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Inflamação Crônica Anne Caroline Maltez INTRODUÇÃO CÉLULAS E MEDIADORES INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA Acontece dentro de semanas ou meses e é caracterizada por inflamação ativa (infiltrado de células mononucleares), com destruição tecidual e tentativa de reparar os danos (cicatrização). Pode ser a continuação de uma reação aguda, mas, muitas vezes, acontece de maneira insidiosa, como uma reação pouco intensa e, freqüentemente, assintomática. CAUSAS ▪ Infecções persistentes por microrganismos (estimulam uma reação imunológica chamada de hipersensibilidade do tipo tardia); exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, endógenos ou exógenos; Doenças de hipersensibilidade (levando a autoimunidade). CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Ao contrário da inflamação aguda, que é marcada por alterações vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica, a inflamação crônica é caracterizada por: ▪ Infiltração com células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos. ▪ Destruição tecidual, induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias. ▪ Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose. A combinação de infiltração leucocitária, dano tecidual e fibrose, que caracteriza a inflamação crônica, resulta da ativação local de vários tipos celulares e da produção de mediadores. RESPOSTA MACROFÁGICA: As céls circulantes dessa linhagem os monócitos, que são recrutados para a área de inflamação, aderem ao endotélio vascular e emigram para o tecido, transformando-se em macrófagos teciduais, que serão ativados, por vias: →Clássica: alta capacidade de apresentar antígeno, alta produção de interleucinas (IL 12 E 23) e ativação polarizada da resposta do tipo I, alta produção de intermediários tóxicos como óxido nítrico (ON) e espécies reativas de oxigênio (ERO) →eliminam microrganismos e células tumorais, produzem citocinas pró-inflamatórias →Alternativa: ativação/modulação dos macrófagos por meio das IL-4 e IL-13. Os macrófagos ativados são chamados de macrófagos M2 → reparo tecidual, secreção fatores de crescimento (TGF-beta, IL10) que promovem angiogênese, ativam os fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno. ▪ Eles estão espalhados na maioria dos tecidos conjuntivos, em órgãos como fígado (células de Kupffer), baço e linfonodos (histiócitos sinusais), SNC (micróglias) e pulmões (macrófagos alveolares). DESTRUIÇÃO TECIDUAL: É uma das características mais marcantes da inflamação crônica. Outras substâncias podem contribuir para o dano tissular, além daquelas produzidas pelos macrófagos. As próprias células necróticas do tecido inflamado podem iniciar a cascata inflamatória, ativando o sistema das cininas, coagulação e fibrinolítico e liberação de mediadores pelos leucócitos responsivos ao tecido necrótico. OUTRAS CÉLULAS ENVOLVIDAS: →Linfócitos: Podem ser de 2 tipos ▪ Do tipo B, quando estimulados, se proliferam e se diferenciam em plasmócitos→ produz anticorpos. ▪É uma forma de inflamação crônica caracterizada por coleções de macrófagos ativos, frequentemente com linfócitos T, e, algumas vezes, associada à necrose central. ▪A formação de granulomas é uma tentativa celular de conter um agente agressor difícil de eliminar. Nessa tentativa, comumente existe intensa ativação dos linfócitos T levando à ativação dos macrófagos, que pode causar lesão aos tecidos normais. Os macrófagos ativos podem desenvolver um citoplasma abundante e começar a se parecer com células epiteliais, sendo chamados de células epitelioides. Alguns macrófagos ativos podem fundir-se, formando células gigantes multinucleares. Existem dois tipos de granuloma, que diferem em suas patogêneses: → GRANULOMAS DE CORPOS ESTRANHOS: formados por corpos estranhos relativamente inertes, na ausência de respostas imunológicas mediadas por células T. Tipicamente, os granulomas de corpos estranhos se formam em torno de materiais como talco (associado ao abuso de droga intravenosa), suturas ou outras fibras que sejam grandes o suficiente para impedir a fagocitose por um único macrófago e não estimular nenhuma resposta inflamatória ou imunológica. As células epitelioides e as células gigantes são depositadas na superfície do corpo estranho. → GRANULOMAS IMUNES: são causados por uma variedade de agentes capazes de induzir a resposta imunológica mediada por célula T. Em geral, esse tipo de resposta imunológica produz granulomas quando é difícil eliminar o agente iniciador, como é o caso de um microrganismo persistente ou autoantígeno. Em tais respostas, os macrófagos ativam as células T para produzir citocinas, como a IL-2, a qual ativa outras células ▪ Do tipo T→ Os macrófagos vão apresentar Ag a céls T, expressar moléculas de adesão e produzir citocinas (IL-12 etc) que estimulam as respostas dessas céls, eai quando ativadas, produzem citocinas as quais recrutam e ativam macrófagos, promovendo mais apresentação antigênica e seleção de citocinas. ▪ Há três subtipos de células T CD4+: → TH1: produzem a citocina IFN-γ, que ativa os macrófagos através da via clássica. → TH2: secretam a IL-4, a IL-5 e a IL-13, que recrutam e ativam os eosinófilos e são responsáveis pela via alternativa da ativação dos macrófagos. → TH17: secretam a IL-17 e outras citocinas, que induzem a secreção de quimiocinas responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos (e monócitos) para reação. ▪ Tanto as células TH1 quanto as TH17 -contra muitos tipos de bactérias e vírus, bem como nas doenças autoimunes. ▪ As células TH2 - contra parasitas helmínticos e nas reações alérgicas. → Eosinófilos: abundantes nas reações imuno mediadas por IgE (alergias) e em infecções parasitárias. → Mastócitos: distribuídos nos tecidos conjuntivos, participam de ambas as reações inflamatórias, aguda e crônica. Expressam em sua superfície o receptor (Fc RI) que liga a porção Fc do anticorpo IgE, reconhecem especificamente o Ag, desencadeando, assim, a desgranulação e a liberação de mediadores como histamina e prostaglandinas (nas reações de hipersensibilidade imediata). → Neutrófilos: embora característicos da inflamação aguda, muitas formas de inflamação crônica que duram por meses continuam a mostrar grandes números de neutrófilos, induzidos tanto por microrganismos persistentes quanto por mediadores produzidos pelos macrófagos ativados e linfócitos T. Também são importantes no caso da lesão crônica induzida nos pulmões por tabagismo e outros estímulos irritantes. Esse padrão de inflamação é chamado de agudo e crônico. T, perpetuando a resposta, e a IFN-γ, que ativa os macrófagos
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