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T&D TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Autoras: Patrícia Jorge & Tânia Azevedo Editora: Projeto Capitulo 3º do livro: Gestão de Recursos Humanos para Empresas de Contabilidade T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 1 T&D TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 2 Autoras: Patrícia Jorge & Tânia Azevedo Editora: Projeto “ Antes de conhecer qualquer tarefa, temos de aprender a fazer a pergunta: De que tipo de informação necessito, sob que forma e quando? A quem devo que tipo de informação? Quando e onde?” Peter Drucker Refletindo sobre o pensamento do guru empresarial Peter Drucker , considera-se que o maior dilema do século é a doença do exagero de informações. As empresas de contabilidade, assim como seus profissionais necessitam priorizar e filtrar as informações que realmente serão úteis nos seus serviços. Isso se atribui ao ambiente dinâmico em que as organizações empresariais estão inseridas, pois segundo Para Gil (2001, p. 119), requer cada vez mais, o desenvolvimento de ações voltadas à constante capacitação das pessoas, com vista em torna-las mais eficazes naquilo que fazem. Logo o processo de aprendizagem do cérebro naturalmente possui seus critérios de retenção do conhecimento. Em uma pesquisa realizada pela Revista Você S/A em setembro de 2000, identificou-se que apenas cinco por cento do conhecimento decorrentes de palestras são retidos pelo cérebro, dez por cento através de leitura da retenção, vinte por cento quando do uso de instrumentos audiovisuais, trinta por cento através de demonstrações, grupos de estudos e discussões contribuem com cinqüenta por cento da retenção de dados. Praticar fazendo, ensinar e usar imediatamente o que se aprende são os métodos mais produtivos de retenção de informações conforme a pesquisa. A figura 04 sintetiza em uma pirâmide os níveis de retenção de informações no cérebro humano. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 3 Figura 04 – Pirâmide da retenção de informações do cérebro Fonte: Revista Você S.A. - setembro/2000. Para o Sebrae (2000), o treinamento e desenvolvimento dos funcionários não devem ser encarado então como uma fase passageira, mas como um processo de constante melhoramento e transformação de toda a equipe trabalho. Logo treinar e desenvolver são métodos de aprendizagem, que visam ampliar as qualidades nas pessoas, porém são processos diferentes. Treinar parte da premissa de que o objetivo é o presente, no treinamento a empresa preocupar-se em orientar o seu profissional a partir do cargo e função que ele ocupa. Se um gerente de tributos necessita aprender sobre as mudanças ocorridas na legislação do ICMS, esse treinamento buscará melhorar as capacidades e competências já existentes no profissional e relaciona-las com a performance imediata da função\cargo que ele ocupa. Desenvolver é pensar no futuro, nas novas habilidades e competências que serão requisitadas no profissional. O desenvolvimento ajuda o individuo a pensar de forma global, a ampliar seus horizontes através de idéias e conceitos. Tomando o gerente de tributos como exemplo, a empresa pode acreditar que esse profissional seja no futuro um líder multiplicador de conhecimento em sua área, dessa forma a empresa através de programas de desenvolvimento despertará T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 4 competências de liderança ainda não reveladas no profissional, mas indispensáveis para o futuro cargo que ele possa ocupa. Segundo Carvalho (2001 p.11), o desenvolvimento continuo e integral do individuo processa-se através de três principais fatores: Educação, instrução e treinamento, essa tríplice é ilustrada pelo quadro 08. Quadro 08 -Fatores que levam ao desenvolvimento pleno do individuo Fonte: Carvalho (2001, pg. 11) Como demonstrado no quadro 08, a educação representa o processo de desenvolvimento intelectual e moral, de um individuo, já a formação proporciona a qualificação das pessoas em determinado ramo profissional, por fim o treinamento que representa um processo educacional de curto espaço de tempo, envolvendo ações para ampliar a capacidade e desempenho nas atividades realizadas pelo ser humano em seu ambiente de trabalho. educação Desenvolvimento integral Formatização do processo educativo Treinament o Instrução Continua reconstrução da experiência individual Desempenho adequado de tarefas profissionais T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 5 As empresas de contabilidade são espaços de aprendizagem continua. Empresários e profissionais mal informados ou estagnados podem causar enormes prejuízos aos seus clientes, a sociedade e a sua própria empresa. infelizmente uma boa quantidade de empregados de empresas contábeis e estudantes de ciências contábeis não a enxergam assim. Vê o trabalho como algo rotineiro e monótono, sem possibilidade de crescimento, anseia disputar concursos públicos ou trabalhar em empresas multinacionais, nada contra a esses anseios, porém um profissional oriundo de uma empresa contábil conta com um leque de informações e conhecimentos muito aquém do que é aprendido na sala de aula. O aprendizado implícito derivado da experiência, do que foi construído no decorrer do tempo é a ainda a origem do conhecimento nas empresas de contabilidade, caracterizado por elementos pessoais e significativos. Esses conhecimentos só podem ser transferidos ou construídos por meio do exercício diário do ensino dentro da empresa. Nas empresas contábeis independentemente do porte (pequena, média ou grande) esse aprendizado ocorre ininterruptamente. Pesquisar se há disposição no empregado para aprender, separar o que treinamento do que é desenvolvimento são os primeiros passos para mensurar os investimentos em T&D quantitativamente e qualitativamente. A apuração do ROI (Return On Investment) de treinamento e desenvolvimento é pouco pesquisada no Brasil e seu estudo é predominante nos Estados Unidos. Chega a ser burlesco que a as empresas de contabilidades que possuem em seu leque de serviços a apuração de custos, não consigam identificar o quanto investem em treinamentos e desenvolvimentos de seus empregados e se há resultados positivos nesses investimentos. Logo a Administração de Recursos Humanos, terá como subsistema o desenvolvimento, que abrangerá o treinamento, desenvolvimento de pessoas e organizacional, diagnosticando, preparando reciclagem, desenvolvendo o aprimoramento de médio e longo prazo e aplicando estratégias que visem a T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 6 saúde e excelência da empresa. O quadro 09 resume as formas de educação profissional que podem ser adotadas em uma empresa. Quadro 09 – Formas de educação profissional Tipo de educação profissional Escopo Objetivos Extensão de tempo Características Formação Prepara e forma a pessoa para o exercício de profissão no mercado de trabalho Amplos e mediatos Longo prazo Qualifica para futura profissão. Dada nas escolas e mesmo dentro das organizações Desenvolvimento Amplia e aperfeiçoa a pessoa para crescimento profissional na carreira na organização Menos amplos Médio prazo Proporciona conhecimentos e prepara para funções complexas. Normalmente acontecem na empresa. Treinamento Prepara a pessoa para ocupar determinado cargo na organização Restritos e imediatos Curto prazo Fornece o essencial para ocargo atual. Dado nas organizações ou em empresas especializadas. Fonte: Chiavenato ( 2003, p. 300 Diante do apresentado no quadro 09 percebe-se a importância da definição clara quanto ao programa de desenvolvimento a ser aplicado na organização, pois para cada tipo de educação profissional, deve-se ter um objetivo a ser alcançado e principalmente o tempo que será destinado para a preparação do funcionário. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 7 TREINAMENTO “ O treinamento transforma as boas intenções em bons resultados” Thomas Berry. No texto O fácil, O difícil e o impossível o professor Valmir, define fácil como aquilo que já fazemos há muito tempo, difícil como aquilo que começamos a tentar agora e o impossível como aquilo que nem sequer tentamos. Treinar não é fácil, requer antes de tudo o desejo e o contentamento de ver outras pessoas crescendo e melhorando no que executam, de apresentar bons resultados em um pequeno espaço de tempo, de “segurar” custos e investimentos caros, e de ter a coragem em apontar os porquês de um treinamento ter fracassado. Diferente do desenvolvimento, o treinamento requer retorno imediato e em pouco tempo. Sabemos que profissionais aparentando falta de interesse na melhoria de seus desempenhos e encarando o trabalho como um mal necessário para pagar unicamente as suas contas direcionam qualquer treinamento ao fracasso, pois lhe faltam a mola mestra para o sucesso no treinamento: Vontade de aprender. É imprescindível compreender argumentos validos e lógicos para que um empregado recuse um treinamento, fato que dificilmente acontece, pois a pessoa intimidada pelo superior aceitar o treinamento apenas por aceitar. Para que isso não aconteça um diagnostico torna-se importante. O diagnostico deve ser eficiente, ou seja, a definição clara dos instrumentos a serem utilizados: questionários, pesquisas, feedback com os empregados. Deve ser eficaz, pautado em estratégias que busquem resultados mesuráveis e positivos. E por último ser efetivo, agregar valores que gerem a continuidade e aplicação do aprendizado. Deve-se elaborar um diagnostico da necessidade de treinamento, utilizando os sete questionamentos, como citados a seguir 1. Definir qual setor\departamento\Núcleo da empresa precisa de treinamento; T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 8 2. Definir quanto monetariamente pode ser gasto no treinamento; 3. Definir quais profissionais irão receber o treinamento e o porquê; 4. Definir em qual período e de quanto tempo disponho para o treinamento; 5. Definir o programa do treinamento; 6. Definir os métodos e procedimentos a serem adotados no treinamento; 7. Definir o local onde será o treinamento. 1. Definir qual setor, departamento ou núcleo da empresa precisa de treinamento Mesmo imaginando uma empresa com no máximo cinco empregados, é possível definir quais necessitam de treinamento imediato. No geral as empresas indicam treinamentos para as área onde os “apagamentos de incêndios” tornam-se freqüentes, o que nem sempre torna o treinamento eficiente. Como no mundo atual precisamos trocar a roda do carro, com ele em movimento. Sugerimos aplicar inicialmente o treinamento nas áreas onde o diagnostico demonstre maior problemas com os clientes. São os clientes que apontam onde a empresa precisa melhorar. Tanto o seu cliente externo como o cliente interno são termômetro indicativos de necessidade de treinamento, vale salientar que o treinamento deve ser uma orientação ao profissional a partir do cargo e função que ele ocupa. Não adianta eu indicar um treinamento na área de pessoal para um empregado que atue na área de legalização de empresas, exceto se pretender transferi-lo para outra área. Treinar por treinar é 2. Definir quanto monetariamente pode ser gasto no treinamento Nem sempre conseguimos mensurar o quanto foi gasto em um programa de treinamento e se o retorno desse investimento foi satisfatório. Palmeira (2004 pg37) Afirma que no Brasil, a cultura de gestão de RH não incentiva praticas de mensuração e avaliação de resultados em treinamento. Em outro momento pretendemos abordar o assunto avaliação de treinamentos, por hora, vale T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 9 ressaltar a precisão de um valor previamente definido a ser utilizado em um treinamento. 3. Definir quais profissionais irão receber o treinamento e o porquê do treinamento. Caminhar o empregado para um programa de treinamento sem explicar claramente o motivo de ele ser treinado é gastar motivação, dinheiro e tempo inutilmente. Nas empresas contábeis nem sempre acontece o treinamento básico, que é apresenta ao empregado recém admitido a cultura da empresa, quem são seus clientes, quais os serviços que a empresa executa e as dificuldades que o empregado encontrará para realiza-los. 4. Definir em qual período e de quanto tempo disponho para o treinamento Treinamento nas empresas contábeis tem que ter resultados imediatos, deixemos longos prazos para os programas de desenvolvimento. Definir as melhores datas e horários para aplicação de um treinamento, evita interrupções e atropelamentos no desenvolvimento do programa a ser treinado. 5. Definir o programa do treinamento O que acontece frequentemente nas empresas contábeis é um encarregado ou empregado mais antigo assumir a responsabilidade de treinar o recém admitido. Nada contra esse procedimento, porém cabe elaborar o programa do treinamento de forma simples e objetiva para seguir como bússola tanto para quem vai treinar como para quem receberá o treinamento. 6. Definir os métodos e procedimentos a serem adotados no treinamento. Quanto ao método a ser adotado no treinamento é importante considerar as estratégias disponíveis, nas empresas contábeis as que mais se destacam são as seguintes: T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 10 Exposição – modalidade mais usual, uma vez que consiste em apresentação do programa de forma expositiva e verbal por instrutores com a finalidade de transmitir conhecimentos; Discussão em grupo – normalmente ocorre quando se deseja realizar uma reflexão sobre determinado assunto, muito utilizada como forma de interpretação da legislação na área tributária. Demonstração - ocorrem nos casos de qualificação quanto aos processos rotineiros da empresa, por ser simples em muitas situações as empresas contábeis na sua maioria a utilizam forma não planejada, a exemplo de treinamentos para operacionalizar novas versões de um soft de contabilidade. Instrução programada - Segundo Gil (2001 p. 138) consiste na apresentação aos treinados de partes de informações que requeiram o fornecimento de respostas certas a determinadas perguntas. No caso da empresa contábil este método é verificado quase que diariamente, uma vez que a sua adoção acontece por meio de contratos com empresas de consultorias especializadas, ou mesmo plantões de repartições públicas destinados à orientação. Cabe ainda observar que nas empresas contábeis há pratica usual, de um método não abordado na literatura acadêmica, porém é denominado usualmente de método “Se Vire” , o qual consiste em deixar o empregado livre para busca meios de aprendizagem alternativa, em muitos casos estes recorrem a consultas a colegas de profissão, empresas parceiras, ou mesmo concorrentes. 7. Definir o local onde será o treinamento. A maioria dos treinamentos são executados nas instalações da empresa e no momento do expediente. Há treinamentos que exigem o afastamento do participante do ambiente de trabalho para que o mesmo torne-se eficaz e eficiente. T& D T R EI N AM EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 11 Os sete questionamentos apresentados podem ser exemplificados como planejamento de uma viagem. Primeiro decidimos que queremos ou necessitamos viajar, depois definimos o local e a data para onde iremos. O tempo que permaneceremos no local, as instalações e ferramentas que usaremos na viagem ou no decorrer dela, quanto poderemos gastar, quem poderá nos orientar à viagem e quem ou quais pessoas irá conosco e por último avaliamos os aspectos positivos e negativos da viagem. Planejar um treinamento é planejar uma viagem de curto prazo. Para sintetizar o planejamento das atividades de um treinamento apresentamos no quadro 10 modelo sugestivo para desenvolvimento de um plano de ação. Quadro 10 – Plano de treinamento Treinamento: Carga horária: Setor/Departamento/núcleo participante: Finalidade Objetivos Conteúdo Estratégias Recursos Avaliação Fonte: Gil ( 2001 p. 130), adaptado pelas autoras Logo o quadro 10 poderá ser adaptado no planejamento dos treinamentos da empresa contábil, a adoção desse instrumento, permitirá objetividade e sistematização dos procedimentos. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 12 DESENVOLVIMENTO “Se você acha que educação é cara, tenha coragem de experimentar a ignorância” Derek Bok. Não há desenvolvimento sem evolução. A palavra evolução provém do Latim evolutio significando brotar, nascer, desenvolver. O melhor processo para o desenvolvimento é através da educação, com o processo educativo o individuo torna-se capaz de atingir suas habilidades, tirando utilidade das suas potencialidades e indo além de seus limites pessoais. O professor Eugenio Musak (2003,pg.75) Afirma que o pleno desenvolvimento, em que se atinge o ideal teórico , não é alcançado de modo satisfatório nunca. Eis porque o desenvolvimento humano é, ou deveria ser, uma preocupação permanente para as escolas, para as organizações e principalmente para as próprias pessoas. Há uma premissa no mundo corporativo de que as empresas antenadas com o novo milênio são responsáveis pelo desenvolvimento de seus empregados. Existem vários pedaços de verdades nisso, quando um empregado não se esforça em aperfeiçoar as suas habilidades e competências o corriqueiro é colocar a responsabilidade na empresa. A empresa por outro lado sente-se desmotivada quando se depara com profissionais que não mostram empenho em seu próprio desenvolvimento. O empregado precisa perceber que o encargo da sua formação, em ultima instancia, é da sua própria responsabilidade. É inútil para empresa investir em programas de desenvolvimento se o participante mostra-se indiferente. Logo o conceito de Desenvolvimento Organizacional (DO) segundo Chiavenato (2003, p. 86) está intimamente ligado aos conceitos de mudança e da capacidade adaptativa da organização à mudança. Para Gil (1999, p.122) desenvolvimento refere-se: T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 13 ...ao conjunto de experiências de aprendizagem relacionadas aos cargos que as pessoas ocupam atualmente, mas que proporcionam oportunidades para o crescimentos e desenvolvimento profissional. Diferentemente do treinamento, que é orientado para o presente, o desenvolvimento de pessoas focaliza os cargos a serem ocupados futuramente na organização e os conhecimentos, habilidades e atitudes que serão requeridos de seus ocupantes. Esses conceitos baseiam-se nos pilares da ciência do comportamento, propondo uma abordagem da empresa enquanto sistema, priorizando os aspectos da cultura organizacional e principalmente proporcionando uma compatibilização entre a empresa e os participantes, sendo focalizado no individuo e seu crescimento, ou seja capacitação das pessoas. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 14 POSSIVEIS CAUSAS DE INSUCESSOS NOS TREINAMENTOS E DESENVOLVIMENTO A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier (Música Epitáfio / Autor: Sérgio Brito) Em todo processo de treinamento ou desenvolvimento teremos sucessos e insucessos. Em estudos realizados no ano de 2004 pelo Grupo de T&D treinamento e desenvolvimento da ABRH – Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Bahia, alguns fatos foram observados dentro das organizações que contribuíram para a falta de eficácia nos programas de treinamentos e desenvolvimentos, são eles: Pessoas desmotivadas, inclusive para o autodesenvolvimento. Treinamento por imposição. Extemporaneidade dos treinamentos para aplicação em determinada tarefas. Instrutores despreparados. Logística de treinamentos inadequada. Dificuldade de mensuração do custo x benefício do treinamento. Falta de conhecimento da importância do equilíbrio emocional para o aprendizado. Sistema de comunicação deficiente. As empresas tornaram-se responsáveis por intermédia o aprendizado, difundindo o conhecimento através de palestras, cursos, fóruns de debates, etc. Fazendo com que os empregados percebam a necessidade de aperfeiçoar o conhecimento, porém as pessoas encontram-se desmotivadas para o autodesenvolvimento, talvez fruto da competitividade e ferocidade do mercado contábil. Motivar pessoas é um trabalho árduo. Para Figueiredo e Fabri (2000 p.87) alguns pontos poderão ser considerados pelos gestores da empresa contábil como motivação: reconhecer nas pessoas habilidades diferenciadas, identificar as preferências pessoais e os objetivos de T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 15 cada um, conferir autonomia na realização das tarefas a elas pertinentes para que se identifiquem com o trabalho e feedback – dar informação, individualmente,a respeito do resultado final do trabalho feito. Não é difícil encontrar empregados em cursos ou programas de treinamentos apenas porque foram “convocados” pelos seus chefes. Os treinamentos são encarados como imposição. A área de RH precisa desenvolver mecanismo para reverter essa situação sem prejudicar a operacionalidade da empresa. Capacitar o corpo de gestores e encarregados, utilizar o planejamento para traçar indicadores, focar metas, definir e dividir as responsabilidades do empregado e do gestor no autodesenvolvimento é uma recomendação. Extemporaneidade nos treinamentos significa a ocorrência de treinamentos atrasados em relação a necessidade imediata , para o Grupo de T&D da ABRH- Bahia os projetos que impactam nas mudanças de processo de cultura e rotinas dentro da organização deverão apreciar, antes da sua concepção e implementação, as etapas de treinamentos técnicos e comportamentais necessárias para garantir o seu êxito. Citamos anteriormente a dificuldade em mesura o custo x benefícios dos programas de treinamentos e as transformações obtidas com os programas de desenvolvimento. É inevitável numa economia como a brasileira provar matematicamente, e porque não dizer, financeiramente os resultados obtidos através dos programas de treinamento e desenvolvimento, isso confere credibilidade ao programa e incentiva a liberação de verbas para a capacitação. Garcia (2001) exemplificam a mensuração de um treinamento em uma grande empresa de produtos para construção civil em redução de 35% de suas perdas. Em uma área da empresa, especializada em elaboração de tintas personalizadas, foi indicado para os vendedores um programa de treinamento em decoração de ambientes. Através desse programa os vendedores desenvolveram capacidades como avaliação do espaço do ambiente, conhecimentos sobre iluminação, textura de paredes e metragem da quantidade de tinta para cada ambiente. O resultado após o treinamento foi a redução da quantidade de devoluçãodas tintas e do T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 16 numero de reclamações dos clientes sobre a orientação fornecidas pelos vendedores. O Velho Guerreiro Chacrinha já profetizava quem não se comunica se trombica,. segundo Wright ( 2003 p.31) A comunicação não é simplesmente abri a boca e permitir que as palavras fluam. É algo mais complexo, em seus estudos ele define a existência de cinco mensagens no que dizemos: O que queremos dizer, o que realmente dizemos, o que a outra pessoa ouve, o que a outra pessoa pensa que ouviu, que a outra pessoa diz a respeito do que dissemos. É conhecido que a maioria das pessoas não se comunica bem. Podemos nos comunicar de diversas formas: conversando, escrevendo, através de e-mails, fax e gestos. A falta de comunicação ou a comunicação com ruído é um dos maiores tomadores de tempo, esforço e materiais, sem falar dos desentendimentos entre empregados x empregados, empregados x gestores e empresas x clientes. A verdade é que uma mensagem raramente é recebida como foi emitida, dependerá do pensamento do receptor e principalmente do momento e estado de espírito das pessoas envolvidas. Para Campos (2002) é interessante chamar à atenção, que tal assunto, como a comunicação empresarial, infelizmente ainda é um tema não muito discutido nas empresas, principalmente nas pequenas e micros e isso, pode ser um erro fatal para o destaque de grandes talentos dentro das organizações e sem contar que pode gerar equívocos graves tanto entre empregados como também entre clientes e prestadores de serviços pondo de uma maneira desagradável a imagem da empresa em risco no mercado competitivo. O sistema de comunicação tem como um dos objetivos obter informações e transforma-las em conhecimento para tomada de decisão, logo seu resultado dará se for uma estrada de mão dupla , de forma permanente, disciplinado e confiável. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 17 EMPRESAS DE CONTABILIDADE E PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO CONTINUADA “Aguardar que as oportunidades sejam perfeitas, é aguardar para sempre” David.Scwart, autor de A Mágica do Sucesso As empresas de contabilidade são fontes de aprendizados permanentes. Algumas empresas possuem programas de incentivo a educação como bolsas, financiamentos e convênios com Instituições de Ensino Superior, porém a inaptidão do empresário contábil em comunicar o que sua empresa oferece, obscura esses incentivos. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 18 Entidades voltadas para o sistema contábil nacional, vêm oferecendo oportunidades de aprendizado e realizando investimentos, como o Programação de Educação Continuada do CFC- Conselho Federal de Contabilidade que apóia, entre outros, a realização de cursos de pós-graduação Lato Sensu e Stricto Sensu com valores de mensalidades subsidiados pelo CFC e CRCs - Conselhos Regionais. Conforme pesquisas do CFC só no ano de 2001 aconteceram 2.855 eventos contábeis em todo País com a participação de 186.604 profissionais. Ainda no âmbito federal e visando disseminar pesquisas, produção cientifica e demais publicações a Fundação Brasileira de Contabilidade tem como um dos seus propósitos apoiar financeiramente projetos e ações dos profissionais de contabilidade que desenvolvam temas relevantes à sociedade. O sistema Fenacon – Federação da empresas de serviços contábeis, e das empresas de assessoramento, perícias, informações e pesquisas, através dos seus sindicatos filiados também implementam convênios que facilitam o desenvolvimento profissional das empresas filiadas. O Sindicato da Empresas de Serviços Contábeis, e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado da Bahia (Sescap) firmou convênio com três instituições de ensino superior: A Unibahia – Faculdades Integradas Ipitanga e as Faculdades Jorge Amado voltados para o ingresso de técnicos em contabilidade com vestibular diferenciado para o curso de graduação em Ciências Contábeis; com a FABAC- Faculdade Baiana de Ciências elaborou o Projeto Formação de Auxiliares com valor de investimento bem abaixo do mercado, mas sem perde a qualidade. O objetivo do Projeto Formação de auxiliares é socializar conhecimentos técnicos e práticos nas áreas: fiscal, pessoal, contábil, informática, administrativa e comercial estimulando a qualificação dos profissionais que atuam nas empresas de serviços vinculadas ao segmento do SESCAP-BA tanto para empresários como para seus empregados. As empresas contábeis podem estimular o desenvolvimento dos seus empregados e gestores através dos incentivos oferecidos por essas entidades. T& D T R EI N A M EN TO E D ES EN V O LV IM EN TO 19
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