Buscar

caso 2 - processo trabalho - Pedro Castilho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 100ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP
CONSTRUTORA VIVER BEM LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº xxxxx, já qualificada nos autos, por seu representante legal, Sr. Xxxxx, brasileiro, por meio de sua advogada procuradora, adiante firmada e qualificada em instrumento procuratório anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 847 da CLT c/c art. 5º, inciso LV da CF/88, em face da reclamação trabalhista ajuizada por PEDRO CASTILHO, ajuizar a presente:
CONTESTAÇÃO TRABALHISTA, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
1 – DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
Inicialmente, cumpre arguir as preliminares de incorreção do valor da causa, art.337, inciso III do CPC, no qual resta evidente, pois se somadas todas as verbas pretendidas pelo reclamante, tem-se que o valor da presente demanda seria de cerca de R$ xxxx, e não de R$ xxxxx, conforme por ele alegado, com o fito de obter provimento jurisdicional que condene a empresa Reclamada ao seguinte: pagamento de verbas rescisórias (férias + 1/3, 13º proporcional, FGTS + 40%, aviso prévio, transporte escolar e multa do art. 477 da CLT).
2 – DA DEFESA DO MÉRITO
Realmente, o reclamante foi admitido no dia 07 de janeiro de 2019, através de contrato realizado com a PEDRO CASTILHO MEI, como pedreiro na empresa reclamada. De fato o valor acordado foi de R$3.000,00. A data do término do contrato foi em 20 de dezembro de 2019. Em sua narrativa, o Reclamante postula o reconhecimento do suposto vínculo empregatício e a anotação de sua CTPS. No entanto, com relação às demais informações contidas na petição inicial, a reclamada não concorda, passando a contestá-la a seguir.
2.1 – DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO
A análise do disposto na petição inicial permite que o Reclamante postula direitos aos quais não faz jus, haja vista INEXISTIR qualquer liame empregatício entre o profissional e a Empresa Reclamada. A configuração do vínculo de emprego pressupõe o preenchimento de determinados requisitos de maneira cumulativa, o que faz concluir que o perecimento de qualquer um deles compromete a pretensão de reconhecimento. Para que seja reconhecida a relação jurídica em análise, os seguintes requisitos: subordinação, pessoalidade, onerosidade e não eventualidade.
2.1 – DA INEXISTÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO
O reclamante afirma, em sua exordial, que foi contratado pela Empresa Reclamada para exercer a função de pedreiro, afirmando que percebia R$xxxx de salário e alegando que cumpria a jornada de trabalho de 44 horas semanais de segunda a sábado, com intervalo de alimentação. Conforme dados da inicial, o Reclamante nunca foi contratado para exercer a função de entregador, como empregado, na função de pedreiro, mas sim, como empresa parceira da construtora Viver Bem Ltda. 
O Reclamante não sofria, por parte da Empresa Reclamada, qualquer forma de subordinação. Poderia aparecer para trabalhar no dia que quisesse, e acaso faltasse, não lhe era aplicada qualquer sanção ou punição. Em assim sendo, verifica-se que o Reclamante não estava submisso a qualquer ordem exarada pela Empresa Reclamada ou seus prepostos. O que havia, na verdade, era um contrato de trabalho com a empresa Pedro Castilho MEI, que caso não quisesse trabalhar, poderia informar, de forma livre sem sofrer qualquer sanção. O vínculo empregatício se revela apenas na presençã concomitante dos requisitos do artigo 3º da CLT.
2.2 – DA INEXISTÊNCIA DA IMPESSOALIDADE
No caso em tela, conforme aduzido, a presença ou não do Reclamante no estabelecimento era absolutamente irrelevante, mormente pelo fato de que a Empresa Reclamada possuía outros pedreiros, os quais realizavam suas funções com carteira assinada.
Em assim sendo, caso o Reclamante faltasse o dia de trabalho, nenhum prejuízo traria para a empresaREclamada, haja vista a desnecessidade de sua mão de obra PESSOAL, demonstrando, portanto, o viés de prestação de serviços que reveste a relação jurídica ora analisada. 
Impede destacar, igualmente, que o motoqueiro não estava sujeito a qualquer sanção ou punição acaso faltasse e não avisasse, fato que jamais ocorreria em se tratando de empregado regido pela CLT.
Resta claro, portanto, que não existia a condição de pessoalidade na relação jurídica ora exposta, perecendo o requisito ora analisado.
3 - JORNADA DE TRABALHO
A reclamada CONTESTA a informação prestada pelo reclamante em sua petição inicial relativa a jornada de trabalho. Na verdade, a jornada de trabalho do reclamante sempre foi de 08 horas diárias, com intervalo para repouso e alimentação, escolhida pelo próprio reclamante, sem a exigência feita pela reclamada. 
4 - DAS VERBAS RESCISÓRIAS
A Reclamada CONTESTA a informação prestada pelo reclamante na sua petição inicial relativa às Férias E Gratificação Natalina (13º salário). Na verdade, a reclamada não deve nenhum período de férias ao reclamante, pelos motivos que passa e expor. 
O período trabalhado, através de relação contratual, não gera período de férias e gratificação natalina pelo período de 07 de janeiro a 20 de dezembro de 2020 por não se tratar de contrato vinculado À CLT, mas sim por contratação por meio de microempresa individual criada pelo Reclamante, isto é, não foi assinada sua CTPS conforme artigos 129 a 148 da CLT.
5 – DO FGTS
A Reclamada confessa que não procedeu o recolhimento do FGTS do Reclamante por não se tratar de contrato regido pela CLT, mas sim por se tratar de contrato por meio de microempresa individual, motivo este no qual não foi possível se proceder às formalidades necessárias ao recolhimento do FGTS.
Para efeito da multa do art. 467 da CLT, a reclamada informa que procederá ao pagamento integral do FGTS na primeira audiência.
6 – DO VALE TRANSPORTE
A Reclamada CONTESTA as informações prestadas pelo Reclamante em sua petição inicial relativas ao vale-transporte. Isso porque, de acordo com os relatórios em anexo e também conforme provará mediante testemunhas, o Reclamante, desde o contrato firmado até o término do contrato utilizava transporte próprio e/ou carona.
Desse modo, tem-se descabido o pleito de pagamento de vale-transporte, pois o fornecimento deste pelo empregador, consoante a melhor doutrina e jurisprudência, além de o desonerar do pagamento do aludido benefício em pecúnia ao empregador, o autoriza a descontar até 6% do salário do empregado, o que nunca foi feito pela reclamada, haja vista que, em sua gestão, sempre primou pela política de valorização de seus funcionários (art. 1º da Lei 7.418/85 e art. 487 da CLT).
7 – DA CONTESTAÇÃO
A Reclamada realizou todos os pagamentos salariais, conforme contrato com a Microempresa Pedro Castilho MEI. Não pode a Reclamante esperar que a empresa Reclamada cumpra obrigações próprias de relações empregatícias quando, na verdade, existia entre as partes um contrato terceirizado com microempreendedor para atuar juntamente à obra já em andamento.
Ora, se tinha ampla liberdade para ir trabalhar ou não, para formular sua própria jornada de trabalho, como poderia esperar o cumprimento de obrigações claramente empregatícias? Há de se rememorar que o contrato de emprego, assim como qualquer contrato bilateral, traz direitos e obrigações para ambas as partes. Caracteriza latente má-fé da parte a exigência tão somente das obrigações da outra, sem haver o cumprimento de direitos.
No caso em tela, considerando o contrato existente entre as partes, sempre foram cumpridas mutuamente as obrigações existentes, tanto pela Empresa quanto pelo Reclamante, obviamente, respeitando as estipulações próprias dessa relação jurídica.
8 – DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS PEDIDOS
Com relação aos pedidos formulados na petição inicial e, em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da preliminar arguida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial, a saber:
a) Reconhecimento do vínculo empregatício e anotação da CTPS;
b) Pagamento das verbas rescisórias arroladas na petição inicial;c) Pagamento das multas insculpidas nos arts. 466 e 467 da CLT;
d) Recolhimento de contribuições previdenciárias;
e) Pagamento de Honorários de sucumbência
9 – DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Ante ao exposto, pugna a Empresa Reclamada pelo deferimento do pedido de Justiça Gratuita, nos termos do disposto na Lei nº1060/50.
Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da preliminar arguida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento das partes, oitiva de testemunhas e demais provas legal e moralmente aceitas.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
São Paulo-SP, xx de xxx de xxxx.
Advogado
OAB/SP nº xxxxx

Outros materiais