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DIREITO CIVIL Parte Geral e Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro ALYNE RIBEIRETE PELISSON 2 O que vamos estudar? Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – Decreto-Lei 4657/42 Código Civil - Lei 10406/02 (artigos 1º a 232) - http://www.planalto.gov.br/ 3 Que materiais posso utilizar? Lei Seca TARTUCE, Flávio. Direito civil: lei de introdução e parte geral . 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro - Parte geral . Vol.1.18. ed. – São Paulo : Saraiva, 2020 4 Onde posso encontrar livros para o meu estudo? Acesse a sua biblioteca virtual pelo link: https://biblioteca-virtual.com/ 5 Vídeo Explicativo Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 REGULAMENTAÇÃO NOMENCLATURA CONTEÚDO 6 Conteúdo das normas Vigência (art. 1º e 2º) e obrigatoriedade (art. 3º) das normas Fontes do Direito Formas de interpretação das normas jurídicas (art. 5º) Formas de integração das normas jurídicas (art. 4°) Regras de aplicação das normas jurídicas no tempo (art. 6º) Regras de aplicação das normas jurídicas no espaço (art. 7° a 19) - Regras de direito internacional privado Regras de Direito Público (incluídas pela lei 13615/18) – (arts. 20 a 30) Por que a mudança de nome? - Porque a LINDB é uma lei introdutória, dirigida a todos os ramos do Direito - A LINDB nunca representou um diploma introdutório ao Código Civil - A LINDB não apresenta qualquer ligação direta com o Código Civil. É autônoma e independente 9 Regulamentação Decreto 4657/42 Lei 12.376/10 – alteração do nome de Lei de Introdução ao Código Civil – LICC - para Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) Lei 13.615/18 – incluiu 10 novos artigos na LINDB, tratando de regras sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito Público Decreto 9.830/2019 regulamenta as alterações trazidas pela Lei 13.615/18 10 Mas afinal do que se trata a LINDB? Trata-se de um diploma legal multidisciplinar que se aplica a qualquer ramo do direito É um código geral sobre a elaboração, vigência e aplicação e das normas jurídicas Trata-se de “norma sobre norma” (Lex lecum), “norma de sobredireito” É um código de normas. A quem se destina? Não se destina ao cidadão comum. As leis se destinam mais ao legislador e ao aplicador do direito Exemplos: Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 VIGÊNCIA DAS NORMAS 12 VIGÊNCIA X EXISTÊNCIA Vigência e Existência são conceitos diferentes A existência ocorre no momento da promulgação, mas neste momento ela não tem coercibilidade. É preciso um prazo para que as pessoas possam conhecer a lei antes de ela ter força obrigatória. Esse prazo é chamado de vacatio legis. Vigência = Dia da publicação + prazo de vacatio legis Prazo de Vacatio legis – Art 1º LINDB e 8° LC 95/98 SALVO disposição em contrário, depois de elaborada e imediatamente após oficialmente publicada, a lei entra em vigor em 45 dias no território nacional ou em 3 meses nos estados estrangeiros onde valer Atenção: a lei pode prever outro prazo (inclusive no próprio dia da publicação se trata de leis de pequena repercussão) VIGÊNCIA Art. 1o , LINDB Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada ------------------------------------------------------------------------------------------------ Art. 8°, LC 95/98 A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão Promulgação X Publicação Promulgação: nascimento da lei em sentido amplo (atesta a existência da lei) Publicação: Exigência necessária para entrada em vigor (dá ciência a todos) UMA LEI PUBLICADA OFICIALMENTE NO DIA 18/02/2021, ESTIPULANDO QUE ENTRARIA EM VIGOR NO PRAZO DE 30 DIAS PASSARÁ A SER EXIGIDA QUANDO? E SE ELA PRECISAR SER CORRIGIDA E FOR MODIFICADA EM 26/02/2021? 17 ATIVIDADE PRÁTICA 1 18 PARA AJUDAR Ler Art. 8°, § 1° LC 95/98 e art. 1º § 3° e 4° LINDB 19 Resposta Art. 8º, LC 95/98 § 1º - A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral ----------------------------------------------------------------------------------- art. 1º , LINDB - § 3° Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 20 Resposta Uma lei publicada oficialmente no dia 18/02/2021, estipulando que entraria em vigor no prazo de 30 dias passará a ser exigida quando? DIA 20 E se ela precisar ser corrigida e for modificada e republicada em 26/02/2021? Dia 28/03 21 Contagem do prazo da Vacatio Legis inclui-se o dia da publicação e o dia da consumação do prazo, entrando em vigor na data subsequente, ainda que seja um feriado ou dia sem expediente forense Em caso de norma corretiva, interrompe-se o prazo e recomeça a contagem. Se a correção for parcial, o prazo recomeça apenas para os dispositivos republicados. 22 Atenção Após o prazo de Vacatio e início da vigência, as correções representarão lei nova, com novo processo, novo prazo, novo número. FIM DA VIGÊNCIA - REVOGAÇÃO Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA) § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 24 Exceção ao Princípio da Continuidade Leis de vigência temporária: São criadas para um fim determinado e extinguem-se quando expirado seu prazo (temporárias) ou cumprido seu objetivo (excepcionais) REVOGAÇÃO – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO Tornar uma norma (ou parte dela) sem efeito; retirada da vigência da norma. Classifica-se: 1) Quanto ao modo: a) EXPRESSA: vem expressa na norma posterior b) TÁCITA: nova lei trata da mesma matéria que a lei anterior ou se mostra incompatível REVOGAÇÃO - CLASSIFICAÇÃO 2) Quanto à extensão: a) ABROGAÇÃO: revogação total b) DERROGAÇÃO: revogação parcial Art. 2.045, CC. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850. Lei com conteúdo complementar NÃO revoga disposições anteriores sobre o tema Art. 2º,§ 2o , LINDB - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Ex: Lei de alimentos gravídicos, não revogou o CC quanto aos alimentos Existe outra forma? Embora não mencionada na LINDB, inconstitucionalidade também tira a vigência. É possível haver repristinação? Repristinar = restaurar. Em regra uma lei anterior não volta a valer quando a norma que a revogou (norma revogadora) perde sua vigência ou é revogada NÃO EXISTE REPRISTINAÇÃO TÁCITA Art. 2º § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 30 É possível haver efeito repristinatório? Sim. Pela própria redação. É possível que nova leivigente expressamente retome os efeitos de uma lei anterior. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 OBRIGATORIEDADE DAS NORMAS 31 32 Obrigatoriedade das Normas Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. - Presunção de conhecimento da norma por todos. No entanto essa obrigatoriedade tem sido mitigada nos casos de erros de direito. 33 Exemplos: Art. 21, CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Art. 65, CP - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: II – o desconhecimento da lei Art. 8º Lei das Contravenções - No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 34 Exemplos: Art. 1561, CC - Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória art. 139, CC - O erro é substancial quando: III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS 35 36 Interpretação Buscar o sentido e o alcance de uma norma existente - o fim almejado pelo legislador interpretação sociológica/teleológica/finalista Atividade hermenêutica que antecede a aplicação Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO 37 TEMPO DA LEI – IRRETROATIVIDADE COMO REGRA As normas, em regra, têm vigência para os fatos presentes e para o futuro. Vigência geral: a lei entra em vigor em todos os locais ao mesmo tempo Art. 6º, LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Art. 5º, XXXVI, CRFB, a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada 39 Quais os requisitos para que ela possa retroagir? As leis só retroagem com previsão legal e se respeitarem a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido. Coisa Julgada - Decisão judicial da qual não cabe mais recurso Ato Jurídico Perfeito - Manifestação da vontade realizada de modo lícito e já consolidado Direito adquirido - Direito já incorporado ao patrimônio jurídico de alguém 40 Ultratividade Comum no direito penal, é quando uma lei, já revogada, produz efeitos, mesmo após a sua revogação Súmula 112, STF → o imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO 41 42 APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO Regulação do ART. 7º A 19, LINDB – princípio da territorialidade mitigada/ Em regra, dentro do território brasileiro, aplica-se a lei brasileira, porém por vezes admite-se a aplicação de leis e sentenças de outros estados em seu território Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. QUE TAL RESPONDER AS SEGUINTES PERGUNTAS? 43 ATIVIDADE PRÁTICA 2 44 CAIU NA PROVA!!! 1- A lei nova que estabelecer disposições gerais: (A) a par de leis especiais já existentes a estas não revoga; (B) sempre revogará as leis especiais anteriores sobre a mesma matéria; (C) somente pode revogar a lei geral anterior, continuando vigentes todas as leis especiais; (D) apenas revoga as leis especiais às quais expressamente se referiu. 45 2 - (MP/SE – CESPE – 2010) Considere que a Lei A, de vigência temporária, revogue expressamente a Lei B. Nesse caso, quando a lei A perder a vigência (A) a lei B será automaticamente restaurada, já que a lei A é temporária e os seus efeitos, apenas suspensivos. (B) a lei B será automaticamente restaurada, já que não pode haver vácuo normativo. (C) a lei B não será restaurada, já que não se admite antinomia real. (D) a lei B não será restaurada, salvo disposição expressa nesse sentido. (E) a revogação será tida como ineficaz, porque não pode ser determinada por lei de vigência temporária 46 3 - (Promotor de Justiça/MPE/PE – FCC/2014) Publicada uma lei considerada de ordem pública, se, durante o período de sua vacatio, realizar-se negócio jurídico que por ela foi proibido, ele será (A) inexistente, por contrariar a ordem pública. (B) anulável, por configurar dolo bilateral. (C) nulo, por fraudar lei imperativa. (D) válido, porque a lei nova ainda não está em vigor. (E) ineficaz, por caracterizar abuso do direito. 47 GABARITO 1- a 2 - d 3 -d 4 – 45, oficialmente publicada - c 48 Complete e responda Uma lei foi elaborada, promulgada e publicada, sem constar período de vigência, então considera-se o período de vacatio de __________, contados a partir de ___________ Supondo que a contagem desses dias caiu na sexta-feira da paixão , dia 02 de abril. Que dia ela entrará em vigor? a) Sexta, dia 2 b) Segunda, dia 5 c) Sábado, dia 3 d) Quinta, dia 1 Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB Decreto-Lei 4.657/42 FORMAS DE INTEGRAÇÃO E FONTES DO DIREITO 49 FONTES DO DIREITO De onde vem e como o direito se manifesta ? FONTES DO DIREITO FONTES FORMAIS FONTES PRIMÁRIAS FONTES SECUNDÁRIAS FONTES INFORMAIS FONTES FORMAIS Constam da lei 1) Fontes formais primárias: é a própria lei 2) Fontes formais secundárias: são aplicadas na falta da lei. Na existência de lacuna normativa Formas de lacuna - Lacuna normativa: não há norma - ontológica: há norma, mas ela não tem eficácia social - axiologica: há norma, mas o comando é insatisfatório ou injusto - Conflito ou antinomia: mais de uma norma conflitante Proibição do “non liquet” Art. 140, CPC - O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Quando não há lei, o juiz deve utilizar os meios de integração (colmotação ou autointegração) Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito 54 Exceção ao “non liquet” Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. SUBSUNÇÃO X INTEGRAÇÃO FATO Tem lei? SIM Aplicação direta = SUBSUNÇÃO NÃO INTEGRAÇÃO 56 INTEGRAÇÃO colmatar, preencher lacunas. é a atividade pela qual o juiz complementa a norma. A lacuna nunca irá se referir ao ordenamento, mas sim à lei Maria Helena Diniz diz que as fontes formais secundárias são “ferramentas de correção do sistema”. FONTES DO DIREITO Fontes Fontes Formais Fontes primárias 1- Lei Fontes secundárias 2- Analogia 3- Costumes 4- Princípios gerais do DireitoFontes Não- formais 5- Doutrina 6- Jurisprudênci a 7- Equidade 1- LEI É norma jurídica (tem obrigatoriedade de ser cumprida) que emana de uma autoridade competente e é dirigida a todos As principais características são: a)Generalidade b) Imperatividade c) Permanência d) Competência e) Autorizante Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 2- ANALOGIA - Classificação - Analogia legis: compara-se um caso não previsto com outro já previsto - Analogia iuris: a comparação do caso se dá com o sistema como um todo. 2- ANALOGIA - O aplicador de direito se vale de uma outra norma semelhante para aplicar ao caso concreto - Preenchimento por comparação - Fundamenta-se na norma jurídica Exemplo: todas as normas de união estável heretoafetiva se aplicam àunião homoafetiva 61 ANALOGIA x INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA Analogia: aplica- se uma outra norma à situação Interpretação extensiva: amplia o sentido da norma existente 3- COSTUME Práticas e usos reiterados com conteúdo lícito e relevância jurídica. Dividem-se em: COSTUME É SEMPRE FORMA DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO? Para pensar... 64 Classificação Costume segundo a lei (secundum legem) Costume na falta da lei (praeter legem) Costume contra a lei (Contra legem) 3.1. Costume segundo a lei (Secundum legem): a lei traz a expressão “costume”. Art. 187, CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes Art. 17, LINDB. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes art 113, CC - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua celebração 3.2 Costume na falta da lei (praeter legem) - Há omissão da lei Exemplo: Cheque pós datado O cheque é uma ordem de pagamento à vista (art.32 da lei do cheque), mas criou-se o cheque pós datado 3.3 Costume contra a lei (contra legem) - Não é admitido no direito. Se contrariar os bons costumes comete ato ilícito A utilização de costume é sempre forma de integração? Não. Quando falamos de costume segundo a lei não há lacuna, mas opção legislativa em aplicar os costumes, de modo que a norma fique sempre aberta e atualizada. Nesse caso está aplicando diretamente a lei, então estamos diante de subsunção e não integração. 4.PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO - Regramento básico aplicáveis a determinado instituto jurídico. - Postulados universais - Podem estar expressos ou não - Ex: função social do contrato - Modernamente, segundo Paulo Bonavides, eles podem ser aplicados mesmo havendo lei para o caso concreto. A ORDEM DE INTEGRAÇÃO PREVISTA NO ARTIGO DEVE SER RESPEITADA? Para pensar... A ordem de integração prevista no artigo deve ser respeitada? Contemporaneamente, entende-se majoritariamente que não. Os princípios têm prioridade de aplicação, inclusive há rejeição de leis que sejam contrárias a eles. São considerados no ordenamento mesmo quando não há lacuna. FONTES DO DIREITO Fontes Fontes Formais Fontes primárias 1- Lei Fontes secundárias 2- Analogia 3- Costumes 4- Princípios gerais do DireitoFontes Não- formais 5- Doutrina 6- Jurisprudênci a 7- Equidade FONTES DO DIREITO FONTES FORMAIS: Constam da lei FONTES NÃO FORMAIS: Não constam da lei 2.1 Doutrina 2.2 Jurisprudência 2.3 Equidade* 5 -DOUTRINA - É a interpretação do Direito feita pelos estudiosos. - Exemplo: livros, manuais, teses de doutorado, enunciados..) 6 - JURISPRUDÊNCIA - É a interpretação do Direito feita pelos tribunais - Exemplo: sumulas dos Tribunais - Tem ganhado ainda mais força com o novo CPC – tendência ao Commow law JURISPRUDÊNCIA - Artigo 927 – ordem para o juiz observar sumulas e decisões dos tribunais superiores - Ex: art.332, §1º - improcedência se o pedido contrariar sumula ou jurisprudência já consolidada - Artigo 926 – unificar jurisprudência para que o ordenamento fique mais estável e coerente EQUIDADE - Justiça do caso concreto – Aristoteles - Uso do bom senso, adaptação do razoável para abranger um caso concreto Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. - É fonte ou não ? - Visão clássica: não - Visão contemporânea (prevalente): sim A própria LINDB faria menção indireta: EQUIDADE - art. 5o LINDB Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum Nosso sistema jurídico é aberto, cheio de cláusulas gerais e conceitos legais indeterminados, sendo possível socorrer-se da equidade para definir a justiça no caso concreto EQUIDADE - O que é função social do contrato? - O que é função social da propriedade? - O que é atividade de risco? - O que é boa fé? Atenção! Alguns ramos do direito fazem menção expressa ao uso, nesse caso pode ser considerada fonte formal (art 8º, CLT, art 7º, CDC) ONDE SE ENCAIXARIA A SÚMULA VINCULANTE? Para pensar... Para ajudar... Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei SÚMULA VINCULANTE - Resposta - É uma fonte formal com previsão constitucional - É obrigatória - Não é lei, mas também não é fonte secundária, então estaria numa posição intermediária (natureza sui generis) Encerramento 83 84 O que vimos hoje? FONTES DO DIREITO VIGENCIA, INICIO E REVOGAÇÃO DA LEI OBRIGATORIEDADE DAS LEIS INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS CONFLITOS DE LEI NO TEMPO E EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO 85 Na próxima aula... Efetivamente daremos início ao estudo do Direito Civil... 86 REFERÊNCIAS GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro - Parte geral . Vol.1.18. ed. São Paulo : Saraiva, 2020 JANKOVIC, Elaine Karina. Direito Civil: pessoas e Bens. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015. TARTUCE, Flávio. Direito civil: lei de introdução e parte geral . 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
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