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Elementos da semiologia Saussure pensava que a Linguística era apenas uma parte da ciência geral dos signos. Ora, não é absolutamente certo que existam outros sistemas de signos além da linguagem humana. Objetos, imagens, comportamentos podem significar, mas nunca de uma maneira autônoma; qualquer sistema semiológico repassa-se de linguagem. Parece cada vez mais difícil conceber um sistema de imagens ou objetos cujos significados possam existir fora da linguagem: perceber o que significa uma substância é, fatalmente, recorrer ao recorte da língua: sentido só existe quando denominado, e o mundo dos significados não é outro senão o da linguagem. Apesar de trabalhar, de início, com substâncias não-linguísticas, o semiólogo é levado a encontrar, mais cedo ou mais tarde, a linguagem (a "verdadeira") em seu caminho, não só a título de modelo mas também a título de componentes, de •mediação ou de significado. Essa linguagem, entretanto, não é exatamente a dos linguistas: é uma segunda linguagem, cujas unidades não são mais os monemas ou os fonemas, mas fragmentos mais extensos do discurso; estes remetem a objetos ou episódios que significam sob a linguagem, mas nunca sem ela. É preciso admitir a possibilidade de revirar a proposição de Saussure: a Linguística não é uma parte da ciência geral dos signos: a Semiologia é que é uma parte da Linguística; mais precisamente, a parte que se encarregaria das grandes unidades significantes do discurso. Agruparemos estes Elementos de Semiologia sob quatro grandes rubricas, oriundas da Linguística Estrutural: I. Língua e Fala; II. Significado e Significante; III. Sintagma e Sistema; IV. Denotação e Conotação.
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