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Relatório estagio supervisionado Engenharia Mecânica Engenharia Mecânica Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) 27 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark FURG - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Escola de Engenharia Engenharia Mecânica RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO RÉGIS HENRIQUE SCHENKEL MAIO/2013 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 2 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVIOSIONADO RIO BRANCO ALIMENTOS S/A FEVEREIRO/2013 A MAIO/2013 ORIENTADOR: Engº Roberto Ceolin Panerai Aluno: ______________________________ Régis Henrique Schenkel Orientador: ______________________________ Engº Roberto Ceolin Panerai Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 3 ÍNDICE AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 4 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: ........................................................................... 5 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................. 5 OBJETIVO.......................................................................................................... 6 FORMA DE OBTENÇÃO ................................................................................... 6 REMUNERAÇÃO ............................................................................................... 6 CARGA HORÁRIA ............................................................................................. 6 ORGANOGRAMA DA EMPRESA ...................................................................... 7 SETORES DE DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ........................................ 7 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ....................................................................... 7 APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ........................................................... 14 DIFICULDADES ............................................................................................... 22 RELACIONAMENTO HUMANO ....................................................................... 23 LOCAL DE TRABALHO ................................................................................... 24 CONCLUSÃO ................................................................................................... 26 ASSINATURAS DOS RESPONSÁVEIS .......................................................... 27 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 4 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus por ter me dado saúde e capacidade física para a realização do estágio. Aos meus pais, Luis e Luiza, e ao meu irmão Venicios, pelo amor e alicerce diariamente para que pudesse chegar aonde cheguei. À minha namorada Valesca, que sempre me deu apoio, apesar da distância. No meio acadêmico, um agradecimento especial ao Prof. Oberdan Carrasco Nogueira, que não mediu esforços quando solicitei ajuda nos assuntos relacionados à Refrigeração e à documentação do estágio. Quero agradecer ao Eng.º Roberto Panerai, que foi meu supervisor e orientador durante o estágio e sempre esteve presente, me ajudando no entendimento dos processos, proporcionando uma visão mais específica do que é ser engenheiro. Ao Eng.º Mario Nogueira, que foi quem tornou possível esse estágio, me dando uma oportunidade para aplicar os meus conhecimentos e aprender com o chão de fábrica. Por fim, deixo meu sincero agradecimento aos amigos Anderson, Sergio, Walter, Carioca, Vanderson, Dinalva, Ariadna, Durval, Airton, Octavio, Zé Carlos, Valdair, Francisco, Marcinho e a toda equipe da Manutenção da Pif Paf, que sempre estiveram dispostos a me ajudar e transmitir os conhecimentos. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 5 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: INSTITUIÇÃO DE ENSINO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ACADÊMICO NOME: RÉGIS HENRIQUE SCHENKEL NÚMERO DE MATRÍCULA: 44895 ANO DE INGRESSO DA UNIVERSIDADE: 2009 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA RAZÃO SOCIAL: RIO BRANCO ALIMENTOS S/A FANTASIA: PIF PAF ALIMENTOS LOCALIZAÇÃO: VISCONDE DO RIO BRANCO – MINAS GERAIS ENDEREÇO: RODOVIA MG 22, KM 104 – BARRA DOS COUTOS ATIVIDADE PRINCIPAL: ABATE E INDUSTRIALIZAÇÃO DE FRANGOS NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 7.000 (sendo 2.500 na Unidade Fabril de Visconde do Rio Branco) MERCADO DE TRABALHO: ALIMENTOS Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 6 OBJETIVO O objetivo principal da realização do estágio obrigatório é estar apto a conquistar o diploma de Engenheiro Mecânico e complementar a formação acadêmica, possibilitando a integração entre teoria e prática. O estágio proporciona um conhecimento do chão de fábrica e uma visão mais específica da vida profissional de um engenheiro, que muitas vezes fica em branco durante a faculdade. FORMA DE OBTENÇÃO A realização do estágio foi possível através de uma contato diretamente com o gerente corporativo de engenharia da Rio Branco Alimentos. Que por sua vez, consultou o RH da Empresa e tornou possível a realização do mesmo, indicando a unidade fabril de Visconde do Rio branco- MG. REMUNERAÇÃO Como o estágio realizado foi supervisionado obrigatório, não teve remuneração. Os auxílios que a Empresa forneceu foram de alimentação, que incluía almoço, lanche e jantar, também transporte transurbano, quando necessário. Ficou a custos da empresa também o deslocamento de ida e volta de Visconde do Rio Branco até o Aeroporto Itamar Franco em Juiz de Fora. CARGA HORÁRIA A carga horária semanal do estágio foi de 45 horas, distribuídas em 8 horas diárias de segunda a sexta-feira e 5 horas aos sábados. O horário de trabalho era cumprido das 07:00h às 16:00h, tendo 1(uma) hora de intervalo para almoço e 30 minutos de intervalos obrigatórios, que eram distribuídos em 3 tempos de 10 minutos, conforme rege a Norma Regulamentadora Nº37, que é exclusiva para trabalhos em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Os horários sempre foram flexíveis, quando havia necessidade de se ausentar antes ou chegar mais tarde, era recebido tranquilamente. A carga horária total do estágio foi de 428 horas. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 7 ORGANOGRAMA DA EMPRESA Figura 1 – Organograma parte Industrial da Unidade de Visconde do Rio branco da Pif Paf Alimentos. SETORES DE DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO O estágio foi desenvolvido basicamente no setor da Manutenção da empresa. Esse setor abrange toda a infraestrutura da fábrica, incluindo equipamentos da produção, os setores de geradores de vapor, sala de máquinas, casa de força. Também foi passado um tempo na área corporativa de engenharia da empresa, onde são desenvolvidos os projetos de engenharia como um todo. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADESAs atividades foram desenvolvidas de acordo com um plano de atividades, criado pelo supervisor da empresa e por mim, e aprovado pelo orientador junto à Universidade. O plano envolveu o conhecimento de todos os Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 8 processos da industrialização e seus equipamentos, conhecimento do sistema de gerenciamento da manutenção, os planos de manutenção, e a realização de alguns projetos de melhoria de processos, eficiência de linhas, apoio técnico, desenhos, projeto de equipamentos e especificação de materiais. No primeiro dia de trabalho, fizemos a integração, havia cerca de 50 pessoas que estavam entrando para o quadro de funcionários da empresa. A integração começou às 7h e terminou às 16h, com intervalo das 12 às 13h para almoço. Na integração foi apresentado num primeiro momento, a organização da empresa, os setores que a compõe, a diretoria e as outras unidades. Após, tivemos palestras sobre saúde e segurança no trabalho, direitos e deveres do trabalhador. Na parte da tarde, tivemos uma conversa com um administrador, que é responsável pela implantação do Programa 5S e com uma coordenadora da produção, que conversou sobre boas práticas de higiene dentro da empresa. No segundo dia, tive o contato com o meu setor. Antes recebi os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), que incluía capacete, botas de borracha, meias de algodão, protetor auricular e touca para entrar na produção, além do uniforme (jaleco azul). O gerente da manutenção, que é também o orientador do estágio me apresentou para alguns funcionários e coordenadores do setor. Após esse contato, fui conhecer todos os processos da produção, desde a chegada do frango, até a expedição. As aves chegam em caminhões dentro de gaiolas, contendo no máximo 8 a 10 aves por gaiola (esse número depende da temperatura ambiente, do peso dos frangos, se machos ou fêmeas). Os caminhões ao chegarem à empresa, ficam em uma área onde existem ventilação e aspersão de água, para acalmar e arrefecer os animais (contribuindo para a diminuição da mortalidade). Após um determinado tempo, as caixas são retiradas do caminhão através de um elevador móvel e começa o processo dentro da fábrica. Os caminhões seguem para higienização e desinfecção com hipoclorito de sódio. As aves são retiradas das caixas, uma a uma e dispostas de cabeça para baixo em uma nória de pendura. Nesse primeiro processo já ocorre uma seleção das aves, onde são retiradas as aves mortas e com alguma anomalia. A nória de pendura leva as aves para um atordoador, onde, com as cabeças imersas em água, sofrem um pequeno choque elétrico, através de uma corrente de baixa tensão e alta frequência. Após passam pelo sangrador, onde sofrem um corte para que possa começar a sangria. O túnel de sangria é o próximo processo, as aves ficam cerca de 8 minutos por esse túnel onde saem com o mínimo de sangue possível. O sangue é coletado por calhas inclinadas, e após é enviado ao subproduto. Após o túnel de sangria, os animais já mortos, passam pela escaldeira, que nada mais é do que um tanque com água quente que facilita o depenamento. Logo que saem da escaldeira, passam por 4 depenadeiras. A primeira retira as penas da Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 9 sambiquira e do peito, as seguintes retiram o resto. Ao saírem da depenadeira, as aves passam por uma pré-inspeção, onde são verificadas as condições físicas. Em seguida o processo segue com um arrancador de cabeça e um corta patas, todos processos automatizados. As patas das aves são selecionadas, passam por limpeza e vão para exportação. Depois que as patas são cortadas, ocorre uma rependura automática, onde as aves são encaminhadas a outra linha. Essa linha é composta pela retirada da cloaca, uma linha que realiza uma abertura abdominal na ave, uma máquina que faz a retirada das vísceras, depois a ave passa por uma conferência e limpeza manual. Nessa parte são retirados e aproveitados o coração, a moela e o fígado, que passam por chillers de resfriamento, limpeza e embalagem. As vísceras são coletadas e enviadas para o subproduto. O processo segue com uma máquina automática que faz a retirada do pulmão, outra que retira papo e traqueia, as aves seguem para o 2º piso para inspeção. Após a inspeção, as aves voltam ao 1º piso e passam por dois pré-chillers, que é um banho de água gelada, durante 16 minutos a 8,1ºC e pelo chiller montal de resfriamento, durante 32 minutos com temperatura da água de 2,5 ºC. Quando as aves saem do chiller, já estão pré-resfriadas (~3,6ºC) e então começa o processo efetivo da indústria. As aves são divididas para dois locais. Parte vai para o corte manual e parte vai ao corte automático. No corte manual são retirados a asa, o peito e a coxa. Após o corte, as partes seguem para pesagem e embalagem. A coxa ainda segue uma linha especial, que é a coxa desossada, somente para exportação. As aves que partem para o corte automático sofrem corte da ponta da asa, corte do meio da asa, corte da pele do peito, corte de peito frontal, corte da sambiquira, corte da coxa e sobrecoxa, separação da coxa. Os cortes seguem para pesagem e embalagem. A ponta da asa é embalada e segue para congelamento. O peito segue para o filé e cortes de aproveitamento, após, pesagem e embalagem. Parte do filé de frango vai para a industrialização de desfiados e espetinho, o filé que é usado no espetinho é pego na câmara, com temperatura mais baixa. O processo do desfiado ocorre da seguinte forma: o peito é recebido e colocado em salmoura, onde é misturado e transportado por esteira até o pré-cozinhador. Após vai ao cozinhador, e é transportado por uma rosca sem fim até a desfiadeira. Ao sair da desfiadeira é embalado e selado e segue para as câmaras de resfriamento e congelamento. A matéria-prima para a salsicha vem basicamente do CMS (Carne Mecanicamente Separada), e pele suína cozida. O CMS recebe a carcaça da ave, contendo a carne que ficou lá e o pescoço. Essa matéria é processada por máquinas, que fazem a retirada dessa carne e são responsáveis pela moagem desse material. O osso que resta é mandado ao subproduto como matéria-prima para farinha. O CMS é recebido e misturado com outros Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 10 ingredientes em forma de pó, aonde chegamos a uma massa uniforme. Essa massa passa por um emulsificador, que dá consistência e a partir de uma bomba é mandada para a embutideira. Após o embutimento, as salsichas são dispostas em gaiolas e vão para o cozimento. Saindo do cozimento passam por um choque térmico e são encaminhadas para as descascadoras e tingimento, onde recebem a cor específica. Após isso, passam por uma esteira de secagem e por um girofreezer, que resfria a salsicha para receber as embalagens. O hambúrguer é feito a partir de matéria-prima selecionada e resfriada, que vem em blocos. Esses blocos são misturados, temperados e passam por uma formadora. Saindo da formadora, a partir de esteiras, os hambúrgueres passam por um girofreezer que congela o produto. Depois de congelado, é embalado e datado, um a um, em um processo automático. A média de produção da empresa por dia segue a tabela abaixo: Produção média Salsicha 77.000 kg/dia Espetinho 10.000 kg/dia Hambúrguer 18.000 kg/dia Bandejinha 32.000 kg/dia Desfiado 26.000 kg/dia Fgo a passarinho 15.000 kg/dia Medalhão 500 kg/dia Abate 152.000 aves/dia Todos os produtos, após receberem a embalagem primária, são embalados em caixas e encaminhadosàs câmaras de congelamento ou túneis de congelamento estático ou contínuo. Quando atingem as temperaturas determinadas, vão à palletização e expedição, onde são distribuídas aos pontos de venda através de caminhões. SISTEMA SAP e MÓDULO PM A empresa possui um software de gerenciamento que é o SAP (Systems, Applications and Products in Data Processing), ou sistemas, aplicações e produtos em processamento de dados. Todos os processos gerenciais da empresa seguem o SAP. O SAP possui um módulo chamado PM (Plant Maintenance), onde são planejados, executados e controlados, todos os serviços efetuados durante uma intervenção de manutenção. Ele é ligado a outros módulos como o MM(movimento de mercadoria), o PP (carga de capacidade para produção), o CO (Centro de custo) e o QM (Tarefas de calibração e testes). No módulo temos os objetos técnicos, que são estruturas que tem por objetivo armazenar todas as informações das Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 11 unidades do sistema técnico, como locais de instalação e equipamentos. O Equipamento é o objeto individual do sistema cuja manutenção é executada individualmente. Na parte da manutenção ele funciona da seguinte forma: quando houver algum problema em qualquer setor, o responsável deve abrir uma Nota, a nota reporta todo o histórico técnico do reparo da falha ocorrida, ela não só registra a necessidade de uma ação corretiva, como relata as causas que a originaram, as ações e medidas tomadas. Na manutenção existe um responsável por acompanhar o sistema, recebendo essas notas. Quando ele receber, é aberta uma Ordem, que registra e contabiliza todos os elementos de custos envolvidos em um reparo. A ordem é um comprometimento de que a ação será feita assim que possível. Se houver necessidade de materiais, é feito uma requisição ao almoxarifado, se o material estiver disponível e se houver profissionais disponíveis para a realização da ordem, é feito um Apontamento, que significa que o serviço foi feito. O apontamento contém dados de materiais utilizados e o tempo que levou para a realização da ordem. Se não houver materiais ou profissionais disponíveis, essa ordem fica aberta até que se faça o apontamento. O módulo PM é importante, pois registra as atividades de manutenção, por razões de segurança, e por que deve ser possível provar que a manutenção preventiva e inspeções foram realizadas. Também é importante para os investimentos, o módulo contém informações sobre o comportamento de paradas e a frequência de dados, influenciando as decisões relativas a novos investimentos. Todas as máquinas da fábrica recebem um plano de manutenção, de acordo com a criticidade do processo para a produção, também chamado de Critério do grau de importância dos equipamentos. As máquinas classificadas em A ou B, obrigatoriamente precisam de plano de manutenção, e as máquinas com classificação C não necessitam, mas pode-se fazer. As máquinas são cadastradas no sistema e recebem um número, nome, local onde vão ser instaladas, classificação e plano de manutenção em anexo. Esse plano de manutenção deve ser feito pelos profissionais, de acordo com o tipo de máquina, tipo de solicitação, possibilidade de desgastes, etc... O plano de manutenção no sistema SAP, também contém as datas e procedimentos a serem realizados e os que já foram realizados, anexando também o nome do operador e o tempo de execução. Resumindo a parte da manutenção, funciona da seguinte maneira: Classificação dos equipamentos; Criar lista de tarefas e planos de manutenção; Rodar as programadas; Detectar anomalias de manutenção; Gera nota; Gera ordem; Faz-se uma requisição de materiais, ou reserva de materiais no almoxarifado; Executa o serviço; Gera apontamento; Encerra a ordem; Lança os valores dos custos para o centro de custo; Emite relatório; Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 12 Faz uma análise critica. No final de cada mês, é feito uma análise de todos os apontamentos, onde se pode verificar se existe algum plano de manutenção incorreto ou que está falhando. Se a meta for atingida, mantém-se o nível de atuação, caso contrário deve-se atuar nos desvios. PLANOS DE MANUTENÇÃO As manutenções são classificadas em: Manutenção Preventiva, Preditiva e Corretiva. A manutenção preventiva é aquela planejada que previne a falha do equipamento ou parte do equipamento, as operações geralmente são de lubrificação, ajustes, troca de peças em determinados períodos. A manutenção preditiva é o acompanhamento periódico do equipamento, que se baseia em dados coletados em inspeções de campo. Os procedimentos são analise de vibrações, ultrassom, termografia, ou até inspeção visual. A manutenção corretiva é aquela não periódica que ocorre quando há falha de componentes sem previsão. Não deve acontecer, pois é um sinal de que o plano de manutenção está incorreto ou a solicitação no equipamento está alterada. PLANOS PREVENTIVOS Os planos preventivos são escritos de acordo com a criticidade da máquina. Os profissionais fazem uma análise aprofundada do equipamento, verificando catálogos, desenhos, quantidade de peças, complexidade da máquina, possibilidade de reparos no local. A partir disto é feito um plano detalhado de execuções. Atualmente, os equipamentos novos já vêm com um plano de manutenção de fábrica, com informações de troca de óleo por tantas horas de trabalho, troca de peças a cada período, verificações a serem feitas, e assim por diante. No começo é seguido esse plano e vai se adaptando de acordo com o tempo. Quando a máquina é antiga, ou é construída na fábrica, o plano preventivo é feito a partir de dados coletados ao longo do tempo de operação da máquina, é feito também uma previsão de acordo com as solicitações e propriedades mecânicas dos materiais utilizados. PLANOS PREDITIVOS Os planos preditivos são feitos, na PifPaf, por uma empresa especializada nesse ramo. A principal técnica utilizada é a análise de vibração, devido a gama de informações que se pode detectar (desalinhamento, desbalanceamento, empenamento do eixo, folga, problemas em acoplamentos e correias, defeitos na lubrificação e até problemas elétricos em motores), e devido a ser um dos primeiros indicadores do funcionamento de uma máquina. A termografia também é utilizada para medir os padrões de distribuição de temperatura, geralmente usado em painéis elétricos. O ultrassom também é utilizado, para detectar problemas em válvulas nas linhas de vapor. A empresa terceirizada realiza a Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 13 análise uma vez ao mês, e os resultados saem em no máximo uma semana após a análise. A análise feita com o medidor de vibração é muito segura, o equipamento possui um tacômetro a laser, que fornece velocidades de funcionamento, e um acelerômetro triaxial, que reduz o tempo de medição comparando com acelerômetros de um eixo único, além de ser um equipamento portátil, que pode chegar a todos os lugares. O plano preditivo deve ser acompanhado e analisado, pois traz resultados que podem prever falhas em componentes e nos processos. As análises realizadas geram um relatório, contendo informações do que foi feito e a partir dos resultados é indicado uma alternativa de solução. Por exemplo, quando é detectado um desalinhamento num eixo, é indicado verificar os componentes e fazer o alinhamento correto. Os relatórios são criados e cada equipamento recebe uma classificação de acordo com uma cor, onde verde significa que o equipamento está em condições,amarelo significa que existe um problema, mas está em acompanhamento, e vermelho indica que o equipamento necessita de troca urgente de algum componente. São 238 equipamentos monitorados na unidade. A empresa possui instrumentos para realização de manutenção preditiva. Como, por exemplo, um estetoscópio mecânico, que é usado para diagnósticos de ruídos em rolamentos. Um técnico em mecânica faz as medições periódicas e consegue detectar se existe alguma anormalidade. PLANOS CORRETIVOS A manutenção corretiva não requer um plano, pois se trata de toda manutenção não previsível, para corrigir falhas ou defeitos, que deve ser atendida rapidamente pelo departamento. A anormalidade pode ser identificada por uma reclamação, notificação das equipes de campo, da engenharia ou inspeção ocorrida na manutenção preventiva. WORKSHOP NR12 Durante o estágio, tive a oportunidade de participar, junto com alguns profissionais da manutenção, de um Workshop de Adequação à NR12, realizado em Contagem-MG. Nesse workshop foi esclarecido do que se trata a NR12 e foi apresentado algumas soluções de empresas como a Omron, PayBack, Parker e Pneumática. O workshop teve a participação de cerca de 300 pessoas, vindo dos diversos lugares de Minas Gerais e representando vários setores da indústria, incluindo alimentícia, manufatura, automobilística. A NR12 trata de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, ela define técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. A Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 14 norma trata de equipamentos novos e usados e o último prazo para adequação se extingue em junho de 2013. Existem muitas soluções de adequação e muitas empresas capazes de fazer um projeto, muitas vezes simples e eficaz, porém o projeto e o estudo são de alto custo. As normas regulamentadoras sempre estão em atualização e revisão. Em um momento, tivemos uma reciclagem da NR35, que trata de trabalho em altura. Ela passou por uma revisão e as mudanças entraram em vigor no dia 28 de março de 2013. Um dia antes o pessoal do SESMT realizou uma palestra, onde apresentaram as mudanças na norma e os procedimentos que devem ser seguidos a partir daquele momento. O que mudou na NR35, é que a partir de março de 2013, todo profissional que tiver necessidade de realizar trabalho em altura (considerada acima de 2 metros), deve ser legalmente habilitado, ou seja, deve ter um curso específico de no mínimo 8 horas, além de fazer o uso de dispositivos de segurança, como o cinto tipo paraquedista, talabarte apropriado, ponto de fixação próprio para a operação e absorvedor de energia quando o talabarte for maior que 0,9m. Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem. Antes do trabalho, deve ser feito também uma Análise de Risco, que deve conter os riscos inerentes ao trabalho, local, isolamento, estabelecimento dos pontos de ancoragem, risco de queda e situações de emergência. APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS Logo que cheguei à fábrica, foi me apresentado alguns problemas que estavam ocorrendo e que precisavam de solução com certa urgência. Um deles é com o sistema de higienização. Atualmente é composto de um reservatório de água, que é aquecida por serpentina de vapor (~50ºC), 3 bombas associadas em paralelo, sendo uma delas reserva, e cerca de 40 pontos (torneiras) dispostos pela unidade. Nos sistemas de higienização, é necessário uma pressão de 8 a 10 kgf/cm² com uma vazão de 2 m³/h, e o sistema está insuficiente, não fornecendo a pressão e vazão necessária. Fiz um levantamento dos possíveis problemas, detectei tubulações mal dimensionadas (causando perda de carga excessiva), bombas antigas e com muito vazamento, além do número de pontos serem excessivos para o sistema instalado. As 3 bombas somam 70 CV de potência instalada, com essa potência poderíamos ter um sistema bastante eficiente, mas não é o caso. Busquei encontrar uma única bomba que suprisse a necessidade e que trabalhasse com um inversor de frequência para o controle da pressão e vazão, mas o sistema torna-se inviável, pois poderíamos ter uma pequena Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 15 variação com o inversor, visto que quando se reduz a rotação, reduz-se também a vazão e pressão, então essa solução não se tornaria econômica. Buscando informações com fornecedores, foi encontrado um sistema automatizado, desenvolvido pela Fiedler Automação Industrial em parceria com as bombas Grundfos. O sistema trabalha com 1 a 6 bombas verticais de multiestágio, que podem fornecer até 50 bar com vazões de 600m³/h. Entrando em contato com a Fiedler, chegamos a um resultado de um sistema com 3 bombas de 15CV, que trabalha com CLP, inversor de frequência e transmissores de pressão ao longo da rede. Esse sistema já vem com a programação toda feita de acordo com as especificações que você deseja. Ele aciona as bombas de acordo com a variação da vazão, proporcionando economia de energia e uniformidade em toda a linha. Foi orçado em 90 mil reais e passado para a gerência, o sistema é caro, mas é garantia de funcionamento por muitos anos, desde que tenha devida manutenção preventiva. Depois de muitas tentativas de melhora e muitos problemas acontecendo com esse sistema, foi feito um levantamento da tubulação existente e a mesma será trocada, pois a atual confere uma grande perda de carga. A nova tubulação foi dimensionada e redesenhada. Parte da tabela com os cálculos segue abaixo: TUBULAÇÃO HIGIENIZAÇÃO Tubulação Q(m³/h) V.est.(m/s) D(in) Sch40 V.real(m/s) Perdas(kgf/cm²) T1A 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 0,71 T1B 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,01 T1C 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,15 T1D 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,35 T1E 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,69 T1F 12 2,5 1,62 2" 1,54 Já inclusa T1G 4 2,5 0,94 1" 1,99 1,43 T1H 4 2,5 0,94 1" 1,99 1,44 T1I 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,58 T1J 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,69 T1K 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 1,96 T1L 2 2,5 0,66 3/4" 1,61 2,12 Total T1 26 2,5 2,39 2.1/2" 2,34 Já inclusa Tabela 1 – Cálculos tubulação de higienização A linha em vermelho indica que é uma ramificação. A velocidade estimada foi de 2,5m/s, vemos que todas elas ficaram abaixo disso, mas todas estão dentro da velocidade econômica recomendada. Foi realizado também o cálculo da perda de carga em cada ponto, considerando a tubulação e as singularidades, temos pontos que pela distância da bomba e pela associação de curvas e Tês possuem alta perda, mas isso é compensado na escolha do sistema de pressurização. A bomba além de Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 16 mandar os 8kgf/cm², deve suprir as maiores perdas de carga. A tubulação que se encontra fora da produção será de Aço carbono galvanizado, e a tubulação que chega até o ponto dentro da produção será de Aço inoxidável 304. O sistema automatizado ficou para análise e quem sabe será instalado em longo prazo. Todas as empresas passam por mudanças ao longo do tempo, essas mudanças podem acabar desativando áreas da empresa e necessitando novas instalações ou construções. Em um determinado momento, me foi solicitado uma atenção a um túnel de congelamento estático que estava desativado. O pessoal queria reativá-lo, mas para isso precisaríamos de novos isopainéis, novas portas, novosevaporadores, enfim a sala inteira deveria ser reprojetada. O meu trabalho foi fazer um levantamento de todos esses materiais, ver tamanho da sala, tamanho de portas, acabamento, qual a temperatura que o produto ficaria dentro do túnel e orçar os equipamentos para esse novo espaço. Foi um trabalho muito bom de fazer, pois consegui ter contato com fornecedores e ter mais noção de custos e dificuldades de execução da obra. A oficina da manutenção era organizada de uma forma pouco eficiente, de forma “antiga”. Foi proposto um novo layout para a oficina, com aplicação do 5S e com uma reestruração visando melhor aproveitamento do espaço disponível e melhor organização do trabalho, máquinas e materiais. Paralelamente ao desenvolvimento do novo layout, eu buscava me informar com os profissionais que trabalhavam na área sobre como as mudanças seriam recebidas, quais as dificuldades que existiam e como seria interessante organizar aquele espaço de trabalho. Abaixo segue a planta antiga e a planta nova, desenvolvida por mim, juntamente com dois gestores da manutenção: Figura 2 – Layout oficina anterior. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 17 Figura 3 – Novo layout aprovado. O crescimento nos últimos anos da unidade fabril de Visconde do Rio Branco foi enorme, mas também desordenado, muita coisa foi feita na pressa e sem o devido cuidado com materiais e durabilidade. Também os novos materiais, que são colocados no mercado a cada dia, fazem com que os já existentes se tornem arcaicos em pouco tempo. Um problema que acompanhei foi na sala de palletização, que é uma sala grande, contendo algumas partes isoladas com isopainel, e outras apenas paredes de alvenaria. Algumas partes possuem corrimão de aço comum pintado de amarelo, outras partes nem possuem. O trabalho desenvolvido nesse local foi de substituir todos os corrimãos de aço por aço inoxidável, e acrescentar nos locais onde não havia. As paredes de alvenaria serão forradas com isopainel, que além de dar o acabamento necessário, termina com o trabalho de pintura periódica. Outro problema que existe na sala de expedição, é na parte das docas, onde são carregados os caminhões. As lonas na parte externa não estão cumprindo com o papel de barrar a entrada de ar quente e poeira, existem falhas nas lonas, pelo uso ou dimensionamento indevido. Foi feito um levantamento do material necessário, orçado e será trocado. O projeto onde mais apliquei os meus conhecimentos, foi no desenvolvimento da nova rede de amônia da planta de climatização. Num primeiro momento fui tomar conhecimento do que já existia e quais os problemas mais graves que estavam ocorrendo, como, por exemplo, oxidação em alguns pontos, isolamento mal feito, pontos de solda que eram propícios a ceder, e a quantidade de tubos que existe é muito grande. A proposta foi de substituir 8 redes que partiam do separador de líquido 0°C, por uma só que vai distribuir o fluido de acordo com os evaporadores já instalados. Para iniciar o projeto, tive acesso à planta da unidade, onde tive a tarefa de atualizar os locais de instalação e quantidade dos evaporadores, Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 18 bem como a capacidade nominal de cada um e a condição interna a manter. Tendo isso feito, comecei a projetar a nova rede, através do software AutoCAD®, construindo a planta baixa da tubulação. Na figura abaixo podemos ver alguns detalhes da planta. A rede em azul escuro é a de amônia líquida, a linha cor magenta, é a tubulação de sucção e a linha vermelha tracejada é a tubulação de gás quente. Figura 4 – Detalhes planta tubulação de amônia. Após a finalização da planta baixa, parti para o dimensionamento da tubulação, através de bibliografias recomendadas e consultas à profissionais com experiência. O cálculo da vazão de fluido refrigerante foi feito levando em conta a temperatura de cada ambiente e a entalpias, o sistema de climatização trabalha no regime 0°C/+35°C. Utilizei o Excel® para ajuda com os cálculos e construção de tabelas, conforme figura abaixo: Líquido Sucção Tubulação Local Q(m³/s) D(in) Sch40 D(in) Padrão Sch40 T1A Sala Chillers 0,001324 1,0222 1" 0,3232 3/8" T1A Sala Chillers 0,001324 1,0222 1" 0,3232 3/8" T1A Sala Chillers 0,001324 1,0222 1" 0,3232 3/8" T1B Cortes Manual 0,002926 1,5199 1 1/2" 0,4806 1/2" T1B Cortes Manual 0,002926 1,5199 1 1/2" 0,4806 1/2" Total T1 0,009824 2,7848 3" 0,8806 1" Tabela 2 – Dimensionamento tubulação amônia. Através dos resultados encontrados para os diâmetros, buscava um correspondente mais próximo na Série Schedule 40. Esse procedimento foi realizado para todos os segmentos da rede. Quando finalizei o dimensionamento, parti para o desenho isométrico, busquei logo montar um Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 19 isométrico em escala real, com os diâmetros corretos para melhor visualização. Para tal desenho, utilizei o software VariCAD®, podemos ter uma ideia observando as figuras abaixo: Figura 5 – Desenho isométrico tubulação amônia. Figura 6 – Detalhes da tubulação de amônia. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 20 Figura 7 – Desenho isométrico tubulação amônia. Outro projeto desenvolvido foi de uma eclusa na sala de expedição. Os produtos chegavam da produção e existia apenas uma porta automática que separava o corredor da produção com a sala de expedição, isso permitia o acesso do pessoal da produção na expedição. O trabalho feito foi montar uma espécie de eclusa, aonde os produtos que chegam da produção são deixados em espera, até que o pessoal da expedição abre uma porta e retira os produtos de lá. Essa porta só pode ser aberta pela parte da expedição, o que impede o acesso de pessoas não autorizadas. Figura 8 – Projeto da doca de separação produção/expedição. Teve alguns casos em que tive que fazer o desenho técnico de algumas peças que seriam fabricadas. As peças muitas vezes são Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 21 desenvolvidas para determinados equipamentos e não há modelo comercial, ou o modelo comercial existente demoraria muito para chegar. Então, baseado nos conhecimentos de Desenho de Máquinas e nas normas, criava o desenho específico, a partir de medições ou desenhos feitos a mão pelos profissionais de manutenção. Os planos de manutenção são criados de acordo com a criticidade para a produção, como já dito anteriormente. Se um equipamento parar e por consequência a produção também parar por causa dele, ele deve ser tratado com alta criticidade. Muitas vezes os planos existem, mas não é colocado em prática por vários motivos, o que torna o equipamento susceptível à falha. Muitas vezes temos muitos planos de manutenção, para equipamentos que não possuem criticidade alta. Para iniciar uma revisão desses planos, comecei fazendo um fluxograma da linha do abate, pois se o abate parar, não tem como ter produção, então os equipamentos desse local merecem atenção especial. Após, continuei pela linha dos miúdos, que usa a mesma nória (transportador aéreo). O frango entra e o último lugar dessa linha de pendura é os chillers de resfriamento dos miúdos. Os equipamentos foram novamente classificados, e os que têm influencia diretana produção receberam classificação A e uma revisão completa do PM. Toda vez que o plano de manutenção preventivo é executado, todas as peças listadas devem ser trocadas, não importando seu estado. Se a peça trocada estiver em condições, se não houver problemas durante o tempo de seu funcionamento e durante as vistorias, se pode aumentar o tempo de troca. Faltando duas semanas para o fim do estágio recebi mais um desafio, precisava projetar um tanque para pré-lavagem de caixas sujas do abate. O tanque deveria realizar o amolecimento da sujeira depositada nas caixas, antes de ir para o lavador. Para fazer isso o tanque com água receberia vapor através de uma serpentina para o aquecimento da água, a serpentina seria furada e instalada na parte inferior do tanque, pois o borbulhamento contribui para a retirada de resíduos. Para o movimento das caixas, colocamos uma esteira tipo “minhocão”, que evitaria o contato direto dos profissionais com a água suja. O tanque possui uma entrada de água e um dreno. Esse dreno é aberto periodicamente através de automação para a sucção da sujeira e troca de água. O projeto segue ilustrado na figura a seguir: Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 22 Figura 9 – Tanque de pré-lavagem de caixas sujas DIFICULDADES A maior dificuldade que podemos encontrar no chão de fábrica é a falta de experiência prática e a dificuldade de aplicação dos conhecimentos adquiridos durante a graduação. Em projetos, primeiro analisamos alguma referência bibliográfica, mas muitas vezes essa referência não condiz com a realidade. Temos situações práticas que funcionam, e que na teoria são ineficientes. Cada ambiente de trabalho tem as suas particularidades, a sua organização. Quando chegamos a um lugar novo, e nesse lugar tem pessoas que trabalham no local a 20 ou 30 anos, sentimos dificuldades de adaptação, pois queremos implantar algo novo e a mudança para essas pessoas muitas vezes não é bem vinda. Muitas vezes tentamos comparar uma situação que está ocorrendo, com alguma situação já vivida em outro momento, mas cada caso é um caso, portanto temos que buscar em quem já tem experiência, em quem já fez e conhece o processo. Sempre que vamos conviver com pessoas diferentes a humildade deve vir em primeiro lugar, pois ninguém nasce sabendo, por mais que alguns possuem uma formação mais avançada que outros, temos que reconhecer o conhecimento de quem já está ali. Quando pegamos uma máquina nova para analisar, ninguém sabe qual será o comportamento dela, devemos observar e somente assim adquirimos conhecimento do equipamento. Quando pegamos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 23 uma máquina antiga, quem trabalha com ela há muito tempo, conhece todos os detalhes, sabe como ela se comporta e sabe resolver a maioria dos problemas que podem ocorrer. A base teórica recebida na universidade é ótima e fundamental para o entendimento de todos os processos, mas o que falta é a experiência prática, é a convivência com profissionais que executam, que realmente estão ligados todos os dias com problemas reais. Notei que os problemas repassados em aula, não fazem com que a gente busque uma solução, pois as soluções já estão todas pré-prontas, é só aplicar. No campo, precisamos analisar os problemas, ver as possíveis soluções e apresentar a que melhor for quanto a custos, execução e eficiência. Outra dificuldade que tive foi por estar em um lugar estranho, totalmente diferente e longe de todas as pessoas que convivia. Na segunda semana que estive na cidade, recebi o vírus da dengue, fiquei mal por cerca de uma semana, mas me retirei do serviço por três dias apenas. Podemos aprender muito em situações como essa, pois temos que nos adaptar ao clima, à cidade, às pessoas e suas peculiaridades. Pude perceber que o nosso país tem muito a nos ensinar, cada região tem um diferencial. Em Visconde do Rio Branco, estava a 300km de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, o que proporcionava para a empresa um apoio técnico quase instantâneo. Um aspecto positivo é que tudo se aprende com o tempo e com os problemas enfrentados. Os problemas aparecem e devemos encontrar uma saída, e ela sempre existe, de uma forma ou de outra conseguimos resolver. Um aspecto negativo é que no começo não ganhamos muito crédito com as ideias novas, pela falta de experiência. Às vezes queremos mostrar algo diferente e que possivelmente funcione, mas tem casos de não aceitação pelo receio de dar errado. RELACIONAMENTO HUMANO O relacionamento humano entre profissional e empresa impacta diretamente no resultado alcançado. A empresa dá toda a estrutura necessária para que cada um possa desenvolver seu trabalho com o máximo de conforto e agilidade e, em troca, espera profissionais comprometidos e envolvidos com os desafios propostos. Dentro da empresa as relações são extremamente profissionais, respeitando sempre a hierarquia do local. Os profissionais são muito educados, cumprimentando sempre com um aperto de mão, e sempre com respeito, principalmente ao seu gerente imediato. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 24 Todos sabem respeitar o seu local de trabalho e o local de trabalho dos outros. A divisão por uniformes funciona de uma maneira muito eficiente. Ao ver uma pessoa vestida de branco, sei que se trata de um profissional da produção, por exemplo. O convívio é muito saudável, os profissionais trabalham juntos e colaboram para o crescimento da empresa, colaborando também para seu próprio crescimento. LOCAL DE TRABALHO O local de trabalho onde mais desenvolvi as atividades foi na manutenção e engenharia. A oficina é dividida em um galpão principal, onde fica equipamentos e ferramentas para realização dos reparos, uma área externa para depósito de alguns materiais que não deterioram com o tempo, uma sala de metrologia e lubrificação, onde são feitas calibrações de balanças e lubrificações, uma sala da gerência, onde fica o gerente de manutenção, os coordenadores de equipes, o setor de compras e requisição de materiais, um responsável pelo SAP, que acompanha todos os processos e planos de manutenção, uma secretária, que recebe todos os dados da produção (quantidade produzida, perdas...) e lança para os demais. As instalações da manutenção são organizadas em áreas no galpão. Tem uma área onde fica a serralheria, área do torno, área da soldagem, área da elétrica, almoxarifado. Cada funcionário (seja técnico, mecânico, eletricista...) tem a sua maleta com as ferramentas. Essas ferramentas são renovadas de acordo com as necessidades. Como o processo de compra é burocrático, sempre são compradas em quantidade, além de ter um pequeno estoque que serve para acontecimentos não programados (inutilização da ferramenta, quebra, desgaste excessivo...). Boa parte das máquinas e equipamentos da produção é importada, algumas com fabricação alemã, outras japonesas e italianas. Esse fato é um tanto complicado, pois as peças de reposição além de serem mais caras comparando com as nacionais há possibilidade de saírem de linha, pelo tempo que o equipamento tem. Esse problema pode ser resolvido com a nacionalização das peças, mas a dificuldade com a compatibilidade de normas é grande, principalmente com equipamentos originários da Ásia. A WEG do Brasil tenta fazer a nacionalização de alguns motores estrangeiros, mas passa por muitas dificuldades. INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES Os vestiários se encontram logo na entrada da fábrica. O funcionário ao chegar,pega sua roupa na lavanderia, que fica em frente ao vestiário, troca de roupa e aí sim pode seguir para o seu local de trabalho. Todos os Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 25 uniformes são lavados todos os dias. Cada funcionário recebe um armário com cadeado para guardar pertences e roupas trocadas, esse armário se encontra junto ao vestiário. O vestiário, além desse espaço com os armários, possui outro espaço com banheiros, torneiras e chuveiros, caso haja necessidade. Todas as torneiras possuem sabonete líquido e desinfetante e são acionadas pelo joelho, para devida higienização das mãos. Todos os setores possuem banheiros também, com exceção da produção, que deve se deslocar para uso do mesmo. O refeitório funciona em diversos horários, para atender os 3 turnos que a empresa trabalha. Possui nutricionista, que acompanha todos os dias o balanceamento das refeições. No refeitório, temos que seguir alguns horários, como por exemplo, o pessoal da produção pode almoçar até no máximo as 11:45h e o pessoal da administração, ou com roupas civis, só podem entrar no refeitório após as 12:00h. As mesas são divididas entre área branca e área azul/cinza/roupas civis. Com o intuito de não haver contato de fora com o pessoal da produção. A área de lazer se encontra na saída do refeitório. É uma área coberta, aberta nas laterais, onde temos vários bancos, uma televisão grande na frente com sistema de som. Também na área de lazer temos três mesas de sinuca, uma mesa de pebolim, mesas com tabuleiros de dama e baralhos. Tem também bebedouros refrigerados e garrafas térmicas com café a disposição dos funcionários em descanso. A empresa também possui uma Sede Social, disponível a todos os funcionários, com piscina, sauna, quadras de tênis, 6 campos de futebol, churrasqueiras e área recreativa. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 26 CONCLUSÃO Aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade nos dá uma visão muito mais ampla do que realmente podemos fazer, e permite uma avaliação da capacidade profissional que temos. Tudo o que aprendemos, nos torna capazes de ter visão técnica dos problemas e permite que chegamos a conclusões certas. O envolvimento com profissionais experientes e a própria convivência, facilitam a inserção do estagiário no mercado de trabalho. O estágio permitiu verificar diferenças entre a teoria e a prática. Na prática os resultados são bem menos previsíveis. Posso concluir que não podemos parar de estudar e de se atualizar, pois tudo muda muito rápido e a cada dia surgem soluções melhores, maneiras diferentes de fazer e equipamentos mais eficientes e ecológicos. Além do conhecimento técnico, o estágio nos propicia uma série de experiências, como interação com diferentes classes sociais, lideranças, gestores e administradores. Sobre a manutenção fabril, posso dizer que é um setor responsável por manter o rendimento de toda a unidade. Se houver muitas paradas de máquinas a produção cai, e se não houver linhas eficientes, não há rendimento. Os profissionais são responsáveis por manter tudo no melhor estado possível. Por fim, concluo que os meus objetivos iniciais foram alcançados de maneira surpreendente. Consegui ir além do que imaginava e realizar ações que em certos momentos no passado, pensei não ter capacidade para realizar. Todas as dificuldades encontradas foram superadas. Sozinhos chegamos mais rápido, mas com amigos chegamos mais longe (Provérbio). Todas as pessoas que conheci, contribuíram para minha formação e com certeza já fazem parte da minha história. “A manutenção não deve ser apenas aquela que conserta, mas sim aquela que elimina a necessidade de consertar”. (Autor desconhecido) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 27 ASSINATURAS DOS RESPONSÁVEIS Seguem as assinaturas dos responsáveis por esse estágio: ______________________________________ Assinatura do Aluno Régis Henrique Schenkel ______________________________________ Assinatura do Orientador (FURG) Eng. Oberdan Carrasco Nogueira ______________________________________ Assinatura do Supervisor Imediato (Pif Paf) Gerente de Manutenção: Eng. Roberto Ceolin Panerai ______________________________________ Assinatura do Supervisor Geral (Pif Paf) Gerente Corporativo de Engenharia: Eng. Mario Madeira Nogueira Document shared on www.docsity.com Downloaded by: welbert-bittencourt (welbit40@gmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark
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