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Fisiologia celular Introdução A célula é a unidade funcional e estrutural dos seres vivos, fornecendo a estrutura dos tecidos e órgãos, ingere nutrientes que posteriormente converte em energia, executa funções especializadas. É importante também por conter o código genético. Existem dois tipos de células: Células procariontes: são simples, não possui núcleo definido, seu material genético está disperso pelo citoplasma. Não possuem organelas membranosas, nem citoesqueletos. Seus ribossomos são menores e menos complexos que as células eucariontes. Exemplo: célula bacteriana. Células eucariontes: São células que apresentam um núcleo definido, possui o material genético envolvido por uma membrana nuclear, possuem organelas membranosas, seus ribossomos são maiores e mais complexos, possuem citoesqueleto. Exemplos: célula animal e vegetal. Estrutura e componentes celulares Núcleo: é o centro de controle celular, contém o DNA, que compreende o genoma da célula e proteínas associadas (em especial, as histonas). Os genes determinam as características das proteínas da célula e controlam e promovem a reprodução da própria célula. Nucléolo: estrutura presente no núcleo das células. Coordena os processos de reprodução celular através da síntese de proteínas. Mitocôndria: estão dispersas pelo citoplasma da célula, é a organela capaz de produz energia na forma de ATP. Citoplasma: região mais volumosa, onde se encontram o núcleo e as organelas celulares. Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular Retículo Endoplasmático Rugoso: extensa rede de membranas, bem desenvolvido em células que produzem e secretam proteínas. A essas membranas, se ligam os ribossomos, o que confere a característica de ser o local de tradução do RNAm, para síntese de proteínas. Retículo Endoplasmático Liso ou agranular: não possui ribossomos associados à membrana, Serve para a síntese de substâncias lipídicas e para outros processos de metabolização e modificação de diversas substâncias das células, promovidos pelas enzimas intracelulares. Complexo de Golgi: armazena, modifica e libera substâncias. Exporta proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e, além disso, origina os lisossomos. Lisossomos: Constituem um sistema digestivo intracelular que permite que a célula faça a digestão de (1) estruturas celulares danificadas (autofagia), (2) partículas de alimentos que foram ingeridos pela célula e (3) materiais indesejados, tais como bactérias. Peroxissomos: responsável pelo armazenamento de enzimas. Ribossomos: estrutura responsável pela produção e síntese de proteínas. Centríolos: estrutura celular que auxilia na divisão celular (mitose e meiose). Vacúolos: responsáveis pela reserva energética e o armazenamento de substâncias. Membrana Plasmática: estrutura celular fina que delimita a célula sendo responsável pela saída e entrada de sustâncias. Assim, ela tem a função de proteger as estruturas celulares internas. Está relacionada a diversas funções celulares importantes, entre elas: Transporte seletivo de moléculas para dentro e para fora da célula, função realizada pelas proteínas de transporte; Reconhecimento celular; Comunicação celular por meio de neurotransmissores, receptores de hormônios e vias de transdução de sinal; Organização tecidual, como as junções celulares, além de interação com a matriz extracelular por meio de diversas moléculas de aderência celular; Atividade enzimática; Determinação da forma celular, pela ligação do citoesqueleto à membrana plasmática. Composição da membrana São compostas basicamente por uma bicamada lipídica e proteínas associadas. Essa dupla camada é composta por três tipos principais de lipídios: fosfolipídios, esfingolipídios e colesterol. Fosfolipídios: constituem o tipo mais abundante na membrana e são moléculas Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular anfipáticos, isto é, são caracterizados por uma extremidade solúvel em água (hidrofílica), formada por glicerol e um álcool ligado a ele por meio de um grupo fosfato, enquanto outra extremidade é solúvel apenas em lipídios (hidrofóbica), formada por duas caudas de ácidos graxos. Esfingolipídios: estão presentes em pequenas quantidades nas membranas celulares, particularmente nas células nervosas e atuam em diversas funções. Colesterol: apresentam núcleos esteroides altamente lipossolúveis e encontram- se dissolvidas na bicamada da membrana. Serve para estabilizar a membrana na temperatura corporal normal, exercendo influência sobre sua fluidez. Transporte de membrana A membrana funciona como uma barreira seletiva controlando o movimento de, praticamente, todos esses solutos de importância biológica, além de restringir o movimento de água. O transporte pode ser realizado por difusão (simples ou facilitada) ou transporte ativo. Difusão simples: É o movimento da substância de uma região de alta para uma de baixa concentração; ocorre a favor do gradiente de concentração da substância (no meio intra e extracelular) e não há gasto energético por parte da célula. Divisão facilitada: Muitos nutrientes essenciais para as células (como açúcares, aminoácidos, nucleotídeos e bases orgânicas) são constituídos por moléculas hidrofílicas e, por isso, não conseguem atravessar a membrana celular por difusão simples. Sendo assim, muitas membranas dispõem de sistemas especiais de transporte que permitem a translocação dessas moléculas entre os meios intra e extracelulares. Dentro as proteínas transportadoras, temos: Canais de água: são a principal via de transporte de água para dentro e para fora da célula. Canais iônicos: estão presente em todas as células sendo especialmente importantes para a função das células excitáveis, como os neurônios e células musculares. São proteínas integrais que atravessam a membrana e, quando abertas, possibilitam a passagem de determinados íons. São classificados conforme sua seletividade, permitindo a passagem de apenas um íon específico. Também são caracterizados por sua condutância, depende da probabilidade de o canal estar aberto. Em alguns canais, a condutância varia conforme a direção na qual o íon se move. Carreadores de solutos: nesse tipo de transporte, o soluto a ser transportado liga-se a uma proteína carregadora em um lado da membrana por meio de ligações fracas não Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular covalentes, e então o carreador sofre mudanças conformacionais que permitem ao soluto ser liberado no outro lado da membrana. Dividem-se em três grupos funcionais principais: Uniportadores – Transportam uma só molécula por vez através da membrana (ex.: GLUT2, transportador que proporciona a entrada da glicose na célula). Simportadores (ou cotransportadores) – Associam o movimento de duas ou mais moléculas/íons através da membrana na mesma direção. Antiportadores (ou trocadores ou contratransportadores) – Associam o movimento de duas ou mais moléculas ou íons através da membrana, porém, em sentidos opostos. Transporte ativo (bomba de sódio e potássio): A concentração do sódio é maior no meio extracelular enquanto a de potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas concentrações é realizada pelas proteínas transportadoras descritas anteriormente que capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora da célula. No meio extracelular, capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Se não houvesse um transporte ativo eficiente, a concentração destes íons iria se igualar. Desse modo, a bomba de sódio e potássio é importante uma vezque estabelece a diferença de carga elétrica entre os dois lados da membrana que é fundamental para as células musculares e nervosas e promove a facilitação da penetração de aminoácidos e 13 açúcares. Além disso, a manutenção de alta concentração de potássio dentro da célula é importante para síntese de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para o meio extracelular permite a manutenção do equilíbrio osmótico. Transporte vesicular Exocitose Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular Osmose e Pressão osmótica Quando duas soluções aquosas com diferentes concentrações de solutos estão separadas por uma membrana que só é permeável às moléculas de água, mas não às de soluto, as moléculas hídricas difundem da solução com menor concentração de soluto para aquela com maior concentração. Esse fenômeno, muito importante para os seres vivos é conhecido por osmose. A pressão osmótica corresponde à pressão necessária para interromper a osmose e é determinada unicamente pelo número de moléculas presentes na solução. Ela pode ser expressa em termos de osmolaridade. Tonicidade Pressão osmótica efetiva de uma solução de modo a exercer influência sobre o volume da célula nela suspensa. As soluções podem classificar-se em: Sinalização celular É um mecanismo de comunicação celular. É essencial para que o organismo saiba o momento exato de realizar determinada função. O mecanismo de sinalização celular envolve a participação de uma célula sinalizadora, responsável pela produção e, na maioria dos casos, liberação de uma molécula sinalizadora, denominada ligante, e uma célula-alvo, que apresenta receptores para reconhecer o ligante específico. Formas de sinalização celular Sinalização Dependente de Contato: tanto os ligantes quantos os receptores são proteínas integrais da membrana plasmática. Não ocorre liberação do ligante para o meio extracelular. Em alguns casos, um segundo mensageiro é transmitido de uma célula para outra, através de canais proteicos (junções comunicantes) presentes nas membranas das duas células. Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular Sinalização Parácrina: A molécula sinalizadora é liberada no meio extracelular, ativando somente células vizinhas e que expressam o receptor para o ligante, presentes no mesmo microambiente. Este tipo de sinalização é muito comum nos processo alérgico e inflamatório. Normalmente, esses sinalizadores são absorvidos por células-alvo ou rapidamente degradados (dentro de minutos) por enzimas. Sinalização Autócrina: Envolve a liberação de moléculas que afetam a mesma célula ou outras células do mesmo tipo. Sinalização Sináptica: Ocorre quando neurônios transmitem sinais elétricos ao longo de seus axônios e liberam neurotransmissores nas sinapses, e que afetam a função de outros neurônios ou células que estão distantes do corpo celular do neurônio. A relação física entre o terminal nervoso e a célula-alvo assegura que o neurotransmissor alcance uma célula específica. A célula sinalizadora é sempre uma célula nervosa, e a célula-alvo pode ser outra célula nervosa, uma célula muscular ou uma célula de uma glândula endócrina, por exemplo. Resposta extremamente rápida (milissegundos). Sinalização Endócrina: A molécula sinalizadora é liberada no meio extracelular, atingindo a corrente sanguínea. As células-alvo encontram-se em tecidos ou mesmo órgão e sistemas distantes da célula sinalizadora, que recebe o nome de célula endócrina. Neste caso, a molécula sinalizadora é conhecida como hormônio. É uma resposta relativamente lenta (segundos a minutos), porque é necessário tempo para a difusão e para o fluxo sanguíneo para a célula-alvo. Receptores celulares Os receptores podem ser divididos em duas classes básicas, baseados em sua estrutura e mecanismo de ação: receptores de superfície celular e receptores intracelulares. Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular Os receptores de superfície celular são proteínas integrais transmembrana, presentes na membrana citoplasmática. O domínio extracelular é responsável pela interação com o ligante, que normalmente é uma molécula de caráter hidrofílico. A interação do ligante com este domínio promove alterações conformacionais na proteína que se refletem no domínio citosólico. São tais mudanças conformacionais que serão responsáveis pela propagação do sinal para o meio intracelular, permitindo, assim, que a célula responda ao estímulo externo. Existem quatro tipos principais de receptores de membrana plasmática definidos pelas vias de sinalização intracelular que utilizam: receptores acoplados a canais iônicos, receptores acoplados à proteína G, receptores catalíticos e uma quarta classe de receptores transmembrana que, quando ativados, liberam fatores de transcrição que passam por clivagem proteolítica e liberam fragmento citosólico que penetra no núcleo e modula a expressão gênica. Diversas classes de moléculas hidrofóbicas pequenas, incluindo hormônios esteroides, hormônios da tireoide, retinoides e vitamina D, estão ligados a proteína plasmáticas, e, tendo meia-vida biológica longa (horas a dias), se difundem através da membrana plasmática, ligando-se a receptores nucleares. Alguns receptores nucleares, como os que se ligam ao cortisol e à aldosterona, estão localizados no citosol e penetram no núcleo após se ligarem ao hormônio, enquanto outros receptores, incluindo o receptor para o hormônio da tireoide, estão ligados ao DNA no núcleo mesmo na ausência do hormônio. Em ambos os casos, receptores inativos estão ligados a proteínas inibidoras, e a ligação do hormônio resulta na dissociação do complexo inibitório. A ligação do hormônio faz com que o receptor se ligue a proteínas coativadoras que ativam a transcrição gênica. Uma vez ativado, o complexo hormônio-receptor se liga ao DNA e regula a transcrição de genes específicos. Por controlarem a expressão gênica, necessariamente, esses receptores estão envolvidos na resposta lenta ao estímulo extracelular. Muitos tecidos diferentes têm receptores hormonais intracelulares idênticos, mas os genes que os receptores regulam são diferentes nos vários tecidos. Um receptor intracelular só pode ativar a resposta do gene se estiver presente a combinação apropriada das proteínas reguladoras dos genes, e muitas dessas proteínas reguladoras são tecido-específicas. Desse modo, as respostas de diferentes tecidos ao hormônio são determinadas não apenas pela especificidade dos receptores, mas também pela expressão dos genes que o receptor regula. Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina Fisiologia celular Vitória Freire/Estácio FAPAN- Medicina
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