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Centro Universitário Christus – Unichristus Odontologia – Parque Ecológico Manhã Saúde Coletiva 1 Portfólio Prática Territorialização Aluno: Rafael dos Santos Nogueira 19.1.001495 A prática do território foi realizada na UAPS Irmã Hercília Aragão. Ainda na unidade, foi explicado que o posto atende os bairros São João do Tauape e Joaquim Távora. Trata-se de um território bastante extenso, onde os agentes comunitários vão de porta em porta colher os dados referentes a cada família, suas necessidades e vulnerabilidades, para levantamento de dados epidemiológicos, e controle de quais profissionais da equipe de saúde da família precisam ir em cada casa que esteja precisando de cuidados. A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantada com o Programa de Saúde da Família (PSF), em 1994 com o intuito de reorganizar a Atenção Primária à Saúde (APS) no país. Essa transformação trouxe diversas mudanças no modo de trabalho em saúde, sendo de grande benefício à população brasileira2, como por exemplo a atenção e estudo individual de cada território que o posto de saúde está responsável. O território é compreendido como o espaço das sociabilidades cotidianas daquele grupo social que o habita, não se referindo somente aos limites administrativos1. A saúde depende de diversos determinantes sociais, como por exemplo o micro território e o macro ambiente natural1. A construção de um modelo de atenção que vise a integração dos cuidados primários e diversos conhecimentos da vigilância, pode ser entendido como o primeiro desafio ético, atuando sobre as necessidades de saúde do território em questão1. Como um segundo desafio, tem-se a elaboração de ações intersetoriais articuladas e pactuadas politicamente para enfrentar quaisquer determinantes sociais e eventuais danos ambientais que estejam afetando a saúde da população que habita aquele território. Sendo assim, no sentido de melhorar a qualidade de vida dessa população1. A territorialização da aérea em que o posto abrange é muito importante para a prática da equidade no serviço de saúde público. Isso porque a uma diferença grande entre as famílias que moram nos dois bairros que o posto de saúde Irmã Hercília abrange. Andando pelas ruas, pode-se observar casas grandes e duplex, com carros na garagem, porém ao avançar mais pelo bairro, o cenário mudou, as ruas eram mais estreitas, as casas não tinham garagem, e com as portas abertas, viam-se os moradores daquela residência. Até as calçadas eram diferentes, pois na parte onde moravam pessoas com condição financeira melhor, as calçadas eram baixas. Já nas ruas estreitas, as calçadas eram bem altas, pressupõe-se que a rua alagava bastante quando chovia, então os moradores subiram as calçadas para impedir que a água entrasse dentro das suas casas. Então, esses fatos diferentes entre os moradores do território, mostram que alguns necessitam de mais atenção das equipes do posto de saúde, por exemplo as pessoas que moram na rua estreita que alaga. Ali eles já estão expostos a doenças, pois quando a água entra dentro das casas deles, carregam diversas doenças junto, pois vem trazendo lixo, insetos, e isso torna o ambiente deles muito mais propenso a complicações. Diferentemente das pessoas que moram na rua larga e com casas grandes, esses moradores não frequentam o posto com tanta frequência, muitos possuem até planos de saúde particulares. Com isso, utilizando o princípio da equidade, é dado mais atenção a quem mais precisa. Além disso, conhecendo o território, foram mostrados os pontos de apoio e os pontos chave. Eles são necessários para que a população tenha acesso as campanhas do posto, pois alguns moradores possuem limitações, seja de locomoção, ou até mesmo por conta de facções rivais. Essas limitações são: barreiras físicas (no caso de avenidas movimentadas, linha férrea que possam impedir o acesso ao posto a uma pessoa deficiente); barreiras sociais (seriam as facções, que as vezes por conta de rivalidade algum morador não possa ter acesso ao posto de saúde). Com isso, são usados locais estratégicos como igrejas, farmácias e o CRAS presente no Lagamar. Eles são bastantes utilizados quando se quer atingir uma porção maior de moradores dos dois bairros. Contudo, é importante observar a população predominante de cada território que o posto de saúde Irmã Hercília cobre, pois existem espaços que possuem idosos como maioria, como é o caso do São João do Tauape. Já no Lagamar a população é de grande maioria jovens e adultos. Ou seja, não faz sentido levar uma campanha de conscientização sobre gravidez na adolescência para o território onde possuem predominantemente idosos. Então, cada território precisa ser analisado para elaboração de trabalhos voltados a população de cada um deles. Fotos tiradas na prática de territorialização - Entrada do Posto de Saúde Irmã Hercília Aragão. - Território que a UAPS Irmã Hercília abrange. - Território visitado pelos alunos durante a prática. - Alunos na prática de territorialização. - Igreja do bairro São João do Tauape que é utilizada como ponto de apoio para campanhas do Posto de Saúde. - Escola próximo ao posto. Ela pode ser utilizada como ponto de apoio, mas também é bastante utilizada para levar campanhas de saúde, prevenção e conscientização elaboradas pelas esquipes do posto de saúde para os alunos da escola. Referências bibliográficas (1) JUNGES, J. R.; BARBIANI, R. Interfaces entre território, ambiente e saúde na atenção primária: uma leitura bioética. Bioética, v. 21, n. 2, p. 207-217, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bioet/v21n2/a03v21n2.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2020. (2) SIMAS, K. B. F. et al. (Bio)ética e atenção primária à saúde: estudo preliminar nas clínicas da família, v. 21, n. 5, p. 1481-1490, maio – 2016. Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/csc/2016.v21n5/1481-1490/es/>. Acesso em: 23 mar. 2020. http://www.scielo.br/pdf/bioet/v21n2/a03v21n2.pdf https://www.scielosp.org/article/csc/2016.v21n5/1481-1490/es/