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Processo pelo qual o gameta masculino, espermatozoide, se une ao gameta feminino, ovócito secundário, para formar uma célula somática, zigoto ou célula-ovo. Estimula o oócito a completar a segunda divisão meiótica. Restaura o número diploide normal de cromossomos (46) no zigoto. Resulta na variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos paternos e maternos. Determina o sexo cromossômico do embrião. Causa a ativação metabólica da oótide (oócito quase maduro) e inicia a clivagem do zigoto. Ovócito secundário em metáfase 11 da meiose. Zona pelúcida: é uma estrutura macromolecular basicamente glicoproteica de mais ou menos 12 micrômetros de espessura; é resistente, permeável e secretada pelo ovócito. É formada por glicopriteínas denominadas ZP1 (200kDa), ZP2 (120kDa) e ZP3 (83kDa). A glicoproteína ZP3 tem complementariedade com um receptor presente na membrana do espermatozoide e promove ligação com eles (espécie-específica). Grânulos corticais: ficam abaixo da membrana plasmática do ovócito e contém enzimas que alteram as ZP3 e ZP2 de modo que os espermatozoides não podem mais se ligar a zona pelúcida. Filamentos de actina G mantém e sustentam os grânulos corticais. Espaço perivitelino: espaço entre a zona pelúcida e a membrana plasmática do ovócito secundário. 1. Espermatozoides com boa motilidade e bem nutrido pelo sêmen. 2. Ovócito advindo de ovocitação correta. 1. Os espermatozoides são depositados no fundo da vagina. O pH neutro do sêmen (entre 7-8,5) protege os espermatozoides contra a acidez bactericida do fluido vaginal. 2. Movimentação dos espermatozoides os permitem penetrar no muco cervical. 3. Os espermatozoides podem ir para a direita e para a esquerda. Os ovários se revezam nos ciclos menstruais. Há fatores que fazem com que os espermatozoides entrem na tuba uterina correta. Um dos processos se chama quimiotaxia, por meio de sinais químicos presentes no fluido antral folicular liberado na ovocitação. Outro é a termotaxia – atração pela temperatura do lado onde ocorreu a ovocitação. 4. A maioria dos espermatozoides são perdidos durante a passagem em direção às tubas. Fatores como: caminho longo, malformações espermáticas, falta de nutrição para os espermatozoides, qualidade genética dos espermatozoides – aneuploidias, deixando-os mais pesados ou mais leves. Somente os espermatozoides capacitados por substancias como bicarbonato e sais de cálcio no processo de capacitação espermática estarão aptos a atravessar as camadas que circundam o ovócito 11 e fecunda-lo. As alterações ocorridas durante a capacitação tornam os espermatozoides hiperativos e aptos a realizarem a reação acrossomal e atravessarem a zona pelúcida. Na ejaculação, várias proteínas epididimárias se aderem à superfície do espermatozoide. Quando essas proteínas se juntam ao plasma seminal, que agregam outras proteínas nas superfícies do acrossomo. Após ser ejaculado, o espermatozoide deve perder as proteínas que estão aderidas ao seu acrossomo, para que ele possa interagir com moléculas específicas de reconhecimento no ovócito. As glândulas uterinas do muco endometrial secretam um líquido que possui substâncias capazes de retirar as glicoproteínas da superfície do espermatozoide, e mais ainda – hiperativar o processo de batimento flagelar por dois fatores: a entrada por difusão de bicarbonato e pela entrada de cálcio através de canais de cálcio. Tanto o bicarbonato quanto o cálcio irão estimular a produção de adenilciclase, que é responsável por converter ATP em AMP cíclico, que tem funções de mensageiros intracelulares – ou seja, ativa proteínas kinases PKA que levarão ao aumento da motilidade progressiva em cascata. No caso do cálcio, a cálcio calmodulina é ativada pelo cálcio; a calmodulina ativa uma kinase que depende de calmodulina e esta ativa a hipermotilidade. Na capacitação do espermatozoide, ocorre a remoção de proteínas aderentes do plasma seminal; alterações metabólicas (aumento do AMPc, alteração da disponibilidade de ATP, aumento do consumo de O2, diminuição do pH intracelular); hiperativação da motilidade com o aumento do batimento flagelar com a interação com os microtúbulos. No processo com o cálcio, quem modula negativamente é a calcineurina. No processo com o bicarbonato, quem modula negativamente são as serinas-treoninas fosfatases. A modulação de canais iônicos promove o aumento intracelular de prótons, fazendo com que o pH dentro do espermatozoide fique um pouco menor. Penetração na corona radiata. Movimentação das caudas do espermatozoide pelo batimento flagelar. Ação da hialuronidase liberada nesse processo em algumas espécies, que degrada o ácido hialurônico que facilitaria a passagem do espermatozoide por entre as células da corona radiata. Penetração na zona pelúcida. Fase importante da fecundação pois forma-se um caminho na zona pelúcida. Ligação da membrana plasmática do espermatozoide com a zona pelúcida mediada pela ZP3. A ZP3 é reconhecida pelo espermatozoide pelos seus receptores de ZP3 expostos (capacitado, sem as proteínas ao seu redor), estimulando uma série de fatores dependentes de cálcio que irão desencadear a reação acrossômica. Estimula a reação acrossômica. A reação acrossômica é um processo dependente da ligação do espermatozoide com uma célula da zona pelúcida que é a ZP3 em um esquema chave-fechadura. As substâncias liberadas pelo acrossomo auxiliam o espermatozoide a atravessar a zona pelúcida, formando um caminho. Somente após o término da reação acrossômica é que o espermatozoide consegue começar a atravessar a zona pelúcida. ZP3 é um receptor associado à proteína G. Ativação direta do canal T, que abre canais transitórios de cálcio. O que desencadeia o fechamento do canal de Ca+ é o aumento da concentração desse íon no espermatozoide. A proteína G desencadeia reações de produção de trifosfato de dinositol, que junto com cálcio que entra pelo canal transitório abrirão canais de cálcio TRPC2, que são responsáveis pela entrada sustentada de cálcio – entrada que independe da concentração interna de cálcio. Aumento considerável do cálcio intracitoplasmático, que é importante para a fusão da membrana plasmática do espermatozoide com a membrana externa do acrossomo. Quando essas membranas se fundem, o conteúdo do acrossomo, principalmente enzimas – acrosina – começa a ser liberado por perfurações na superfície anterior do espermatozoide. As perfurações se tornam maiores até que as membranas fundidas se desfaçam. A membrana interna do acrossomo e a membrana plasmática do espermatozoide na região do colo continuam intactas (se fusionam lateralmente). A principal enzima que degrada a zona pelúcida é a acrosina. Passagem pela zona pelúcida = digestão da zona pelúcida e batimento flagelar. Quando o espermatozoide atravessa a zona pelúcida, ele não mais interage de forma perpendicular com o ovócito 11, mas lateralmente. Fusão das membranas plasmáticas do ovócito com a do espermatozoide. As membranas do espermatozoide e do ovócito fundem-se através do reconhecimento entre proteínas de superfície do espermatozoide – fertilinas – e do ovócito – integrinas e CD9. Ligação entre as duas membranas, interagindo entre si – sinaliza que ocorra a liberação de cálcio citoplasmático armazenados no retículo endoplasmático liso no ovócito por meio de canais de Ca+, se dando por dois mecanismos: despolarização na membrana do ovócito e processos de fusão que determinam o aumento do trifosfato dinositol. Os canais de cálcio do retículo liso do ovócito podem se abrir ou fechar por meio de sinais moleculares – dependentes de ligantes - ou mudança de voltagem de repouso da membrana plasmática – dependente de voltagem. A cabeça e a cauda do espermatozoide penetram noovócito. Membrana plasmática fica para trás. O espermatozoide se funde de lado, porque durante o processo de reação acrossômica o espermatozoide perde a membrana plasmática frontal, e seus receptores se encontram lateralmente. Após a entrada de um espermatozoide dentro do ovócito, a entrada de outros deve ser impedida (poliespermia), pois isso levaria a um desenvolvimento anormal. Existem dois bloqueios de poliespermia: bloqueio rápido (despolarização de membrana do ovócito; ) e bloqueio lento (reação cortical, que só ocorre porque o bloqueio rápido aconteceu). Em organismos onde não há bloqueio rápido, o bloqueio lento da poliespermia se dá pelo mecanismo de liberação de cálcio dependente do aumento do inositol trifosfato que é decorrente da fusão da membrana do espermatozoide com o ovócito, por meio das fertilinas do espermatozoide com as integrinas e CD9 (receptores) do ovócito. Em animais em que há o bloqueio rápido, após a fusão do espermatozoide com o ovócito, o potencial de membrana do ovócito 11 fica positivo, por despolarização da membrana com a abertura de canais iônicos. Possui curta duração. Atuação das bombas de sódio-potássio (despolarização da membrana até +20mV). Abertura dos canais de cálcio dependentes de voltagem do retículo endoplasmático liso do ovócito com esse aumento no potencial (mV). Com a alteração no potencial de membrana, há uma repulsão entre as membranas do ovócito e os demais espermatozóides, fazendo com que mais nenhum consiga se fundir com o ovócito, bloqueando a poliespermia. O bloqueio rápido desencadeia o bloqueio lento. A saída de cálcio do retículo está envolvida tanto com a despolarização da membrana, quanto com o aumento da produção de inositol trifosfato. Nos animais onde há os dois mecanismos, o cálcio sairá mais rápido. Nos animais em que há apenas o bloqueio lento, o cálcio aumentará de concentração com o aumento da concentração do inositol 3 fosfato. É a liberação do conteúdo dos grânulos corticais através do cálcio. Com a liberação das enzimas do grânulo cortical, qualquer espermatozoide extra que estiver na região perivitelina será degradado. Além disso, essas enzimas alteram a conformação da proteína ZP2 e ZP3 da zona pelúcida. Assim, quando se modifica a estrutura da ZP3, qualquer espermatozoide que chegue até a zona pelúcida e tente realizar a reação acrossômica não a reconhecerá, por sua rigidez e por sua mudança de conformação química, e, portanto, não conseguirá. Resumo das etapas da fase 3: 1. Despolarização da membrana (bloqueio rápido). 2. Abertura dos canais de cálcio dependentes de voltagem e de ligantes (Insp3R) do REL. 3. Exocitose dos grânulos corticais mediada pelo cálcio para o espaço perivitelino. 4. Liberação das enzimas dos grânulos corticais. 5. Degeneração de espermatozoides que estejam no espaço perivitelino. 6. Modificação da ZP2 e ZP3 da zona pelúcida. 7. Endurecimento e alteração da estrutura de reconhecimento ZP3 da zona pelúcida. 8. O cálcio reativa o ovócito, para que ele termine a segunda divisão da meiose (pois estava até agora parado em metáfase 11), formando o núcleo do óvulo. Formação e fusão dos pró-núcleos masculino e feminino. O ovócito termina a segunda divisão meiótica. Descondensação da cromatina do espermatozoide e aumento do volume nuclear – formação do pró-núcleo masculino. No ovócito, as mitocôndrias paternas e o flagelo são degenerados seletivamente. No zigoto, só haverá DNA mitocondrial materno. Após o término da meiose do ovócito secundário, que agora é o óvulo, o material cromossômico (cromatina) do óvulo descondensa – formação do pró- núcleo feminino. Durante o crescimento dos pró-núcleos, o DNA é replicado (1 cromossomo com duas cromátides irmãs). Aproximação dos pró-núcleos com a ajuda do citoesqueleto. Quando os pró-núcleos se aproximam, os envoltórios nucleares se desagregam. Os cromossomos se condensam e dispõe-se para uma divisão mitótica comum. A cromatina se mistura, se descondensando, e a seguir o envoltório se reconstitui formando o núcleo zigótico diploide (2n) A combinação dos cromossomos de cada pró-núcleo resulta em um zigoto e neste momento a fertilização está concluída e o desenvolvimento embrionário se inicia.. Término da segunda divisão meiótica, com a formação do óvulo. Restaura o número diploide de cromossomos 2n = 46 do zigoto. Promove a variação da espécie pela combinação de lotes cromossômicos de diferentes indivíduos. Determina o sexo do embrião. Causa ativação metabólica do ovócito. Dá início à clivagem.
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