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Termorregulação e Homeostase Corporal

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Termorregulação 
Introdução 
A temperatura é a medida da intensidade da 
energia cinética média dos átomos e moléculas. Ela 
influencia as interações químicas que afetam a 
estrutura das macromoléculas e as reações 
bioquímicas, portanto possui um efeito importante em 
todos os processos fisiológicos. 
Nossa temperatura corpórea normal está 
entre 36 a 37°C. É importante mantê-la estável, 
havendo apenas uma variação de 1 a 2°C, porque 
nosso organismo possui uma grande quantidade de 
enzimas que catalisam reações químicas e essas 
enzimas possuem uma atividade enzimática ótima 
dependente da temperatura. Além disso, pode haver 
a desnaturação de proteínas – conformação 
tridimensional perdida. 
Já temperaturas mais baixas não causam 
distúrbios na atividade enzimática, mas até ajudam a 
preservar a conformação tridimensional de proteínas. 
Entretanto, as temperaturas baixas podem impedir o 
transporte de substâncias entre membranas 
plasmáticas nas células excitáveis – músculos estriado, 
cardíaco e liso e sistema nervoso central – fazendo 
com que elas percam sua capacidade excitatória. 
Temperatura corporal 
 A temperatura central do corpo, nas vísceras 
da porção central do abdome, e no encéfalo, a 
temperatura permanece estável em 36,5 a 38°C, sem 
ser considerado estado febril, sendo 0,6°C mais alta 
quando medida por via retal. A temperatura 
periférica, que inclui os membros, pode ser 
extremamente variada, dependendo se o ambiente 
está frio ou quente. 
 
 Ao longo de um dia, nossa temperatura 
corporal varia, sendo menor durante a manhã, já que 
nosso metabolismo é baixo nesse período. No 
decorrer do dia, a temperatura aumenta e o 
metabolismo também. Ao contrário, para quem dorme 
de dia, o maior pico de temperatura é a noite. Às seis 
horas da tarde, temos um pico de temperatura 
corporal. 
A temperatura corporal se eleva durante o 
exercício e varia com as temperaturas extremas do 
ambiente, porque os mecanismos regulatórios da 
temperatura não são perfeitos. Quando calor 
excessivo é produzido no corpo pelo exercício 
vigoroso, a temperatura pode se elevar, 
temporariamente para até 38,3 a 40°C. De forma 
inversa, quando o corpo é exposto a frio extremo, a 
temperatura, em geral, pode cair até valores abaixo 
de 36,6°C. 
 
Variação normal estimada pela temperatura “central” 
As consequências da mudança de 
temperatura do corpo humano são: 
Temperatura Consequência 
40-44 Choque térmico com falência 
múltipla de órgãos e lesões 
cerebrais 
38-40 Hipertermia (resultante da febre 
ou de exercício) 
36-38 Intervalo considerado normal 
34-36 Hipotermia leve 
30-34 Desajuste da regulação da 
temperatura 
27-29 Fibrilação atrial 
 
A manutenção da temperatura ao longo do 
dia é realizada por um mecanismo de equilíbrio 
fisiológico. Esses equilíbrios são dinâmicos, ou seja, 
não significa que não estão ocorrendo variações, mas 
as variações que estão ocorrendo não são extremas 
a ponto de sair da homeostase (ponto de equilíbrio). 
Variações na temperatura do ambiente 
externo podem influenciar na produção de calor ou 
na perda de calor do corpo. Assim, sempre que 
necessário, podemos produzir mais calor ou perder 
mais calor. 
 
Homeostase da temperatura 
A manutenção da temperatura corporal 
ocorre através de um balanço entre a perda e o 
ganho de calor. A homeotermia possibilita que o 
organismo mantenha sua atividade em temperaturas 
ambientais bastante diferentes. Seres humanos, 
portanto, são endotérmicos. 
É importante ressaltar que crianças e idosos 
possuem menor capacidade de manutenção da 
temperatura – crianças porque o sistema nervoso 
central ainda está em maturação e, com isso, elas 
ainda não conseguem captar e responder 
rapidamente os estímulos dos termo receptores; 
idosos porque as glândulas sudoríparas deles não 
respondem da mesma maneira que em jovens, além 
da perda de termo receptores periféricos, 
consequentemente diminuindo a capacidade de 
informar o SNC rapidamente sobre a necessidade de 
se produzir ou perder calor de acordo com a 
temperatura ambiente. 
Quando a intensidade/velocidade da 
produção de calor no corpo é superior à da perda 
de calor, o calor se acumula no corpo e a 
temperatura corporal se eleva. Inversamente, quando 
a perda de calor é maior, tanto o calor corporal como 
a temperatura corporal diminuem. 
 Uma característica básica do equilíbrio 
térmico é que o controle da temperatura corporal 
obedece aos controles homeostáticos (equilíbrio 
dinâmico que propicia a vida livre e independente). 
Ou seja, o equilíbrio térmico é todo realizado na base 
do feedback negativo. O mecanismo de regulação 
funciona agindo contra a variação, seja para cima, 
seja para baixo. 
 
Efeito das temperaturas atmosféricas altas e baixas de 
várias horas de duração sobre a temperatura corporal 
“central”. A temperatura corporal interna permanece 
estável a despeito de amplas alterações na temperatura 
atmosférica. 
Assim, se a temperatura corporal estiver 
normal, nada é feito. Porém, se a temperatura está 
fora da faixa desejada, temos sensores (termo 
receptor periférico na derme) que captam essa 
informação e enviam um sinal para um centro 
integrador – que fica no hipotálamo. Assim, o centro 
integrador altera esse sinal e o envia para um efetor 
– glândulas sudoríparas e plexos vasculares cutâneos. 
Sensores térmicos na pele e no interior do 
organismo respondem às mudanças na temperatura 
local. Os termos receptores da pele são as aferências 
– terminações nervosas livres (que trafegam essas 
informações sobre a temperatura do ambiente pela 
via espinotalâmica). A medula espinal recebe as 
informações e as encaminha de forma lateral e 
anterior pelos tratos medulares até chegar nos 
centros nervosos mais importantes – tálamo, córtex e 
hipotálamo. O hipotálamo faz os ajustes reflexos que 
são feitos antes mesmo que tenhamos consciência 
dessa variação de temperatura. 
Produção 
de calor
Perda de 
calor
Suor/ofegação
↓ Isolamento
Evaporação
Termogênese 
sem tremor
↑ Isolamento
Produção basal 
de calor
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Termo receptores internos estão presentes na 
medula espinhal, no SNC, inseridos nas 
fáscias dos músculos esqueléticos e dentro 
dos grandes vasos sanguíneos do core do 
organismo. 
 Vasoconstrição está associada a retenção de 
calor. 
 Vasodilatação está relacionada a dissipação 
de calor. 
 BAT: tecido adiposo marrom. 
Hipotálamo 
O hipotálamo está em um local estratégico, 
acima do tronco encefálico e recebendo todas as 
influências de todos os tratos superiores do encéfalo. 
Possui pontos vazados sem barreira 
hematoencefálica que permitem o livre acesso do 
conteúdo da corrente sanguínea para pontos 
estratégicos do hipotálamo. É, portanto, um grande 
centro integrador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A área hipotalâmica anterior pré-óptica 
contém grande número de neurônios sensíveis ao 
calor, bem como cerca de um terço de neurônios 
sensíveis ao frio. Acredita-se que esses neurônios 
atuem como sensores de temperatura para o controle 
da temperatura corporal. Os neurônios sensíveis ao 
calor aumentam sua atividade por duas e 10 vezes, 
em resposta a aumento de 10°C da temperatura 
corporal. Os neurônios sensíveis ao frio, por sua vez, 
aumentam sua atividade quando a temperatura 
corporal cai. 
Quando a área pré-óptica é aquecida, a pele 
de todo o corpo imediatamente produz sudorese 
profusa, enquanto os vasos sanguíneos da pele de 
todo o corpo ficam muito dilatados. Essa resposta é 
uma reação imediata que causa perda de calor, 
ajudando a temperatura corporal a retornar aos 
níveis normais. Além disso, qualquer excesso de 
produção de calor pelo corpo é inibido. Portanto, está 
claro que a área hipotalâmica anterior pré-óptica tem 
a capacidade de funcionar como centro de controle 
termostático da temperatura corporal. 
A área do hipotálamo que os sinais perfiéricos 
estimulam está localizada bilateralmente no 
hipotálamo posterior, aproximadamente no nível dos 
corposmamilares. Os sinais sensoriais de temperatura 
da área hipotalâmica anterior pré-óptica também são 
transmitidos para essa área no hipotálamo posterior. 
Aí, os sinais da área pré-óptica e os sinais de outros 
locais do corpo são combinados e integrados para 
controlar as reações de produção e de conservação 
de calor do corpo. 
No hipotálamo, temos neurônios chamados de 
pré-autonomios; é do hipotálamo que sai o comando 
de neurônios que fará a atividade do sistema nervoso 
autônomo simpático e parassimpático. 
Resumindo, no hipotálamo, temos duas regiões 
muito importantes que recebem informações de termo 
receptores cutâneos e internos. Sempre que 
necessárias respostas de perda de calor (perder 
calor), o hipotálamo anterior (POAH) é ativado. 
Sempre que necessárias respostas de produção e 
retenção de calor (ganho de calor) o hipotálamo 
posterior é ativado. 
 
 A formação reticular do tronco cerebral é 
importante para despertar o indivíduo, 
deixando-o mais alerta. 
Produção de calor 
 A produção de calor é chamada de 
termogênese. Pode-se ter dois grandes tipos de 
termogênese: 
Termogênese sem tremor (química): 
produção metabólica de calor. A adrenalina pode 
favorecer as ações do hormônio da tireoide, tiroxina, 
e também favorecer o desacoplamento de moléculas 
de fosfato. 
 O alimento ingerido é quebrado para gerar 
ATP e para que ele seja quebrado para 
produzir calor. 
 A liberação de hormônio tireoestimulante 
(TSH) pela adenohipófise é aumentada na 
corrente sanguínea, fazendo com que a 
tireóide libere mais tiroxina no sangue. Esse 
aumento de tiroxina favorece o aumento do 
metabolismo intracelular. 
Termogênese com tremor: calor liberado 
durante a contração muscular. 
 Sinais hipotalâmicos iniciam os tremores por 
ativação de grupamentos musculares. 
 Ativação de áreas comportamentais para a 
geração de atividade muscular. 
 Os mecanismos de conservação de calor, 
com relação à vasoconstrição, são feitos pelo Sistema 
Nervoso Autônomo Simpático. Os vasos sanguíneos 
são inervados exclusivamente pelo Sistema Nervoso 
Simpático. Assim, uma vez que ativado, o SNAS 
libera, através de neurônios simpáticos, o 
neurotransmissor noradrenalina, que se ligará aos 
receptores do subtipo 𝛼 dos vasos sanguíneos. (A 
noradrenalina será liberada em menor quantidade 
pela medula da adrenal, que libera adrenalina 
diretamente na corrente sanguínea). 
O aumento da liberação de noradrenalina e 
adrenalina ativam os receptores dos vasos e fazem 
com que a musculatura lisa da parede desses vasos 
se contraia. Consequentemente, diminui-se a área 
disponível para a passagem do sangue, diminuindo a 
possibilidade de dissipar calor desse sangue para o 
meio externo. 
Detecção da temperatura por 
receptores na pele 
A pele apresenta taxa metabólica pequena, e 
a circulação da pele é considerada uma circulação 
especial. Ela apresenta pequenos vasos sanguíneos 
chamados de anastomoses artériovenulares, que 
podem determinar uma palidez ou rubor, 
dependendo de sua ativação ou inibição. Essa menor 
taxa de metabolismo da pele permite que hajam 
variados fluxos sanguíneos nela que não são 
necessariamente danosos. 
 
A pele é dotada de receptores para o frio e 
para o calor. A pele apresenta muito mais receptores 
para o frio do que para o calor — de fato, 10 vezes 
mais, em várias partes da pele. Portanto, a detecção 
periférica da temperatura diz respeito principalmente 
à detecção de temperaturas mais frias, ao invés das 
temperaturas quentes. Embora os mecanismos 
moleculares para detectar mudanças na temperatura 
não sejam bem compreendidos, os estudos 
experimentais sugerem que a família de receptores de 
potencial transitório de canais catiônicos, presentes 
Termo 
receptores 
cutâneos e 
internos
Formação 
reticular do 
Tronco 
Cerebral
Área pré 
óptica do 
Hipotálamo 
anterior
nos neurônios somatossensoriais e nas células 
epidérmicas, pode mediar na sensação térmica em 
um amplo intervalo de temperaturas cutâneas. 
Quando a pele é resfriada em todo o corpo, 
efeitos reflexos imediatos são evocados e começam a 
aumentar a temperatura corporal de várias formas: 
1. Gerando forte estímulo para causar calafrios 
com aumento resultante da produção de 
calor corporal; 
2. Pela inibição do processo da sudorese, se 
este estiver ocorrendo; 
3. Promovendo a vasoconstrição da pele para 
diminuir a perda de calor corporal pela pele. 
A condução de calor para a pele pelo sangue 
é controlada pelo grau de vasoconstrição das 
arteríolas e das anastomoses arteriovenosas que 
suprem sangue para os plexos venosos da pele. Essa 
vasoconstrição é controlada quase completamente 
pelo sistema nervoso simpático, em resposta às 
alterações da temperatura central do corpo e 
alterações da temperatura ambiente. 
 
Quando captada a diminuição da 
temperatura na pele, ocorre a atuação do SNAS nos 
vasos da pele – há o fechamento ou vasoconstrição 
deles de tal forma que seja impedido o fluxo de 
sangue na rede capilar e seja feito um desvio de 
sangue de arteríolas para as vênulas. Assim, o sangue 
passa pela pele sem passar pela superfície desta. 
 
 A pele também é capaz de fazer o inverso. 
Pode usar os capilares sem a ativação do SNAS 
diretamente para os vasos (apenas para gls. 
Sudoríparas) em uma situação de calor. Permite-se 
que haja o fluxo de sangue na superfície da pele, 
havendo troca de calor com o ambiente externo e 
consequente resfriamento. 
 
Detecção da temperatura por 
receptores internos 
Os receptores corporais profundos são 
encontrados principalmente na medula espinal, nas 
vísceras abdominais e dentro ou ao redor das 
grandes veias na região superior do abdome e do 
tórax. Esses receptores profundos atuam 
diferentemente dos receptores da pele, pois eles são 
expostos à temperatura central do corpo, em vez da 
temperatura da superfície corporal. Além disso, como 
os receptores de temperatura da pele, eles detectam, 
em sua maior parte, o frio ao invés do calor. É 
provável que tanto os receptores da pele como os 
-receptores profundos do corpo se destinem à 
prevenção da hipotermia, ou seja, impedir a baixa 
temperatura corporal. 
 
Respostas ao frio 
 Vasoconstrição – para reter calor. 
 Aumento da glicemia e consumo de glicose 
para produzir calor (aumenta a taxa 
metabólica). Aumento a atividade intracelular 
de proteínas desacopladoras de moléculas 
capazes de fornecer energia (ATP). 
 Tremor muscular (devido aumento do tônus 
muscular no músculo estriado esquelético). 
 Piloereção. 
 Liberação de TRH (hormônio liberador de 
tireotrofina), aumenta a tiroxina, que favorece 
a produção de ATP e calor. 
 Resposta comportamental de se encolher e se 
proteger do frio. 
Perda de calor 
 Em uma situação em que o corpo está 
recebendo muito calor externo e ficando quente, o 
organismo têm de se preparar para perder calor. 
Grande parte do calor produzido pelo corpo 
é gerada nos órgãos profundos, especialmente no 
fígado, no cérebro e no coração, bem como nos 
músculos esqueléticos durante o exercício. A seguir, 
esse calor é transferido dos órgãos e tecidos 
profundos para a pele, onde ele é perdido para o ar 
e para o meio ambiente. Portanto, a velocidade da 
perda de calor é determinada quase completamente 
por dois fatores: 
1. a velocidade de condução do calor de onde 
ele é produzido no centro do corpo até a 
pele; e 
2. a velocidade de transferência do calor entre 
a pele e o meio ambiente. 
Para que o organismo perca o calor, ele deve: 
1. Aumentar a sudorese. 
2. ↑Circulação sanguínea. 
3. Comportamento, como procurar se refrescar. 
Glândulas sudoríparas 
As glândulas sudoríparas écrinas contribuem 
para a regulação da temperatura através da 
liberação do suor. Possuem maior densidade nas 
palmas, plantas, axilas e fronte da face. A produção 
do suor é uma resposta adaptativa ao estímulo 
térmico. 
As glândulas sudoríparas apócrinas são 
localizadas nas axilas, regiões ano-genitais e mamilos. 
A secreção apócrinaalterada à superfície da pele 
pela presença de microrganismos torna-se odorífera. 
A glândula écrina apresenta uma porção 
secretora que absorve íons e água dos vasos 
sanguíneos presentes na derme. A porção secretora 
favorece de forma ativa a secreção precursosa de 
uma solução de Na+ e Cl- diluída semelhante ao 
plasma sanguíneo, com baixa concentração de K+. À 
medida que a solução passa pelo ducto excretor da 
glândula, são reabsorvidos boa parte do Na+, Cl- e 
H2O. 
A glândula écrina possui uma inervação 
exclusiva de Sistema Nervoso Autônomo Simpático, 
com uma particularidade: o a inervação simpática 
para glândulas sudoríparas libera como 
neurotransmissor a acetilcolina. A acetilcolina, uma 
vez em volta da porção secretora favorecem uma 
maior produção de suor (água e cloreto de sódio). 
Assim, o hipotálamo, ao receber a informação de 
calor pelos termo receptores cutâneos e interiores, 
integra essa informação e aciona o SNAS. 
Se a exposição ao calor for continuada 
(aclimatação ao calor), para que não seja perdido o 
sódio e o cloreto do organismo progressivamente, é 
secretada uma quantidade maior do hormônio 
mineralocorticoide aldosterona pelas glândulas 
suprarrenais. Isso ocorre com o intuito de conservar 
Na+ e ajudar a diminuir o volume total do suor, para 
evitar desidratação. 
 
 A acetilcolina liberada na região das 
glândulas écinas pode se dispersar e provocar a 
vasodilatação da rede de capilares subjacente à 
epiderme, aumentando o fluxo sanguíneo naquela 
região. 
 Em situações de calor, procuramos molhar o 
corpo, pois a água tem um grande poder de 
condutibilidade térmica, conseguindo absorver calor 
e resfriar o organismo através da evaporação dela. 
Colocar uma camiseta de plástico para correr 
ajuda a perder calorias? Não! Praticamente todo o 
calor liberado pelo organismo deve sair pela 
superfície da pele. A transpiração regula a 
temperatura do corpo e não determina gasto 
calórico. 
 A evaporação do suor favorece a dissipação 
do calor gerado durante o exercício físico. 
 A dissipação da carga térmica é essencial 
para o prolongamento do exercício. 
 Exposição excessiva ao calor pode levar a 
exaustão térmica. Dentre as causas da 
exaustão térmica: 
1. Desidratação = perda de água para o 
ambiente. 
2. Hipovolemia = redução do fluxo de sangue. 
 
Respostas ao calor 
 Vasodilatação – fluxo de sangue abaixo da 
epiderme é favorecido. 
 Glândulas sudoríparas écrinas são 
estimuladas, A estimulação dá área pré-
óptica-hipotalâmica anterior do cérebro 
provoca sudorese tanto eletricamente como 
por excesso de calor. Os impulsos neurais 
oriundos dessa área que causam sudorese 
são transmitidos por vias autônomas para a 
medula espinal e, depois, pelo simpático para 
a pele em todas as partes do corpo. 
 Taquipneia (aumento da FR para troca de 
vapor pela respiração, a fim de dissipar o 
calor). Ou seja, quando o corpo fica 
superaquecido, o hipotálamo emite sinais 
neurogênicos para diminuir a temperatura 
corporal. Um desses sinais desencadeia a 
respiração ofegante. O arquejo, de fato, é 
controlado pelo centro do arquejo, associado 
ao centro respiratório pneumotáxico, 
localizado na ponte. 
 Comportamento de procurar se refrescar. 
 
 As roupas reduzem a perda de calor por 
condução e por convecção: As roupas aprisionam o 
ar próximo à pele nas fibras dos tecidos, aumentando 
a espessura da chamada zona privada de ar 
adjacente à pele e diminuindo o fluxo das correntes 
de convecção do ar. Consequentemente, a 
velocidade da perda de calor do corpo, por 
condução e convecção, diminui bastante. A eficiência 
da roupa na manutenção da temperatura corporal é 
quase completamente perdida quando fica úmida, 
porque a alta condutividade da água aumenta a 
velocidade de transmissão do calor através das 
roupas por 20 vezes ou mais. 
 A evaporação é um mecanismo de 
resfriamento necessário em temperaturas muito altas 
do ar: Sempre que a temperatura da pele é superior 
à temperatura do ambiente, o calor pode ser 
eliminado por radiação e condução. Entretanto, 
quando a temperatura do ambiente é superior à da 
pele, ao invés de perder calor, o corpo ganha calor, 
tanto por radiação como por condução. Nessas 
circunstâncias, o único meio do corpo perder calor é 
pela evaporação. Portanto, qualquer coisa que 
impeça a evaporação adequada, quando a 
temperatura do ambiente é maior do que a da pele, 
elevará a temperatura interna. 
 
O corpo humano irradia os raios de calor em todas as 
direções. Os raios de calor também são irradiados pelas 
paredes e por outros objetos na sala, na direção do corpo. 
Se a temperatura do corpo é maior do que a temperatura 
do ambiente, maior quantidade de calor é irradiada pelo 
corpo do que a que é irradiada para o corpo. 
Controle comportamental da 
temperatura corporal 
Além dos mecanismos subconscientes para o 
controle da temperatura corporal, o corpo tem outro 
mecanismo de controle da temperatura ainda mais 
potente: o controle comportamental da temperatura. 
Quando a temperatura corporal interna se eleva em 
excesso, sinais oriundos das áreas de controle da 
temperatura no cérebro dão à pessoa sensação física 
de hiperaquecimento. Inversamente, sempre que o 
corpo se esfria, sinais da pele e, provavelmente, 
também de receptores corporais profundos 
desencadeiam a sensação de desconforto pelo frio. 
Portanto, a pessoa faz os ajustes ambientais 
apropriados para restabelecer o conforto, como sair 
de ambiente quente ou o uso de roupas bem isoladas 
em tempos frios. 
O controle comportamental da temperatura é 
um sistema muito mais poderoso para o controle da 
temperatura corporal do que qualquer outro sistema 
conhecido pelos fisiologistas no passado. Na 
verdade, esse é o único mecanismo realmente eficaz 
para manter o calor corporal em ambientes 
extremamente frios. 
Febre 
Febre, que significa temperatura corporal 
acima da faixa normal de variação, pode ser 
provocada por anormalidades no cérebro ou por 
substâncias tóxicas que afetam os centros reguladores 
da temperatura. Elas incluem doenças bacterianas ou 
víricas, tumores cerebrais e condições ambientais que 
podem resultar em uma intermação. 
 
Ponto de ajuste 
A temperatura corporal central crítica é de, 
aproximadamente, 37,1°C. Esse nível crítico de 
temperatura é chamado “ponto de ajuste” (ou ponto 
fixo) do mecanismo de controle da temperatura, isto 
é, todos os mecanismos de controle da temperatura 
tentam continuamente trazer a temperatura corporal 
para o nível desse ponto crítico de ajuste. 
1. Em temperaturas acima desse nível, o índice 
de perda de calor é mais elevado que o da 
produção de calor, de modo que a 
temperatura do corpo cai e se aproxima do 
nível de 37,1°C. 
2. Em temperaturas abaixo desse nível, a 
produção de calor é maior que a de perda 
de calor, de modo que a temperatura se 
eleva novamente e se aproxima dos 37,1°C. 
O ponto de ajuste da temperatura no hipotálamo, 
acima do qual a sudorese se inicia e abaixo do qual 
são desencadeados os calafrios, é determinado 
principalmente pelo grau de atividade dos receptores 
de calor na área hipotalâmica anterior pré-óptica. 
Entretanto, os sinais de temperatura das áreas 
periféricas do corpo, especialmente da pele e de 
certos tecidos corporais profundos (medula espinal e 
vísceras abdominais), também contribuem de modo 
discreto para a regulação da temperatura corporal. 
Mas como eles contribuem? A resposta é que eles 
alteram o ponto de ajuste do centro de controle da 
temperatura no hipotálamo. 
 
Efeito de diferentes temperaturas da pele sobre o ponto 
de ajuste para a sudorese, demonstrando que esse ponto 
crítico aumenta conforme a temperatura diminui. Assim, 
para a pessoa representada nessa figura, o ponto de 
ajuste hipotalâmico se elevou de 36,7°C, quando a 
temperatura da pele era superior a 33°C, para o ponto de 
ajuste de 37,4°C, quando a temperatura da pele caiu para 
29°C. Portanto, assim que a temperatura da pele estava 
alta,a sudorese começou em temperatura hipotalâmica 
mais baixa do que no momento em que a temperatura da 
pele estava baixa. Pode-se compreender pron-tamente o 
valor desse sistema, pois é importante que a sudorese seja 
inibida quando a temperatura da pele é baixa; caso 
contrário, o efeito combinado da baixa temperatura da 
pele e da sudorese pode causar perda ainda maior de 
calor. 
 
Quando a pele fica fria, ela estimula os centros 
hipotalâmicos para o limiar dos calafrios, mesmo que a 
temperatura hipotalâmica permaneça no lado quente da 
normalidade. Aqui novamente se pode compreender o 
valor do sistema de controle, pois a temperatura fria da 
pele logo levaria à depressão profunda da temperatura, 
a menos que a produção de calor se elevasse. Assim, a 
temperatura fria da pele na verdade “antecipa” a queda 
na temperatura interna e impede a queda real da 
temperatura. 
A febre faz com que, mesmo com a 
temperatura corporal alta, tenhamos o ímpeto de nos 
cobrir, além de haver tremor corporal. Isso ocorre 
porque o corpo entende que a temperatura alta deve 
ser mantida, pois a febre ativa a produção de 
linfócitos T, células natural-Killer e anticorpos 
(favorece sistema imune). 
Muitas proteínas, produtos da degradação 
das proteínas e algumas outras substâncias, 
especialmente toxinas de lipossacarídeos oriundas 
das membranas celulares de bactérias, podem fazer 
com que o ponto de ajuste do termostato 
hipotalâmico se eleve. As substâncias que causam 
esse efeito são chamadas pirogênios. 
Os pirogênios liberados por bactérias tóxicas 
ou os liberados por tecidos corporais em 
degeneração, causam febre durante condições 
patológicas. Como dito anteriormente, quando o 
ponto de ajuste do centro de regulação hipotalâmico 
da temperatura se eleva acima do normal, todos os 
mecanismos para a elevação da temperatura 
corporal começam a atuar, incluindo a conservação 
de calor e o aumento da produção de calor. Em 
algumas horas, após a elevação do ponto de ajuste, 
a temperatura corporal se aproxima desse nível, 
 
Quando as bactérias ou os produtos da 
degradação das bactérias estão nos tecidos ou no 
sangue, eles são fagocitados pelos leucócitos do 
sangue, pelos macrófagos teciduais e pelos grandes 
linfócitos “killers” granulares. Todas essas células 
digerem os produtos bacterianos e, em seguida, 
liberam citocinas, grupo diferenciado de moléculas 
peptídicas de sinalização, participantes das respostas 
imunes e adaptativas. Uma das mais importantes 
dessas citocinas para causar febre é a interleucina 1 
(IL-1), também chamada pirogênio leuco-citário ou 
pirogênio endógeno. 
A IL-1 é liberada pelos macrófagos para os 
líquidos corporais e, ao chegar ao hipotálamo, quase 
imediatamente ativa os processos produtores de 
febre aumentando, por vezes, a temperatura 
corporal, por valor significativo em apenas 8 a 10 
minutos. A quantidade de IL-1 que é formada em 
resposta ao lipossacarídeo do patógeno suficiente 
para causar febre é de apenas alguns nanogramas 
O endotélio dos vasos sanguíneos do 
hipotálamo, ao entrar em contato com essas citocinas, 
faz uma cascata de reações de produção das 
prostaglandinas (produto ou agente inflamatório). As 
prostaglandinas, liberadas localmente no hipotálamo, 
fazem com que o “ponto de ajuste” dele se mude para 
uma temperatura maior, passando a entender que o 
corpo está em uma situação de frio. A febre pode ser 
um alerta de que o corpo está sendo invadido por 
patógenos e contribui de certa forma para o melhor 
desempenho do sistema imunológico. 
 
Alguns fatores podem interferir no 
hipotálamo, além dos pirogênicos (citocinas, 
interleucinas, fator de necrose tumoral), como fatores 
endógenos: 
1. Osmolaridade: uma pessoa muito 
desidratada pode apresentar febre. 
2. Glicose: 
3. Estrógeno: em um pico estrogênico, o 
hipotálamo pode entender que é necessário 
aumentar a temperatura. 
4. Progesterona: na gravidez, muitas grávidas 
sentem calor intenso. 
5. Testosterona: a testosterona faz com que o 
hipotálamo entenda que é necessário 
aumentar a temperatura corporal. 
Sintomas da febre: 
Quando o ponto de ajuste do centro de 
controle de temperatura no hipotálamo é subitamente 
alterado do nível normal para um nível mais alto do 
que o normal (como resultado da destruição tecidual, 
substâncias pirogênicas ou desidratação), a 
temperatura corporal geralmente leva várias horas 
para atingir o novo ponto de ajuste da temperatura. 
Como a temperatura do sangue agora é 
menor do que o ponto de ajuste do controlador 
hipotalâmico da temperatura, ocorrem as respostas 
usuais que causam a elevação da temperatura. 
Durante esse período, a pessoa experimenta calafrios 
e sente frio intenso, mesmo que sua temperatura já 
esteja acima do normal. Além disso, a pele fica fria 
devido à vasoconstrição e a pessoa treme. 
Os calafrios continuam até que a temperatura 
corporal chegue ao ponto de ajuste hipotalâmico de 
39,4°C. A partir desse ponto, a pessoa não apresenta 
mais calafrios e não sente frio ou calor. Enquanto o 
fator que causa elevação do ponto de ajuste do 
controlador da temperatura hipotalâmico estiver 
presente, a temperatura do corpo é regulada quase 
da mesma forma, mas em nível de ponto de ajuste 
mais alto. 
Choque Térmico 
O limite superior da temperatura do ar que a 
pessoa pode suportar depende em grande parte de 
se o ar é seco ou úmido. Se o ar está seco e correntes 
de ar de convecção suficientes estão fluindo para 
promover a rápida evaporação do corpo, a pessoa 
pode resistir durante várias horas na temperatura do 
ar de 54,4°C. Inversamente, se o ar está com 100% 
de umidade ou se o corpo está imerso na água, a 
temperatura corporal começa a se elevar sempre que 
a temperatura ambiental estiver acima de 34,4°C. Se 
a pessoa está realizando trabalho braçal, a 
temperatura ambiental crítica acima da qual 
provavelmente ocorrerá intermação pode ser de 
29,4 a 32,2°C. 
Quando a temperatura corporal se eleva 
além de temperatura crítica, na variação entre 40,5 
e 42,2°C, a pessoa provavelmente desenvolverá uma 
intermação. Os sintomas incluem desorientação, 
desconforto abdominal, algumas vezes 
acompanhado por vômitos, às vezes, delírios, com 
eventual perda da consciência se a temperatura 
corporal não for rapidamente diminuída. Esses 
sintomas em geral são exacerbados por grau de 
choque circulatório ou pela excessiva perda de 
líquidos e eletrólitos pelo suor. 
A hiperpirexia também é extremamente 
prejudicial para os tecidos corporais, especialmente 
para o cérebro, sendo responsável por muitos desses 
efeitos. De fato, mesmo poucos minutos em 
temperatura corporal muito alta algumas vezes pode 
ser fatal.

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