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Davi Cassiano, 119B Agentes bacterianos: ITRS DIFTERIA - Agente: Corynebacterium diphtheriae (Bacilo diftérico). - Taxonomia- - Família Corynebcteriaceae. - 116 espécies/subespécies. . Várias são membros da microbiota (pele e mucosas). . Pode causar difteria no TRS, cutânea, ou, mais raramente, em outros sítios. -Aspectos morfológicos e fisiológicos- - Bacilo Gram+ em forma de clava ou irregular com arranjo em paliçada ou “letra chinesa”. - Anaeróbio facultativo. - Não forma esporo. - Imóvel. - Grânulos metacromáticos (reservas de fosfato no citoplasma). - Biotipos: . Mitis, intermedium e gravis. . Variam quanto a intensidade da doença que, depende da quantidade de toxina diftérica produzida e velocidade de crescimento da bactéria. -Epidemiologia- - Reservatório natural: ser humano; - Colonização: vias respiratórias e pele. - Transmissão: secreções de oro e nasofaringe -> via respiratória ou lesões cutâneas. - Mais comum em menores de 10 anos. - Mais frequente em meses frios. - Imunoprevinível: vacinação eficaz para o controle e prevenção. - A incidência de casos anuais diminuiu juntamente com o aumento da cobertura vacinal. Exceção em um período de queda de cobertura vacinal por questões geopolíticas (criação de estados independentes da antiga URSS). - No Brasil a alta de cobertura levou a queda de incidência da doença, continuamente. . A incidência no país é baixa, mas casos têm sido notificados. . Principal fator é a diminuição da vacinação -Formas clínica- - Período de incubação: 1 a 6 dias. - Apresenta-se em diferentes formas clínicas: . Nasal (rinite diftérica); . Faringoamigdaliana (angina diftérica): · Forma mais comum da doença: faringite com pseudomembrana branco acidentária que pode cobrir faringe, tonsilas e outras superfícies do TRS, o que pode levar asfixia. · Hipertrofia dos linfonodos cervicais, aumento da região do pescoço, pescoço taurino. · A bactéria produz a toxina diftérica, que é o seu principal fator de virulência. Importante na patogênese local ou distante. . Laríngea (laringite diftérica); . Hiper tóxica (maligna): · Grande produção de toxinas causando mais efeitos sistêmicos. . Cutânea: · Lesões ulcerativas recobertas de membrana cinza. · Pode ocorrer, raramente, em sítios como vagina (Ulcerações e corrimento purulento), ouvido (processo inflamatório exsudativo do duto auditivo externo), conjuntiva (inaparente ou conjuntivite aguda). -Complicações- - Pode causar complicações: * Cardíaca: Insuficiência congestiva e arritmias. * Renais: Insuficiência renal aguda. * Nervos periféricos: dificuldade de visão, fala, deglutição e movimentos de braços e pernas. - As complicações são resultado da toxina diftérica absorvida no trato respiratório superior que atinge os outros sítios. -Fator de virulência- - Toxina diftérica: exotoxina do tipo AB; . Inibe alongamento da síntese proteica pela inativação do fator de alongamento II; . O fator é necessário para translocação do polipeptidil tRNA do sítio A para o P nos ribossomos. . A toxina se liga as células alvo por subunidade B e é endocitada. . Acidificando a vesícula endocítica a subunidade A (tóxica) é liberada da subunidade B e translocada para o citoplasma da célula hosp.. . A subunidade A faz ADPribossilação, adiciona uma ADP ribose ao fator de alongamento II interrompendo abruptamente a síntese proteica levando a morte celular. Cepas toxigênicas: produtoras de toxina diftérica. Receberam o gene por meio de bacteriófago -Patogênese- - Indivíduo doente, convalescente ou portador para um indivíduo suscetível pela via respiratório. - Secreções de oro e nasofaringe contêm as bacs. . A transmissão pode ainda ocorrer por lesões cutâneas. . As bactérias colonizam a mucosa do TR e produzem toxina diftérica. . Localmente a toxina causa: . Necrose e inflamação superficial da mucosa do TR. . Formação de pseudomembrana branco acinzentada sob a mucosa. . A membrana contém: tecido necrosado, fibrina e células inflamatórias e pode obstruir vias aéreas causando asfixia. . A toxina pode atingir circulação sanguínea e afetar coração, SNP, rins, dentre outros. . Efeitos sistêmicos não ocorrem quando a cepa não é toxigênica pois a toxina é quem afeta os órgãos e não a bactéria (permanece no TRS). . Difteria cutânea: bactérias de secreções de TR infectam infecções na pele. . Não há efeitos sistêmicos mesmo em produção de toxina diftérica pois a toxina é pouco absorvida pela pele. . Taxa de mortalidade de 10 a 30% principalmente devido a complicações cardíacas como a miocardite tóxica (leva a insuficiência cardíaca congestiva e arritmia. -Diagnóstico- - Cultura bacteriológica. - Swab de secreções do TRS (nariz, orofaringe ou outro). - Ágar sangue: Permite isolar estreptococos do grupo A (caso este seja o agente da infecção na faringe). - Meio com teourito: seletivos indicadores para corinebactérias por inibe bactérias da microbiota do TRS e reage formando colônias negro acinzentadas. - Meio de soro de Loeffler: estimula a formação de grânulos metacromático. - Após isolamento realiza-se coloração de Gram e Albert. Bacilos Gram+ irregulares. - Testes de identificação: confirmam a espécie isolada. -Prova de toxigenicidade- - Identificação definitiva. - Define se a cepa é toxigênica. Produtora da toxina diftérica. - Teste para detecção da toxina ou do gene. . Toxina: imunodifusão : teste de Elek): · Bactéria suspeita + bactéria controle positivo + bactéria controle negativo : semeados em meio de cultura sólido (placa de pele). · Uma tira de papel de filtro com anticorpos contra a toxina e posta no meio. · Incubação da placa: difusão dos Ac’s da fita pelo Ágar e também da toxina produzida pelas cepas toxigênicas. · Ac’s encontra toxina, se liga e precipita como uma linha, visível a olho nu. . Elisa. . PCR. -Tratamento- . Hospitalização e isolamento respiratório por 14 dias após a introdução da terapia com antibióticos. . O tratamento é específico, auxiliar, de suporte e para complicações: · Específico: - Administração do soro antidiftérico para inativação da toxina circulante. · Auxiliar: - Antibioticoterapia para interromper a produção da toxina, destruição do patógeno e interromper a disseminação. - Penicilina G, eritromicina ou clindamicina. · Suporte: - Amenizar sintomas. · Complicações: - Na medida dos efeitos sistêmicos causados pela bactéria. -Controle e prevenção- - Vacinação é a principal forma de prevenção e controle: . Faz parte do programa nacional de vacinação. . A partir da toxina diftérica inativada por toxoide. . Realizada na infância com doses de reforço por toda a vida. . 3 doses na infância (2, 4 e 6 meses). . 2 Reforços (15 meses e 4 anos). . Reforços de 10 em 10 anos. . Penta valente: crianças na rede pública. - Difteria, tétano, coqueluche, doenças por Haemophilus influenazae tipo B, Hepatite B. . Hexavalente: crianças rede particular. - Difteria, tétano, coqueluche, doenças por Haemophilus influenazae tipo B, Hepatite B, poliomielite. . DTP: crianças reforços. - Difteria, tétano e coqueluche. .DT: adolescentes e adultos na rede pública. - Difteria e tétano. . DTpa: gestantes na rede pública. - Difteria, tétano e coqueluche. - Notificação compulsória, para controle e prevenção: investigação dos contatos do paciente para evitar a disseminação. - Comunicantes do caso: pessoas que moram no mesmo domicílio e contatos escolares do paciente (crianças e adultos) - Vacinação (a depender da situação vacinal). - Pesquisa dos portadores por meio de cultura. Recebem antibioticoterapia (penicilina G ou eritromicina) - Bloqueio vacinal: vacinação nos locais visitados pelo portador (trabalho, casa, escola e creche). - Ações de educação e saúde. 2
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