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A hemostasia é dividida da seguinte forma: Muito mais do que apenas participar da hemostasia, as plaquetas participam da inflamação, da imunologia. Elas recebem esse nome porque se parecem com placas. São identificadas quantitativa e qualitativamente através do hemograma e do esfregaço sanguíneo. Plaquetas em esfregaço sanguíneo O tamanho de uma plaqueta é de 6 a 12 fento litros de volume, muito menor do que as hemácias, mesmo que estas aparentam ter volume maior na lâmina do esfregaço. A plaqueta sofre uma contração no esfregaço pois possuem duas proteínas contráteis actina e miosina. Dessa forma, no esfregaço, as hemácias tem um volume aparente maior e as plaquetas um volume aparente menor. Dentro da análise do hemograma, temos o plaquetograma, que realiza a contagem de plaquetas expressa em número de plaquetas por microlitro; e medida do volume plaquetário médio expresso em fento litro. 𝑃𝑙𝑎𝑞𝑢𝑒𝑡𝑎𝑠 𝜇𝐿 = 150.000 𝑎 450.000 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑉𝑃𝑀 = 6 𝑎 12 𝑓𝐿 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 Essas análises permitem sabermos se a população plaquetária tem seu volume e número dentro do esperado pela literatura ou não. Plaquetas em repouso, que não foram solicitadas ou estimuladas para participar de nenhum processo. Circulam dessa forma na corrente sanguínea. Plaqueta quando solicitada para participar da hemostasia. Contração de actina e miosina, se esparrama. Plaqueta solicitada, com emissão de uma série de pseudópodes que lembra um ouriço do mar. Aumento da superfície plaquetária. Plaquetas aderidas a um endotélio aderido. Plaquetas atraídas a esse local de início não ativadas; começam um processo de ativação e se expandem e fundem (massa única) tentando forrar completamente a lesão endotelial. As plaquetas são corpúsculos anucleados, em forma de disco, medindo cerca de 2 a 4 μm de diâmetro, derivados de células gigantes e poliploides da medula óssea, os megacariócitos. As plaquetas promovem a coagulação do sangue e auxiliam a reparação da parede dos vasos sanguíneos, evitando perda de sangue. Esses corpúsculos permanecem no sangue por aproximadamente 10 dias. Nos esfregaços de sangue, as plaquetas tendem a aparecer em grupos (aglutinação). Corte histológico de medula óssea evidenciando megacariócitos, células que dão origem às plaquetas Megacariócito Célula que possui um núcleo gigantesco. As plaquetas são geradas no citoplasma dessas células. Cada megacariócito é capaz de gerar de 1.000 a 8.000 plaquetas. Megacarioblasto com núcleo único Processo de endomitose (divisão celular que faz cariocinese sem fazer citocinese), adquirindo um grau de ploidia cada vez mais crescente Conforme aumenta a ploidia do megacariócito, observa-se certa glanulação no citoplasma e aquela basofilia inicial vai se transformando em um componente mais acidófilo. Até que se diferenciam diferentes partes do citoplasma e ela acaba detro da medula colocando pseudópodos dentro dos vasos sanguíneos e a corrente sanguínea (fluxo de sangue intramedular) arranca os pedaços de citoplasma que constituem as plaquetas. Algumas dessas células caem na corrente sanguínea e são drenadas para a microcirculação pulmonar; lá terminam eventualmente seu processo de diferenciação. Não que o pulmão seja plaquetogênico primariamente, mas ele pode compor secundariamente uma determinada quantidade na produção de plaquetas (em torno de 10%). Vários hormônios chamados de trombopoetina atuam no mecanismo de diferenciação e maturação do megacariócito. À medida que ele vai se diferenciando, vai havendo uma modificação dos determinantes antigênicos, aparecimento de algumas glicoproteínas (receptor de fibrinogênio) e em uma fase mais diferenciadas, uma série de outras proteínas como o fator responsável pela ligação da plaqueta ao endotélio quando a camada do endotélio é retirada. Quanto maior a ploidia do megacariócito, maior o número de plaquetas que ele produzirá. A olho humano, se chamaria essa plaqueta de plaqueta regenerativa ou reticulada (guarda ainda RER) ou megaplaqueta, com volume maior em relação à outras plaquetas. É normal até certo ponto. Quanto maior o volume de uma plaqueta, menor sua sobrevida, pois ela pode entupir uma microcirculação e ficar retida, sendo posteriormente fagocitada. Plaquetas grudadas na membrana de leucócitos se chama satelitismo plaquetário. Causa de plaquetopenia não verdadeira ou espúria. Pode ser causado por anticoagulante EDTA que ativa a plaqueta. Isso não acontece na corrente sanguínea, sendo um fenômeno in vitro (no tubo ou na lâmina). Toda vez que um hemograma contiver um número alterado de plaquetas, o esfregaço deverá ser feito para análise. Imunotrombocitopenia imediada (ITP): Pobreza de plaquetas e presença de plaquetas regenerativas, onde o próprio organismo fabrica anticorpos contra as próprias plaquetas ou temos imunocomplexos que se adsorvem na membrana da plaqueta e levam a um encurtamento de sua sobrevida. Membrana plasmática. Citoplasma dividido em citogel, mais externo e gelatinoso e citosol, mais interno e mais fluido. Filamentos de proteínas tubulares poliméricas que se enrolam e dão à plaqueta esse formato discóide. A partir do centro da plaqueta, essas proteínas podem ser montadas na forma de estrelas/haster, que são o aspecto da plaqueta ativada. Mitocôndrias – metabolismo aeróbico. Glicólise independente da mitocôndria para se ativar e funcionar. É capaz de gerar energia suficiente ao seu funcionamento pela via glicolítica. Grânulos que acumulam uma série de substâncias. 1. Grânulos alfa: compostos desde fibrinogênio até fatores de crescimento que atua na regeneração dos vasos e mediadores de resposta inflamatória. 2. Grândulos densos (delta): contém átomos de massa atômica grande fosfato e cálcio. 3. Grânulos lâmbda (lisossomos plaquetários) A própria plaqueta no local onde o vaso é lesado libera potencializadores da coagulação. Acúmulo de glicogênio nas plaquetas não só para glicólise, mas também para função mitocondrial. Vacúolos. Invaginações da membrana da plaqueta aumentando sua superfície. Sistema canalicular que ligam o interior da plaqueta à membrana. Fenômeno de adesão plaquetária – Propriedade de adesividade. 1. A plaqueta se liga ao colágeno do endotélio por meio de um intermediário (glicoproteína). Fenômeno de agregação plaquetária – Propriedade de agregabilidade. 2. Enzimas fundamentais fosfolipase C e fosfolipase A2. 3. Realização de pontes entre plaquetas. As plaquetas são o palco sobre o qual o trombo se forma. O endotélio íntegro não forma trombos porque tem anticoagulantes naturais, principalmente de antitrombina. Ele constitui uma superfície altamente desfavorável para que as plaquetas se agreguem e formem trombos. O ADP ativa a plaqueta. O endotélio íntegro fabrica uma enzima ADP-ase que degrada o ADP. O vaso sanguíneo íntegro é vasodilatador, diminuindo a interação das células do sangue com a parede. O endotélio íntegro produz óxido nítrico que inibe função de plaqueta. Doença de von Willebrand, causada por pouco, nenhum ou defeito nos fatores de von Willebrand. Fibrinogênio defeituoso – problemas na agregação plaquetária. Plaqueta astênica (Tromboastenia de Glanzmann). Receptores de plaquetas fundamentais (cerca de 60 a 80 mil receptores de fibrinogênio e 25 a 30 mil receptores para se ligar ao fator de von Willebrand): 1. Receptor para fator de von Willebrand 2. Receptor para fibrinogênio 3. Receptor para colágeno (pelo menos quatro, sendo o melhor estudado o complexo glicoproteico Gp1a/2a e a glicoproteína 4a. Nacascata de coagulação, tirando o fator 12 e 11, todo o restante acontece na superfície plaquetária. Na membrana plaquetária há receptores específicos para o fator 9, 10, protrombina, que termina na produção de fibrina. As plaquetas não apenas participam do fenômeno de coagulação, mas também indicam onde esse fenômeno deve acontecer. A deficiência ou disfunção de plaquetas pode provocar manifestações cutâneas como pequenas hemorragias chamadas de petéquias. As petéquias podem aparecer juntas e formar uma equimose na pele. As manchas vermelhas podem ficar amarronadas, depois esverdeadas e depois amareladas. Podem ocorrer hemorragias maiores em mucosas, como a epistaxe.
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