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Aula Prática 04 Determinação e Interpretação do perfil lipídico Exames Laboratoriais Colesterol Total: Atualmente a determinação isolada do colesterol total possui pouca utilidade clínica, uma vez que, no diagnóstico das doenças coronarianas e cardiocirculatórias, o perfil lipídico completo estabelece as condições de risco do paciente. BULA COLESTEROL TOTAL INDICAÇÃO DO EXAME A determinação do colesterol em amostras de sangue é útil na investigação das dislipidemias e faz parte da avaliação do risco de doença coronariana isquêmica. LINEARIDADE CÁLCULO FC = CP/AP (CP = 200mg/dL) CT = FC X AT CP = CONCENTRAÇÃO DO PADRÃO AP = ABSORBÂNCIA DO PADRÃO AT = ABSORBÂNCIA AMOSTRA CALCULE AS CONCENTRAÇÕES DAS SEGUINTES AMOSTRAS Abs PADRÃO = 0,215 (200mg/dL) A1 = 0,189 – (FC x AT) 930,23 x 0,189 = 175,8 mg/dL A2 = 0,200 – 186,0 mg/dL A3 = 0,312 – 290mg/dL A4 = 0,415 – 386mg/dL FC = 200/0215 FC = 930,23 Desejável – CT menor que 190mg/dL Exames Laboratoriais Colesterol HDL: Em 1977 ficou demonstrado que o colesterol HDL tem um efeito protetor contra a Doença Cardíaca Isquêmica (DCI). Os estudos de Framingham demonstraram que os níveis de colesterol HDL são inversamente proporcionais à prevalência da DCI. TÉCNICA A Bioclin recomenda, para uso do kit, utilizar o kit Colesterol Monoreagente (Reagente Enzimático*) e como soro controle os kits Biocontrol N e P Bioclin. Precipitação das VLDL, LDL e quilomícrons. Em tubo de centrifuga, pipetar: Soro .................................................. 250 mL Reagente Precipitante No 2 .............. 250 mL Agitar no Vortex ou manualmente durante 1 minuto. Centrifugar a 3500 rpm durante 15 minutos. Esta etapa é de fundamental importância para obtenção de resultado correto. O sobrenadante límpido contém Colesterol HDL e deve ser pipetado imediatamente após a centrifugação, para evitar resultado falsamente elevado. COLESTEROL HDL CALCULE AS CONCENTRAÇÕES DE HDL Abs PADRÃO = 0,189 FC = 80/0,189 = 423,28 A1 = 0,110 423,28 x 0,110 = 46,56mg/dL A2 = 0,090 = 38,09mg/dL A3 = 0,098 = 41,48 mg/dL A4 = 0,120 = 50,8 mg/dL TG: Na ausência de jejum a concentração plasmática dos TG modifica-se consideravelmente no mesmo indivíduo, apresentando variações de até 1000%. Estudos prospectivos recentes, indicam que os TG elevados são também um fator de risco independente para o desenvolvimento de DCI. Fatores que contribuem para o aumento do TG na população: obesidade e sobrepeso, inatividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool e dietas com elevado consumo de carboidratos. Exames Laboratoriais TRIGLICÉRIDES CALCULE AS CONCENTRAÇÕES DE TG Abs PADRÃO = 0,250 FC = 100/0,250 = 400 A1 = 0,200 A1 = 400 x 0,200 = 80mg/dL A2 = 0,280 = 112mg/dL A3 = 0,255 = 102mg/dL A4 = 0,998 = 399mg/dL Equação de Friedwald Colesterol Total (CT) = LDL + VLDL + HDL VLDL = TG/5 (TG até 400mg/dL) Exames Laboratoriais Fórmula de Martin Colesterol Total (CT) = LDL + TG/x + HDL COLESTEROL HDL e COLESTEROL NÃO-HDL Colesterol não-HDL = CT - HDL-C Equação de Martin LDLc = CT – HDLc – TG/X X varia de 3,1 a 11,9 Exemplo: TG = 490mg/dL Não-HDL = 150mg/dL A avaliação do LDL‐C pode ser realizada por dosagem direta ou estimada por cálculo com base nas fórmulas indicadas por Friedewald e Martin . Recomenda‐se que os laboratórios clínicos adotem as seguintes orientações: A. Observar na utilização da Fórmula de Friedewald para estimar o LDL‐C as limitações de jejum e de valores de TG > 400 mg/dL, podendo aplicar a Fórmula de Martin , ou usar a dosagem direta. B. Na coleta de amostra pós‐prandial a avaliação do LDL‐C pode ser realizada por dosagem direta ou a adoção da Fórmula de Martin para estimar o LDL‐C . C. Recomenda‐se sempre incluir o cálculo do Colesterol Não‐HDL (não‐HDL‐C) junto aos demais resultados do perfil lipídico para adultos, mesmo sem jejum ou no pós‐prandial pois os níveis de triglicérides não interferem no cálculo. D.Fica a critério do Laboratório reportar ou não o cálculo do VLDL‐C. Valores de Referência dos Lipídeos Valores de Referência dos Lipídeos CALCULE E INTERPRETE OS SEGUINTES RESULTADOS PACIENTE 01: CT = 180 mg/dL HDL = 45 mg/dL TG = 120 mg/dL PACIENTE 02: CT = 290 mg/dL HDL = 30 mg/dL TG = 180 mg/dL PACIENTE 03: CT = 210 mg/dL HDL = 60 mg/dL TG = 130 mg/dL PACIENTE 04: CT = 450 mg/dL HDL = 35 mg/dL TG = 140 mg/dL Equação de Friedwald Colesterol Total (CT) = LDL + VLDL + HDL VLDL = TG/5 (TG até 400mg/dL) COLESTEROL NÃO HDL = CT - HDL CALCULE E INTERPRETE OS SEGUINTES RESULTADOS PACIENTE 01: CT = 180 mg/dL HDL = 45 mg/dL TG = 120 mg/dL VLDL = 120/5 = 24mg/dL 180 = LDL + 24 +45 180 = LDL + 69 LDL = 180 -69 LDL = 111mg/dL NÃO HDL = 180 – 45 = 135mg/d/L Equação de Friedwald Colesterol Total (CT) = LDL + VLDL + HDL VLDL = TG/5 (TG até 400mg/dL) COLESTEROL NÃO HDL = CT - HDL CALCULE E INTERPRETE OS SEGUINTES RESULTADOS PACIENTE 04: CT = 450 mg/dL HDL = 35 mg/dL TG = 140 mg/dL VLDL = 140/5 = 28mg/dL 450 = LDL + 28 + 35 450 = LDL + 63 LDL = 450 -63 LDL = 387mg/dL NÃO HDL = 450 – 35 NÃO HDL = 415mg/dL Equação de Friedwald Colesterol Total (CT) = LDL + VLDL + HDL VLDL = TG/5 (TG até 400mg/dL) COLESTEROL NÃO HDL = CT - HDL Motivações para a revisão da necessidade do jejum para determinação do perfil lipídico A revisão da necessidade do jejum para determinação do perfil lipídico: Colesterol Total (CT), LDLc, HDLc, não‐HDLc e Triglicérides (TG), tem as seguintes motivações: Primeiro: O estado alimentado predomina durante a maior parte do dia, estando o paciente mais exposto aos níveis de lípides nestas condições em comparação com o estado de jejum, representando mais eficazmente seu potencial impacto no risco cardiovascular. Segundo: As dosagens no estado pós‐prandial são mais práticas, viabilizando maior acesso do paciente ao laboratório, com menor perda de dias de trabalho, abandono de consultas médicas por falta de exames e maior acesso à avaliação do risco cardiovascular. Terceiro: A coleta no estado pós‐prandial é mais segura em diversas situações, seja no paciente com diabetes mellitus usando insulina, cujo risco de hipoglicemia pelo jejum prolongado pode causar acidentes de trânsito, nas gestantes, nas crianças e nos idosos, minimizando intercorrências e aumentando a adesão para realizar exames e o comparecimento às consultas médicas. Quarto: As determinações de colesterol total, HDL‐C, não‐HDL‐ C e LDL‐C não diferem significativamente se realizadas no estado pós‐prandial ou no estado de jejum. Há aumento nos níveis de triglicérides no estado alimentado, porém este aumento é pouco relevante desde que se considere uma refeição usual não sobrecarregada em gordura, havendo a possibilidade de se ajustar os valores de referência . Quinto: Com o jejum flexível para o perfil lipídico há maior amplitude de horários, reduzindo assim o congestionamento nos laboratórios, especialmente no início da manhã, com mais conforto para o paciente. Sexto: Com os avanços tecnológicos nas metodologias diagnósticas, os principais ensaios disponíveis mitigaram as interferências causadas pela maior turbidez nas amostras, decorrentes de elevadas concentrações de triglicérides. Contudo, há potenciais limitações, especialmente referente ao cálculo da LDL‐C, em que os estudos de desempenho entre diferentes metodologias têm demonstrado a necessidade de revisão das práticas de utilização das fórmulas utilizadas. Fonte: Sociedade Brasileira de Patologia Clínica. Disponível em: 28 Escore de risco global Este documento propõe a utilização de um fator de correção para o CT para o cálculo do ERG em pacientes sob terapia hipolipemiante. Assim, em pacientes em uso de estatina, deve-se multiplicar o CT por 1,43 SCORE DE FRAMINGHAM O Estudo de Framingham é um estudo de coorte a longo prazo sobre o sistema cardiovascular a decorrer desde 1948 nos habitantes da cidade norte-americana de Framingham. CALCULADORA RESUMIDASCORE DE FRAMINGHAM O Estudo de Framingham é um estudo de coorte na cidade norte-americana de Framingham.
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