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240617953-Quimica-Dos-Cosmeticos

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Os cosméticos são um excelente exemplo de como as descobertas da Química fazem 
parte do nosso dia a dia. De fato, só a leitura da composição de qualquer comum 
cosmético pode tornar-se numa aula de química: água, emulsionantes, conservantes, 
espessantes, estabilizadores de pH, corantes e fragrâncias várias, combinados em 
diferentes proporções, para diferentes objetivos. 
A utilização de cosméticos – ou seja, compostos químicos destinados a melhorar a 
nossa aparência – não é um fenómeno recente. Consta que a rainha egípcia Cleópatra 
tomava banho em leite, como forma de manter a pele bonita e macia. O que 
provavelmente até resultava, porque está comprovado que o ácido lático – um dos 
compostos químicos constituintes do leite – atua sobre as camadas mais profundas da 
epiderme, promovendo a remoção das células mortas e a renovação da pele. 
Na antiga Grécia, três mil anos antes de Cristo, as mulheres usavam pó de carbonato 
de chumbo para empalidecer o rosto. Infelizmente, sabemos hoje que o carbonato de 
chumbo é tóxico e é possível que a busca da beleza tenha custado a vida a algumas 
destas mulheres. 
Mas como tudo se desenvolve em conjunto com a tecnologia, a partir do século X, nos 
primórdios da química, começaram a surgir às primeiras formulações visando criar 
cosméticos mais eficientes e variados, em princípio a partir da combinação de diversos 
óleos vegetais como, por exemplo, amêndoas com outros óleos. Com o 
desenvolvimento da química como ciência a partir do século XVIII, muitos métodos 
químicos vêm sendo aplicados aos cosméticos, como por exemplo: melhores métodos 
de extração de essências e óleos, síntese de essências artificiais, procuram por novas 
formulações e substâncias que possuem maior eficiência sobre a pele humana (em 
conjunto com bioengenharia). 
Em muitos casos, estes diferentes produtos cosméticos têm uma forte componente de 
inovação científica, desenvolvida nos mais modernos laboratórios de investigação. 
Basta dizer que a indústria de cosméticos foi uma das primeiras a adaptar os novos 
recursos da nanotecnologia, através do uso de nano partículas para melhorar a 
qualidade dos seus produtos e satisfazer os anseios dos seus clientes. 
As nano partículas são partículas de dimensão intermédia entre a escala dos átomos e 
a dos materiais macroscópicos. Qualquer coisa como mil vezes maior que o diâmetro 
de um átomo e mil vezes menor que a espessura de um cabelo. 
Esta característica confere-lhes propriedades únicas, e que podem ser moduladas pela 
alteração do tamanho. 
Exemplos típicos da aplicação de nanotecnologia em cosméticos são as nano partículas 
de dióxido de titânio nos protetores solares (que conferem uma proteção completa 
sem o efeito de camada branca sobre a pele), a utilização de nano partículas de lípidos 
sólidos para libertação lenta de fragrâncias em perfumes, ou a criação de nano 
vesículas como transportadores para garantir uma melhor penetração dos 
ingredientes ativos na pele. 
A Indústria de cosméticos é responsável pela elaboração dos mais variados produtos 
de beleza, e para isso ela investe bilhões de dólares anualmente. Alguns desses 
produtos: 
 
Perfumes: os ingredientes Geraniol (aroma de rosa) e Jasmona (aroma de jasmim) dão 
aos perfumes o aroma específico. 
 
 GERANIOL JASMONA 
 
Cremes para a pele: são compostos por óleo de amêndoas, vaselina, lecitina, lanolina, 
etc. 
 
Pós faciais: CaCO3 (carbonato de cálcio) e ZnO (óxido de zinco) são ingredientes do 
popular pó compacto. 
 
Batons: possuem na composição: álcool cetílico (C16H33OH), óleo de gergelim, cera de 
abelha, etc. 
 
Xampus: álcool comum, álcool oleico (age como condicionador) e alginato de 
sódio(age como espessador) estão entre os ingredientes dos produtos que deixam 
seus cabelos limpos. 
 
Desodorantes: o ingrediente AlCl3.6 H2O é fundamental, além de álcool e perfume. 
 
Química orgânica dos cosméticos 
http://1.bp.blogspot.com/-pgripzE35-o/UTndxU2WDOI/AAAAAAAAAJY/Mr2gaeL-9sM/s1600/aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.jpg
 
O esmalte é uma substância que em seu estado líquido pode ser aplicada a uma 
superfície e quando solidificada dá origem a uma camada dura e brilhante. 
O esmalte pode ser encontrado em diversas cores e diversas composições. 
Dependendo da sua fórmula pode ser usado para fins diferentes. O polimetilacrilato, 
no esmalte tem a função de ligar os ingredientes por conta disso ele não escorre. 
 
O esteralcônio de hectorita é um minério de onde é extraído o lítio. Triturado é usado 
em forma de pó no esmalte e vira uma espécie de cola. Em contato com a temperatura 
da mão (cerca de 35°C) ele provoca e evaporação dos solventes usados como a 
acetona e assim o esmalte fixa na unha. Nitrocelulose é usado como detonador de 
explosivos, mas na unha forma um filme plástico e maleável. O Copolímero de etileno 
garante que o filme formado não saia se despedaçando 
 
A composição química do esmalte de unha é caracterizada por ser constituída por uma 
formulação básica em base a água, água combinada com CMC e tripolifosfato de sódio, 
todos combinados em diversas proporções, os quais e mediante a adição de outros 
elementos permitem criar até quatro versões de esmalte para unhas. 
 
Atualmente, muitos corantes são superiores àqueles que podem ser extraídos de 
substâncias naturais, o que é evidenciado pelas diversas cores que conhecemos. Mas 
há um problema com relação à tintura de cabelo humano, um paradoxo: a porção 
externa do cabelo humano, ou cutícula apresenta inúmeras camadas de escamas 
interligadas; caso se deseje que a cor não saia do cabelo ou não seja facilmente lavada, 
as moléculas do corante devem penetrar na cutícula e serem absorvidas pelo córtex. 
No entanto, diferente dos tecidos, que podem ser tingidos em temperaturas altas e 
por muitas horas, o cabelo humano deve ser tingido em temperatura ambiente, com 
período de aplicação relativamente curto. Portanto, para que as moléculas penetrem 
na cutícula do cabelo humano, elas devem difundir muito rapidamente. Isto significa 
que as moléculas que constituem as tinturas de cabelo devem ser pequenas. Contudo, 
para colorir o suficiente e ser utilizada como corante, a molécula deve ser 
relativamente grande: Este é o PARADOXO. Embora pareça uma situação impossível, 
há pelo menos quatro diferentes soluções para o problema, e cada solução dá origem 
a um tipo diferente de produto colorante para os cabelos. Os processos de coloração 
dos cabelos são baseados em sistemas oxidativos, iônicos, metálicos ou reativos. Estes 
são classificados como: 
Sistema Permanente ou Oxidante: 
São formados por substâncias intermediárias ou precursoras de cor e acopladores. As 
substâncias intermediárias funcionam como corantes apenas depois de oxidadas 
(H2O2), ligando-se aos acopladores e produzindo a cor desejada. O processo baseia-se, 
portanto em reações de precursores - pigmentos, que ocorrem no interior da fibra 
capilar sob condições específicas, estas reações geralmente ocorrem em meio alcalino 
(amônia) pH 8 a 10. A amônia promove a tumefação e abertura das cutículas 
facilitando a absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio. Ajustando as 
proporções de oxidante (H2O2), precursores e acopladores, podem-se obter 
tonalidades mais claras ou escuras. 
Mecanismo de Sistema de Coloração Permanente. 
 
Os corantes precursores são derivados da Anilina. Os precursores são di-funcionais 
orto ou para-diaminas ou amino-fenóis que são oxidados para diimina p-quinona. 
 
Estes produtos, em geral, proporcionam abertura demasiada das cutículas, necessária 
para otimizar a absorção dos corantes pelo córtex, como consequência deste 
mecanismo, há diminuição da maciez, brilho, aumento do esforço necessário para 
pentear, atributos indispensáveis e desejados em um cabelo saudável. 
Sistema SemipermanenteOutra solução ao grande paradoxo da tintura de cabelo envolve o uso de moléculas de 
tamanho intermediário. Um número relativamente pequeno de materiais apresenta 
tamanho molecular suficientemente pequeno para penetrar no cabelo, embora ainda 
sejam grandes para serem usadas como tinturas. 
 
Exemplos de Corantes utilizados em Tinturas Semipermanentes. 
 
Uma peculiaridade que pode ser observada nas estruturas acima é que se para cada 
cor há dois corantes que podem ser utilizados, um de peso molecular relativamente 
baixo e outro significativamente maior. Isto, como será aplicado, não é uma simples 
coincidência. Neste momento, deve-se entender que estes corantes realmente 
penetram na cutícula do cabelo e são depositados no córtex. Eles não são removidos 
com uma simples lavagem com água e não sofrem o efeito fricção, como ocorre com 
os corantes temporários serão descritos posteriormente. Contudo, como estes 
corantes são bem pequenos para se difundir através da cutícula para o córtex, é 
provável que eles retornem novamente para fora, e a utilização de xampus os remova 
gradualmente. Em geral, eles saem do cabelo com cinco ou seis aplicações de xampus, 
o brilho acaba e o cabelo cinza começa a aparecer, sendo necessário reaplicar o 
produto. Como estes corantes não são verdadeiramente permanentes, nem são 
completamente removidos com uma ou duas lavagens com xampu, eles são 
denominados semipermanentes. 
Estes produtos, também, de forma geral, proporcionam abertura das cutículas, 
necessária para otimizar a absorção dos corantes pelo córtex, como consequência 
deste mecanismo, há diminuição da maciez, brilho, aumento do esforço necessário 
para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um cabelo saudável. 
Mecanismo de Sistema de Coloração Semi-Permanente. 
 
 
Sistema Temporário 
 
Uma das soluções para o paradoxo acima é ignorar totalmente o problema, isto é, usar 
corantes que apresentem moléculas grandes em sua composição, demasiadamente 
grandes que não podem atravessar a cutícula do cabelo sob condições normais. 
Corantes como esses, normalmente são muito grandes para penetrar a cutícula do 
cabelo. Os produtos de tintura de cabelo que usam tais corantes geralmente são 
aplicados por processo de deposição. Deixa-se a solução de corante secar sobre o 
cabelo e os corantes se depositam sobre a superfície da cutícula 
Mecanismo do Sistema de Coloração Temporária. 
 
Algumas desvantagens importantes também estão associadas às tinturas temporárias: 
os corantes são removidos pelo uso de xampu, e até pela simples umectação dos 
cabelos. A exposição à chuva pode transferir o corante para as roupas ou pode mesmo 
colorir a pele; o corante pode até manchar superfícies como roupas de cama. 
Xampus 
Composto por álcool comum, álcool oléico (age como condicionador) e alginato de 
sódio (age como espessador) está entre os ingredientes dos produtos que deixam seus 
cabelos limpos. A maior parte dos xampus modernos, denominados xampus ácido 
balanceados, contêm em suas formulações ingredientes ácidos cuja função é manter o 
pH do cabelo lavado próximo de seu pH natural. Este efeito é obtido, por exemplo, 
adicionando-se à formulação do xampu o ácido cítrico, cuja função é neutralizar os 
efeitos temporários de xampus alcalinos. 
 
Como agem os xampus e condicionadores? 
 
Ambos possuem, em sua formulação, moléculas de surfactantes. Os xampus e 
condicionadores diferem, basicamente, na carga do surfactante: os xampus contêm 
surfactantes aniônicos, enquanto que os condicionadores têm surfactantes catiônicos. 
Quando o cabelo está sujo, ele contém óleo em excesso e uma série de partículas de 
poeira e outras sujeiras que aderem à superfície do cabelo. Esta mistura é, geralmente, 
insolúvel em água - daí a necessidade de um xampu para o banho. O surfactante ajuda 
a solubilizar as sujeiras, e lava o cabelo. 
 
Um problema surge do fato de que surfactantes aniônicos formam complexos estáveis 
com polímeros neutros ou proteínas, como é o caso da queratina. O cabelo, após o uso 
do xampu, fica carregado eletrostaticamente, devido a repulsão entre as moléculas de 
surfactantes (negativas) "ligadas" à queratina. É aí que entra o condicionador: os 
surfactantes catiônicos interagem fracamente com polímeros e proteínas neutras, e 
são capazes de se agregar e arrastar as moléculas de xampu que ainda estão no 
cabelo. Nos frascos de condicionadores existem, ainda, alguns produtos oleosos, para 
repor a oleosidade ao cabelo, que foi extraída com o xampu. O cabelo, após o 
condicionador, fica menos carregado e, ainda, com mais oleosidade. 
Segundo este critério, não existe xampu "2 em 1", ou seja, uma formulação capaz de 
conter tanto um surfactante aniônico como um catiônico. Os produtos encontrados no 
mercado que se dizem ser "xampu 2 em 1" são, na verdade, xampus com surfactantes 
neutros ou, ainda, surfactantes aniônicos com compostos oleosos, que minimizam o 
efeito eletrostático criado pelo xampu normal. 
 
 
Conclusão 
 
Portanto a química orgânica é imprescindível para os cosméticos. Cosméticos podem 
ser definidos como toda substância ou conjunto de substâncias, que neste caso são 
chamadas de formulações cosméticas, capazes de atuar na manutenção e melhora da 
aparência humana, ou até mesmo na higiene pessoal. A química pode auxiliar na 
otimização de um novo cosmético ou prover meios de estabilização e conservação de 
formulações que sejam mais eficientes. Tais formulações devem ser estáveis, ou seja, 
os seus componentes não devem reagir entre si, pois do contrário haveria degradação 
da formulação e é papel da química garantir que isso não ocorra. Concluímos então 
que sem a química orgânica não haveria como fazer nenhum cosmético, a química é 
responsável pela ação de um produto em contato com a pele ou o cabelo. 
 
Referências de pesquisa: (todas as referências acessadas em 12 de setembro de 2014). 
http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/quimica-dos-cosmeticos.htm 
http://explorandoaquimica.blogspot.com.br/ 
http://www.aquimicadascoisas.org/?episodio=a-qu%C3%ADmica-dos-cosm%C3%A9ticos 
http://quimichristian.blogspot.com.br/2013/03/a-quimica-nos-cosmeticos-um-alerta.html

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