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1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Compreender a composição do sangue e quais são seus elementos Compreender como ocorre o processo de hemostasia. Entender como ocorre a cascata de coagulação e a ativação dos fatores . Plasma: 92% de água e 7% proteínas plasmáticas; contém algumas proteínas que são chamadas de proteínas plasmáticas. Os hepatócitos sintetizam tais proteínas, que são: globulina, albumina e fibrinogênio. Determinadas células são chamadas de anticorpos ou imunoglobulinas porque são produzidas durante certas respostas imunológicas. Além de proteínas, os solutos no plasma são eletrólitos, nutrientes, substâncias reguladoras (hormônios e enzimas), gases e excretas metabólicas (ureia, ácido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina) 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Hemácias (eritrócitos): glóbulos vermelhos do sangue; realizam o transporte de hemoglobina que leva oxigênio dos pulmões para os tecidos; permanece dentro dos glóbulos vermelhos; contem grande quantidade de anidrase carbônica (enzima que catalisa a reação reversível entre CO2 e H2O para formar ácido carbônico (H2CO3), sendo assim a rapidez da reação possibilita que a agua transporte CO2 na forma de íon bicarbonato (HCO3) dos tecidos para os pulmões, onde é convertido em CO2 e eliminado para a atmosfera.; a hemoglobina ainda é um ótimo tampão acidobásico (como é o caso da maioria das proteínas) o que a torna responsável pela maior parte do tamponamento acidobásico do sangue. A concentração de hemácias em uma pessoa saudável é de 5.200.000 (± 300.000); e, na mulher, é de 4.700.0 (± 300.000) por milímetro cúbico. A produção das hemácias: 1ª semana de vida: hemácias nucleadas são produzidas no saco vitelino; 2º trimestre da gestação: produzidas no fígado, embora também haja uma produção significativa no baco e nos linfonodos; Últimos meses de gestação e após nascimento: passa a ser produzida exclusivamente na medula óssea. Leucócitos: glóbulos brancos do sangue; fazem parte do sistema protetor do corpo; são especificamente transportados para áreas de infamação e infecção grave promovendo a defesa contra agentes infecciosos; formados na medula óssea; granulócitos e monócitos tem capacidade de detectar e destruir invasores estranhos.; 6 tipos de glóbulos brancos estão presentes no sangue.: neutrófilos polimorfonucleares, eosinófilos polimorfonucleares, basófilos polimorfonucleares, monócitos, linfócitos e, ocasionalmente, plasmócitos. O ser humano adulto tem cerca de 7.000 leucócitos por microlitro de sangue. Neutrófilos são o tipo mais numeroso, e servem para ajudar a proteger o corpo contra infecções, seja matando e ingerindo bactérias e fungos ou ingerindo resíduos estranhos. 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Linfócitos consistem em três tipos principais: As células T (linfócitos T) e as células natural killer (NK), que ajudam na defesa contra infecções virais e que também podem detectar e destruir algumas células cancerosas, e as células B (linfócitos B), que se transformam em células que produzem anticorpos. Monócitos ingerem as células mortas ou danificadas e ajudam na defesa contra muitos organismos infecciosos. Eosinófilos matam parasitas, destroem células cancerosas e estão envolvidos nas reações alérgicas. Basófilos também participam das reações alérgicas. Plaquetas: fragmentos de outro tipo de célula semelhante aos leucócitos; atuam no processo de coagulação reunindo-se no local da hemorragia e se aglutinando, de maneira a formar um tampão que ajuda a vedar o vaso sanguíneo. Ao mesmo tempo, elas liberam substâncias que favorecem a coagulação. No citoplasma das plaquetas, existem alguns fatores ativos: 1) moléculas de actina e miosina: proteínas que podem causar a contração plaquetária. 2) resíduos do reticulo endoplasmático e complexo de golgi: sintetizam algumas enzimas e armazenam grandes quantidades de íon cálcio. 3) mitocôndrias e sistemas enzimáticos: capazes de formar ATP e ADP; 4) sistemas enzimáticos que sintetizam prostaglandinas ou hormônios locais que causam reações vasculares e teciduais; 5) fator estabilizador de fibrina: relação direta com a coagulação; 6) fator de crescimento: faz com que células do endotélio, musculatura lisa vascular e fibroblastos se multipliquem., posteriormente reparando os vasos lesionados. Sua membrana celular possui glicoproteínas que impede a aderência do endotélio normal e favorece a aderência de áreas lesionadas. Além disso, a grande quantidade de fosfolipídios na membrana ativa múltiplos estágios de coagulação. Deste modo a plaqueta é uma estrutura ativa, que possui meia vida de 8 a 12 dias no sangue. Após isso, são retiradas da circulação por meio dos macrófagos. Hemostasia: prevenção da perda sanguínea Quando um vaso é rompido, ou seccionado a hemostasia é provocada por diversos mecanismos, tais como: 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Constrição Vascular: após o corte ou ruptura do vaso, a própria parede vascular faz com que a musculatura lisa do vaso se contraia, reduzindo assim de forma instantânea o fluxo de sangue pelo vaso lesado. A contração resulta de: 1) espasmo miogênico local; 2) fatores autacoides locais dos tecidos traumatizados e plaquetas. 3) reflexos nervosos Formação do Tampão Plaquetário: Quando as plaquetas entram em contato com a superfície elas sofrem diversas alterações, como dilatação, adoção de formas irregulares com inúmeros pseudópodos que projetam em sua superfície, suas proteínas passam a se contrair liberando grânulos que contêm fatores ativos que se ligam com os colágenos dos tecidos e as proteínas chamadas de Fator de von Willebrand, que vaza do plasma para o tecido traumatizado secretando ADP. Já suas enzimas formam o tromboxano A2, que ativam as plaquetas vizinhas, ativando-as. Deste modo, o local de abertura da parede de qualquer vaso, a parede lesionada ativa um número sucessivamente maior de plaquetas, que atrai cada vez mais plaquetas, formando assim o tampão plaquetário. Resumo das etapas: 1. Adesão plaquetária 2. Reação de liberação de plaquetas 3. Agregação plaquetária 4. Tampão plaquetário 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Nosso corpo possui mais de 50 substâncias que atuam no processo de coagulação, podendo ser elas anticoagulantes, ou pró-coagulantes. Na corrente sanguínea predominam os anticoagulantes de modo que o sangue não coagula enquanto está circulando pelos vasos sanguíneos, já na lesão de algum vaso as pró-coagulantes são ativadas, consequentemente desenvolvendo o coágulo. • Forma-se a proteína insolúvel fibrina Mecanismo geral: A coagulação ocorre em etapas: 1. Em decorrência do rompimento de algum vaso, ou de algum problema relacionado ao próprio sangue uma complexa cascata de reações químicas, com participação de mais de 1 dúzia de fatores de coagulação, tendo como resultado a formação de substâncias ativas, denominado de fator ativador da protrombina 2. O ativador catalisa a protrombina em trombina 3. A trombina atua como uma enzima, convertendo fibrinogênio em fibras de fibrina, formando assim um emaranhado de plaquetas, células sanguíneas e plasma, que formam o coágulo. Resumo da cascata de coagulação: 1. Após a formação da protrombinase, duas vias – intrínseca e extrínseca – juntas, formam a via comum 2. A protrombinase converte a protrombina em trombina 3. Trombina converte fibrinogênio solúvel em insolúvel, que por fim forma os filamentos do coágulo. 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Via Extrínseca de coagulação: • Começa com o trauma da parede vascular e leva às etapas: • Uma proteína tecidual chamada de fator tecidual (FT), tromboplastina, passa para o sangue a partir de células do lado de fora dos vasos sanguíneos e inicia a formação da protrombinase.• Apresenta menos etapas e ocorre rapidamente. • É chamada assim porque uma proteína tecidual chamada de FATOR TECIDUAL (FT), também conhecida como tromboplastina, passa para o sangue a partir de células do lado de fora dos vasos sanguíneos e inicia a formação da protrombinase. OBS: O FT é uma mistura de lipoproteínas e fosfolipídios liberada na superfície de células danificadas • Na presença de Ca²+, o FT começa uma sequência de reações que, por fim, ativa o fator de coagulação X. ➢ Uma vez ativado, o fator X combina com o fator V na presença de CA²+ para formar a enzima ativa protrombinase, completando a via extrínseca. RESUMO DAS FASES: 1. Liberação do fator tecidual 2. Ativação do fator X 3. Efeito do fator X na formação do ativador de protrombina – papel do fator V 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Via Intrínseca de coagulação: • Começa com o trauma do próprio sangue ou a exposição do sangue ao colágeno • Ocorre mais lentamente. • É chamada assim porque seus ativadores ou estão em contato direto com o sangue ou estão contidos no sangue. Se as células endoteliais se tornam rugosas ou são danificadas, o sangue pode entrar em contato com as fibras de colágeno no tecido conjuntivo ao redor do endotélio do vaso sanguíneo. Além disso, o trauma às células endoteliais causa danos as plaquetas, resultando na liberação de plaquetária de fosfolipídios. O contato com as fibras de colágeno ativa o fator de coagulação XII, que começa uma sequência de reações que, por fim, ativa o fator de coagulação X. ➢ Fosfolipídios e Ca²+ também podem participar da ativação do fator X. Uma vez ativado, o fator X se combina com o fator V para formar a enzima ativa protrombinase, completando a via intrínseca. RESUMO DAS FASES: 1. Trauma sanguíneo causa a ativação do fator XII e a liberação dos fosfolipídios das plaquetas 2. Ativação do fator XI 3. Ativação do fator IX pelo fator XI ativado 4. Ativação do fator X – papel do fator VIII 5. Ação do Fator X ativado na formação do ativador da protrombina — o papel do Fator V. Via Comum de coagulação: • A formação de protrombinase evidencia o início da via comum • No segundo estágio da coagulação a protrombinase e o Ca²+ catalisam a conversão da protrombina em trombina. • No terceiro estágio, a trombina, na presença de Ca²+, converte fibrinogênio, que é solúvel, em filamentos de fibrina frouxos, que são insolúveis. ➢ A trombina também ativa o fator XIII, que fortalece os filamentos de fibrina em um colágeno forte. O plasma contém um pouco de fator XIII, que também é liberado pelas plaquetas presas no coágulo. • A trombina exerce dois efeitos de feedback positivo. Na primeira alça de feedback positivo, que envolve o fator V, acelera a formação de protrombinase. A protrombinase, por sua vez, acelera a produção de mais trombina e assim por diante. 1º Período - Medicina Edith Coradi Bisognin Na segunda alça de feedback positivo, a trombina ativa plaquetas, que reforçam sua agregação e a liberação Referências: Hall, John E. (John Edward), 1946 – Tratado de Fisiologia Médica / John E. Hall – 13. ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro : GEN| Grupo Editorial Nacional. Publicado pelo selo Editora Koogan Ltda., 2021. 1776p.: il. ; 27 cm.
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