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Vinicius Queiroga – M12 FSM Diabetes Melito (Fisiopatologia e Diagnóstico) Fisiologia Pancreática (Anatomia e Histologia) • Órgão endócrino e exócrino • Ácino pancreático: Relacionado à produção de enzimas • Células Alfa: Glucagon • Células Beta: Insulina • Células Delta Quando a glicose cai, as células alfa entram em ação, liberando o glucagon, fazendo com que o fígado degrade o glicogênio, liberando glicose na via sanguínea. Com o aumento da glicose, ocorre a liberação de insulina para que a glicose entre nas células do organismo e seja utilizada como fonte de energia. Por isso que o indivíduo diabético, apesar da alta glicose no sangue, ele perde peso, fica fraco, etc. Essa glicose não é utilizada para obtenção de energia. Introdução “Diabetes Mellitus (DM) representa um grupo de desordens metabólicas, com etiologias diversas, caracterizadas por hiperglicemia, que resulta de uma secreção deficiente de insulina pelas células beta, resistência periférica a insulina ou ambas.” • Diabetes tipo 1 • Diabetes tipo 2 • Diabetes gestacional • Secundário a outras doenças, uso de medicações, MODY, LADA É preciso reconhecer o tipo de diabetes para instituir o tratamento adequado. Epidemiologia • Em 2015 existiam 30milhões de pacientes diabéticos na população mundial • 1,5 milhões de diabéticos diagnosticados todos os anos • Prevalências em idosos, porém, devido ao aumento da obesidade, aumentaram os casos em indivíduos mais novos Diabetes Tipo 1 • Autoimune: Desenvolvimento de anticorpo que torna o organismo do indivíduo totalmente deficiente de insulina. O tratamento é a oferta de insulina. • Idiopático • É caracterizado pela deficiência absoluta a insulina. • História Clínica: Criança vinha bem e de repente começa a perder peso, urinar muito, ficar fraca... • Solicitar dosagem de anticorpos: o Anti insulina o Anti ilhota o Anti descarboxilase do ácido glutâmico • Quando vem negativos e o paciente continua com a história clínica e exames que indicam diabetes, caracteriza-se diabetes tipo 1 idiopática. (Gráfico mostrando que no início de meses ou anos ocorre destruição gradual do pâncreas por meio dos anticorpos, passando por estágios pré- diabético, lua de mel e fase crônica, nesta já possui 90% destruído) • Principal anticorpo é o anti gad (descarboxilase do ácido glutâmico), fica no corpo até 10 anos Vinicius Queiroga – M12 FSM Diabetes Autoimune Latente em Adultos (LADA) • Acomete adultos e acontece de uma forma mais lenta. • Paciente que não é obeso, começa a perder peso, urinar muito, poliúria, polidipsia... • Solicita anticorpos, se positivo, diagnosticado. OBS: Diabetes tipo 1 não tem prevalência de fator genético. Há pessoas que não pegam e não possuem histórico familiar. Diabetes tipo 2 • 90% dos casos de diabetes • Geralmente em maiores de 40 anos • Relacionado a obesidade e síndrome metabólica • Paciente em maçã e paciente em pera (acúmulo de gordura visceral maior, maior predisposição a diabetes) • Com um grande acúmulo de gordura visceral (circunferência abdominal mede), esse tecido adiposo produz grande quantidade de adipocinas ruins e estimuladoras do diabetes. Octeto de Defronzo Mostra os principais mecanismos fisiopatológicos do diabetes. • Diminuição da secreção da insulina • Diminuição do efeito de incretina. Quando comemos, depois de um tempo o intestino começa a mandar sinais para o pâncreas e hipotálamo por meio das incretinas. Elas servem para avisar a esses órgãos a presença de glicose, levando a liberação da insulina. • Aumento da lipólise. Devido à má ou não utilização da glicose como fonte de energia. • Aumento da reabsorção de glicose pelo rim. • Resistência periférica de glicose por meio dos músculos, devido à presença da gordura • Disfunção dos neurotransmissores, que também está relacionada à incretina. • Aumento da produção da glicose hepática. Insulina bloqueia a gliconeogênese. Quando não está presente, a produção de glicose aumenta. (Um dos mecanismos de ação da metformina) • Aumento da secreção do glucagon. Fatores De Risco Para DM Tipo 2 • Obesidade • História familiar • Raça/etnia • Idade • Diagnóstico prévio de intolerância a glicose • Hipertensão arterial • Dislipidemia • História de Diabetes Gestacional • Tabagismo ADA – American Diabetes Association, disponibiliza um questionário (Diabetes Risk Test) para fator de risco. Diabetes Tipo MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young) • Difícil de ser diagnosticado • Início insidioso • Não parece nem com tipo 1, nem 2 • Evolução mais lenta • Responde a anti-diabéticos orais • Paciente magro que desenvolveu diabetes, não é agressivo como diabetes tipo 1 e não apresenta sinais de síndrome metabólica como o tipo 2 Vinicius Queiroga – M12 FSM • Manifesta-se em pacientes com menos de 25 anos • Teste genético confirma (Difícil em nosso meio) • Tratamento com uso de anti-diabéticos e insulina (quando necessária) Defeitos Genéticos na Secreção de Insulina • Mutações no receptor insulínico • Diabetes lipoatrófico • Mutações no ppar-gama Doenças do Pâncreas Exócrino • Pancreatectomia • Neoplasia • Pancreatite • Fibrose Cística Diabetes Causado Por Outras Endocrinopatias • Acromegalia (Uso de GH está incluso. Esse uso para fins estéticos é bem perigoso, além de influir na pressão e em outras características) • Síndrome de Cushing • Glucagonoma (Tríade: hiperglicemia, anemia, eritema necolítico) • Feocromocitoma (tumor de glândulas suprarrenais produtor de catecolaminas) Outras Formas de Diabetes • Induzidos por drogas • Infecções • Formas raras autoimunes • Outras síndromes genéticas DIABETES GESTACIONAL • Fisiologia da Gravidez: Aumento do cortisol, GH, lactogênio placentário, progesterona e prolactina. 250% insulina a mais. • Os hormônios da gravidez aumentam a necessidade de insulina. • Quando há uma tendência a diabetes ou um pâncreas mais deficiente, diante da exigência de insulina da gravidez, o pâncreas não dá conta. • Resposta inadequada, com alta glicemia, lipólise, aumento da resistência insulínica, desencadeando a DM gestacional • Consequências: Morbimortalidade, macrossomia, malformações, aborto, prematuridade. Diagnóstico • Medida de glicemia em jejum acima de 92 mg/dL e menos de 126 mg/dL. Se acima de 126, não tem diabetes gestacional, e sim a diabetes mellitus. • Quando vem abaixo de 92, é feito um TOTG (teste oral de tolerância a glicose) • Se no TOTG der em 1 hora acima de 180 mg/dL e em 2 horas acima de 153 mg/dL até 199 DIAGNÓSTICO DE DIABETES (SEM SER GESTACIONAL) Diagnóstico Clínico • Poliúria • Polidipsia • Polifagia • Perda de peso • Tontura • Vertigem • Disfunção erétil Sintomas inespecíficos • Turvação visual • Astenia • Cãimbras • Vulvovaginites Diagnóstico laboratorial • Glicemia de jejum • TOTG • Hemoglobina Glicada • Frutosamina • Glicosúria Vinicius Queiroga – M12 FSM • Pesquisa de corpos cetônicos • Peptídeo C • Autoanticorpos contra células beta Glicemia de Jejum • Menor que 100 é normal • Entre 100 e 126 é pré-diabética (resistência à insulina) • Acima de 126 considera Diabetes Mellitus TOTG • Em caso de não-gestante, coleta o sangue apenas duas horas depois. • Tem que ser menor que 140 para ser normal. • Entre 140 e 200 é pré-diabético. • Acima de 200 (diagnóstico de diabetes) Esse teste é solicitado quando se está em dúvida se tem diabetes mellitus. Revela que 30% que se apresentam como pré- diabetes na glicemia de jejum são na verdade diabéticos. Então solicitar sempre que sair glicemia entre 100-126 e entre 22 e 28 semanas de gravidez. Hemoglobina Glicada • Até5,7% de nossa hemoglobina pode estar ligada a glicose. Mais do que isso, é sinal de aumento da glicemia no sangue. • Tendo em vista que é uma ligação irreversível e que o tempo de vida de uma hemácia é próximo de 3 meses, avalia a glicemia durante esse tempo • 50% do mês anterior à coleta • 25% do segundo mês • 25% do terceiro ou quarto mês • Abaixo de 5,7% normal • Entre 5,7 e 6,5% intolerância a glicose • Acima de 6,5% Diabetes Mellitus Em alguns tipos de pacientes a hemoglobina glicada pode vir falseada (meia vida das hemácias alteradas) Condições que levam a valores falsamente anormais de hemoglobina glicada: • Falsa elevação: o Insuficiência Renal Crônica o Hipertrigliceridemia o Álcool o Esplenectomia o Deficiência de ferro o Toxicidade por chumbo o Toxicidade por opiáceos • Falsa diminuição: o Qualquer condição que diminua a meia-vida das hemácias (anemia hemolítica, esferocitose, eliptocitose, lise desencadeada por deficiência de G6PD) o Perda de sangue (aguda ou crônica) o Transfusão de sangue recente o Gravidez ou parto recente o Altas doses de vitamina C ou E (1g / dia) o Hemoglobinopatias (não com HPLC) o Hemoglobina F (com imunodetecção) o Dapsona São nesses casos que se solicita a Frutosamina (proteína ligada a glicose), reflete a glicemia dos últimos 15 dias. Glicosúria • Baixa sensibilidade diagnóstica • As vezes serve para suspeitar • Surge com glicemias acima de 180 mg/dL • Pode haver glicosúria na ausência de DM, como no caso de gestação, insuficiência renal crônica e glicosúria renal familiar Pesquisa de Corpos Cetônicos • Não serve como diagnóstico, mas como suspeita. Vinicius Queiroga – M12 FSM • Os corpos cetônicos são originados da degradação de lipídios diante da falta de glicose no interior das células. • Corpos cetônicos são tóxicos (Cetoacidose) • Náuseas, vômitos e dor abdominal • Existem glicosímetros que também avaliam corpos cetônicos Dosagem do Peptídeo C • O peptídeo C é secretado juntamente com a insulina pelas células beta. • Usado para avaliar a capacidade secretória do pâncreas • Se o peptídeo C vem em valores normais, o paciente ainda tem uma boa capacidade de secreção insulínica e o paciente provavelmente tem diabetes tipo 2 Dosagem de Autoanticorpos Contra Células B • Está presente na DM1 e LADA • Bom para diferenciar do DM2 • Anti GAD é o anticorpo de maior utilidade • Está presente em 80% dos casos de início recente • Presente em 50% mesmo após 10 anos de doença • Outros anticorpos são: Anti ilhota, anti insulina, anti znt8a • Só se mantêm positivo por cerca de 10 anos Vinicius Queiroga – M12 FSM Ambulatório Vinicius Queiroga – M12 FSM Vinicius Queiroga – M12 FSM
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