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2012 Ludodiagnóstico investigação clínica através do brinquedo Rosa Maria Lopes Affonso organizadora Affonso.indd 3 1/2/2012 10:57:51 Parte I Fundamentos teóricos do ludodiagnóstico Affonso.indd 13 1/2/2012 10:57:52 Nos primórdios da psicanálise de crian- ças, em 1923, Melanie Klein atendia uma menina de 7 anos, inibida e com mau apro- veitamento escolar. A criança não gostava da escola, faltava às aulas e começava a afastar- -se da mãe, apesar de ter anteriormente um bom relacionamento com ela. A criança não desenhava, falava muito pouco. O progresso do atendimento era quase nulo. Klein sentiu que aquela forma de atendimento não leva- ria muito longe o trabalho. Numa sessão em que a criança ficou silenciosa e retraída, a angústia de Melanie Klein deve tê -la mobi- lizado a criar algum recurso. Avisou que ia sair da sala e voltaria num instante. Como o atendimento era feito na residência, esta pegou alguns brinquedos: algumas bone- quinhas, carrinhos, cubos e um trenzinho. Colocou -os numa caixa e trouxe para a pa- cientezinha inibida. A criança interessou -se pelos objetos e começou a brincar. Por seu modo de brincar, Klein inferiu que os dois bonecos que a menina utilizou para realizar uma brincadeira poderiam re- presentar a própria paciente e um menini- nho da escola que havia sido mencionado numa sessão anterior. Parecia haver algum segredo na conduta dos dois bonecos, e que os outros bonecos eram vistos como intrusos e afastados. As atividades dos dois bonecos acabavam em catástrofes, como cair e serem atropelados. Esse brincar era repetido, e, à medida que a menina os reproduzia, iam aparecendo crescentes sinais de angústia. Até que a analista começou a intuir, pelos detalhes daquela brincadeira, que a pacien- te representava alguma atividade sexual en- tre ela e seu colega da escola. Isso levaria a criança a ter medo de ser descoberta, então ela ficava desconfiando dos outros. Klein interpretou esse significado para a paciente e mostrou -lhe que, enquanto brincava, ela se angustiava tanto a ponto de largar o brinquedo. E mais, que não esta- va mais querendo ir para a escola porque talvez a professora pudesse descobrir tudo e castigá -la. Estava sentindo esse medo principalmente com a mãe. E nesse momen- to podia estar sentindo o mesmo medo de punição com relação a Klein. O efeito dessa interpretação foi nítido: a angústia e a des- confiança da paciente inicialmente aumen- taram, mas logo foram seguidas de evidente alívio. Sua expressão facial mudou e, em- bora não admitisse nem negasse o que foi interpretado, posteriormente mostrou con- cordância ao produzir mais material corro- borando o que fora interpretado. Liberou -se mais no brincar e na verbalização. A relação com a analista tornou -se menos desconfiada e mais amistosa. Na sequência do atendimento era es- perado que a transferência se alternasse en- tre positiva e negativa, mas, a partir dessa 1 O brincar e a psicanálise Subsídios à técnica ryAd simon kAyoko yAmAmoto Affonso.indd 14 1/2/2012 10:57:52 LudodiAgnóstiCo 15 sessão a análise evoluiu bem. Concomitan- temente foi melhorando o relacionamento com a mãe e com a escola. É notável o quan- to a mudança de método favorece novos descobrimentos. Quando Freud abandonou a hipnose e passou a usar o método da asso- ciação livre com seus pacientes, teve acesso à descoberta das resistências, dos conflitos inconscientes que permanecem reprimidos, das soluções de compromisso que geram os sintomas, os sonhos e toda a trama que se passa em áreas da mente inacessíveis à abordagem direta. Do mesmo modo, quando Melanie Klein, percebendo a inibição insuperável de sua pacientezinha, teve a intuição genial de introduzir os brinquedos para favore- cer a comunicação, abriu caminho para a descoberta de áreas da mente ainda mais profundas que as obtidas pelo método de associação livre dos adultos. Na criança pe- quena o mecanismo de repressão é menos rígido, facilitando o acesso aos conteúdos inconscientes. Porém, era necessário dispor de recursos para alcançar esse universo que estava mais além da palavra. A psicoterapia psicanalítica do adulto é feita principalmen- te pelos relatos verbais dos pacientes, mas, como a verbalização da criança pequena é geralmente escassa, foi necessária uma ino- vação técnica para favorecer uma comuni- cação mais significativa. Muito se tem dito acerca do brincar como forma de psicoterapia infantil, mas gostaria de me deter sobre as diferentes formas e usos do brincar em psicoterapia. Quando eu, Ryad Simon, era recém -formado em psicologia clínica, tive a oportunidade de conhecer e a possibilidade de trabalhar junto com um conhecido psiquiatra infan- til, Dr. Haim Grünspum. Seu consultório ficava num grande sobrado, e várias salas eram usadas para ludoterapia, geralmen- te em grupo. Os brinquedos ficavam em prateleiras, alguns espalhados pelo chão, e eram usados coletivamente. Não havia brinquedo particular, o material era usado à vontade pelas crianças de várias idades, geralmente na latência e pré -adolescência. Havia um ringue onde as crianças podiam brigar entre si, recipientes com água para introduzir brinquedos ou se molhar, como quisessem. Não havia privacidade. Realizei a visita acompanhado pelo Dr. Haim. Lembro -me que quando um garoto se dirigiu a ele desafiando -o para uma luta, o terapeuta agarrou o garoto e lhe deu uma gravata, brincando e sorrindo, dando -me a ideia de que realizava psicoterapia suporti- va. Eu estava aprendendo a fazer psicote- rapia psicanalítica de crianças com Virgínia Bicudo, Lygia Amaral e Judith Andreuci. Virgínia, principalmente, voltando de um período de aprimoramento em Londres, jun- to ao grupo kleiniano, em 1962, fornecia as diretrizes da técnica lúdica em psicanálise infantil. Eu seguia mais ou menos automati- camente as instruções, sem muita clareza do porquê de certos procedimentos técnicos. Por exemplo: a) os brinquedos devem ser de um determi- nado tamanho, formato e variedade. Em sua monumental Psicanálise de crianças, Klein, no início do Capítulo 2, dá uma relação de brinquedos para crianças pe- quenas: “Sobre uma pequena mesa baixa estão colocados brinquedos pequenos e simples – homenzinhos e mulheres de madeira, cartas de baralho, carruagens (hoje seriam outros veículos), automó- veis, trens (hoje se acrescentam aviõe- zinhos), animais, peças de construção e casas, bem como papel, tesoura e lápis” (1932, p. 16); b) os brinquedos devem ficar guardados numa caixa de madeira, com cadeado, e a cada sessão a criança acompanha o terapeuta até o armário onde ficam guardadas as caixas lúdicas, cada uma específica para cada criança. Ao final da sessão, os brinquedos são guardados no- vamente na caixa, trancada, e a criança acompanha o terapeuta até o armário, verificando sua guarda, sempre no mes- mo lugar; c) a sala de ludoterapia deve ter chão e paredes laváveis, móveis simples, uma torneira e uma pia (ou então uma bacia com água); Affonso.indd 15 1/2/2012 10:57:52 16 rosA mAriA LoPes Affonso (org.) d) a sessão começava e terminava sempre no horário combinado. Se o paciente se atrasasse, perderia o tempo de atraso; e) durante a sessão a porta da sala de ludo fica trancada, como na sessão de adul- tos; f) o contato com os pais é reduzido ao mí- nimo necessário. Para que serve tudo isso? Klein respon- de de uma maneira sintética e completa so- bre a essência do sentido do brincar: A criança expressa suas fantasias, seus desejos e experiências reais numa forma simbólica através do brincar e dos jogos. Ao assim fazê -lo, usa os mesmos modos de expressão arcaicos e filogeneticamente adquiridos, a mesma linguagem com que temos familiaridade através dos sonhos, por assim dizer; e só podemos entender completamente essa linguagem se nos aproximamos dela como Freud nos en- sinou na abordagem da linguagem dos sonhos. O simbolismo é apenasuma parte dela. Se desejamos entender o brinque- do da criança corretamente em relação à totalidade de seu comportamento durante a sessão analítica, não devemos nos contentar pinçando separadamente o significado dos símbolos no brincar, por mais impressionantes que sejam – e geralmente o são –, mas devemos fazê- -lo considerando todos os mecanismos e métodos de representação empregados no trabalho onírico, nunca perdendo de vista a relação de cada fator com a situação como um todo. (Klein, 1932 p 7-8) Voltando aos itens acima: se os brin- quedos forem muito grandes, não caberão na caixa; se forem muito complicados, não serão facilmente manipuláveis para expres- sar uma brincadeira. A variedade de brin- quedos é restrita pela mesma questão de espaço, mas também porque a imaginação da criança pode dar muitos usos a poucos brinquedos. Guardam -se os brinquedos numa caixa de madeira para permanecerem do mesmo modo que foram deixados na sessão an- terior. O cadeado existe para garantir que ninguém abra a caixa entre uma sessão e outra. A cada sessão a criança acompanha o terapeuta até o armário onde ficam guar- dadas as caixas lúdicas, cada uma específica para cada criança. Isso mostra à criança que seu material é inviolável e tem a garantia da guarda do terapeuta. Ao final da sessão, os brinquedos são guardados novamente na caixa, que é trancada, e a criança acompa- nha o terapeuta até o armário, verificando sua guarda sempre no mesmo lugar. Esse procedimento garante que a caixa só seja aberta e fechada na presença da crian- ça e que só tenham acesso a ela a criança e o terapeuta. Suponhamos que os brinque- dos que a criança “A” usa para a ludoterapia fossem manipulados por uma criança “B”, e ainda por uma criança “C”, como no exem- plo do Dr. Haim. Suponhamos que a criança “B”, usando o mesmo brinquedo, quebrasse uma parte dele, ou mesmo o destruísse tão completamente que ficasse inutilizado. Qual seria a importância disso? Admitamos que os brinquedos repre- sentem os objetos do mundo interno da criança. Suponhamos que um determinado boneco represente o “pai mau” para a crian- ça “A”, que tem muito medo desse brinque- do, e que a criança “B”, numa sessão poste- rior, manuseando esse mesmo boneco, corte sua cabeça. Qual seria a reação da criança “A”, quando, na sessão seguinte se deparasse com esse “pai mau” de cabeça cortada? Pro- vavelmente ficaria aterrorizada. Entretanto, se não foi a criança “A” que cortou a cabeça do boneco, que uso faria disso o psicotera- peuta para a compreensão dos processos inconscientes da criança “A”? A cabeça do boneco foi cortada pela criança “B”. O que a teria levado a tal ataque? Suponhamos agora que, numa outra sessão, a criança “C”, usando os mesmos brinquedos, observando o homem de cabeça cortada, resolvesse colar de volta a cabeça do boneco. Qual o efeito disso para a crian- ça “B”? E para a criança”A”? É fácil perceber que a manipulação do brinquedo por crian- ças diferentes em ocasiões diferentes criaria Affonso.indd 16 1/2/2012 10:57:52 LudodiAgnóstiCo 17 tal confusão que terapeuta algum consegui- ria desfazer. O brinquedo manipulado por várias crianças não traria problema de interpre- tação numa psicoterapia suportiva, porque nesta não há a preocupação de compreen- der os processos inconscientes do pequeno paciente, mas, numa psicoterapia psica- nalítica, em que as interpretações princi- pais se apoiam na transferência, a confu- são resultante da manipulação do mesmo brinquedo por crianças diferentes tornaria o processo um equivalente do “samba do crioulo doido”.1 Assim, a caixa individualizada e tran- cada, sendo manipulada somente pelo mes- mo paciente, garantiria a segurança de que os brinquedos – que representam os objetos internos da criança – não seriam tocados por outro, evitando interferências causadoras de confusão indecifrável. Nesse ambiente preservado e privativo será possível acom- panhar detalhadamente cada movimento do paciente, favorecendo a compreensão da transferência e das cotransferências2 com mais nitidez e segurança. Continuando o esclarecimento dos itens citados, a sala de ludoterapia deve ser de chão e parede laváveis, móveis simples, conter torneira ou bacia para permitir brin- car com água, tinta, plastilina, etc., facilitan- do a expressão de formas de agressão ou de gratificação regredidas, que a criança não conseguiria representar com palavras e são necessárias para entendimento dos impul- sos, angústias, defesas, bem como das fan- tasias concomitantes. Já a fixação do tempo ajuda a desenvolver o sentido do tempo, a responsabilidade e a consideração pelo trabalho psicoterápico. Do mesmo modo, a porta trancada garante a privacidade da relação dentro da sessão. E o contato com os pais reduzido ao mínimo necessário evita interferências na relação entre a criança e o terapeuta. Se não puder ser evitado, é prefe- rível conversar na presença da criança. Se os pais forem muito angustiados, solicitando contato frequente, deve -se marcar um horá- rio separado para esclarecer as questões. É fácil de ver que todas essas provi- dências técnicas têm o objetivo precípuo de permitir o desenvolvimento da situação analítica. Ou seja, criar uma atmosfera que permita inferir cada movimento dentro da sessão tendo significado no aqui e agora com o terapeuta. É essa condição que favorece a visão clara dos movimentos no brincar como expressão da comunicação das fantasias in- conscientes, suas associações e significados. Quando há interferências no material do brinquedo, na sala de ludoterapia, na intro- missão de outros, o ambiente fica poluído e confuso, obscurecendo a possibilidade de compressão do interjogo entre fantasias, im- pulsos, angústias e defesas. Haverá momentos em que a criança pode estar tão atemorizada que não conse- gue ficar só com o terapeuta. Neste caso, a presença temporária de um adulto garante a entrada e permanência da criança na sala de ludoterapia. E, tão logo as angústias perse- cutórias transferenciais sejam esclarecidas, o adulto pode retirar -se para a sala de espera. Essa sucinta informação sobre a técnica tem o intuito de mostrar a diferença entre ludote- rapia psicanalítica e a ludoterapia suportiva. Não há intuito de depreciar a ludotera- pia suportiva. Brincar com uma criança des- preocupadamente, dar -lhe atenção, tratá -la com carinho e respeito têm um potencial 1 O Samba do Crioulo Doido é uma paródia com- posta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, em 1968, para o Teatro de Revista, em que procura ironizar a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratarem nos seus sambas de enredo somente fatos históricos. A expressão do título é usada, no Brasil, para se referir a coisas sem sentido, a textos mirabolantes e sem nexo. 2 “Cotransferência” refere -se ao termo que criei para indicar as transferências colaterais, isto é, as transfe- rências que o paciente faz com pessoas significativas em seu relacionamento pessoal atual ou pretérito (Simon, R. 2004; e capítulo IV de meu livro meu livro Psicoterapia Psicanalítica – Concepção Original). A prática clínica – minha e de outros colegas – tem mostrado a importância de trabalhar a cotransfe- rência para ampliar a compreensão do paciente a respeito das interações inconscientes com pessoas significativas de seu convívio atual e pregresso. Affonso.indd 17 1/2/2012 10:57:52 18 rosA mAriA LoPes Affonso (org.) terapêutico inegável. Isso permite a catarse, a gratificação da necessidade de calor hu- mano, e, com a redução da angústia, algu- ma elaboração espontânea em estratos in- conscientes da personalidade. Todavia, esse alcance é limitado. Para alcançar estratos mais profundos, modificar conflitos incons- cientes que tenham potencial para causar (ou já estejam causando) distúrbios neuróti- cos ou psicóticos, a via mais apropriada é a ludoterapia psicanalítica.O desenvolvimento da técnica ludo- terápica por Melanie Klein proporcionou a ampliação da percepção e compreensão dos conflitos e mecanismos mais profundos da personalidade, abrindo caminho para o tratamento de pacientes psicóticos cuja acessibilidade era muito limitada por via da psicoterapia psicanalítica. Freud (1914) afirmava, em seu artigo sobre introdução ao narcisismo, que os pacientes que padeciam de “neuroses narcísicas” (psicóticos) eram inacessíveis ao tratamento psicanalítico por- que sua libido ficava centrada no ego, não permitindo a “transferência”, que era o prin- cipal meio de influência psicoterápica. Melanie Klein, com sua aguda intuição para compreensão dos processos incons- cientes – obtidos por meio do método da lu- doterapia – teve um vislumbre mais amplo e profundo dos primórdios do funcionamen- to e desenvolvimento mental, lançando as bases para uma abordagem compreensiva dos distúrbios mentais graves (Klein, 1935; 1932; 1946). Seus discípulos mais brilhan- tes, começando por Rosenfeld (1947), Han- na Segal (1950) e W.R. Bion (1953; 1957) aplicaram suas contribuições ao tratamento psicanalítico de psicóticos, utilizando a abor- dagem clássica: verbalização por associação livre, uso do divã, várias sessões semanais, abstenção de medicação, conseguindo algu- ma melhoria na condição de pacientes es- quizofrênicos. Isso confirma o entusiasmo de Karl Abraham, que no 8o Congresso In- ternacional de Salzburg, em 1924, afirmou que o futuro da pesquisa psicanalítica se as- senta na psicanálise de crianças. REFERênCiAS Bion, W. R. (1957). Differentiation of the psychotic from the non -psychotic personalities. In: W. R. Bion, Second thoughts: Selected papers on psycho analysis. New York: J. Aronson. (Obra original- mente publicada em 1953). Bion, W. R. (1967). Notes on the theory of schizo- phrenia. In: W. R. Bion, Second thoughts: Selected papers on psycho analysis. New York: J. Aronson. (Obra originalmente publicada em 1953). Freud, S. (1973). On narcissism: An introduction. In: S. Freud, The standard edition of the complete psychological works of Sigmund Freud (vol. 14). London: Hogarth. (Obra originalmente publicada em 1914). Klein, M. (1975). Notes on some schizoid mecha- nisms. In: M. Klein, The writings of Melanie Klein (vol. 3). London: Hogarth. (Obra originalmente publicada em 1932). Klein, M. (1986). The psycho -analysis of children. In: M. Klein, The writings of Melanie Klein (vol. 2). London: Hogarth. (Obra originalmente publicada em 1932). Klein, M. (1992). A contribution to the psychoge- nesis of manic -depressive states. In: M. Klein, The writings of Melanie Klein (vol. 1). London: Hogarth. (Obra originalmente publicada em 1932). Rosenfeld, H. (1947). Analysis of a schizophrenic state with depersonalization. International Journal of PsychoAnalysis, 28, 130-139. Segal, H. (1950). Some aspects of the analysis of a schizophrenic. The International Journal of Psycho analysis, 31, 268-278. Simon, R. (2004). Cotransferência e transferên- cia em psicoterapia psicanalítica de “quadros medianos”. In: R. Simon, & K. Yamamoto (Orgs), 8º Encontro do Curso de Especialização em Psico terapia Psicanalítica: Variedades de transferência na clínica psicanalítica. São Paulo: Instituto de Psicologia da USP. Simon, R. (2010). Psicoterapia psicanalítica: Con cepção original. São Paulo: Casa do Psicólogo. Affonso.indd 18 1/2/2012 10:57:52