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A natureza complexa da experiência museológica dos visitantes em tempos de pandemia

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Tema 6 - A natureza complexa da experiência museológica dos visitantes em tempos de pandemia
Universidade Federal de Ouro Preto
Escola de Direito, Turismo e Museologia
Departamento de Museologia
Disciplina: Museus e seus públicos (MUL 139) PLE 2020_3
Profa: Dra Ana Audebert
Discente: Larissa Elisa Dos Santos Oliveira /número de matrícula 17.2.6257
A sociedade mundial enfrenta na segunda década do século XXI um contexto social completamente singular, a pandemia da COVID - 19 apresentou uma nova definição do que é seguro e normal, as instituições culturais e museais que possuem contato direto com o público encontram-se diante de um novo desafio. Como adaptar esses ambientes para as condições necessárias de segurança sanitária?
As instituições museais demonstraram-se como suporte para a sociedade em tempos de isolamento por meio do seu poder cultural, fazendo-se presente na vida durante do seu público por meio da adoção de recurso tecnológicos como forma fundamental de comunicação, tornando possível o estreitamento dos laços entre museus e público. Criando assim uma nova forma de fazer o museu. 
Para Cury (2009) a visitação a exposições se torna uma experiência, pois amplia os horizontes acerca das concepções do público para as exposições. Em síntese cada um dos sujeitos públicos e não-público de exposições, apresentam-se como peças fundamentais do processo comunicacional das exposições que são codificadas pela curadoria e as instituições e decodificadas pelo público, que oferece de certa forma os caminhos finais para o êxito do objetivo curatorial de comunicar. Sendo assim precisamos entender quem são os sujeitos para o museu. Temos em tela as seguintes conceituações que caracterizam a construção do significado do sujeito no contexto museal, Cury (2009) apresenta quatro autores que ajudam a entender a construção do termo sujeito, sendo eles:
· FOUCAULT:
 	O sujeito é a estrutura de poder e o indivíduo não tem consciência disso. O indivíduo não participa. Enquanto indivíduo, ele participa socialmente elegendo as opções possíveis deixadas a ele, criando conjuntos de enunciados cujas existências dependem de um discurso livre que define a formação discursiva. Para Foucault o sujeito é o poder, aquele a quem o discurso pertence e que dita as regras e condições para as enunciações”.
· BERTRAND 
O sujeito está clivado ou seja dividido então busca reunificar-se, procura a si mesmo, ele deseja ser restaurado de sua unidade. O homem necessita da ilusão, pois o real nunca o completa, se projeta como um ideal para uma realidade externa em uma constante busca de si, uma completude. 
· AGNES HELLER
Para Agnes Heller o sujeito é definido como histórico, ou seja nasce em um contexto e aí cresce, envolvido em uma práxis (ação), o genérico é a consciência de ser homem e homem social, consciência do sujeito histórico está na prática cotidiana. Em síntese, ele deixa o particular, situa-se no coletivo e torna-se ser histórico. É a inserção no coletivo que o torna sujeito histórico.
· TOURAINE
É sujeito quando se propõe a fazer a sua história e ao negar as regras e normas que levam a uma identidade ligada ao consumismo e à uniformização das individualidades. É sujeito quando conquista o seu espaço e seu tempo, ou seja sujeito ação.
O SUJEITO DOS MUSEUS:
O público nesse sentido é um dos vários sujeitos do museu. Uma vez que no campo museal os sujeitos dos museus são todos que se envolvem no processo comunicacional são: O público, o autor e o usuário do objeto e o profissional de museu. Diante do cenário atual temos uma nova forma de delimitar e compreender o público dos museus, o processo comunicacional ganhou uma nova metodologia durante a pandemia da COVID-19, transformando o processo que antes se dava principalmente pela visitação física aos lugares de exposição, começou a ocorrer através das mídias sociais. A comunicação virtual vinha fazendo parte da rotina dos museus gradativamente, mas foi neste momento que se tornou a principal forma de comunicação com os sujeitos do museus. Agora se enfrenta o desafio de adaptar o acesso às exposições físicas de acordo com as necessidade de biossegurança, buscando conciliar comunicação com preservação e conservação e as diretrizes sanitárias necessárias. O museu passa ser um instrumento de intervenção capaz de mobilizar vontades e esforços para a resolução de problemas comuns no seio das sociedades humanas onde se encontra (SARRAF, 2006). Ao ser acessível a todos a instituição museal torna-se um importante veículo de acesso à cultura.
A retomada dos museus pós pandemia:
Pensando nessa temática e na importância da manutenção do acesso à cultura por meio dos museus, algumas instituições reguladoras apresentaram possibilidades de alternativas cabíveis para a retomada progressiva a visitação aos museus com segurança para a instituição, seu público e sua equipe. O International Council of Museums - ICOM, visa conciliar as realidades dos museus e instituições de memória, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde. A situação do Brasil diante da pandemia pode ser tida como crítica, quando verificamos que o Estado federativo terceirizou sua responsabilidade em controlar a administrar as questões de cuidado e saúde para os Governos estaduais, sendo a situação de controle torna-se heterogênea, sendo um desafio apresentar medidas gerais. Como tornar possível a retomada dos museus em um país marcado pelas realidades contrastantes entre suas mais de 3000 instituições espalhadas pelo país? 
As recomendações apresentadas em sua maioria lidam com a problemática de controlar o número de visitantes, buscando manter uma menor aglomeração de pessoas, visando à desaceleração do contágio e ao controle da doença, de acordo com as recomendações COREM 2R (2020) 
 
Neste contexto torna-se necessário adotar rígidas medidas de segurança sanitária e no caso das instituições guardadora a segurança patrimonial. Faz-se necessário otimizar o processo de comunicação dentro dos colaboradores da instituição.
Deve-se sempre levar em consideração a capacidade e realidades de cada instituição, para que as medidas de seguranças sejam adotadas das melhores formas possíveis. Dentre as medidas sugeridas pelos órgãos responsáveis, como a Cartilha Covid-19 Orientações Gerais e Normas De Proteção Para Profissionais De Museus - COREM 2R, têm-se em destaque:
- DISTANCIAMENTO SOCIAL: medidas que visem reduzir a aproximação e o contato entre as pessoas. 
- HIGIENE PESSOAL: medidas que visem promover cultura de atenção aos procedimentos de limpeza pessoal. 
- SANITIZAÇÃO DE AMBIENTES: medidas que visem promover a sanitização tempestiva do ambiente. Em alguns casos há necessidade de certificação dos protocolos pelas autoridades pertinentes. 
- COMUNICAÇÃO: medidas que visem garantir que funcionários e clientes conheçam os riscos e os procedimentos adotados para sua mitigação. Implementar ações de comunicação para massificar as informações gerais de conscientização, de segurança e de proteção. 
- MONITORAMENTO: medidas que visem garantir as condições de saúde e que as ações sejam efetivas ao longo do tempo, assim como efetuar testagem e a rastreabilidade de casos.
	
Museu Nacional da República Honestino Guimarães:
O Museu Nacional da República Honestino Guimarães, também conhecido como Museu Nacional da República, é um museu que está inserido no conjunto do Complexo Cultural da República em Brasília - DF, é uma das instituições museais que aos poucos estão reabrindo a visitação. Seguindo os protocolos de segurança do governo do DF, instituídos pelo Decreto Distrital 40.648, de 23 de abril de 2020, Portaria SECEC-DF nº 179 de 17 de setembro de 2020, as instituições culturais estão abertas à visitação desde setembro de 2020, desde que sejam seguidos os protocolos de segurança pré-determinados de acordo com as informações fornecidas pela equipe do Museus, essas são as seguintes regras de visitação pós-isolamento social, seguidas pela instituição em questão:
	 REGRAS DE VISITAÇÃO
	Lotação máximade 30 pessoas
	Obrigatório o uso de máscaras
	Obrigatória a aferição de temperatura na entrada
	Obrigatório o uso de sapatilhas descartáveis/propé
	Manter distanciamento na fila para entrada e no salão expositivo (entre pessoas e também do acervo, balcões e objetos)
	Proibida a entrada com alimentos
	Bebedouros interditados
 
Fotografia 1: Exposição em Cartaz - Museu Nacional da República 
Fonte: Página do Museu no Instagram¹
Em um país como o Brasil, enfrenta-se um enorme desafio ao se tratar da retomada das visitações físicas às instituições museais, deve-se levar em consideração as realidades de cada instituição, observando as legislações que abrangem os lugares em que estão envolvidas, uma vez que não há uma vez que não é existente uma política nacional que possibilite uma hegemonia em protocolos de segurança sanitária. Enfrentamos um novo cenário que nos leva a uma nova visão da relação Sujeito/Museu, levando-se cada vez mais em relevância as singularidades de cada instituição, levando a preservação a saúde coletiva, tendo em consideração a importância do acesso à cultura. cabendo ao museu o cumprimento do seu papel social de proteção da sociedade e do patrimônio cultural musealizado ou não com a proteção da vida humana e com a valorização e entendimento do papel relevante da ciência e das profissões especializadas para a melhoria e manutenção da qualidade de vida das populações. (COREM 2R, p.25, 2020)
¹ Disponível em: <https://www.instagram.com/p/CGIpbjflWP5/> Acesso em: 13 de out. de 2020
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:
COREM 2R, Conselho Regional De Museologia 2ª Região. Covid-19 orientações gerais e Normas de Proteção para Profissionais de Museus. Brasil, 2020. Disponível em: <https://corem2r.org/2020/09/24/cartilha-covid-19-orientacoes-gerais-e-normas-de-protecao-para-museologos-e-profissionais-de-museus/>
CURY, Marília Xavier. O Sujeito do Museu. In: Musas – Revista Brasileira de Museus e Museologia. nº 4. Rio de Janeiro: IBRAM, 2009. p. 86-97.
ICOM. Conselho Internacional de Museus. Recomendações do ICOM Brasil em relação à Covid-19. Brasil, 2020. Disponível em: https://www.icom.org.br/?p=1898
FLÁVIO, Lúcio. Museus reabrem com segurança e tranquilidade. Agência Brasília. Brasília, 21 de setembro de 2020. Disponível em: <https://agenciabrasilia.df.gov.br/2020/09/21/museus-reabrem-com-seguranca-e-tranquilidade/56656> Acesso em: 10 de set. de 2020.
SARRAF, Viviane Panelli. A Inclusão dos Deficientes Visuais nos Museus. In: Musas – Revista Brasileira de Museus e Museologia. Nº 2. Rio de Janeiro: IPHAN/DEMU, 2006. p. 81-86.

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