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99 1. Uma finalidade, ou seja, um objetivo comum. 2. Uma estrutura dinâmica de comunicação. 3. Uma coesão interna. As relações humanas representam uma atitu- de, um estado de espírito que deve prevalecer no estabelecimento e/ou na manutenção dos contatos entre as pessoas. Deve-se reconhecer que as pessoas são possuidoras de personalidade própria que me- recem ser respeitadas. Isso implica na compreensão sadia que toda pessoa traz consigo, em todas as si- tuações, necessidades materiais, sociais ou psicológi- cas. Que procura satisfazer e que motivam e dirigem seu comportamento, neste ou naquele sentido. Então, praticar relações humanas significa mais do que estabelecer e/ou manter contatos com ou- tras pessoas. Significa estar condicionado nessas relações por uma atitude ou estado de espírito que permita compreender as pessoas, respeitando sua personalidade, que sem dúvida é diferente da nossa. Esse conceito aplica-se a qualquer situação: no lar, escola, trabalho etc. 4.10. A evolução conceptual: teoria clássica e teoria das relações humanas 100 Características Teoria Clássica Teoria das Rela- ções Humanas 1. Abordagem Engenharia hu- mana:- adapta- ção do homem à máquina e vice- -versa Ciência social aplicada: - adaptação do homem à organização e vice-versa 2. Modelo de homem Econômico- -racional: - vantagens financeiras Racional-emo- cional: - motivado por sentimentos 3. Comporta- mento do indi- víduo Animal isolado: - reage como indivíduo - atomismo tayloriano Animal social: - carente de apoio e partici- pação - reage como membro de grupo 4. Comporta- mento funcio- nal do indiví- duo Padronizável: - a melhor ma- neira Não-padroni- zável: - diferenças individuais 101 5. Incentivo Financeira (ma- terial): - maior salário Psicológica: - apoio, elogio e consideração 6. Fadiga Fisiológica: - estudo de T&M Psicológica: - monotonia, rotinização 7. Unidade de análise Cargo: - tarefa, T&M Grupo: - relações huma- nas 8. Conceito de organização Estrutura formal: - conjunto de órgãos e cargos Sistema social: - conjunto de papéis 9. Representa- ção gráfica Organograma: - relações entre órgãos Sociograma: - relações entre pessoas 4.11. - Apreciação Crítica da Teoria das Rela- ções Humanas: Ao final da década de 1950, ela entrou em declínio, passando a ser intensamente criticada, a tal ponto que suas concepções passaram a ser revistas. Dentre as críticas à Teoria das Relações Humanas, podemos alinhar as seguintes: 4.11.1. - Oposição cerrada à Teoria Clássica: a Teoria das Relações Humanas foi oposta à Adminis- tração Científica: os fatores considerados decisivos e cruciais por uma escola mal eram focalizados pela 102 outra, e as variáveis que uma considerava centrais eram ignoradas pela outra. 4.11.2. - Inadequada visualização dos problemas de Relações Industriais: os autores humanistas são criticados pela interpretação inadequada e distorcida dos problemas de relações industriais, do conflito e dos interesses conflitantes dos empregados e da or- ganização, como da localização das suas causas e im- plicações. Enquanto, os autores clássicos não viam o conflito industrial, pois acreditavam na compatibili- dade entre os interesses da empresa e dos operários (o que é bom para a organização é bom para os em- pregados, pois traz melhores salários), os humanis- tas enfatizam o conflito industrial entre os interesses da organização e dos empregados como indesejável. Procuram promover a harmonia industrial e omitem as funções sociais do conflito. A função do adminis- trador é a de solucionar conflitos evitando que eles apareçam e interfiram na harmonia industrial. Essa inadequada visualização dos problemas das relações industriais tem suas causas no fato de a Teoria das Relações Humanas ter sido um produto da ética e do espírito democrático americano. Por meio dessa teoria, o administrador americano passou a encon- trar um instrumento clínico para solucionar proble- mas de conflito e de insatisfação no trabalho. Daí, o caráter pragmático e orientado para a ação: visava a implantar medidas capazes de promover relações 103 humanas harmoniosas. 4.11.3. - Concepção romântica e ingênua dos ope- rários: os humanistas imaginavam um operário feliz, produtivo e integrado no ambiente de trabalho. Essa imagem nem sempre foi confirmada por pesquisas que descobriram trabalhadores felizes e improdutivos, bem como infelizes e produtivos, descaracterizando a correlação entre satisfação e produtividade. Contudo, o supervisor liberal nem sempre tem os grupos mais produtivos e a consulta participativa pode criar mais problemas do que aqueles que resolvem. 4.11.4. - Limitação do Campo Experimental: os autores humanistas limitaram-se ao mesmo ambiente restrito de pesquisa da Administração Científica: a fábrica. Deixaram de lado outros tipos de organizações como bancos, hospitais, universida- des etc., o que reduz a aplicabilidade das suas teorias e conclusões. 4.11.5. - Parcialidade das conclusões: enquanto, a Teoria Clássica restringiu-se à organização formal, abrangendo um pequeno número de variáveis para explicar seus pontos de vista, a Teoria das Relações Humanas também se mostra parcial, restringindo-se à organização informal e sofrendo da mesma escas- sez de variáveis, enfatizando os aspectos informais da organização e reelegendo os aspectos formais a um plano inferior. 4.11.6. - Ênfase nos grupos informais: a Teoria 104 das Relações Humanas concentra-se nos grupos pri- mários como seu principal campo de atuação. Super- valoriza a coesão grupal como condição de elevação da produtividade. A Teoria das Relações Humanas trouxe uma visão humanística da Administração: - Participação dos escalões inferiores nas decisões da organização. - Busca de relacionamento entre indivíduos e grupos nas organizações. -Melhoria da competência dos administradores no relacionamento interpessoal para diminuir o abismo entre a administração e os operários. - Introdução das ciências do comportamento nas práticas administrativas. - Definição de uma filosofia humanística e democrá- tica nas organizações. - Importância do conhecimento da natureza humana. A ideia de uma administração participativa para aumentar a inclusão dos operários nas metas da em- presa é uma das decorrências dessa teoria. Contudo, as pesquisas têm revelado que a coesão de grupo não está correlacionada com o aumento da produtividade, podendo até ser disfuncional. 4.11.7. - Enfoque manipulativo da Teoria das 105 Relações Humanas: a manipulação envolve um processo por meio do qual a pessoa acredita estar fazendo algo que vem de encontro à sua vontade, quando na realidade ela foi condicionada para pen- sar assim. A manipulação tem mais um sentido de imposição ou ordem emitida em função de autorida- de do que decorrência de um ato de vontade ou de iniciativa, que exprima desejo espontâneo de colabo- ração do indivíduo. Pode até parecer que os autores humanistas te- nham se preocupado com o bem-estar e a felicidade dos trabalhadores, esquecendo-se de que essa preo- cupação não é a função principal da empresa, que é a de produzir bens e gerar lucros. No fundo, os hu- manistas favoreciam a administração, talvez porque a experiência de Hawthorne tenha sido patrocinada pela Western Electric. Essa teoria é criticada pelo fato de desenvolver uma sutil estratégia manipulati- va de enganar os operários e fazê-los trabalhar mais e exigir menos. 4.12. Conclusão Apesar das críticas, não há dúvida de que a Es- cola das Relações Humanas abriu novos horizontes à Teoria Administrativa em duas orientações: o su- 106 cesso das organizações depende das pessoas. A ma- neira como a organização trata e gerencia as pesso- as é o segredo do sucesso e competitividade. Essa herança inestimável da abordagem humanística está sendo assumida pelas organizações bem sucedidas do mundo todo. A segunda orientação é o novo pa- pel do administrador:ele deve saber comunicar, lide- rar, motivar e conduzir as pessoas. Precisa deixar de ser o gerente autocrático para ganhar a aceitação das pessoas e seu comprometimento com a organização. 4.12.1. - Enfoque manipulativo: a premissa equi- vocada de que apenas o empregado é que precisa mudar, quando na maioria das vezes é a adminis- tração que precisa de mudanças, é um traço típico dessa teoria. A Teoria das Relações Humanas busca a justificação ideológica da estrutura organizacional (organização formal) que procura proteger, desvian- do a atenção para os problemas relativos ao ajusta- mento da estrutura informal. A abordagem parcial da Teoria das Relações Humanas também se revela na relegação a plano secundário das recompensas salariais e materiais, enfatizando as recompensas so- ciais e utilizando-as com a finalidade manipulativa de apaziguar os operários, concedendo-lhes símbo- los baratos de prestígio e afeição, em vez de aumento de salários. 4.12.2. - Dicas: O sucesso da organização depende 107 diretamente das pessoas, e o trabalho do administra- dor é lidar com as pessoas na organização. Existem três princípios que os líderes usam para mudar as organizações e obter comprometimento: 4.12.2.1. - Desenvolver confiança nas pessoas. Para isso, devem-se tratar as pessoas com respeito e dignidade. Os valores organizacionais devem ter significado para as pessoas. 4.12.2.2. - Os líderes devem estimular as mudan- ças. Para isso, precisam respeitar as pessoas e apren- der que a mudança envolve todas as suas atividades. Os líderes devem romper com os hábitos para criar o clima de mudança e alterar a forma como a empre- sa é organizada. 4.12.2.3. - Os líderes devem avaliar o que é im- portante e prioritário. Os líderes devem desenvol- ver a competência distintiva para a organização e ensinar as pessoas nesse sentido. 109 Questões 1. A Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, é um conjunto de teorias ad- ministrativas que ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Com a "Grande Crise" todas as verdades até então aceitas são contestadas na bus- ca da causa da crise. As novas ideias trazidas pela Es- cola de Relações Humanas trazem uma nova perspe- tiva para a recuperação das empresas de acordo com as preocupações de seus dirigentes e começa a tratar de forma mais complexa os seres humanos. Quais são as origens da Teoria das Relações Humanas? 2. A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Es- tados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e se estendeu à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (tur- nover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. A direção da fábrica de Western Electric, situada no bairro Hawthorne da cidade de Chicago, Condado de Cook, estado de 110 Illinois, contratou uma equipe de Harvard (Elton Mayo- médico especializado em psicopatologia e Fritz Roethlisberger) para conduzir experimentos re- lacionando produtividade e condições fisicas de tra- balho. Nessa fábrica havia um grande departamento onde moças montavam relés de telefone. Na época, valorizava o bem-estar dos operários, mantendo sa- lários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumentar a pro- dução, mas em conhecer melhor seus empregados. Explique todas as fases desta experiência e qual foi a conclusão obtida pelos especialistas da época? 3. A Teoria das Relações Humanas mostra o es- magamento do homem pelo impetuoso desenvolvi- mento da civilização industrializada. Elton Mayo o fundador do movimento. Quais os principais pontos defendidos por Elton Mayo sobre a Teoria das Rela- ções Humanas? 4. Monte um quadro comparativo entre a Teoria Clás- sica da Administração e a Teoria das Relações Humanas. 5. A Liderança é necessária em todos os tipos de orga- nização humana. Ela é essencial em todas as funções da 111 Administração: o administrador precisa conhecer a natu- reza humana e saber conduzir as pessoas, isto é liderar. De que forma ou de que ângulo os humanistas enxer- gam as diferentes formas de LIDERANÇA? 6. Comunicação é a troca de informações entre as pessoas. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Os humanistas mostraram que as comunicações dentro das organizações são terrivel- mente falhas e alertaram os administradores. Quais são os principais objetivos da Comunicação e qual a importância na administração das organizações? 7. A Teoria das Relações Humanas entrou em de- clínio no final da década de 1950, passando a ser intensamente criticada, a tal ponto que suas concep- ções passaram a ser revistas. Quais são as críticas à Teoria das Relações Humanas? Gabarito Unidade 1 Conceitos básicos de administração e princípios da organização 1. Descreva alguns conceitos de ADMINISTRA- ÇÃO, de acordo com os autores clássicos da admi- nistração moderna. Administração é o ato de trabalhar “com” e “atra- vés” de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros. “Administração é administrar a ação através das pes- soas com objetivo bem definido.” “Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos.” A administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos 2. A palavra administração vem do latim ad (di- reção, tendência para) eminister (subordinação ou obediência). A partir de hoje você não pode pensar como um executor de tarefas simplesmente. Qual é o seu papel como administrador na empresa onde você vai dirigir? Como administrador você deslocará dos trabalhos 114 operacionais para o campo da ação. Sairá das habilidades práticas de saber fazer certas coisas corretamente para atividades administrativas, voltadas para o campo do diagnóstico e da decisão, onde utiliza as habilidades conceituais de diagnosticar situações, definir e estabelecer estratégias de ação ade- quadas. Cresce, então, a necessidade de se fundamen- tar em conceitos, valores e teorias que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. 3.O conhecimento tecnológico da Administração é importantíssimo, básico e indispensável, mas depen- de, sobretudo, da personalidade e do modo de agir do administrador, ou seja, de suas habilidades. Quais são os três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa executar eficazmente o pro- cesso administrativo? Descreva sobre elas. Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa executar eficazmen- te o processo administrativo: a habilidade técnica, a humana e a conceitual. - Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimen- tos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de sua instrução, experiência e educação. 115 - Habilidade humana: consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com pessoas, compre- ender suas atitudes e motivações e aplicar uma lide- rança eficaz. - Habilidade conceitual: consiste na habilidade para compreender as complexidades da organização glo- bal e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. Unidade 2 Administração científica - Taylor 1. Os principais métodos científicos utilizados são a observação e a mensuração. Sua preocupação ori- ginal foi eliminar o desperdício e as perdas sofridas pelas indústrias e levar a produtividade pela aplica- ção de métodos e técnicas da engenharia industrial. Qual o personagem principal da Teoria da Adminis- tração Científica e quaisforam suas características pessoais de administrar seus negócios? 1 - O objetivo da Administração é pagar salários me- lhores e reduzir custos de produção. 2- Para tal objetivo, a Administração deve aplicar 116 métodos científicos de pesquisa para formular prin- cípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações fabris. 3- Os empregados devem ser cientificamente sele- cionados e colocados em seus cargos com condições de trabalho adequadas. 4 - Os empregados devem ser cientificamente trei- nados para aperfeiçoar suas aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida. 5 - A Administração precisa criar uma atmosfera de cooperação com os trabalhadores para garantir a permanência desse ambiente psicológico. 2. Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males. Para sanar tais males, Taylor difundiu os nomes de Organização Científica do Trabalho e Orga- nização Racional do Trabalho. Foi o primeiro a analisar o trabalho, os tempos e movimentos, definir padrões de execução, treinar operários, especializar o pessoal, inclusive o de gerência. Cite as sete características da ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO. 1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movi- mentos. 2. Estudo da fadiga humana. 3. Divisão do trabalho e especialização do operário. 4. Desenho de cargos e de tarefas. 117 5. Incentivos salariais e prêmios de produção. 6. Conceito do “homo economicus”. 7. Condições ambientais de trabalho, como ilumina- ção, conforto etc. 3. Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotativi- dade de pessoal. Quais são as três finalidades do estu- do dos movimentos humanos? 1 – Evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa. 2 - Execução econômica dos movimentos úteis do ponto de vista fisiológico. 3 - Proporcionar seriação e economia aos movimentos. 4. A abordagem da Administração Científica ba- seia-se nas tarefas da organização. O nome Admi- nistração Científica é devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos trabalhos operacionais a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos científicos utilizados são a observação e a mensuração. Sua preocupação original foi eliminar o desperdício e as perdas sofridas pelas indústrias e levar a produtividade pela aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial. Descreva sobre os quatro princípios da Administra- 118 ção Científica, segundo Frederick Taylor. 1 – Princípio do Planejamento: substituir o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prático por método baseado em procedi- mentos científicos. Substituir a improvisação pela ci- ência através do planejamento do método de trabalho. 2 – Princípio do Preparo: selecionar cientificamen- te os trabalhadores, de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e me- lhor, de acordo com o método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional. 3 – Princípio do Controle: controlar o trabalho para confirmar que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previs- to. A gerência deve garantir que a execução seja a melhor possível. 4 – Princípio da Execução: distribuir atribuições e responsabilidades para disciplinar a execução do tra- balho. O gerente planeja e o operário executa. Unidade 3 Administração clássica de Fayol 1. A Teoria Clássica da Administração (ou Fayolis- mo) é uma escola de pensamento administrativo, idea- 119 lizada pelo engenheiro francês Henri Fayol, a partir da década de 1910. Caracteriza-se pela ênfase na estrutu- ra organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência. Também é caracteri- zada pelo olhar sobre todas as esferas da organização (operacionais e gerenciais), bem como na direção de aplicação do topo para baixo (da gerência para a pro- dução). O modo como Fayol encarava a organização da empresa valeu à Teoria Clássica a impostação de abordagem anatômica e estrutural. Cite as seis funções básicas que toda empresa apresenta. 1 – Funções Técnicas: relacionadas com a produção e a manufatura de bens e serviços. 2 – Funções Comerciais: relacionadas com compra, venda e troca. 3 – Funções Financeiras: relacionadas com a procura e a gerência decapitais. 4 – Funções de Segurança: relacionadas com a pro- teção e preservação dos bens e das pessoas. 5 – Funções Contábeis: relacionadas com inventá- rios, registros, balanços, custos e estatísticas. 6 – Funções Administrativas: relacionadas com a inte- gração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. 120 2. Para Fayol, as funções administrativas coorde- nam e sincronizam as demais funções, por isso estão acima delas. A função de administração é, por isso, a única que formula um programa de ação geral e coordena as demais. Hoje, essa visão está ultrapas- sada. Nomes como Produção, Finanças, Marketing, Recursos Humanos, Logística, P&D (Pesquisa e De- senvolvimento) representam áreas muito mais co- nhecidas nas organizações. No entanto, essas áreas nada mais são que evoluções da visão de Fayol. Quais são as funções básicas do Administrador? 1 – Previsão: avalia o futuro e o aproveitamento dos recursos em função dele. 2 – Organização: proporciona tudo o que é útil ao funcionamento da empresa e pode ser dividida em organização material e organização social. 3 – Comando: leva a organização a funcionar. Seu obje- tivo é alcançar o máximo retorno de todos os emprega- dos no interesse dos aspectos globais do negócio. 4 – Coordenação: harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso. Sincro- niza coisas e ações em proporções certas e adapta meios aos fins visados. 5 – Controle: consiste na verificação para certificar se tudo ocorre em conformidade com o plano ado- tado, as instruções transmitidas e os princípios esta- belecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e os er- 121 ros no intuito de retificá-los e prevenir a recorrência. 3. Do ponto de vista didático, costuma-se dividir a Escola Clássica ou Teoria Clássica da Administração em dois grupos: o primeiro grupo encabeçado por F. Taylor chamado “Administração Científica”; e o segundo liderado por H. Fayol, denominado “Teo- ria Clássica da Administração”. Assim, a abordagem clássica da Administração cobre duas áreas distintas: a operacional, de Taylor, com ênfase nas tarefas; e a administrativa, de Fayol, com ênfase na estrutura organizacional. A abordagem típica dessa Escola é a ênfase nas tarefas e seu nome deriva da aplicação de métodos científicos (observação, experiência, re- gistro, análise) aos problemas da administração, com vistas a alcançar maior eficiência industrial, produzir mais, a custos mais baixos. Quais as diferenças básicas existentes nas teorias de Taylor e Fayol? 122 Taylor Aumentar a eficiência da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional Ênfase nas tarefas Teoria Científica Fayol Teoria Clássica Ênfase na estrutura Aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações estruturais Unidade 4 Teoria humanística da administração 1. A Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas, é um conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Gran- de Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. Com a "Grande Crise" todas as verdades até então aceitas são contestadas na busca da causa da crise. As novas ideias trazidas 123 pela Escola de Relações Humanas trazem uma nova perspetiva para a recuperação das empresas de acor- do com as preocupações de seus dirigentes e começa a tratar de forma mais complexa os seres humanos. Quaissão as origens da Teoria das Relações Humanas? 1 – A Necessidade de se humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. A Teoria das relações Humanas revelou-se um movimento ti- picamente americano e voltado para a democratiza- ção dos conceitos administrativos. 2 – O desenvolvimento das Ciências Humanas, prin- cipalmente a Psicologia e sua crescente influência intelectual, e as primeiras aplicações à organização industrial. As ciências humanas vieram demonstrar a inadequação dos princípios clássicos. 3 – As ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram fun- damentais para o humanismo na Administração. El- ton Mayo é o fundador da escola. Dewey e Lewin também contribuíram para sua concepção. A socio- logia de Pareto foi fundamental. 4 – As conclusões da experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da Administração. 124 2. A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Es- tados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e se estendeu à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (tur- nover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. A direção da fábrica de Western Electric, situada no bairro Hawthorne da cidade de Chicago, Condado de Cook, Estado de Illinois, contratou uma equipe de Harvard (Elton Mayo- médico especializado em psicopatologia e Fritz Roethlisberger) para conduzir experimentos re- lacionando produtividade e condições fisicas de tra- balho. Nessa fábrica, havia um grande departamento onde moças montavam relés de telefone. Na época, valorizava o bem-estar dos operários, mantendo sa- lários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumentar a pro- dução, mas em conhecer melhor seus empregados. Explique todas as fases desta experiência e qual foi a conclusão obtida pelos especialistas da época? 1 - Primeira fase da Experiência de Hawthorne Foram escolhidos dois grupos de operários que fa- ziam o mesmo trabalho e em condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sob intensidade 125 de luz variável, enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante. Pretendia-se conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. Os observadores não en- contraram correlação direta entre ambas as variáveis, mas verificaram, desapontados, a existência de uma variável difícil de ser isolada denominada fator psico- lógico: os operários reagiam à experiência de acordo com suas suposições pessoais, ou seja, eles se julga- vam na obrigação de produzir mais quando a intensi- dade de iluminação aumentava, e o contrário quando diminuía. Comprovou-se a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas. Re- conhecendo o fator psicológico, os pesquisadores pretenderam isolá-lo da experiência, por considerá-lo inoportuno. Assim, estenderam a experiência a aspec- tos fisiológicos, como fadiga no trabalho, mudança de horários e intervalos de repouso. 2 - Segunda fase da Experiência de Hawthorne Foi criado um grupo de observação: cinco moças montavam os relés, enquanto uma sexta operária for- necia as peças para abastecer o trabalho. A sala de provas era separada do departamento (que passou a ser o grupo de controle). O grupo experimental ti- nha um supervisor, como no grupo de controle, e um observador que permanecia na sala e observava o tra- 126 balho. As moças foram convidadas para participar da pesquisa e esclarecidas quanto aos objetivos de avaliar o efeito das mudanças nas condições de trabalho (pe- ríodos de descanso, lanches, redução no horário de trabalho). Eram informadas sobre o resultado, e as modificações eram submetidas à sua aprovação. Insis- tia-se para que trabalhassem dentro do normal e que ficassem à vontade no trabalho. A pesquisa sobre o grupo experimental foi dividida em 12 períodos, para observar as condições de rendimento. Havia um fator estranho que não podia ser explicado apenas por meio das condições de trabalho experimen- talmente controladas e que já havia aparecido na experi- ência anterior sobre iluminação. Era o fator psicológico: - As moças gostavam de trabalhar na sala de pro- vas porque era divertido, e a supervisão branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia trabalhar com liberdade e me- nor ansiedade. - Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que aumentava a satisfação no trabalho. - Não havia temor ao supervisor, pois este funciona- va como orientador. - Houve um desenvolvimento social do grupo ex- perimental. As moças faziam amizades entre si e tornaram-se uma equipe. 127 - O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora solicitado a trabalhar normalmente. Preocupados com a diferença de atitudes entre o grupo experimental e o grupo de controle, os pes- quisadores se afastaram do objetivo inicial de verifi- car as condições físicas de trabalho e fixaram-se no estudo das relações humanas no trabalho. No gru- po de controle, as moças consideraram humilhante a supervisão vigilante e constrangedora. Apesar da política pessoal aberta, a empresa pouco ou nada sa- bia acerca dos fatores determinantes das atitudes das operárias em relação à supervisão, ao trabalho e da própria organização. 3 - Terceira fase da Experiência de Hawthorne Iniciou-se um amplo programa de entrevistas com os empregados para conhecer suas atitudes e sen- timentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento dos supervisores. Adotou-se a técnica de entrevista não direcionada e sem um roteiro prévio, na qual os operários podiam falar livremente. A ex- periência foi suspensa em 1932, mas sua influência sobre a teoria administrativa foi poderosa. 4 - Conclusões da Experiência de Hawthorne 128 1- O nível de produção é resultante da integração so- cial. O nível de produção não é determinado pela ca- pacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do tra- balhador que determina o seu nível de eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficien- tes no tempo estabelecido. Quanto maior a integra- ção social no grupo de trabalho, maior a disposição de produzir. 2 - Comportamento social dos empregados. O com- portamento do indivíduo apoia-se totalmente no grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem iso- ladamente como indivíduos, mas como membros do grupo. A qualquer desvio das normas grupais, o trabalhador sofre punições sociais ou morais para se ajustar aos padrões do grupo. 3 - Recompensas e sanções sociais. O comporta- mento dos operários é condicionado por normas e padrões sociais. Os operários que produziram acima ou abaixo da norma do grupo perderam o respei- to e a consideração dos colegas. Preferiam produ- zir menos – e ganhar menos, a por em risco suas relações amistosas com o grupo. Cada grupo social desenvolve crenças e expectativas – reais ou imagi- nárias – com relação à administração e que influem nas atitudes e nas normas e padrões de comporta- mento que o grupo define. As pessoas são avaliadas 129 pelo grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento. 4 - Grupos Informais. Enquanto, os clássicos pre- ocupavam-se com aspectos formais da organização – como princípios de administração, autoridade, responsabilidade, especialização, departamentaliza- ção etc. – os autores humanistas concentravam-se nos aspectos informais, crenças,atitudes e expec- tativas, motivação etc. A empresa passa a ser visu- alizada como uma organização social composta de grupos sociais informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal, ou seja, com os propósitos definidos pela empresa. Os grupos infor- mais constituem a organização humana da empresa, muitas vezes em contraposição à organização for- mal estabelecida pela direção. Os grupos informais definem regras de comportamento, recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas. 5 - Relações Humanas. No local de trabalho, as pessoas participam de grupos sociais dentro da or- ganização e mantêm-se em uma constante integra- ção social. Para explicar o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações Humanas passou a estudar essa interação social. As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a par- tir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa 130 possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem se relaciona e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas outras. A compreensão as relações humanas permite ao administrador melhores resul- tados de seus subordinados e uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma li- vre e sadia. 6 - Importância do conteúdo do cargo. A espe- cialização não é a maneira mais eficiente de divisão do trabalho. Embora não tenham se preocupado com este aspecto, os autores humanistas verificaram que a especialização proposta pela Teoria Clássica não cria a organização mais eficiente. Observaram que os operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando a política da em- presa. Essas trocas provocavam efeitos negativos na produção, mas elevavam a moral do grupo. Traba- lhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes, afetando a atitude do trabalhador e redu- zindo a sua satisfação e eficiência. 7 - Ênfase nos aspectos emocionais. Os elementos emocionais não planejados e irracionais do compor- tamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Daí, a denominação de soció- logos da organização aos autores humanistas. 131 3. A Teoria das Relações Humanas mostra o es- magamento do homem pelo impetuoso desenvolvi- mento da civilização industrializada. Elton Mayo o fundador do movimento. Quais os principais pontos defendidos por Elton Mayo sobre a Teoria das Rela- ções Humanas? 1 – O trabalho é uma atividade tipicamente grupal: a atitude do empregado diante do trabalho e a na- tureza do grupo social do qual ele participa são os fatores decisivos da produtividade. 2 – O operário não reage como indivíduo isolado, mas como um membro de um grupo social: as mu- danças tecnológicas tendem a romper os laços in- formais de camaradagem e de amizade dentro do trabalho e a privar o operário do espírito agregador. 3 – A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar: com chefes de- mocráticos, persuasivos e simpáticos a todo o pessoal. Em vez de se tentar fazer os empregados compreende- rem a lógica da administração da empresa, a nova elite de administradores deve perceber as limitações dessa lógica e entender a lógica dos trabalhadores. 4- Passamos de uma sociedade estável para uma so- ciedade adaptável: somos tecnicamente competentes como nenhuma outra idade da história o foi, e com- binamos isto com uma total incompetência social. 5 – O ser humano é motivado pela necessidade de 132 estar junto, de ser reconhecido, de receber adequa- da comunicação: Mayo se contrapõe à afirmação de Taylor de que a motivação básica do empregado era salarial (Homo economicus), a fim de usufruir uma remuneração mais elevada. Para Mayo, a organiza- ção eficiente, por si só, não leva a maior produção, pois ela é incapaz de elevar a produtividade se as necessidades psicológicas do trabalhador não forem descobertas, localizadas e satisfeitas. 6 – A civilização industrializada traz como consequên- cia a desintegração dos grupos primários da sociedade como: família, os grupos informais e a religião, enquan- to a fábrica surgirá como uma nova unidade social que proporcionará um novo lar, um local de compreensão e de segurança emocional para os indivíduos. 4. Monte um quadro comparativo entre a Teoria Clás- sica da Administração e a Teoria das Relações Humanas. Comparação entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas Trata a organização como máquina. Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. Inspirada em sistemas de engenharia. Autoridade centralizada. Linhas claras de autoridade. Especialização e competência técnica. Acentuada divisão do trabalho. Trata a org. como grupos humanos. Enfatiza as pessoas e grupos sociais. Inspirada em sistemas de psicologia. Delegação de autoridade. Autonomia dos empregados. Confiança e abertura. Ênfase nas relações entre pessoas. 133 Trata a organização como máquina. Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. Inspirada em sistemas de engenharia. Autoridade centralizada. Linhas claras de autoridade. Especialização e competência técnica. Acentuada divisão do trabalho. Trata a org. como grupos humanos. Enfatiza as pessoas e grupos sociais. Inspirada em sistemas de psicologia. Delegação de autoridade. Autonomia dos empregados. Confiança e abertura. Ênfase nas relações entre pessoas. 5. A Liderança é necessária em todos os tipos de organização humana. Ela é essencial em todas as funções da Administração: o administrador preci- sa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é liderar. De que forma ou de que ân- gulo os humanistas enxergam as diferentes formas de LIDERANÇA? 1 – Liderança como um fenômeno de influência interpessoal: quando exercida numa situação e diri- gida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específi- cos. Ela decorre dos relacionamentos entre as pesso- as em uma determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência significa uma força psicológica, uma transação interpessoal, na qual uma pessoa age 134 de modo a modificar o comportamento de outra de modo intencional. A autoridade é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel, ou posição em uma estrutura organizacio- nal. É, portanto, o poder legal e socialmente aceito. 2 – Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo: Liderança é um pro- cesso contínuo de escolha que permite à empresa caminhar em direção a sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que pode lhe dar maior assistência e orientação (que defina ou ajude o gru- po a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus objetivos. A Liderança é uma questão de redução da incerteza do grupo. O comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisão. 3 – Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinado: Liderança é uma função das necessidades existentes em uma determinada situa- ção e consiste em uma relação entre indivíduo e um grupo. A relação entre líder e subordinado repousa em três generalizações: * A vida para cada pessoa pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer necessidades, aliviar 135 tensões e manter o equilíbrio. * A maior parte das necessidades individuais, em nossa cultura, é satisfeita por meio de relações com outras pessoas ou grupos sociais. * Para a pessoa, o processo de usar relações com outras pessoas é um processo ativo e não passivo, de satisfazer necessidades. 4 – Liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e de variáveis da situação. Liderança é o processode exercer influência sobre pessoas ou grupos nos esforços para a realização de objetivos em uma determinada situação, A liderança depende de variáveis no líder, nos subordinados e na situação. O líder é a pessoa que sabe conjugar e ajustar todas essas características. Assim, não há um tipo único e exclusivo para cada situação. 6. Comunicação é a troca de informações entre as pessoas. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Os humanistas mostraram que as co- municações dentro das organizações são terrivel- mente falhas e alertaram os administradores. Quais são os principais objetivos da Comunicação e qual a importância na administração das organizações? A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais: 136 1 – Proporcionar informação e compreensão neces- sárias para que as pessoas possam se conduzir em suas tarefas. 2 – Proporcionar atitudes que promovam motiva- ção, cooperação e satisfação nos cargos. A importância da Comunicação -A pessoa trabalha melhor quando conhece os pa- drões de seu trabalho. - A organização opera mais eficientemente quando a pessoa e seu chefe têm um entendimento comum de suas responsabilidades e padrões de desempenho que a empresa espera obter deles. -Cada pessoa pode ser auxiliada a dar a máxima con- tribuição à organização e a utilizar ao máximo as suas habilidades e capacidades. 7. A Teoria das Relações Humanas entrou em de- clínio no final da década de 1950, passando a ser intensamente criticada, a tal ponto que suas concep- ções passaram a ser revistas. Quais são as críticas da Teoria das Relações Humanas? Dentre as críticas à Teoria das Relações Humanas, podemos alinhar as seguintes: 1 - Oposição Cerrada à Teoria Clássica: a Teoria das Relações Humanas foi oposta à Administração 137 Científica: os fatores considerados decisivos e cru- ciais por uma escola mal eram focalizados pela outra, e as variáveis que uma considerava centrais eram ig- noradas pela outra. 2 - Inadequada Visualização dos Problemas de Re- lações Industriais: os autores humanistas são critica- dos pela interpretação inadequada e distorcida dos problemas de relações industriais, do conflito e dos interesses conflitantes dos empregados e da organi- zação, como da localização das suas causas e impli- cações. Enquanto, os autores clássicos não viam o conflito industrial, pois acreditavam na compatibili- dade entre os interesses da empresa e dos operários (o que é bom para a organização é bom para os em- pregados, pois traz melhores salários), os humanis- tas enfatizam o conflito industrial entre os interesses da organização e dos empregados como indesejável. Procuram promover a harmonia industrial e omitem as funções sociais do conflito. A função do adminis- trador é a de solucionar conflitos evitando que eles apareçam e interfiram na harmonia industrial. Essa inadequada visualização dos problemas das relações industriais tem suas causas no fato de a Teoria das Relações Humanas ter sido um produto da ética e do espírito democrático americano. Por meio dessa teoria, o administrador americano passou a encon- trar um instrumento clínico para solucionar proble- 138 mas de conflito e de insatisfação no trabalho. Daí, o caráter pragmático e orientado para a ação: visava a implantar medidas capazes de promover relações humanas harmoniosas. 3 - Concepção Ingênua e Romântica do Operário: os humanistas imaginavam um operário feliz, produti- vo e integrado no ambiente de trabalho. Essa ima- gem nem sempre foi confirmada por pesquisas que descobriram trabalhadores felizes e improdutivos, bem como infelizes e produtivos, descaracterizando a correlação entre satisfação e produtividade. Contu- do, o supervisor liberal nem sempre tem os grupos mais produtivos e a consulta participativa pode criar mais problemas do que aqueles que resolvem. 4 - Limitação do Campo Experimental: os autores humanistas limitaram-se ao mesmo ambiente restri- to de pesquisa da Administração Científica: a fábri- ca. Deixaram de lado outros tipos de organizações como bancos, hospitais, universidades etc., o que reduz a aplicabilidade das suas teorias e conclusões. 5 - Parcialidade das Conclusões: enquanto a Teoria Clássica restringiu-se à organização formal, abran- gendo um pequeno número de variáveis para expli- car seus pontos de vista, a Teoria das Relações Hu- manas também se mostra parcial, restringindo-se à 139 organização informal e sofrendo da mesma escassez de variáveis, enfatizando os aspectos informais da organização e reelegendo os aspectos formais a um plano inferior. 6 - Ênfase nos Grupos Informais: a Teoria das Relações Humanas concentra-se nos grupos primários como seu principal campo de atuação. Supervaloriza a coesão grupal como condição de elevação da produtividade. A Teoria das Relações Humanas trouxe uma visão humanística da Administração: - Participação dos escalões inferiores nas decisões da organização. - Busca de relacionamento entre indivíduos e grupos nas organizações. -Melhoria da competência dos administradores no relacionamento interpessoal para diminuir o abismo entre a administração e os operários. - Introdução das ciências do comportamento nas práticas administrativas. - Definição de uma filosofia humanística e democrá- tica nas organizações. - Importância do conhecimento da natureza humana. A ideia de uma administração participativa para au- mentar a inclusão dos operários nas metas da empre- sa é uma das decorrências dessa teoria. Contudo, as 140 pesquisas têm revelado que a coesão de grupo não está correlacionada com o aumento da produtivida- de, podendo até ser disfuncional. 7 - Enfoque manipulativo da Teoria das Relações Hu- manas: a manipulação envolve um processo por meio do qual a pessoa acredita estar fazendo algo que vem de encontro à sua vontade, quando na realidade ela foi condicionada para pensar assim. A manipulação tem mais um sentido de imposição ou ordem emitida em função de autoridade do que decorrência de um ato de vontade ou de iniciativa, que exprima desejo espontâneo de colaboração do indivíduo. Pode até parecer que os autores humanistas tenham se preocupado com o bem- estar e a felicidade dos traba- lhadores, esquecendo-se de que essa preocupação não é a função principal da empresa, que é a de produzir bens e gerar lucros. No fundo, os humanistas favo- reciam a administração, talvez porque a experiência de Hawthorne tenha sido patrocinada pela Western Electric. Essa teoria é criticada pelo fato de desenvol- ver uma sutil estratégia manipulativa de enganar os operários e fazê-los trabalhar mais e exigir menos. 141 Bibliografia CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração (Edição Compacta). 2.ª edi- ção. São Paulo: Campus, 1999. MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Teo- ria Geral da Administração (da Escola Científica à Competitividade na Economia Globalizada). 2.ª edi- ção. São Paulo: Atlas, 2000. MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Teoria Geral da Administração (da Revolução Urbana à Re- volução Digital). 3.ª edição. São Paulo: Atlas, 2002. LACOMBE, Francisco e HEILBORN, Gilberto. Administração, Princípios e Tendências. 1.ª edição. São Paulo: Saraiva. 2003. MEGGINSON, Leon; MOSLEY, Donald; e PIE- TRI JR, Paul. Administração, Conceitos e Aplica- ções. 4.ª edição. São Paulo: Harbra, 1998. 142
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