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Secreção, endocitose e digestão celular Introdução Retículo endoplasmático: extremamente extenso, com uma porção granular e uma porção lisa. O RER é responsável pela síntese de proteínas, principalmente as de exportação e integrais de membrana. O REL é responsável pela produção de fosfolipídios, lipídios de exportação e hormônios esteroides. Complexo de Golgi: separação e endereçamento de substâncias produzidas no RE. Modifica essas substâncias em suas cisternas – aprimora – e depois as manda para o citoplasma ou para o meio extracelular através do mecanismo de secreção celular. A rede TRANS direciona as substâncias ao lisossomo, vesícula secretora ou membrana plasmática. Via endocítica acontece por um mecanismo de endocitose. Esse mecanismo gera substâncias capturadas que serão digeridas em uma organela chamada de lisossomo. Vias de distribuição Em vermelho destacam-se os caminhos da via secretora de substâncias da célula. Em verde, a representação da via endocítica. As setas em azul representam rotas de reciclagem de receptores e outros marcadores inerentes às duas vias. Exocitose A saída de substâncias da célula, também chamada de exocitose ou via secretora, ocorre seguindo o caminho complexo de Golgi – membrana plasmática (Via constitutiva) ou complexo de Golgi – vesículas secretoras – membrana plasmática. Via constitutiva: direta, contínua para a membrana plasmática da célula. A substância sai da face TRANS do CG em uma vesícula e essa vesícula vai diretamente à membrana plasmática, realizando uma fusão de membrana não regulada. Não existem vesículas de secreção nas células de secreção constitutiva células. Nelas, pode haver grande desenvolvimento de retículo endoplasmático. Isso significa que essas células estão envolvidas no processo de síntese de macromoléculas, mas essa síntese é contínua. Exemplo: plasmócito – altamente secretor de anticorpos. Via regulada ou descontínua: a vesícula se desprende da rede TRANS do CG; esta vesícula estoca as substâncias de secreção. Medicante à presença de um sinal externo – como um neurotransmissor ou um hormônio – há uma sinalização intracelular que permite a fusão regulada de membrana. Atua apenas em células que são especializadas em secreção. Um aumento na glicose do sangue, por exemplo, sinaliza para as células endócrinas produtoras de insulina do pâncreas que elas devem secretar o hormônio Os grânulos de secreção apresentam eletrondensidades diferentes devido ao processo de amadurecimento dessas cargas, também chamado de concentração de carga. Essas substâncias vão sendo acumuladas na vesícula e esta irá amadurecendo. Havendo alta concentração de carga em uma vesícula, ela se torna madura – e assim, adquire maior eletrondensidade. Ainda relacionado ao processo de secreção celular, o local de secreção do produto pode ser diferente. Célula polarizada: a secreção ocorre em um polo celular definido. Exemplo: ápice das células caliciformes ou os ácinos pancreáticos (imagem). Célula não-polarizadas: a secreção ocorre em toda a superfície celular. As vesículas não se concentram em um local específico da célula. Endocitose A endocitose é a entrada de substâncias da célula. Essa entrada pode estar relacionada a diversas substâncias. Captação de: Componentes de membrana plasmática; Fluídos extracelulares; Substâncias particuladas; Solutos; Nutrientes; Macromoléculas; Restos celulares; Bactérias; Vírus; Outras células. Esses elementos são captados por endossomos que possuem localização específica no citoplasma, próximos a membrana plasmática (endossomos primários) ou mais aprofundados/próximos do núcleo (endossomo secundário ou tardio). Pinocitose Captação de fluídos e pequenas partículas em solução Invaginação da membrana plasmática e captação de substâncias Formação de pequenas vesículas pinocíticas, trazendo para dentro do citoplasma Fusão com compartimentos endossômicos, já existentes no interior da célula Digestão ou degradação dessas substâncias por enzimas Pinocitose não seletiva Existem pinocitoses inespecíficas, ou seja, não seletivas. Nelas, há a captação de fluídos e partículas em solução do meio extracelular. Qualquer coisa que esteja no ambiente extracelular e possa ser pinocitada será captada pela célula e internalizada. Acontece de forma contínua na célula. A membrana plasmática se invagina e forma vesículas com substâncias, trazendo-as para o interior da célula. Essas vesículas são produzidas graças a atuação de algumas proteínas citoplasmáticas que são chamadas de caveolinas e cavinas – revestem de uma maneira bastante simples (não são consideradas vesículas revestidas como a clatrina), promovendo a formação das cavéolas (vesículas). Pinocitose seletiva Há também a pinocitose seletiva (específica e regulada), em que o conteúdo a ser internalizado é bastante específico, além de ser altamente regulada. Envolve a ativação de receptores de membrana na célula por ligantes e a atuação da clatrina – proteínas tríceras – para revestir as vesículas. Um exemplo desse tipo de pinocitose (específica) é a captação do LDL colesterol. O LDL colesterol é capturado pelas células através da pinocitose seletiva – o colesterol é selecionado no meio extracelular por receptores específicos de membrana, que uma vez ligados a ele, recrutam as catrinas e formam as vesículas para que estas sejam internalizadas. O revestimento de clatrina é perdido assim que há o destaque da vesícula da membrana plasmática. A vesícula pinocítica se funde com o compartimento endossomico primário, que se encontra na periferia da célula. Assim, no endossomo primário, o receptor de membrana que estava na vesícula pinocítica é destacado do endossomo primário e retorna para a membrana plasmática para um novo ciclo (processo de reciclagem). O endossomo primário segue para um outro compartimento chamado de endossomo tardio (um pouco mais ácido) e se funde, finalmente com os lisossomos para que haja o processo de digestão. O resultado da fusão do lisossomo com o endossomo forma o endolisossomo, onde as enzimas hidrolíticas fazem a digestão final e libera-se o colesterol livre no citosol. Macropinocitose Uma outra forma de pinocitose é a macropinocitose (regulada e independente da clatrina). Nela, há a captação inespecífica de grande volume de fluidos e partículas em solução do meio extracelular. É regulada através da ativação do receptor sinalizador em local diferente da membrana de protusão. Ou seja, o receptor de membrana não está na membrana de protusão. A membrana de protusão é a estrutura da membrana plasmática alongada que captura as substâncias. Na macropinocitose ocorre um rearranjo de actina cortical em resposta à ativação do receptor, promovendo a modificação de uma porção pequena do citoplasma, formando uma onda que se fecha em volta de uma área que possui grande quantidade de partículas com substâncias em solução. Esses fluidos seguem no macropinossomo para serem digeridos. Fagocitose Outro tipo de entrada de substâncias na célula; neste caso, ocorre a captação de grandes partículas, macromoléculas e outras células ou restos celulares. Para que aconteça a captação dessas grandes substâncias não é suficiente apenas a invaginação da membrana. É necessária a formação de pseudópodes pela célula. Pseudópodes são prolongamentos enormes do citoplasma cortical. Com a captura dessas partículas pelos pseudópodes, há a formação de vesículas chamadas de fagossomos. Esses fagossomos se fundem com os compartimentos endossômicos que trazem enzimas que promoverão a digestão das partículas. Um exemplo de fagocitose é a entrada de bactérias revestidas por anticorpos para ser degradada na célula. Esses anticorpos são reconhecidos porsítios de ligação na membrana plasmática por células fagocitárias e, assim que isso ocorre, inicia-se a formação de pseudópodes. Esses pseudópodes formam um fagossomo, que se funde com compartimentos endossõmicos para que seu conteúdo – bactéria – seja digerido por enzimas. Captação de grandes partículas, macromoléculas e outras células Formação de pequenas vesículas – fagossomos Fusão com compartimentos endossômicos Digestão ou degradação Filamentos de actina participam da formação dos pseudópodes ao se rearranjarem no citoplasma cortical. Etapas da fagocitose 1. Adesão: a junção entre a partícula a ser fagocitada com a membrana plasmática da célula fagocitária através da interação entre o receptor de membrana e a partícula. Ocorre uma transformação no citoplasma cortical – rearranjo dos filamentos de actina – para que haja a formação de prolongamentos citoplasmáticos. 2. Internalização: a formação dos pseudópodes e de um vacúolo fagocitário ao redor da partícula, trazendo-a para dentro do citoplasma. 3. Fagossoma: uma vesícula com a partícula dentro, já dentro do citoplasma da célula fagocitária. 4. Fagolisossomo: fusão entre o fagossoma e lisossomos preexistentes dentro da célula, que possuem enzimas hidro líticas. 5. Degradação: as enzimas hidro líticas degradam a partícula fagocitada. Tanto a via secretora quanto a via endocítica só ocorrem por conta da existência do transporte vesicular. Transporte vesicular Há diferentes tipos de vesículas transportadoras de substâncias nas células. Aquelas que são revestidas por clatrinas, aquelas que são revestidas por COPI e COPII. Vesícula revestida por clatrina Há um conjunto de proteínas adaptadoras – promovem a intermediação entre o receptor que está trazendo a substância e a capa que envolve a vesícula – chamadas de proteínas adaptadoras do complexo AP. Essas vesículas são revestidas por exemplo por clatrina. + complexo AP Existem algumas proteínas adaptadoras que promovem a interação com o receptor de um lado e com a clatrina de um outro lado, favorecendo a formação dessas vesículas. Na via endocítica também há a participação de proteínas específicas para o ancoramento e fusão de vesículas. Pode-se citar os marcadores de superfície RAB, que funcionam como proteínas de aprisionamento (RAB5 – endossomo primário; RAB7 – endossomo tardio) e SANAREs (v-SNARE e t- SNARE). Proteína de conexão = efetor de Rab = proteína de aprisionamento Há a grande participação do citoesqueleto no transporte vesicular, assim como das proteínas motoras. Compartimentos endossômicos São compartimentos membranosos resultantes da endocitose, e têm um formato irregular. Possuem enzimas hidro líticas no seu interior. Atuam na separação e endereçamento das substâncias internalizadas levando reciclagem de receptores para a membrana plasmática; levando material para ser degradado no lisossomo ou mesmo liberar materiais no citoplasma. Esses compartimentos atuam em um pH ácido, que é mantido por uma bomba de H+, da membrana desses compartimentos, que transporta ativamente hidrogênio para dentro. Essa bomba tem uma eficiente altíssima, principalmente nos lisossomos – que possuem o pH mais ácido e que participam do processo de digestão celular. Maturação endossômica Esses compartimentos, enquanto são aprofundados no citoplasma, sofrem um processo de maturação endossômica. A maturação endossõmica está relacionada à capacidade de atuar em um pH cada vez mais ácido. O endossomo primário, que é um conjunto de túbulos altamente irregulares que está presente mais próximo da membrana plasmática vai sofrendo modificações até formar o endossomo maduro ou tardio. Durante esse processo, esses endossomos recebem enzimas hidro líticas da rede trans do complexo de Golgi. O endossomo tardio segue até o lisossomo. Quando ele se funde ao lisossomo, ele dá origem ao endolisossomo, finalizando esse processo de degradação. Na maturação há também a participação de microtúbulos e também do complexo de Golgi (alimenta os compartimentos com enzimas). Destinos possíveis Existem diferentes destinos para os receptores transmembrana que foram endocitados. Reciclagem: o receptor entra junto com a partícula endocitada e segue junto até o endossomo primário. Lá, ele se destaca em vesículas transportadoras que os levam de volta para a mesma região da membrana plasmática de onde entrou. A substância Endossomo primário Endossomo secundário endocitada segue a via de degradação normalmente. Transcitose: o receptor foi internalizado a partir de uma região da membrana plasmática, passou para o endossomo primário e ao invés de ser reciclado para a mesma região da membrana plasmática, foi reciclado para outra região de membrana plasmática. Aqui podemos resgatar o conceito de domínio de membrana. Quando um receptor entra por um domínio de membrana e depois é reciclado por um domínio de membrana diferente. Degradação: o receptor não é reciclado por nenhuma das duas vias anteriores; é degradado juntamente com as substâncias endocitadas no endolisossomo. Lisossomos Principais sítios de digestão intracelular; São produzidos no complexo de Golgi, porque no CG há o encaminhamento de enzimas específicas – hidrolases ácidas – para o lisossomo. Degradam nucleotídeos, proteínas, lipídios, fosfolipídios.... Atuam em um pH de 4.7 a 5, muito baixos em comparação com o pH do citoplasma. As enzimas que se encontram no lisossomo – nucleases, proteases, glicosidases, lipases, fosfatases, sulfatases, fosfolipases – só são capazes de atuar em um pH baixo, próximo de 5. As bombas de hidrogênio mantêm o pH do lisossomo ácido através do bombeamento de prótons H+ para dentro do lisossomo, com gasto de energia. Na microscopia eletrônica de transmissão, podemos ver o lisossomo como um compartimento vesicular de conteúdo de eletrondensidade heterogênea., devido às diferentes fases da degradação de substâncias e às diferentes substâncias que estão sendo degradadas. Os lisossomos são produzidos e mantidos pelo complexo de Golgi através da liberação de vesículas da face TRANS contendo enzimas lisossomais marcadas com a manose-6-fosfato. A manose-6- fosfato, enquanto marcador de superfície, possui receptores específicos e essa marcação encaminha a vesícula do CG para os compartimentos endossõmicos, incluindo os lisossomos. Autofagia Mecanismo de reciclagem de organelas. Envolve a formação de vacúolos em torno de organelas que devam ser degradadas. As organelas são englobadas por estruturas membranosas, cisternas, geralmente derivadas de retículo endoplasmático – formadas através de sítios de nucleação pela fusão de várias vesículas. Há, então, a formação de grandes vacúolos (autofagossomos) que contém as organelas a serem recicladas e esses vacúolos se fundem com lisossomos e as enzimas hidro líticas são lançadas sobre as organelas. Os resíduos resultantes dessa degradação são liberados no citoplasma para serem reutilizados pela célula. Corpo residual Em alguns tecidos, há a possibilidade de se formarem corpos residuais dentro de células de vida longa como os neurônios e as células do músculo cardíaco. O processo de degradação dos lisossomos mantém substâncias que não são degradadas na forma de corpos residuais. Esses corpos residuais são os resultados do final do processo de degradação dos lisossomos. Os lisossomos degradam o que é possível e o que sobra fica estocado em grânulos de lipofucsina. Esses grânulos, que possuem a coloração amarelo amarronzada ficam acumulados no citoplasma de células de vida longa e podem servir como marcadores da idade da célula. É comum visualizaresses grânulos em tecidos de animais mais velhos. Tecido muscular cardíaco com acúmulo de corpos residuais Imagens Exemplo de pinocitose seletiva
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