da proporcionalidade, princípio do juiz natural, princípio da publicidade etc. 
 
 
 
Inquérito Policial 
 
Características: escrito; instrumental; dispensável; sigiloso; inquisitorial; informativo; 
indisponível; discricionário. 
 
Indiciamento: é ato privativo da autoridade policial, segundo sua aná lise técnico-jurídica 
do fato, não podendo o juiz de terminar que o Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém. 
 
 Não podem ser indiciados: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) 
Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, parágrafo único, 
da L ei nº 8.6 25/93). 
 
 Do despacho que indeferir o requeri mento de abertura de inquérito caberá recurso para o 
chefe de Polícia. 
 
 Os vícios do inquérito não contaminam o processo, sendo in cabível a anulação de pro 
cesso pena l em razão de suposta irregularidade verificada em inquérito policial (Info 824 - STF) 
 
 Súmula Vinculante nº 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito 
de defesa. 
 
 A suspeição de autoridade policial NÃO é motivo de nulidade do processo, pois o 
inquérito é mera peça informativa. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Prazos do Inquérito: 
 
Hipótese Réu PRESO Réu SOLTO 
Estadual 10 dias 30 dias 
Federal 15 + 15 dias 30 dias 
Militar 20 dias 40 + 20 dias 
Drogas 30 + 30 dias 90 + 90 dias 
Economia Popular 10 dias 10 dias 
Eleitoral 10 dias 30 dias 
 
Arquivamento: é afeto ao juiz, a pós requerimento fundamentado do MP, sendo vedado 
ao de legado s ua promoção (art. 1 7 CPP). Instaurado pela autoridade policial não pode ser 
por ela arquivado, ainda que não fique apurado quem foi o autor do delito. 
 
Arquivamento implícito: o corre quando MP deixar de incluir na denúncia algum fato 
investigado ou algum suspeito, sem expressa justificação, prática rechaçada pela jurisprudência. 
 
Arquivamento indireto: ocorre quando o MP não oferece a denúncia por considerar a juízo 
incompetente. 
 
 A decisão judicial de arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade 
do fato praticado produz coisa julgada material, impedindo-se a reabertura das investigações 
preliminares m esmo diante d o surgimento de novas provas. 
 
 A decisão judicial que determina o arquivamento d o inquérito policial é, em regra, 
irrecorrível, embora caiba recurso de ofício no caso de crime contra a economia popular. 
 
 Não cabe uso de MS pela vítima para tentar impedir o arquivamento do inquérito policial. 
 
Desarquivamento: 
Motivo do Desarquivamento É possível desarquivar? 
Insuficiência de provas Sim. (Súmula 524 do STF) 
Ausência de pressuposto processual ou de 
condição da ação 
Sim. 
Ausência de justa causa Sim. 
Atipicidade do fato Não. 
Existência manifesta de causa excludente 
de ilicitude 
STJ: Não 
STF: Sim 
Existência manifesta de causa excludente 
de culpabilidade 
Não (posição doutrinária) 
 
4 
Existência manifesta de causa extintiva de 
punibilidade 
Não. Exceção: certidão de óbito falsa. 
Jurisprudência: 
 De acordo com o STJ, o Ministério Público, no exercício do controle externo da 
atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão policial (OMP). Ressalva: no que 
se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa, decorrente de 
cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, 
o acesso do Ministério Público não será vedado, mas realizado a posteriori. (Info 590 do 
STJ) 
 
 Segundo decidiu o STJ, o STJ, o controle externo da atividade policial exercido pelo 
Ministério Público Federal não lhe garante o acesso irrestrito a todos os relatórios de 
inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia 
Federal, mas somente aos de natureza persecutório-penal. (Info 587 do STJ) 
 
 De acordo com o STF, em caso de denúncia anônima a autoridade policial deve adotar o 
seguinte procedimento: 
o Realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 
o Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui aparência mínima de 
procedência, instaura-se inquérito policial; 
o Instaurado o inquérito, a autoridade policial deverá buscar outros meios de prova 
que não a interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver indícios 
concretos contra os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível 
para provar o crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao 
magistrado. (Info 819) 
 
 De acordo com os tribunais superiores, é vedado ao magistrado requisitar o 
indiciamento em investigação criminal, uma vez que o indiciamento constitui 
atribuição exclusiva da autoridade policial. (Info 552 do STJ e 717 do STF) 
 
 Conforme decidiu o STF, o arquivamento de inquérito policial por excludente de 
ilicitude realizado com base em provas fraudadas não faz coisa julgada material (Info 
858 do STF) 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Ação Penal 
 
Princípios da ação penal pública: divisibilidade, indisponibilidade (mitigação: possibilidadede oferecer a suspensão condicional do processo); obrigatoriedade (mitigação: transação 
penal). Princípio da obrigatoriedade também é chamado de legalidade processual. 
 
 Princípios da ação penal privada: indivisibilidade; disponibilidade ; não obrigatoriedade. 
 
Espécies de ação penal: 
 a) Ação de prevenção penal: busca a aplicação de uma medida de segurança; 
 b) Ação penal ex officio: processo judicial forme (apesar d e ainda est ar previsto 
n o art. 26 do CP P, não s e aplica mais) e HC d e ofício; 
 c) Ação penal pública subsidiária da pública: casos em que, havendo inércia por 
parte do órgão ministerial inicialmente incumbido de promove r a ação penal, outro órgão oficial 
seria então incumbido dessa missão. Exemplo: artigo 2º, § 2º, do D L 201/67 e artigo 27 da Lei 
7.4 92/86; 
 d) Ação penal indireta: aquela em que o MP assume a ação privada subsidiária da pública; 
 e) Ação penal secundária: crimes primariamente processados mediante ação penal 
privada e, secundariamente , por ação penal pública. Exemplo: cri me contra honra do 
funcionário público ( Súmula 714/STF); 
 f) Ação penal adesiva: existem duas vertentes -1) propositura da ação penal privada pelo 
MP, nos casos em que vislumbre interesse público; b) nos casos de conexão ou continência 
entre um delito que desafia ação penal pública e outro de ação penal privada. Trata-se de um 
litisconsórcio facultativo entre MP e ofendido nos crimes conexos. 
 g) Ação penal popular: habeas corpus e ação de crime de responsabilidade. Em 
verdade, não se trata de ações penais propriamente d itas. 
 
 
Competência 
Teoria do resultado: a competência será, d e regra, determinada pelo lugar em que se consumar 
a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência 
do réu. 
 EXCEÇÕES: no JECRIM aplica-se a teoria da atividade (a competência será do 
lugar da ação ou omissão ). Por sua vez, na ação penal privada, a competência se rá do 
 
6 
lugar da infração ou do domicílio do réu (foros concorrentes). Também há a exceção nos 
casos de crime contra vida , em que a competência será determinada pela teoria da 
ATIVIDADE. Assim, no caso d e crimes contra a vida (dolosos ou culposos), se os atos de 
execução ocorreram em u m lugar e a consumação s e deu em outro, a competência para 
julgar o fato será do local onde foi praticada a conduta (local da execução). 
 Conexão: casos de concurso de pessoas (conexão intersubjetiva ); infrações praticadas para 
facilitar o u ocultar outras (conexão objetiva ou teleológica); prova de uma infração influir 
na prova de outra (conexão instrumental o u probatória). Gera unidade de processo e julgamento. 
Continência: casos de pessoas acusadas pela mesma infração (continência por cumulação 
subjetiva) e casos de concurso formal d e delitos, aberratio ictus e aberratio criminis com 
duplo resultado (continência por cumulação objetiva ). Gera unidade de processo e julgamento. 
Competência em crime continuado: prevenção. 
Competência em casos de conexão e continência: crime mais grave -> maior número de 
infrações  prevenção. 
Súmula 235 STJ: a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. 
Separação facultativa dos processos: quando as infrações tiverem sido praticadas em 
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes , ou, quando pelo excessivo número de 
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz 
reputar conveniente a separação. 
Separação obrigatória dos processos: se houver concurso entre a jurisdição comum e a 
militar; se houve r concurso entre a jurisdição comum e o juízo de menores (ECA); se sobrevier 
doença mental em relação a um corréu; se houver cor réu foragido; se não houver número 
mínimo de jurados no tribunal do júri (estouro de urna). 
Infrações ocorridas em navios ou aeronaves: serão julgadas pela Justiça Federal. Viagens 
nacionais (competência do lugar em que o avião ou navio parar primeiro após a consumação 
do crime); Viagens Internacionais (competência d o local de saída ou do de chegada). 
 Navios e aeronaves de natureza pública: integram o Brasil independente de onde estejam. 
 Navios e aeronaves de natura privada: a) bandeira brasileira (quando estiverem 
transitando território nacional e alto mar), b) bandeira estrangeira (apenas quando estiverem 
transitando o território nacional ). 
Competência material em razão da pessoa ( ratione personae): foro por prerrogativa de função. 
 
 
7 
Foro Privilegiado: 
 Executivo Legislativo Judiciário Outras 
STF (art. 102 da 
CF) 
Presidente; 
Vice-Presidente; 
Ministros de 
Estado; 
Chefe da AGU; 
Chefe da Casa 
Civil; 
Controlador 
Geral da União; 
Presidente do 
BACEN 
Senadores; 
Deputados 
Federais 
Membros dos 
Tribunais 
Superiores (STF, 
STJ, TST, TSE e 
STM) 
MPU (PGR); 
TCU; 
Comandante das 
Forças 
Armadas; 
Chefes em 
Missão 
Diplomática 
Permanente 
STJ (art. 101 da 
CF) 
Governadores Membros dos: 
Tribunais 
Estaduais e 
Federais 
MPU (membros 
que atuam no 
Tribunal) 
Conselheiros do 
TCE 
TJ Prefeitos (art. 
29, X da CF) 
Deputados 
Estaduais 
Juízes Estaduais 
de 1º Grau 
Todos os 
membros do MP 
Estadual 
TRF (art. 108 da 
CF) 
Prefeitos 
(súmula 702 do 
STF) 
Deputados 
Estaduais 
Juízes Federais 
de 1º Grau 
Membros do 
MPU (1º Grau) 
 
 
o Nova posição do STF (AP 937): 
 O foro por prerrogativa de função dos Deputados Federais e Senadores deve se 
aplicar apenas a crimes cometidos durante o exercício do cargo e desde que 
relacionados com a função desempenhada. 
 Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação 
para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações 
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo 
ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. 
Jurisprudência: 
 De acordo com o STJ, o fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter 
ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal competente para processar 
e julgar os agentes estrangeiros. Isso porque a situação não se enquadra, a princípio, em 
nenhuma das hipóteses do art. 109 da CF/88. (Info 549 do STJ) 
 
 Conforme decidiu o STJ, compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento 
da ação penal que versa sobre crime praticado no exterior que tenha sido transferida 
para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição. (Info 625 do STJ) 
 
8 
 
 Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento 
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento 
público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
 
 Segundo o STJ, compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de violação de 
direito autoral e contra a lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal 
de TV por assinatura, via satélite ou cabo, por meio de serviços de card sharing. (Info 620 
do STJ) 
 
 Nos termos do entendimento do STF, compete à Justiça Federal processar e julgar o 
crime ambiental de caráter transnacional que envolva animais silvestres, ameaçados 
de extinção e espécimes exóticas ou protegidas por compromissos internacionais 
assumidos pelo Brasil. (Info 853 do STF) 
 
 De acordo com o STF, a existência de crimes conexos de competência daJustiça 
Comum, como corrupção passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da 
Justiça Eleitoral, por força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, do CPP. (Info 895 do 
STF) 
 
 Conforme decidiu o STF, a simples menção ao nome de autoridades detentoras de 
prerrogativa de foro, é insuficiente para o deslocamento da competência para o 
Tribunal hierarquicamente superior. (Info 854 do STF). 
 
 
Suspensão Condicional do Processo 
 
Nos crimes em que a PENA MÍNIMA cominada for IGUAL OU INFERIOR A 01 ANO, 
abrangidas ou não pela Lei dos Juizados Especiais, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 
poderá propor a suspensão do processo, por 2 a 4 anos, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, (reincidência ou maus antecedentes) 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código 
Penal). 
Súmula 696, STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional 
do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a 
questão ao procurador-geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. 
 
9 
Para o STF e o STJ a suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do réu, 
mas um poder-dever do MP. 
O Juiz não pode oferecer a suspensão de ofício. Mas caso seja provocado pela parte 
interessada e discorde do não oferecimento da benesse pelo Ministério Público, o juiz deverá propô-
la (sendo, nesse caso, direito público subjetivo do réu). 
Súmula 243, STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às 
infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, 
quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, 
ultrapassar o limite de 01 ano. (723, STF) 
Súmula 337, STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do 
crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. 
É inadmissível o pleito da suspensão condicional do processo após a prolação da sentença, 
ressalvadas as hipóteses de desclassificação ou procedência parcial da pretensão punitiva estatal. 
(STJ) 
O reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva em relação a apenas um dos crimes 
em razão da pena concreta (art. 109 do CP) não autoriza a suspensão condicional do processo em 
relação ao crime remanescente. Na hipótese em que a declaração de extinção de punibilidade se dá 
pela pena concreta, verifica-se a existência de uma prévia condenação. (STJ) 
Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a 
denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes 
CONDIÇÕES: 
 reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
 proibição de frequentar determinados lugares; 
 proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; 
 comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente (pode ser flexibilizado), para 
informar e justificar suas atividades. 
Revogação obrigatória da suspensão: 
 A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por 
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. 
 STF: o benefício da suspensão condicional do processo pode ser revogado após o período 
de prova, desde que os fatos que ensejaram a revogação tenham ocorrido antes do término 
deste período. 
 STF: sobrevindo o descumprimento das condições impostas, durante o período de 
suspensão, deve ser revogado o benefício, mesmo após o término do prazo fixado pelo juiz. 
 STJ: É possível a revogação da suspensão condicional do processo, ainda que expirado o 
período da suspensão do curso do processo, desde que comprovado que houve o 
descumprimento das condições impostas ou que o beneficiado passou a ser processado por 
outro crime no curso do prazo da suspensão. 
 
10 
 STJ: O descumprimento das condições impostas na suspensão condicional do processo, 
conquanto não se preste a fundamentar o aumento da pena-base no tocante à personalidade 
do agente, pode justificar validamente a exasperação com base na conduta social, 
ensejando, do mesmo modo, a majoração da pena em igual patamar. Não há bis in idem. 
Revogação facultativa da suspensão: 
 A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, 
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 
 
 
Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. Não é decisão de 
mérito. Não gera maus antecedentes, nem reincidência. 
 
STJ: A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis 
processual, operada em processo anterior, não pode ser sopesada em seu desfavor como maus 
antecedentes, personalidade do agente e conduta social. 
 
Jurisprudência: 
 De acordo com o STJ, a suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do 
acusado, mas sim um poder-dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem 
cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de aplicação do referido instituto, desde 
que o faça de forma fundamentada. 
 
 Conforme decidiu o STJ, o Ministério Público, ao não ofertar a suspensão condicional 
do processo, deve fundamentar adequadamente a sua recusa. Se a recusa do MP foi 
concretamente motivada não haverá ilegalidade sob o aspecto formal. 
 
 
Transação Penal 
 
 
Art. 76 da Lei 9.099/95: Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal 
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de PENA RESTRITIVA DE DIREITOS OU MULTAS, a ser especificada na 
proposta. 
A transação penal evita a condenação, não há análise de mérito. 
O MP tem as seguintes opções: oferecer denúncia, pedir arquivamento, fazer a proposta de 
transação penal ou pedir encaminhamento ao juízo comum (pela complexidade do caso). 
 
11 
Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. 
Não será admitida a proposta se ficar comprovado: 
 ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de 
liberdade, por sentença definitiva; (de acordo com a doutrina  reincidente em 
crime doloso – interpretação mais restritiva) 
 ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, pela aplicação de 
pena restritiva ou multa; (nova transação em menos de 5 anos). Obs.: a transação 
não gera maus antecedentes, nem reincidência 
 não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da 
medida. (circunstancias judicias, art. 59, CP) 
Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do 
Juiz. 
Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará 
a pena restritiva de direitos ou multa, que NÃO IMPORTARÁ EM REINCIDÊNCIA, sendo 
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
Da sentença homologatória da transação cabe Apelação, no prazo de 10 dias. (art. 82) 
A aplicação de transação penal não impede o ingresso em concurso público. 
De acordo com o STJ, ao se aplicar o instituto da transação penal, não se discute fato típico, 
ilicitude, culpabilidade ou punibilidade, mas apenas é possibilitada ao autor do fato uma aplicação 
imediata de pena restritiva de direitos ou multa para que não exista o prosseguimento da ação penal, 
sendo o acordo devidamente homologado pelo Poder Judiciário e impugnável por meio do recurso 
de apelação. 
A aplicação de transação não constará de certidão de antecedentes criminais, para impedir 
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos, e não terá efeitos civis, cabendo aos 
interessados propor ação cabívelno juízo cível (diferente do que ocorre na composição civil). 
Segundo entendimento do STF, a lei relativizará, de um lado, o princípio da 
obrigatoriedade da instauração da persecução penal em crimes de ação penal pública de menor 
ofensividade, e, de outro, autorizará o investigado a dispor das garantias processuais penais que o 
ordenamento lhe confere. 
35, SV: A homologação de transação penal prevista no art. 76 da Lei 9.099/1995 não faz 
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se o status quo ante, possibilitando-
se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia 
ou requisição de inquérito policial. 
 
 
12 
 
 
Provas 
 
Interrogatório do réu: meio de prova x meio de defesa (STF). 
 
 Momento do interrogatório: no julgamento do HC 127900/AM, em 3/3/2016 (Info 
816), o STF decidiu que a realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme 
o art. 400 do CPP, é aplicável no âmbito de processo penal militar. A realização do interrogatório 
ao final da instrução criminal, prevista no art. 40 0 do CPP, na redação dada pela L ei nº 
11.719/2008, também se aplica às ações penais em trâmite na Justiça Militar, em detrimento 
do art. 30 2 do Decreto-Lei nº 1.0 02/69. Em relação à Le i de D rogas, não se manifesto u de 
forma expressa , mas apenas em obter dictum, no sentido de que o interrogatório de veria 
ser feito apenas ao final da instrução. 
 
Exame do corpo de delito: pode ser suprido pela prova testemunhal, mas não pela confissão. 
 
Interrogatório por videoconferência: a) prevenir risco à segurança pública (suspeita que 
integre organização criminosa ou que possa fugir); b) viabilizar a participação do réu no 
ato quando houver dificuldade d e comparecimento ao juízo (enfermidade ou circunstância 
pessoal); c) impedir influência d o réu no ânimo da testemunha ou vítima, desde que não 
seja possível colher o depoimento destas por videoconferência; d) responder à gravíssima 
questão de ordem pública. 
 
Provas cautelares: são aquela s provas que correm o risco de desaparecer em razão do 
tempo. Nesses casos, coleta-se cautelarmente a prova, mas o contraditório se rá postergado 
para a instrução probatória . Em regra, dependem de autorização judicial. Exemplo: 
interceptação telefônica autorizada no curso da investigação. 
 
Provas não repetíveis: É aquela prova que não pode ser novamente produzida, devido ao 
desaparecimento, destruição ou perecimento. Exemplo: perícia realizada na vítima de uma 
lesão corporal leve que tende a desaparecer em poucos dias. Aqui, o contraditório também será 
diferido/postergado. 
 
Provas antecipadas: São produzidas com observância ao contraditório, perante o magistrado, 
porém e m momento distinto daquele que previsto pela lei, inclusive na fase investigatória. 
Exemplo: depoimento ad perpetuam rei memoriam (art. 225, CPP) e a produção de provas 
prevista no art. 366, do CPP. 
 
 
13 
Sistemas de valoração da prova: sistema da prova tarifada (resquícios no CPP – certidão 
de óbito para comprovar a morte); sistema da íntima convicção (tribunal do júri); sistema 
d o livre convencimento motivado (regra geral) 
Prova ilícita: aquela que viola garantia consagrada em norma constitucional ou legal . Pode 
ser utilizada para absolver, mas não para condenar. Devem ser desentranhadas do processo. 
 
Depoimento sem dano (INFO 556, STJ): admite-se nos casos de crime contra a dignidade 
sexual contra criança ou adolescente; não gera nulidade o fato de o advogado/Defensor, 
Juiz e Promotor não estarem presente fisicamente (acompanham, simultaneamente, por 
sistema de vídeo); é possível ainda que antes da fase judicial; não tem previsão legal expressa 
(Recomendação 33/2010 - CNJ) 
Súmula 455 - STJ: a decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo 
366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero de curso 
do tempo. 
 
Jurisprudência: 
 De acordo com o STJ, o depoimento dos policiais prestado em juízo constitui meio de 
prova idôneo, podendo embasar a condenação do réu. 
 
 Conforme decidiu o STJ, se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão 
determinada por decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse 
o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. 
 
 Informativo 617 do STJ: Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular 
pela polícia, sem prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a 
vítima - foi morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade policial por 
sua esposa. 
 
 Informativo 623 do STJ: A existência de denúncias anônimas somada à fuga do 
acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no 
domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. 
 
 Informativo 608 do STJ: A ausência de lacre em todos os documentos e bens - que 
ocorreu em razão da grande quantidade de material apreendido - não torna 
automaticamente ilegítima a prova obtida. 
 
 Informativo 623 do STJ: É possível a utilização de dados obtidos pela Secretaria da 
Receita Federal, em regular procedimento administrativo fiscal, para fins de 
instrução processual penal. 
 
14 
 
 Nos termos do entendimento do STJ, condições pessoais favoráveis não têm o condão 
de revogar a prisão cautelar, se há nos autos elementos suficientes a demonstrar a sua 
necessidade. 
 
 Conforme decidiu o STJ, sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é 
ilícita a prova, colhida de forma coercitiva pela polícia, de conversa travada pelo 
investigado com terceira pessoa em telefone celular, por meio do recurso "viva-voz", 
que conduziu ao flagrante do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. (Info 603) 
 
 
Prisão, Medidas Cautelares e Liberdade Provisória 
 
Espécies de Flagrante (art. 302 do CPP): 
 a) flagrante próprio ou real: aquele e m que o agente está cometendo a infração penal ou 
que acaba de cometê-la; 
 b) flagrante impróprio, irreal ou quase flagrante: aquele que o agente é perseguido, logo a 
pós, pela autoridade, pelo ofendido o u por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; 
 c) flagrante presumido, ficto ou assimilado: aquele e m que o agente é encontrado, logo 
depois, com instrumentos, ar mas, objeto s ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração; 
 d) flagrante preparado ou provocado: um agente provocador induz terceiro à prática do de 
lito, adotando precauções para que o crime não se consume. Também chamado de delito putativo 
por obra do agente provocador ou c rime de ensaio. Configura crime impossível (Súmula 145/STF: 
não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação). 
 e) flagrante retardado ou diferido: é considerado legal e encontra previsão na lei das 
organizações criminosas e lei de drogas. Exemplo: ação controlada (retardamento da intervenção 
policial, que deve se dar no momento mais oportuno sob o ponto de vista da colheita de provas); 
 f) flagrante esperado: a autoridade policial limita-se a aguardar o momento da prática do delito. A 
diferença entre o flagrante esperado e o preparado é que no preparado há o agente provocador. É 
considerado legal; 
 e) flagrante forjado ou urdido: cria provas de um delito in existente. É ilegal. 
 
15 
 
Formalidades do flagrante:a) comunicar à família, a o juiz e ao MP; b) em 24h enviar os autos 
ao juiz , entregar a nota de culpa e encaminhar cópia d o auto à Defensoria (caso não tenha advogado). 
 De acordo com o princípio da homogeneidade, corolário da proporcionalidade, mostra-se ilegítima 
a prisão provisória quando a medida for mais gravosa que a própria sanção a ser aplicada na 
hipótese de eventual condenação. 
Prisão temporária: só pode ser determinada no inquérito policial e pelo prazo de 5 dias, podendo ser 
prorrogada por mais 5 dias. Nos crimes hediondos, o prazo é d e 30 + 30. 
 Requisitos da temporária : a) imprescindível para as investigações; b) réu não possuir 
residência fixa o u não fornecer elementos para sua identificação; c) houver fundadas razões d e 
auto ria ou participação nos seguintes crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, 
roubo, extorsão, extorsão me diante sequestro, estupro, atentado violento ao pudor, rapto violento, 
epidemia com resultado morte, envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou 
medicinal qualificado pela morte, quadrilha ou bando (associação criminosa), genocídio, tráfico de 
drogas, crime contra o sistema financeiro, crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
 
Prisão preventiva (art. 311 e seguintes): garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, 
instrução do pro cesso penal ou aplicação da lei penal. Só pode ser decretada em crimes dolosos com pena 
superior a 4 anos, reincidentes dolosos ( qualquer pena), descumprimentos de medida de protetiva 
de urgência (violência doméstica) ou quando não se identificar civilmente. 
 Juiz não pode conceder de ofício: prisão temporária e prisão preventiva e cautelares diferentes 
da prisão durante o inquérito. 
 
Cautelares diversas da prisão: sempre concedidas pelo juiz, salvo a fiança que pode ser arbitrada 
pelo delegado quando a pena máxima do crime for de até 4 anos. 
 
 Atos infracionais pretéritos podem ser utilizados como fundamento para decretação ou 
manutenção da prisão preventiva, desde que a gravidade específica do ato infracional , o tempo 
decorrido entre o referido ato e o crime seja razoável (não excessivo) e haja comprovação da 
efetiva ocorrência do ato infracional (ST J, Info 585 ). 
 Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime 
com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente 
 
16 
ou é posto em prisão domiciliar por falta de vaga s; (iii) o cumprimento de penas restritivas de 
direito e/o u estudo ao sentenciado que progride a o regime aberto; d) até que sejam estruturadas 
as medidas alternativas propostas, poderá ser deferi da a prisão domiciliar ao sentenciado ( Info 825 - 
STF). 
Prisão domiciliar: é um tipo especial de prisão que substitui a preventiva quando estão presentes 
os requisitos dos arts. 312 e 313, mas, por alguma particularidade do acusado, ele não pode se 
submeter ao gravame do cárcere. 
 
Jurisprudência: 
 Em determinado caso concreto, o STF considerou que a concessão da prisão domiciliar 
humanitária (art. 318, II do CPP) era necessária para preservar a integridade física e moral 
do paciente, em respeito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF). 
 
 Informativo 891 do STF: 
o Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam: 
gestantes - puérperas (que deram à luz há pouco tempo) - mães de crianças (isto é, mães de 
menores até 12 anos incompletos) ou - mães de pessoas com deficiência. 
o Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se: 1) a mulher tiver praticado crime mediante 
violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver praticado crime contra seus descendentes 
(filhos e/ou netos); 3) em outras situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser 
devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. 
 
 De acordo com o STJ, a decretação da prisão temporária só pode ser considerada legítima caso 
constitua medida comprovadamente adequada e necessária ao acautelamento da fase pré-
processual, não servindo para tanto a mera suposição de que o suspeito virá a comprometer a 
atividade investigativa. 
 
 
 
Sentença 
 
 A sentença penal absolutória que decidir que o fato imputa do ao acusado não constitui 
crime não impede a propositura da ação civil. 
 
17 
 Limites à fundamentação per relationem (Info. 557, STJ): é admissível a 
fundamentação per relationem. Contudo, é nulo o acórdão que se limita a fazer a 
fundamentação dessa forma, se m deixar de afastar as teses defensivas. Precisa pelo menos 
transcrever partes do original usado para fundamentar e indicar peças concretas. 
De acordo com o STJ, não ofende o princípio da congruência a condenação por 
agravantes não descritas na denúncia. Isso é autorizado pelo art. 385, do CPP, que foi 
recepcionado pela CF/88. 
 
Emendatio Libelli (art. 383, CPP): não há alteração e m relação ao fato delituoso, limitando-
se o juiz a modificar a classificação formulada na peça acusatória, a inda que tenha que a 
plicar pena mais grave, em razão de eventuais equívocos existentes na inicial acusatória. 
Mutatio libelli: durante o curso da instrução processual, surge uma elementar ou circunstância não 
contida na peça acusatória. Nessa hipótese, a fim de se evitar violação aos princípios da 
ampla defesa e da correlação entre acusação e sentença, deve o MP aditar a peça acusatória, 
ouvindo-se a defesa no prazo de 5 dias. Haverá novo interrogatório e oitiva de no máximo 
3 testemunhas. Permite uma readequação da imputação quando a instrução revela que os fatos 
realmente ocorridos são distintos d os narrados na inicial . Não cabe mutatio na segunda instância. 
O juiz não poderá reconhecer qualificadoras ou causas de aumento, que não tenham sido narradas 
(nos fatos, pois pode dar capitulação diversa ) na denúncia, sem antes aplicar o art. 384. 
 
Efeito prodrômico da sentença penal: mesmo sendo nula, a sentença continua a fixar o 
máximo de pena que poderá ser aplicada. Proibição do reformatio in pejus. 
Efeitos automáticos: perda dos instrumentos e produtos do crime, obrigação de reparar o 
da no e suspensão dos direitos políticos. 
Efeitos não-automáticos: perda do cargo, perda do poder familiar (nos casos de crimes 
dolosos e com pena de reclusão contra descendente ), inabilitação para dirigir (crimes de trânsito 
dolosos). 
 
Nulidades 
 
 Os atos decisórios praticados por um juiz relativamente incompetente serão declarados 
nulos, todavia, os atos instrutórios, os atos de prova, podem ser aproveitados perante o juízo 
 
18 
competente (art. 567, CPP). Já se a nulidade é ocasionada pela incompetência absoluta, 
nenhum ato se rá aproveitado perante o juízo competente. 
 Não haverá nulidade quando a defesa não apresenta alegações finais no rito do júri 
na fase anterior à pronúncia, pois constitui faculdade a apresentação d essas alegações, já 
que a defesa pode, estrategicamente, res ervar para plenário suas argumentações para não 
adiantar a tese defensiva que pretende utilizar. 
 Súmula 523 - STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, 
mas a sua deficiência só o anulará se houve r prova de prejuízo para o réu. 
 
Recursos 
 
RESE (5 dias + 2 para razões): de cisão que conclui pela incompetência do juízo; que 
julga procedentes asexceções, salvo a de suspeição (cabe apelação); que envolve fiança; que 
decreta a prescrição ou outro m odo de extinção da punibilidade ; que concede ou nega HC; 
que envolve suspensão condicional da pena ou livramento condicional; que denega apelação 
ou a julga deserta; que decide o incidente de falsidade; que envolve medida de segurança. 
Apelação (5 dias + 8 para razões): I - das sentenças definitivas de condenação ou 
absolvição proferida s por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de 
definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; III - d as 
decisões do Tribunal d o Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença 
do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (tribunal pode corrigir); 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena o u da medida de segurança (tribunal 
pode corrigir); d) for a de cisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos 
(haverá novo julgamento – aplica-se uma única vez). 
 A apelação é um recurso residual (quando não couber RESE, caberá apelação). 
 A apelação no J ECRIM tem prazo de 10 dias. Contra a decisão que rejeita a 
denúncia d e crime de menor potencial ofensivo , caberá a interposição de recurso de apelação. 
 
 Súmula nº 705 - STF: a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem 
a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta. 
 
Carta testemunhável (prazo de 48h): I - da decisão que denegar o recurso (salvo denegação 
de apelação, que provoca RESE); II - da que, admitindo em bora o recurso, obstar à sua 
expedição e seguimento para o juízo ad quem. 
 
19 
 
Recurso de ofício: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde 
logo o ré u com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o 
réu de pen a; III - da decisão que concede reabilitação. 
 
Juízo de Retratação: admitem juízo de retratação  RESE, carta testemunhável, agravo em 
execução. 
 
Revisão criminal: 
 Legitimados: réu ou seu procurador e, em caso de morte, seu cônjuge 
/ascendente/descendente /irmão. MP não é legitimado, somente a defesa. 
 Competência: tribunal 
 A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou 
após. Trata-se de instrumento exclusivo da defesa. MP pode impetrar HC. 
 A doutrina admite revisão criminal em face da sentença absolutória imprópria, já que, 
a despeito de não se tratar de sentença condenatória (como exige o art. 621 d o CPP), trata-se de 
sentença com efeitos, por vezes, mais graves que os de uma sentença condena tória, pois se aplica 
medida de segurança ao “absolvido”. 
 Assim, aquele que foi absolvido mediante sentença absolutória imprópria TEM I 
NTERESSE DE AGIR para o manejo da revisão criminal, pois eventual de cisão favorável trará 
algum benefício a o requerente . 
 A revisão criminal se presta às hipótese s taxativas do art. 626 do CPP: "Julgando 
procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolve r o réu, 
modificar a pena o u anular o processo." 
 O STJ decidiu que o Tribunal pode, a qualquer momento e de ofício, desconstruir acórdão 
de revisão criminal que, de maneira fraudulenta, tenha absolvido o réu, quando, na verdade , o 
posicionamento que prevaleceu na sessão de julgamento foi pelo indeferimento do pleito 
revisional. 
 
 
Habeas Corpus 
 
 Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por meio de HC, em 
razão das restrições ao exame fático e probatório. 
 
Súmula 395 - STF : Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver 
sobre o ônus d as custas, por não est ar mais em causa a liberdade de locomoção. – 
 
 
20 
Súmula 606 - STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão 
de turma, ou do plenário, proferida em habeas corpus o u no respectivo recurso. 
 
Súmula 693 - S TF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, 
ou relativo a processo em c urso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única c ominada. 
 
Súmula 695 - STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade . 
 
Súmula 208 - STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, 
de decisão concessiva de " habeas corpus". 
 
 O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter autorização 
d e visita d e sua companheira no estabelecimento prisional (Info 827 - S TF). 
 
 Pena de suspensão do direito de dirigir veículo automotor: não cabe Habeas Corpus (INFO 
55 0 - STJ). 
 
 Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio 
praticado na direção de veículo automotor (Info 8 26 - STF). 
 
 Pessoa sem ter capacidade postulatória que impetra um HC e este é negado, poderá 
ingressar com recurso contra a decisão? 1ª Turma do STF: SIM; 2ª Turma do STF e STJ: NÃO. 
 
 
Tribunal do Júri 
 
Sentença da 1ª Fase: 
 
 1) Pronúncia (RESE ): prova da materialidade do fato e da existência de indícios sufi 
cientes d e autoria ou de participação. A fundamentação da sentença de pronúncia deve 
especificar as qualificadoras e causas d e aumento. Não faz coisa julgada material (direito 
material), embora opera-se a preclusão (direito processual). 
 
 Conteúdo da pronúncia: 
 a) Pode constar na pronúncia: a classificação do delito, suas qualificadoras e as causas de 
aumento p revista s na parte especial do Código Penal. É possível, ainda, mencionar os 
tipos penais por extensão, como a existência de concurso de pessoas, da tentativa ou de o 
missão relevante. 
 
21 
 b) Não pode constar na pronúncia: as agravantes e atenuantes, as causas de 
diminuição (com exceção da tentativa), a existência d e concurso d e crimes, a exclusão de 
qualificadoras (salvo se estas forem absolutamente improcedentes). 
 
 2) Desclassificação (RESE): crime não é de competência do tribunal d o júri. É 
encaminhado para o juiz competente para instrução e julgamento. 
 
 
 3) Impronúncia (Apelação): não há prova do crime ou inexistentes indícios suficientes 
d e autoria. Faz coisa julgada formal. Trata-se de decisão interlocutória mista terminativa. 
 
 
 4) Absolvição Sumária (Apelação): Atipicidade; Prova da inexistência dos fatos; 
Prova de que o réu não é autor dos fatos; Provada causa de isenção de pena; Provada 
causa de exclusão de crime (excludente s de ilicitude e culpabilidade). 
 
 O recurso de apelação das decisões do júri é vinculado. Isto significa que o julga 
mento da apelação fica condicionado aos motivos da sua interposição. 
 
 
Súmula 713 - STF: o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos 
funda mentos da sua interposição. 
 
Hipóteses de desaforamento: Imparcialidade dos jurados; Motivos de ordem pública; F alta 
d e segurança para o ac usado; Não realização da sessão de julgamento em até 6 meses da 
d ata da pronúncia, salvo se a demora decorre r da própria defesa. 
 
 Durante os de bates as partes não poderão, sob pena de nulidade , faze r referência 
s: I - à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação 
ou àdeterminação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou 
prejudiquem o acusado; II - ao silêncio d o acusado ou à ausência de interrogatório por falta de 
requerimento, e m seu prejuízo. 
 
 Citação por edital: a) antes da Lei 9 271/96: citado por edital e não suspendia o pro 
cesso (revel); b ) após a Lei 9271/96: citado por edital e suspende o processo e o prazo 
prescricional. 
 
 Intimação por edital: a) ante s da L ei 11689/08 : processo era “paralisa do” (“crise 
de instância”); b) após a Lei 11689/0 8: intimação por edital e sequência (sem suspender, sem 
crise de instância). 
 
22 
 
 Não se aplica aos crimes anteriores à Lei 9 271/96: réu revel. Se aplica aos posteriores. 
 
 Juntada de novo documento (Info. 537, STJ): juntada com antecedência de 03 dia 
s, sob pena de nulidade do Julgamento. 
 
 Ausência de testemunha arrolada no plenário do Júri (Info 538, STJ): redesignação do 
julgamento por falta de testemunha, somente se intimada com cláusula de imprescindibilidade 
ou se intimada em endereço errado, diverso do fornecido pela defesa. 
 
 Serão quesitadas as causas de aumento, de diminuição e qualificadoras . Em relação 
às circunstâncias agravantes e atenuantes, o juiz-p residente proferirá sentença considerando 
a penas aquelas alegadas nos debates. 
 
 Anulação da sentença de pronúncia por excesso de linguagem (Info 561, STJ): reconhecida 
a eloquência acusatória da decisão de pronúncia, o Tribunal deve anular a decisão de pronúncia e 
os atos posteriores. Não basta o desentranhamento e envelopamento da decisão. É necessário que 
outra seja prolatada no seu lugar, para que uma cópia seja entregue aos jurados. 
 
 Caso o Tribunal de Justiça , em sede de apelação, determine a realização de novo 
júri em razão do reconhecimento de que a decisão dos jurados fora manifestamente contrária 
à prova d os autos, não é possível que se conceda às partes o direito de inovar no conjunto 
probatório mediante a apresentação de novo rol de testemunhas a serem ouvidas em plenário. 
 
 
Crimes de Responsabilidade dos Funcionários Públicos 
 
Art. 513, CPP: Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (crimes funcionais), cujo 
processo e julgamento competirão aos juízes de direito (funcionários que não tenham foro privilegiado), a 
queixa (subsidiária) ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a 
existência do delito (não há inquérito) ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação 
de qualquer dessas provas. 
Art. 514, CPP: Nos crimes afiançáveis (atualmente todos são), estando a denúncia ou queixa em devida 
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito (Resposta 
Preliminar ou Exceção de Precognição), dentro do prazo de 15 dias. Parágrafo único. Se não for conhecida 
 
23 
a residência do acusado (não se justifica, pois o funcionário público tem domicílio obrigatório), ou este se 
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta 
preliminar. 
Súmula 330, STJ: É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de 
Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial. 
De acordo com o STJ, a notificação do acusado só é imprescindível se a denúncia não estiver instruída 
com inquérito policial ou processo administrativo (PAD), ficando a obrigatoriedade da notificação do 
acusado (funcionário público) para a apresentação de resposta formal, restrita aos casos em que a denúncia 
apresentada basear-se tão-somente em documentos acostados à representação (noticia criminis). 
O STF tem entendimento diverso do STJ, no sentido de que é indispensável a defesa prévia nas 
hipóteses do art. 514 do CPP, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial. Entretanto é 
pacífico no âmbito das Cortes Superiores o entendimento de que a inobservância do rito retromencionado 
configura nulidade relativa, cuja arguição deve ser feita oportunamente, sob pena de preclusão, exigindo, 
ainda, a demonstração do prejuízo suportado pela parte. 
STF: Havendo imputação de crimes funcionais e não funcionais, não se aplica o procedimento previsto 
nos arts. 513 e seguintes do Código de Processo Penal, a tornar prescindível a fase de resposta preliminar 
nele prevista. 
STJ: A defesa preliminar, própria do procedimento dos crimes afiançáveis, supostamente praticados 
por funcionários públicos, NÃO SE APLICA aos casos em que o paciente é acusado de um crime funcional, 
JUNTAMENTE COM OUTRO CRIME COMUM, o qual é apurado mediante investigação prévia 
(inquérito policial ou procedimento de investigação preliminar presidido pelo Ministério Público). 
Art. 516, CPP: O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela 
resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação. Decisão de 
mérito, faz coisa julgada. 
Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado  seguindo o rito comum (ordinário ou 
sumário, a depender da pena). 
 
 
Juizados Especiais Criminais – Lei 9.099/95 
 
Art. 98, I, CF: A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão juizados especiais, 
providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução 
 
24 
de causas cíveis de menor complexidade e INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO, 
mediante o procedimento oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses em lei, a transação e o julgamento 
de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. 
Art. 60: O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência 
para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas 
as regras de conexão e continência. 
Art. 61: Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada 
ou não com multa. 
Competência para todas as contravenções, salvo no caso da Lei 11.340/06. 
Não se aplica a Lei 9.099/95: 
o Crimes ou contravenções praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista (art. 41, Lei 11.340/06). 
o Crimes militares. 
 
Princípios Informadores (art. 62): 
o Oralidade 
o Informalidade 
o Economia processual 
o Celeridade 
o Reparação dos danos, sempre que possível 
o Aplicação de pena não privativa de liberdade 
 
Competência (art. 63): a competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi 
PRATICADA a infração penal. 
Atos de Comunicação: 
o Citação (art. 66): A citação será PESSOAL e far-se-á no próprio Juizado, sempre que 
possível, ou por mandado. 
o Intimação (arts. 67 e 68): A intimação far-se-á por CORRESPONDÊNCIA, com aviso de 
recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante 
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo 
necessário, por OFICIAL DE JUSTIÇA, independentemente de mandado ou carta 
precatória, ou ainda por qualquer MEIO IDÔNEO DE COMUNICAÇÃO. 
 
Fase Preliminar – Termo Circunstanciado: 
o Art. 69: a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo 
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
 
25 
o Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado 
ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se 
exigirá fiança. 
Audiência Preliminar: 
o Art. 70: Comparecendoo autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização 
imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão 
cientes. 
o Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua 
intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei. 
o Art. 72: Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor 
do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o 
juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta 
de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. 
o Art. 73: A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação. 
 
Composição Civil: 
o Art. 74: A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz 
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil 
competente. 
o Efeitos penais: Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a RENÚNCIA ao direito de 
queixa ou representação. 
o Art. 75: Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a 
oportunidade de exercer o direito de representação verbal (na verdade trata-se de uma 
ratificação da representação), que será reduzida a termo. 
 
Procedimento Sumaríssimo: 
o Art. 77: Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela 
ausência do autor do fato, ou por não preencher os requisitos da transação, o Ministério 
Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de 
diligências imprescindíveis. 
o Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o 
Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes ao juízo 
comum, para instauração de inquérito. 
o Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo circunstanciado, 
com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á (dispensa) do exame do corpo de delito 
quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente. 
o Art. 78: Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao 
acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e 
hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o 
Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados. 
o Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 e cientificado da 
data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou 
apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização. 
 
26 
o Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 
67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento. 
o As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67. 
o Art. 79: No dia e hora designados para a AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E 
JULGAMENTO, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de 
conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos 
termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. 
o Art. 80: Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a 
CONDUÇÃO COERCITIVA de quem deva comparecer. 
o Art. 81: Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação 
(exceção de pré-cognição ou resposta preliminar), após o que o Juiz receberá, ou não, a 
denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de 
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se 
imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença (dispensado o relatório). 
o Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz 
limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. 
o De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, 
contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. 
o A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz. 
 
Recursos: 
o Apelação 
 Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação (e da 
homologação da transação), que poderá ser julgada por turma (Turma Recursal) 
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na 
sede do Juizado. 
 A apelação será interposta no prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença 
pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual 
constarão as razões e o pedido do recorrente. (interposição + razões em 10 dias) 
 O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de 10 dias. 
 Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento 
servirá de acórdão. 
 
o Embargos de Declaração 
 Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver 
obscuridade, contradição ou omissão. 
 Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de 5 
dias, contados da ciência da decisão. 
 Os embargos de declaração INTERROMPEM o prazo para a interposição de 
recurso. 
 Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício 
 
Execução 
o Pena de Multa (arts. 84 e 85) 
o Penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas 
(art. 86) 
 
27

Continue navegando