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Cássia Mendes Ataide - UFMS Conjunto de processos inflamatórios da região pélvica devido à propagação de microrganismos a partir do colo do útero e da vagina para o endométrio, tubas, peritônio e estruturas adjacentes, pela via canalicular Também denominada Salpingite aguda Manifestação: padrão clínico subagudo e oligossintomático, com dor abdominal em intensidade variável (obrigatório) Mais comum em mulheres jovens Os critérios diagnósticos mais recentes, publicados pelo CDC (2010b) são mulheres sexualmente ativas com risco para DSTs, que se apresentem com dor pélvica ou no abdome inferior e para as quais outras etiologias tenham sido excluídas ou sejam improváveis Para classificar DIP na Classificação Internacional de Doenças, edição 10 (CID-10), utilizam-se as situações referidas na Tabela 25.1, conhecidas como doenças inflamatórias dos órgãos pélvicos femininos. Os códigos N.74.3 e 4 são específicos para a DIP associada com Neisseria gonorrhoeae (gonococo) ou Chlamydia, embora muitas vezes o agente etiológico não seja isolado Nas mulheres com DIP, a ocorrência de leucorreia ou ectocervicite mucopurulenta é comum, sendo diagnosticada visual e microscopicamente Está associada a sequelas importantes ● Infertilidade por fator tubário em 12,5 - 50% dos pacientes, aumentando com o número de episódios ● Aumento da incidência de gravidez ectópica ● Dispareunia e dor pélvica crônica em 18% das pacientes acometidas A DIP silenciosa não é um diagnóstico clínico, mas sim o diagnóstico final para mulheres com infertilidade por fator tubário e que apresentem histórico compatível com infecção do trato superior ● Grosso modo, essas tubas uterinas encontram- se distendidas em toda a sua extensão. Suas extremidades distais estão dilatadas e aderidas e as fímbrias foram substituídas ou estão enclausuradas por aderências. À US, a hidrossalpinge tende a ser anecoica, tubular, serpentina e, frequentemente, com septos incompletos. Ademais a presença de aderências finas entre a cápsula hepática e a parede anterior do abdome pode indicar doença silenciosa prévia Adolescência e comportamento sexual → múltiplos parceiros, sexo desprotegido, maior superfície passível de ser infectada, parceira sexual portadora de uretrite História passada ou atual de IST DIU: caso a mulher for portadora de cervicite na época de inserção (pensar que nem sempre é sintomático) A Chlamydia trachomatis é atualmente o patógeno mais comumente detectado em até 60% das mulheres confirmadas com salpingite ou endometrite, embora o gonococo continue sendo considerado um agente primário Bactérias da classe das Molicutes (Mycoplasma hominis, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealyticum) também podem estar envolvidas. Entre elas, o Mycoplasma genitalium tem se mostrado de grande importância em termos de crescente frequência e resistência bacteriana aos antibióticos usuais Além desses microrganismos, um pool de bactérias incluídas no meio ambiente vaginal, como Gardnerella vaginalis, Bacteroides spp. e outros germes responsáveis por vaginoses, pode contribuir para o quadro À medida que o processo evolui, ocorre gradativamente diminuição da concentração de oxigênio localmente, aumentando a presença dos anaeróbios, entre eles Bacteroides fragilis, Peptostreptococcus spp. e Prevotella spp. Em mulheres com infecção por gonococo e clamídia, a detecção de anaeróbios no trato genital superior está frequentemente associada com doença mais grave Cássia Mendes Ataide - UFMS OBS - meios de propagação Propagação hematogênica: salpingite tuberculosa Propagação local, a partir de órgãos contíguos, a apendicite e qualquer outra infecção intraperitoneal, podendo levar à semeadura do trato genital superior por microrganismos Qualquer instrumentação da cavidade uterina, como biópsia, curetagens, inserção de DIU, inseminação intrauterina, sondagem Início: agentes das cervicites (principalmente a clamídia) instalados no colo uterino, caracterizando o estádio 0 (pré-DIP) ● Infecção superior ainda não foi instalada ● Possibilidade de tratamento e prevenção da DIP Época menstrual ou pós-menstrual imediata: ascensão dos agentes e passagem pelo endométrio, causando endometrite (fugaz) e possibilidade de sangramento discreto além da menstruação ou prolongamento da mesma ● Durante a menstruação ocorre modificação do muco cervical, que facilita esse processo Os microrganismos da microbiota também ascendem através da cervicite, via canalicular, instalando-se na tuba uterina Na tuba uterina, ocorre reação tecidual e formação de conteúdo purulento, o qual pode se desprender, passar através das fímbrias e derramar no peritônio pélvico, ocasionando pelviperitonite ● Acúmulo maior no saco de Douglas → maior sensibilidade ● Dispareunia e dor ao toque vaginal, sobretudo no fundo do saco de Douglas As alças intestinais e epíplon (omento) tendem a bloquear o processo purulento, formando o “complexo tubo-ovariano” À medida que aumenta a viscosidade do conteúdo purulento, pode ocorrer fusão das fímbrias tubárias, provocando aprisionamento de pus dentro das tubas, caracterizando a piossalpinge ● Com o conteúdo aprisionado, ocorre diminuição do nível de oxigênio e aumento gradativo da proliferação dos anaeróbios O conteúdo purulento pode se propagar para os ovários, constituindo o abscesso tubo-ovariano (ATO) Posteriormente, pode ser esterilizado e formar uma massa multicística com conteúdo citrino estéril, denominado hidrossalpinge (sequela do processo infeccioso e inflamatório) Menos frequentemente, o conteúdo do ATO pode aumentar a tensão intra-abscesso e se romper, ocasionando um quadro grave com grande derramamento de pus no peritônio, choque séptico e até levar a óbito Dor: desencadeada a partir da entrada dos agentes na cavidade uterina ● Aumenta quando o conteúdo purulento contamina a atividade pélvica Classificação segundo MONIF ✓ DIP leve: estádio 1 - salpingite sem peritonite, o processo ocorre no interior das tubas ✓ DIP moderada: estádio 2 - salpingite com peritonite, o material purulento resultante do processo intratubário extravasa pelo óstio e compromete o peritônio pélvico ✓ DIP grave: estádio 3 - ocorre a formação de abscesso tubo-ovárico, há obstrução das fímbrias tubárias com a formação de piosalpinge, que pode evoluir para ATO ✓ DIP grave: estádio 4 - abscesso tubo-ovariano roto Baseado na evolução clínica Deve-se iniciar o tratamento antes da confirmação laboratorial ou de imagem A DIP deve ser suspeitada, como diagnóstico diferencial, principalmente em mulheres com idade entre 15 e 44 anos, com dor abdominal baixa ou dor pélvica à mobilização da cérvice, mesmo se os sintomas forem leves Os exames laboratoriais podem ser normais em pacientes com DIP, e para o diagnóstico definitivo em alguns casos, pode ser necessário exame laparoscópico Paciente pode apresentar-se assintomática ou ter sintomas que incluem: ● Dor abdominal ou pélvica - inicia como desconforto e eventualmente progride, sendo mais frequente bilateralmente ● Febre e calafrios ● Corrimento vaginal ou cervical, coceira ou odor ● Sangramento vaginal - relacionado com endometrite fugaz ● Dispareunia - devido à inflamação dos ligamentos pélvicos ou até mesmo ocasionada por algum grau de peritonite ● Disúria Cássia Mendes Ataide - UFMS ● Dor lombar ● Náusea e vômitos Diagnóstico diferencial deverá ser feito com manifestações uroginecológicas, gastrointestinais e musculoesqueléticas ● Gravidez ectópica ● Tumor, torsão ou cisto ovariano ● Aborto séptico incompleto ● Endometriose, adenomiose, leiomioma uterina, endometrioma roto ● Nefrolitíase, pielonefrite, cistite ● Litíase urinária ● Apendicite, síndrome do intestino irritável e outras doenças gastrointestinais Critérios maiores: dor abdominal/pélvica; dor à palpação dos anexos;dor à mobilização do colo uterino Critérios menores: temperatura axilar maior que 37,8°; corrimento cervical ou vaginal anormal; hemograma com sinais infecciosos; VHS, PCR; comprovação laboratorial de clamídia ou gonococo na cérvice Critérios elaborados: evidência histopatológica de endometrite; presença de abscesso tubovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem (USG pélvica); laparoscopia com evidência de DIP Hiperemia na serosa tubária, edema da parede tubária e exsudatos purulentos com origem nas fímbrias acumulados no fundo de saco confirmam o diagnóstico Existem também os CRITÉRIOS ESPECÍFICOS, que por si só definem a presença de DIP, sendo eles: • USG endovaginal, RM ou outro método de imagem sugerindo a presença de ATO ou complexo tubo-ovariano (coleção diversa podendo conter alças intestinais, epíplon e/ou conteúdo líquido em forma associada); • Biópsia endometrial demonstrando a presença de endometrite; • Laparoscopia demonstrando sinais sugestivos de infecção tubária ou tuboperitonial Em geral, durante o exame pélvico bimanual, as mulheres com DIP aguda apresentam sensibilidade à palpação dos órgãos pélvicos. A dor à mobilização cervical (DMC) é caracteristicamente induzida pelo deslocamento rápido do colo uterino, no sentido lateral, feito pelos dedos durante o exame vaginal. Este sinal indica pelviperitonite e pode ser considerado como a “descompressão brusca” vaginal Se a paciente apresentar peritonite pélvica secundária a bactéria e resíduos purulentos originados das fímbrias das tubas uterinas, a movimentação rápida do colo do útero e do peritônio provocada pela manobra provavelmente irá causar resposta dolorosa acentuada. Encostar o(s) dedo(s) de leve no fundo de saco também dará ao examinador informação similar → essa manobra costuma causar bem menos dor à paciente, porque envolve menos peritônio inflamado A peritonite abdominal pode ser identificada por palpação profunda seguida por liberação rápida da mão sobre o abdome – o teste da descompressão brusca. Uma forma alternativa é posicionar a palma da mão contra o abdome mediano da mulher e gentil e rapidamente movê-la para trás e para a frente (sacudir) → menos desconforto Nas mulheres com DIP e peritonite, apenas o abdome inferior costuma estar envolvido. Contudo, a inflamação da cápsula hepática, que pode ocorrer na DIP, pode levar a dor no quadrante superior direito, no que se convencionou chamar síndrome de Fitz-Hugh-Curtis. Classicamente, o sintoma da peritonite é dor aguda, tipo pleurítica, no quadrante superior direito acompanhando a dor pélvica À ausculta, talvez seja possível identificar um ruído de atrito ao longo da borda costal anterior direita. Se durante o exame, todos os quadrantes se mostrarem envolvidos, o médico deverá suspeitar de ruptura de ATO Hemograma completo que possa sugerir presença de processo inflamatório (leucocitose e/ou bastonetose); ● Pode excluir hemoperitônio como causa dos sintomas Exames de urina tipo I e urocultura, para afastar infecção do trato urinário; Provas bioquímicas inflamatórias (velocidade de hemossedimentação – VHS – e PCR). ● Embora inespecíficas, auxiliam no raciocínio diagnóstico, somadas às outras alterações Exame bacterioscópico para avaliar vaginose bacteriana; Identificação do agente preferencialmente por provas de biologia molecular para diagnóstico de clamídia e gonococo, bem como por cultura para gonococo e, se possível, com antibiograma e determinação de resistência; Teste de gravidez, principalmente para afastar gravidez ectópica; Ultrassonografia transvaginal (USTV): método de escolha para a avaliação inicial de dor pélvica, pode mostrar imagem de: • Espessamento da parede tubária maior que 5 mm (100% de sensibilidade); • Septos incompletos intratubários; • Sinal da roda dentada (corte transversal) (95% a 99% de especificidade); • Espessamento e líquido tubário; • ATO. Cássia Mendes Ataide - UFMS É raro que se consiga obter imagens de tubas uterinas normais. Entretanto, nos casos com inflamação aguda, as tubas incham, seu lúmen é obstruído distalmente, ocorre distensão e suas paredes e dobras internas ficam espessadas. Os achados característicos são: (1) tuba distendida de formato ovoide repleta de líquido anecoico ou ecogênico, (2) espessamento da parede tubária, (3) septação incompleta e (4) aspecto em roda dentada quando são obtidas imagens em corte transversal de tubas inflamadas Se a USTV for inconclusiva, considerar outros métodos de imagem: • Tomografia computadorizada da pelve, que pode evidenciar alterações nos planos fasciais do assoalho pélvico, espessamento dos ligamentos uterossacrais, inflamação tubária ou ovariana, coleção líquida anormal; • Ressonância magnética (RM) pode mostrar: ATO, piossalpinge, líquido intratubário, aparência de policistose ovariana com líquido livre na pelve → tem maior acurácia quando comparada com a USTV para o diagnóstico de DIP e pode, portanto, substituir a laparoscopia; • Laparoscopia pode ser usada para confirmar o diagnóstico. • Todas as mulheres que têm DIP aguda devem ser rastreadas para clamídia e gonococo e devem ser testadas para a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV); • Outros exames bioquímicos na dependência de cada caso e de sua gravidade: provas de função hepática e renal, avaliação hidroeletrolítica, entre outros. DIP leve Reavaliar o paciente em 72 horas Esquema recomendado • Ceftriaxone 500mg, IM em dose única • Doxiciclina 100mg, VO, 2x/dia durante 14d • Metronidazol 500mg, VO, 2x/dia durante 14d OBS - pode substituir Ceftriaxona por Ciprofloxacina 500mg 12/12h por 14d Estágio II (hospitalar) Antibioticoterapia EV até 48h após o último pico febril e/ou melhora importante do quadro clínico após, no mínimo, 10 dias Abscesso: tratar por 14 dias no mínimo Fármacos • Ceftriaxona 1g, IV, 1x/dia por 14d • Doxaciclina 100mg, 12/12h por 14d • Metronidazol 400-500mg, 12/12h por 14d ATB EV até 48h após o último pico febril e/ou melhora importante do quadro clínico. VO após, no mínimo, 10 dias; abscesso tratar por no mínimo 14d • Gentamicina 80mg EV, 8/8h • Clindamicina 600-900mg EV, 8/8h Caso cirúrgico Falha no tratamento clínico Presença de massa pélvica que persiste ou aumenta, apesar do tratamento clínico Suspeita de rotura de abscesso tubo-ovariano Hemoperitônio Abscesso de fundo de saco de Douglas Complemento Tratamento do parceiro • Azitromicina 1g VO (dose única) • Ciprofloxacina 500mg VO (dose única) Sorologia para: sífilis, hepatite B e HIV Reavaliar a paciente a cada 3 meses durante o primeiro ano Cássia Mendes Ataide - UFMS Os antibióticos devem ser de amplo espectro e instituído precocemente Focar em cobrir aeróbios e anaeróbios participantes da flora vaginal que se encontram envolvidos no processo infeccioso e, na mesma ocasião ou posteriormente, atingir a clamídia, gonococo e micoplasmas Nos casos de ATO, idealmente devem fazer parte do esquema de antibióticos o metronidazol ou a clindamicina, sempre iniciados em nível hospitalar endovenoso, com tempo mínimo de internamento de 24 horas. À medida que a paciente melhora e não apresenta quadro de temperatura elevada, o esquema pode ser trocado para VO, a clindamicina (450 mg VO de 6 em 6 horas) ou o metronidazol (500 mg VO 12 em 12 horas), para completar pelo menos 14 dias de tratamento, com doxiciclina ou azitromicina. Na presença de ATO, sugere- se a continuação do tratamento após a alta com azitromicina 500 mg por dia (ou doxiciclina 100 mg a cada 12 em 12 horas), associada a metronidazol 500 mg a cada 12 em 12 horas prolongado por mais três semanas Nos casos de abscesso que se estenda até o fundo de saco vaginal ou mesmo abscesso em fundo de saco de Douglas que se encontre acoplado à cúpula vaginal em algumas situações, opta-sepor drenagem dele pela via vaginal, com coleta de material para pesquisa de agentes. O procedimento de culdocentese (punção do fundo de saco de Douglas) também pode ser realizado em determinadas ocasiões como auxiliar no diagnóstico. Após drenagem, há melhora do quadro geral da paciente e redução do tempo de internamento/melhora da morbidade Regime parenteral alternativo: Ampicilina/Sulbactam 3g EV de 6 em 6 horas MAIS doxiciclina 100 mg VO ou EV de 12 em 12 horas Nos casos de tratamento ambulatorial, acompanhar a paciente a cada dois dias e instruí-la a retornar ao serviço a qualquer tempo caso haja piora dos sintomas. Nos casos de internamento, avaliar clinicamente, duas vezes ao dia As pacientes externas com DIP devem ser reavaliadas em até 72 horas e hospitalizadas, se seu estado não melhorar ou na intolerância à medicação via oral Avaliar a resposta após 48 a 72 horas da instituição da antibioticoterapia, sobretudo em relação às queixas de dor e temperatura. Lembrar que eventualmente a resposta pode se estender para mais um ou dois dias, devendo-se avaliar cada caso em particular Em casos de não evidência de melhora, avaliar a necessidade de intervenção cirúrgica, sobretudo na possibilidade de existência de foco de abscessos em outros locais abdominais (goteiras parietocólicas, subfrênico, peri-hepático na síndrome de Fritz-Hugh- Curtis etc.), ou resistência ao esquema ou dose dos antibióticos inicialmente utilizados Alta após a melhora clínico-laboratorial, que ocorre habitualmente após três a sete dias, com esquema de antibiótico para uso via oral em domicílio. Nessa extensão do tratamento hospitalar, utilizar azitromicina 1g (dois comprimidos de 500 mg) dose única para o casal, mais 500 mg por dia de 12 em 12 horas por sete dias (caso de salpingite) ou 21 dias (caso de ATO), associada ao metronidazol 500 mg de 12 em 12 horas pelo mesmo período indicado. Outra opção é a doxiciclina 100 mg de 12 em 12 horas também associada ao metronidazol 500 mg de 12 em 12 horas, estendido por mais uma semana (em caso de salpingite) ou três semanas (em caso do ATO). Para alta, sempre deve ser considerada a ausência de temperatura elevada, quando existente, por no mínimo dois dias. Na alta, marcar seguimento no ambulatório de Infecções de Ginecologia e Obstetrícia, onde deverão ser discutidas eventuais consequências à fertilidade e possíveis riscos de gravidez ectópica, e também se aconselhar sobre prevenção de ISTs e acompanhamento ambulatorial Nos casos de ATO, a indicação cirúrgica para drenagem e remoção de áreas desvitalizadas ocorre em cerca de 20% do total de casos. O maior diâmetro da imagem do abscesso avaliado por meio da USG inicial demonstrou poder ser considerado como fator prognóstico da indicação cirúrgica. Nos casos de rotura do ATO, a indicação cirúrgica é obrigatória. Na Tabela 25.6 é observada a relação direta entre o tamanho do ATO e a ocorrência de indicação cirúrgica pela não melhora do quadro infeccioso. Nesse particular, um ponto a considerar é que os antibióticos têm maior dificuldade de atuar nas massas complexas e nos ATOs. Outra situação que podemos observar na Tabela 25.6 é que, mesmo nos casos de ATO acima de 10 cm no maior diâmetro, devemos sempre iniciar com o tratamento clínico, que poderá ser resolutivo (um caso), mas que a previsão da necessidade de cirurgia tende a ser mais frequente (sete casos). Tratado de Ginecologia - FEBRASGO Ginecologia - Williams
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