Prévia do material em texto
Curso Semestre Letivo Período Direito 2020 / 1 3° Disciplina Código Encontros Semanais Carga Horária Semestral Direito das Obrigações 2 40h Docente Responsável Pela Disciplina __________________________________ Esp. Hildeglan Carneiro de Brito Aprovação da Coordenação de Curso Aprovação da Coordenação Acadêmica _________________________________ Me. Maicon Rodrigo Tauchert _________________________________ Dra. Tatiana Ramirez Cunha 1. Identificação 4) O que são e qual o regime jurídico das obrigações alternativas? 4.1 – Qual o conceito de obrigação alternativa? A obrigação alternativa é composta pela multiplicidade de objetos. Tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais somente uma será escolhida para pagamento ao credor e liberação do devedor. Os objetos são ligados pela disjuntiva “ou”. Difere da cumulativa, em que também há uma pluralidade de prestações, mas todas devem ser solvidas. 4.2 – A quem compete o direito de escolha? O direito de escolha caberá ao devedor, “se outra coisa não se estipulou” (art. 252). Pode ainda a opção ser deferida a terceiro, de comum acordo. Se este não aceitar a incumbência, “caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes” (art. 252, § 4º). 4.3 – Como pode ser feita a escolha? A escolha é irrevogável, salvo disposição contrária. Tampouco se admite que a obrigação seja concentrada parcialmente em uma prestação e parcialmente em outra (art. 252, §1º). Essa é a regra da indivisibilidade do objeto. 4.4 – Quais as consequências do inadimplemento da obrigação alternativa? As consequências do inadimplemento encontram-se reguladas nos arts. 253 a 256: • “Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, sem culpa do devedor, subsistirá o débito quanto à outra” (art. 253). • Se houver impossibilidade de uma das prestações, por culpa do devedor e a escolha couber ao credor = credor terá direito a escolher a prestação subsistente ou o equivalente monetário da prestação que se perdeu. Qualquer que seja a escolha, terá direito a reparação de outros danos (art. 255, 1ª parte). • “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação” (art. 256). • Se houver impossibilidade de todas as prestações, por culpa do devedor e a escolha NÃO couber ao credor = credor terá direito de receber o valor da prestação que por último se impossibilitou, mais perdas e danos (art. 254). • Se houver impossibilidade de todas as prestações, por culpa do devedor e a escolha couber ao credor = credor terá direito de receber o valor de qualquer das prestações, à sua escolha, além da indenização por perdas e danos (art. 255, 2ª parte). 5) O que são e qual o regime jurídico das obrigações facultativas? 5.1 – O que é a obrigação facultativa? É espécie “sui generis” de obrigação alternativa. Não está prevista no Código Civil. Trata-se de obrigação simples, em que é devida uma única prestação, ficando, porém, facultado ao devedor, e só a ele, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação diversa e predeterminada. É obrigação com faculdade de substituição. O credor só pode exigir a prestação obrigatória, que se encontra "in obligatione". 5.2 – Qual a diferença entre a obrigação facultativa e a obrigação alternativa? Na obrigação facultativa, se o único objeto “in obligatione” perece, sem culpa do devedor, resolve-se o vínculo obrigacional, não podendo o credor exigir a prestação acessória. A obrigação alternativa, no entanto, extingue-se somente com o perecimento de todos os objetos e será válida se apenas uma das prestações estiver eivada de vício, permanecendo eficaz a outra. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS: 1) Qual a diferença conceitual entre as obrigações divisíveis e as obrigações indivisíveis? Obrigações divisíveis são aquelas cujo objeto pode ser dividido entre os sujeitos. São também chamadas fracionárias ou parciais: podem ser divididas em partes autônomas. Isso não ocorre com as indivisíveis (art. 258). A indivisibilidade decorre: a) da natureza das coisas [ex. um animal doméstico]; b) de determinação da lei [ex. a herança, até a partilha]; ou c) por vontade das partes (art. 88). 2) Quais os efeitos da obrigação divisível com pluralidade de credores? - Há presunção de que a obrigação divisível com pluralidade de credores está repartida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores (art. 257). Cada devedor se libera pagando sua quota, e cada credor, uma vez recebida a sua parte na prestação, nada mais poderá exigir, recebida a sua parte na pretação. 3) Quais os efeitos da obrigação indivisível com pluralidade de devedores? - “Cada um será obrigado pela dívida toda” (art. 259), somente porque o objeto não pode ser dividido. 4) Quais os efeitos da obrigação indivisível com pluralidade de credores? 1ª) convocar todos os credores para a entrega conjunta da coisa; ou 2ª) cumprir a obrigação em prol de um credor, exigindo deste caução de ratificação (garantia de entrega da parte devida aos cocredores). Art. 260. Quanto ao segundo efeito, ele se aplica da seguinte forma. Se um dos cocredores remitir (perdoar) a dívida, transigir ou novar a obrigação, a obrigação ficará extinta perante os demais? Não. O devedor conservará a obrigação de prestar a obrigação, mas poderá exigir que seja descontada (reembolsada) a cota do credor que fez a remissão, transação ou novação. Art.262 do CC.