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Concepção I Genética Lucas Silva ▪ É o processo de síntese de moléculas de RNA a partir de um gene. ▪ São sintetizados todos os RNAs da célula ▪ Este processo é catalisado pela RNA-polimerase e ocorre no sentido 5’-3’ ▪ Apresenta três sequencias: iniciação, alongamento e término. ▪ Éxons: Regiões codificantes de proteínas ▪ Íntrons: Regiões não codificantes de proteínas ▪ Região promotora: Inicio da transcrição ▪ Região de terminação: Término da transcrição Obs.: Sequencias especificas de nucleotídeos determinam cada uma das regiões. São sequencias padrões e especificas. Regiões promotoras de transcrição ▪ Região onde a RNA-polimerase se liga, porem essa região não é transcrita. A transcrição começa após a região promotora. (+1 corresponde ao primeiro nucleotídeo transcrito). ▪ TATA box - presente em genes que são expressos o tempo todo. É uma sequência sinal para RNA-polimerase e outras proteínas para ligação e ativação do processo de transcrição. Obs.: As extremidades dos genes que são transcritas não são traduzidos e servem para proteger a região interna onde se encontra o gene. ▪ A transcrição começa com a abertura e a desespiralização de uma pequena porção da dupla-hélice de DNA, o que expõe as bases em cada fita de DNA. Uma das duas fitas de DNA age como um molde para a síntese de uma molécula de RNA. ▪ A sequência de nucleotídeos da cadeia de RNA é determinada pela complementariedade do pareamento de bases entre os nucleotídeos a serem incorporados e o DNA molde. ▪ O ribonucleotídeo a ser incorporado na cadeia de RNA é canalizado pela enzima RNA-polimerase. ▪ RNA-polimerase move-se paulatinamente sobre o DNA, desespiralizando a dupla-hélice à frente do sítio ativo de polimerização e, assim, expondo uma fita molde para o pareamento de bases por complementaridade. ▪ A cadeia de RNA em formação é estendida em um nucleotídeo por vez na direção 5’ para 3’. ▪ A hidrolisa de trifosfatos de nucleotídeos (ATP, GTP) fornecem a energia necessária para impulsionar essa reação. ▪ Nas bactérias a RNA-polimerase bacteriana é um complexo de múltiplas subunidades. Esse complexo adere firmemente ao DNA bacteriano quando ele desliza em uma região de dupla-hélice de DNA denominada promotor. ▪ Após a enzima polimerase ter sido liberada no terminador, ela reassocia-se com um fator σ livre para forma uma holoenzima que poderá começar novamente o processo de transcrição. ▪ O terminador consiste em um seguimento de DNA que contém sinais de terminação para a transcrição. Concepção I Genética Lucas Silva A transcrição em procariotos ocorre no citosol. ▪ Em contraste com as bactérias, que contêm um único tipo de RNA-polimerase, os núcleos eucarióticos têm três: o RNA-polimerase I – Transcreve genes pra rRNA o RNA-polimerase II – Transcreve todos os genes para proteínas e alguns genes para pequenos RNAs o RNA-polimerase III – Transcreve genes para tRNA, rRNA 5S e genes para pequenos RNAs estruturais. ▪ Apesar da RNA-polimerase II eucariótica apresentar similaridade com a procariótica, elas apresentam algumas diferenças importantes: o Enquanto a RNA-polimerase bacteriana requer uma única proteína adicional (o fator σ) para que ocorra a transcrição, as RNA- polimerases eucarióticas necessitam de diversas proteínas adicionais, coletivamente chamadas de fatores gerais de transcrição. o A iniciação da transcrição eucariótica precisa lidar com o DNA empacotado em nucleossomos e sob outras formas de estruturação de cromatina, características ausentes nos cromossomos bacterianos ▪ A RNA-polimerase não precisa nem de Helicase (abre a dupla fita de DNA) nem Primase (adição do primeiro nucleotídeo), ela mesma faz esses processos. ▪ A RNA-pol também não possui mecanismo de reparo como a DNA-polimerase, e por isso o processo ocorre em menor velocidade. ▪ Obs.: Os erros nessas transcrições não são passados para as próximas gerações, uma vez que o erro ocorre a nível de RNA. ▪ A abertura da DNA pela RNA-polimerase é denominada de “bolha de replicação”. ▪ A síntese ocorre no sentido 3’-5’. ▪ Esse processo ocorre de forma continua e, portanto, existem mecanismo que ativam ou inativam os genes de acordo com as necessidades das células e do organismo (um desses mecanismo é o bloqueio da região promotora). Fatores de transcrição ▪ Esses fatores são um grupo de proteínas interativas designadas como TFII (fator de transcrição para a polimerase II) e recebem nomes arbitrários, como TFIIB, TFIID e assim por diante. ▪ Auxiliam no processo de transcrição. Ajudam a RNA-polimerase a reconhecer a região promotora e também auxiliam na fixação da RNA-polimerase ao DNA para o processo de transcrição. ▪ Auxiliam na separação das duas fitas de DNA e liberam a RNA-polimerase do promotor quando a transcrição começa. ▪ Cada gene apresenta um fator de transcrição diferente. ▪ O processo de transcrição tem início com a ligação do fator geral de transcrição TFIID a uma pequena sequência de DNA composta por nucleotídeos T e A (TATA box). ▪ Outros fatores são ligados na RNA-polimerase II para formar um complexo de iniciação de transcrição. Concepção I Genética Lucas Silva ▪ A RNA-polimerase II, da mesma forma que a polimerase bacteriana, se mantém no promotor, sintetizando pequenos fragmentos de RNA até sofrer uma série de alterações estruturais que permitem sua saída do promotor e a entrada na fase de extensão da transcrição. ▪ Quando se inicia a transcrição do RNA, a maioria dos fatores de transcrição é liberada do DNA. ▪ A iniciação da transcrição requer o recrutamento da cromatina e enzimas modificadoras de histonas. ▪ Acentuadores: São regiões em que se ligam proteínas para melhorar a afinidade das proteínas na região promotora. Estão presentes apenas em alguns genes. ▪ Um fator de transcrição II D (TFIID), que são proteínas auxiliadoras, se liga a região promotora do gene a ser transcrito e com ela chegam outros fatores de transcrição e por fim, a RNA-polimerase que irá realizar a transcrição. ▪ A RNA-polimerase se liga na região promotora e o ATP fornece a energia necessária para abrir o DNA. ▪ A RNA-polimerase adiciona nucleotídeos na ponta 3’. Logo, a fita de DNA utilizada para a transcrição é a fita 3’-5’ A transcrição em eucariotos ocorre no núcleo. ▪ Existem mecanismo nas células para degradar moléculas de RNA exógenos (virais, bacterianos) e, portanto, os RNA produzidos pelos indivíduos precisam ser protegidos desse mecanismo. ▪ Como as enzimas desse mecanismo degradam o RNA pelas pontas, as duas extremidades dos RNAs naturais são protegidas pela adição de guanina na extremidade 5’ (através de uma ligação atípica 5’- 5’), criando uma capa (Cap), impedindo a degradação pelas nucleases. Já na extremidade 3’ adiciona-se uma cauda poli A (sequencia de cerca de 200 adeninas). ▪ Essas extremidades auxiliam na proteção do RNA, auxiliam na exportação para o citoplasma e o Cap auxilia também na sinalização da tradução. Capeamento do mRNA ▪ A extremidade 5’ da nova molécula de RNA é modificada pela adição de um “quepe” que consiste em um nucleotídeo guanina modificado. Concepção I Genética Lucas Silva ▪ A reação de capeamento é realizada por três enzimas agindo sucessivamente. o Uma fosfatase remove um fosfato da extremidade 5’ do RNA nascente. o Outra, uma guanil-transferase, adiciona um GMP em uma ligação reversa (5’ para 5’ em vez de 5’ para 3’). o Uma terceira, metil-transferase, adiciona um grupo metil à guanosina. ▪ O quepe metil 5’ identifica a extremidade 5’ de mRNAs eucarióticos, e esta marca ajuda a célula a distinguir os mRNAs dos outros tios de moléculas de RNA presentes na célula. ▪ O quepe metil 5’ também desempenha um importante papel na tradução dos mRNAs no citosol Poliadenilação na extremidade 3’ ▪ Àmedida que a RNA-polimerase II se aproxima do final de um gene, um mecanismo similar ao capeamento da extremidade 5’ assegura que a extremidade 3’ do pré-mRNA seja corretamente processada. ▪ Inicialmente, o RNA é clivado e logo após, uma enzima denominada poli-A-polimerase (PAP) adiciona aproximadamente 200 nucleotídeos A (adenina) na extremidade 3’. Splicing – Recomposição ▪ Realizado pelo Complexo spliceossomo. ▪ Tanto as sequências de íntrons quanto de éxons são transcritas em RNA. ▪ As sequências dos íntrons são removidas do RNA recentemente sintetizado (pré-RNA) e os éxons são unidos um ao outro. ▪ Os éxons terminam com A/C-A-G e os íntrons iniciam-se sempre com GU, sinalizando o final do éxon e o início do íntron. Já o final do íntron terá AG e o início de um éxon terá G. ▪ Esses sinais são universais e são padrões. Esses códigos auxiliam no corte dos genes e na remoção dos íntron, o que não pode haver erros para garantir a perfeita tradução das proteínas. ▪ Os cortes são determinados pelos padrões dos íntrons (região inicial, ponto e região final). Se o genoma humano tem 20.000 genes, como esses genes podem codificar mais de 100.000 proteínas? ➔ Isso só é possível devido ao Splicing alternativo que remove alguns exons, juntamente com os íntrons, para gerar variabilidade genética e produzir proteínas diferentes a partir de um mesmo gene. Concepção I Genética Lucas Silva Obs.: Procariontes não fazem Splicing, portanto em técnicas de engenharia genética como a fabricação de insulina por bactérias, é preciso retirar os íntrons presentes no gene da insulina para que a bactéria consiga traduzir a proteína corretamente. Exportação do mRNA para o citosol ▪ Os mRNAs adequadamente processados são guiados através dos canais aquosos dos complexos do poro nuclear (NPCs) da membrana nuclear. ▪ A célula usa energia para o transporte ativo dessas macromoléculas em ambos os sentidos através dos complexos do poro nuclear. ▪ As macromoléculas são transportadas através dos complexos do poro nuclear via receptores de transporte nuclear específicos para o tipo de molécula. ▪ O receptor de transporte se dissocia do mRNA, penetra novamente o núcleo e exporta uma nova molécula de mRNA. Como a partir de um código de 4 letras seria possível codificar um código de 20 aminoácidos? ▪ O RNA mensageiro está organizado em trincas (códons) e cada códon codifica um aminoácido, podendo um aminoácido ser codificado por mais de um códon. ▪ Existem 64 combinações (4x4x4) possíveis de três nucleotídeos: os tripletes AAA, AUA, AUG, e assim por diante. Entretanto, somente 20 aminoácidos diferentes normalmente são encontrados nas proteínas. ▪ Cada grupo de três nucleotídeos no RNA (trinca) é denominado códon, e cada códon especifica ou um aminoácido, ou a finalização do processo de tradução. ▪ Apresenta uma região denominada anticódon, um conjunto de três nucleotídeos consecutivos que pareiam com o códon complementar em uma molécula de mRNA. ▪ Apresenta outra região de fita simples na extremidade 3’ da molécula: o sítio onde o aminoácido que corresponde ao códon é ligado ao tRNA ▪ Só existem 20 RNA-transportadores, um para cada aminoácido, apesar de existir 64 códons. Isso é possível porque a ultima base nitrogenada do anticódon é oscilante, ou seja, pode ser trocada para formar um novo anticódon correspondente aquele mesmo aminoácido. (as 2 primeiras são sempre iguais). ▪ A enzima Amino-acil é a responsável por catalisar a ligação do aminoácido na extremidade do RNA- transportador. ▪ A síntese proteica é realizada no ribossomo, uma riboenzima complexa feita a partir de mais de 50 proteínas ribossomais e diversas moléculas de RNAs ribossômicos (rRNAs). ▪ As subunidades ribossomais eucarióticas são montadas nos nucléolos pela associação de rRNAs recém-transcritos e modificados com proteínas ribossomais, as quais foram transportadas para o interior do núcleo após sua síntese no citoplasma. Concepção I Genética Lucas Silva ▪ A subunidade pequena fornece uma região sobre a qual os tRNAs pode ser eficientemente pareados sobre os códons do mRNA, enquanto que a subunidade grande catalisa a formação das ligações peptídicas que unem os aminoácidos, formando uma cadeia polipeptídica. ▪ Quando a síntese de proteínas não está ativa, as duas subunidades do ribossomo estão separadas. Elas se unem sobre uma molécula de mRNA, normalmente próxima à sua extremidade 5’, para iniciar a síntese de uma proteína. O mRNA é então puxado através do ribossomo. ▪ Conforme seus códons encontram os sítios ativos dos ribossomos, a sequência nucleotídica do mRNA é traduzida em uma sequência de aminoácidos, usando os tRNAs como adaptadores para adicionar cada aminoácido na sequência correta à extremidade da cadeia polipeptídica em formação. ▪ Quando um códon de terminação é encontrado, o ribossomo libera a proteína finalizada, e suas duas subunidades separam- -se novamente. ▪ A subunidade menor reconhece o RNA mensageiro e apresenta os sítios de entrada para os RNA-transportador. ▪ A subunidade maior realiza as ligações peptídicas entre os aminoácidos na formação das proteínas. ▪ Um ribossomo apresenta os seguintes sítios: o Sitio P (de Peptidio transferase): Se liga o códon de iniciação. É o responsável pela formação da ligação peptídica entre os aminoácidos. o Sitio A (de Amino-acil): Segundo códon – Corresponde ao sitio em que os RNA- transportadores chegam o Sitio E (de exit): Liberação ▪ O tRNA adere fortemente aos sítios A e P apenas se seus anticódons formam pares de bases com o códon complementar na molécula de mRNA que está ligada ao ribossomo. Obs.: O primeiro RNA-transportador, responsável por trazer a metionina sempre chega no P, os outros chegam no A. A tradução ocorre por três etapas subsequentes: iniciação, alongamento e terminação. Iniciação ▪ A tradução de um mRNA inicia com um códon AUG, e um tRNA especial é necessário para iniciar a tradução. Esse tRNA iniciador sempre carrega o aminoácido metionina, portanto todas as proteínas recém-formadas possuem metionina como seu primeiro aminoácido em suas extremidades N-terminal. ▪ A subunidade ribossomal pequena então se move para frente (5’ para 3’) sobre o mRNA, fazendo uma varredura e procurando pelo primeiro AUG. ▪ A tradução então se inicia no primeiro AUG encontrado pela subunidade pequena. ▪ Nesse ponto, os fatores de iniciação dissociam-se, permitindo que a subunidade ribossomal grande se associe ao complexo e complete o ribossomo. ▪ O tRNA iniciador encontra-se, nesse momento, ligado ao sítio P, deixando o sítio A livre. Alongamento ▪ A síntese proteica se inicia e cada novo aminoácido é adicionado à cadeia em extensão em um ciclo de reações contendo quatro passos iniciais: ligação do tRNA, formação da ligação peptídica, translocação das subunidades grande e pequena. ▪ Como resultado dos dois passos de translocação, o ribossomo completo move-se três nucleotídeos sobre o mRNA e é posicionado para dar início ao próximo ciclo. Concepção I Genética Lucas Silva ▪ Um tRNA carregando o próximo aminoácido da cadeia liga-se ao sítio A ribossomal, formando pares com o códon do mRNA. ▪ A extremidade carboxila da cadeia polipeptídica é liberada do tRNA no sítio P pelo rompimento da ligação altamente energética entre o tRNA e seu aminoácido. ▪ A carboxila é, então, ligada ao grupo amino livre do aminoácido ligado ao tRNA no sítio A, formando uma nova ligação peptídica. ▪ Essa reação é catalisada por uma peptidil- transferase contida na subunidade ribossomal grande. ▪ Logo depois, a subunidade grande se move em relação ao mRNA que está preso à subunidade pequena. ▪ Por fim, uma série de modificações conformacionais move a subunidade pequena e o mRNA a ela conectado exatamente três nucleotídeos,reposicionando o ribossomo de tal forma que ele está pronto para receber o próximo aminoacil-tRNA. Terminação ▪ O final da mensagem codificadora de uma proteína é sinalizado pela presença de um de três códons de terminação: UAA, UAG ou UGA. ▪ Essas sequencias são reconhecidos por um tRNA e não determinam um aminoácido. Elas sinalizam para o ribossomo o final da tradução. ▪ As proteínas conhecidas como fatores de terminação ligam-se a qualquer ribossomo que possua um códon de terminação posicionado no sítio A, e esta ligação força a peptidil-transferase no ribossomo a catalisar a adição de uma molécula de água em vez de um aminoácido no peptidil- tRNA. ▪ A cadeia de proteína finalizada é imediatamente liberada no citoplasma. O ribossomo, então, libera o mRNA e separa-se nas duas subunidades grande e pequena, as quais podem associar-se sobre essa mesma ou outra molécula de mRNA para iniciar um novo cilco de síntese de proteínas.