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Transcrição Aula 1.1 – Pneumonia - Epidemiologia O objetivo deste vídeo é apresentar a epidemiologia da pneumonia adquirida na comunidade, expondo seu conceito, fatores de risco e relevância. Começamos com uma questão: Por que a pneumonia é considerada uma condição sensível à atenção primária? Pneumonia adquirida na comunidade é definida como uma infecção aguda do parênquima pulmonar, que acomete indivíduo fora do ambiente hospitalar ou nas primeiras 48 horas após a admissão hospital. É considerada uma condição sensível à Atenção Primária à Saúde, pois é um problema de saúde para o qual a efetiva ação da atenção primária diminui o risco de internações hospitalares por esse problema. A incidência de pneumonia adquirida na comunidade é de aproximadamente de 12 casos para 1.000 habitantes por ano. No Brasil, a pneumonia é a considerada a segunda causa de internação hospitalar na população em geral e é a principal causa de hospitalização e morte por doença respiratória. As internações hospitalares e mortalidade apresentam forte influencia sazonal, com maior ocorrência nos meses de inverno, entre junho e agosto. A mortalidade por pneumonia varia de acordo com a gravidade da doença, podendo ser de menos de 1% nas pneumonias ambulatoriais, ou chegar a mortalidade de mais de 30%, em pneumonia grave tratadas em unidade de tratamento intensivo. Entre os principais fatores de risco para a pneumonia encontram-se os extremos de idade (em especial menores de 5 anos e maiores de 70 anos), indivíduos imunodeprimidos ou com comprometimento do sistema nervoso central. A mortalidade por pneumonia também sofre influência da faixa etária, com destacado aumento da mortalidade em indivíduos com mais de 70 anos. Os coeficientes de mortalidade variam de menos de 10/100.000 habitantes entre 5 e 49 anos, para 500/100.00 habitantes em indivíduos com mais de 80 anos. Embora a confirmação da etiologia da pneumonia seja raramente obtida, sabe- se que qualquer microrganismo pode causar pneumonia. Os agentes etiológicos mais prevalentes em pacientes com PACs são Streptococcus pneumoniae (22%), Mycoplasma pneumoniae (18%), Chlamydophila pneumoniae (16%), vírus (10%), Haemophylus influenzae (4%), Legionella sp (1% ou menos). Entre os vírus que causam pneumonias, destacam-se o vírus da infl Algumas patologias e situações epidemiológicas apresentam associação com determinados agentes etiológicos. Conhecer essas associações pode auxiliar na decisão do tratamento mais adequado. Como exemplo dessas associações encontram- se: Alcoolismo: pneumococo, anaeróbios, bactérias gram-negativas (BGN), bacilo da tuberculose DPOC/tabagismo: pneumococo, hemófilo, moraxela, legionela Instituições geriátricas: pneumococo, BGN, hemófilo, estafilococo, anaeróbios, clamídia, bacilo de tuberculose Higiene bucal precária: anaeróbios Influenza na comunidade: influenza, pneumococo, estafilococo, hemófilo Aspiração maciça: anaeróbio Bronquiectasias, uso de corticoesteroides, desnutrição e hospitalizações repetidas: pseudomonas, estafilococo Drogadição: estafilococo, anaeróbios, bacilo da tuberculose, Pneumoocystis carinii HIV (estagio precoce): pneumococo, hemófilo, bacilo da tuberculose, P. carinii As infecções virais podem servir de porta de entrada para bactérias que colonizam as vias aéreas superiores, embora também possam ser causa primarias de pneumonias. Cabe ressaltar que, quando associados à Staphylococcus aureus, podem causar infecções graves, tendo como característica a presença de infiltrado inflamatório pulmonar localizado. As infecções pneumocócicas causadas apenas por S. aureus costumam se apresentar com lesões escavadas bilaterais. A pneumonia por micoplasma tem sido mais frequentemente observada em adultos jovens em tratamento ambulatorial; enquanto a clamídia tem sido identificada também em idosos e pode ser causa de pneumonia grave nessa população. Na presença de quadros arrastados, com pouca resposta aos antibióticos deve- se ter em mente a possibilidade do diagnóstico de tuberculose. O diagnostico de tuberculose também deve ser suspeitado na presença de tosse seca, antes que apareçam outros sintomas respiratórios ou sistêmicos; e ainda, na presença de bloco de consolidação e pequenos focos isolados adjacentes na radiografia. Voltando à questão inicial: Por que a pneumonia é considerada uma condição sensível à atenção primária? A pneumonia é considerada uma condição sensível à Atenção Primária à Saúde, pois é um problema de saúde para o qual a efetiva ação da atenção primária diminui o risco de internações hospitalares por esse problema. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea : queixas mais comuns na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. DUNCAN BB, Schimdt MI, Giugliani ER. Medicina ambulatorial: condutas clínicas na atenção primária. Porto Alegre. Artes Médicas, 4ª ed., 2013. Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípio, formação e prática. Editora ArtMed, 2012
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