Buscar

Exame físico geral - Clara Chiaradia

Prévia do material em texto

1 
Exame Físico Geral 
 TÉCNICAS BÁSICAS DO EXAME FÍSICO: 
• Inspeção 
• Palpação 
• Percussão 
• Ausculta 
 
↪ INSPEÇÃO: É a exploração feita a partir do sentido da visão. Investigam-se a superfície corporal 
e as partes mais acessíveis das cavidades em contato com o exterior. 
A inspeção começa no momento em que se entra em contato com o paciente realizando-se uma 
“inspeção geral”. 
 
↪ PALPAÇÃO: A palpação recolhe dados por meio do tato e da pressão. O tato fornece 
impressões sobre a parte mais superficial, e a pressão, sobre as mais profundas. 
Pela palpação percebem-se modificações de textura, temperatura, umidade, espessura, 
consistência, sensibilidade, volume, dureza, além da percepção de frêmito, elasticidade, 
reconhecimento de flutuação, crepitações, vibração, pulsação e verificação da presença de 
edema e inúmeros outros fenômenos que serão estudados no decorrer do curso. 
 
↪ PERCUSSÃO: A percussão baseia-se no seguinte princípio: ao se golpear um ponto qualquer do 
corpo, originam-se vibrações que têm características próprias quanto à intensidade, ao timbre e 
à tonalidade, dependendo da estrutura anatômica percutida. 
Ao se fazer a percussão, observa-se não só o som obtido, mas também a resistência oferecida 
pela região golpeada. 
É executada percutindo o dedo de uma mão, geralmente a direita, em cima da 
articulação interfalangeana do dedo da outra mão que estará no local do corpo 
que se quer examinar. Isso irá gerar um som que basicamente pode ser de três tipos: 
➢ Som timpânico: som de ar dentro da víscera (ex: estômago e intestino) 
➢ Som maciço: quando se percute uma região de órgão sólido ou que tenha líquido (ex: 
fígado) 
➢ Som claro ou pulmonar: som de uma mistura de ar com parênquima (ex: pulmão) 
 Exemplo: Um paciente que tem um excesso de líquido na pleura (derrame pleural) e na ausculta 
percebe-se que o som do ar não está entrando naquela região faz-se a percussão e se o som 
estiver maciço confirma-se que há líquido naquele local. Se tivesse percutido e observasse um som 
timpânico poderia afirmar que há ar naquela região, o que poderia ser um pneumotórax. 
 
 ↪ AUSCULTA: A ausculta consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo. Em sua maioria, os 
ruídos corporais são muito suaves e devem ser canalizados através de um estetoscópio para serem 
avaliados. 
 
 
 
2 
 CLASSIFICAÇÃO DO EXAME FÍSICO: 
• Exame físico geral (ectoscopia /somatoscopia) 
• Exame dos diferentes sistemas 
EXAME FÍSICO GERAL: 
 
 AVALIAÇÃO DO ESTADO GERAL: é uma avaliação subjetiva com base no conjunto de dados 
exibidos pelo paciente e interpretados de acordo com a experiência de cada um. 
➢ BEG – Bom Estado Geral 
➢ REG – Regular Estado Geral 
➢ MEG- Mau Estado Geral 
 
Exemplo: nas imagens ao lado há dois pacientes: o primeiro (de cima) é o Pedro com 
politrauma grave, não está sedado, porém não abre o olho e com várias complicações. 
A segunda é a Julia de 4 anos que foi para uma consulta de rotina com a pediatra e 
está sorridente e brincando. 
O Pedro é classificado como em Mau Estado Geral (MEG) 
A Julia é classificada como em Bom Estado Geral (BEG) 
 
↪ A avaliação do estado geral serve ainda de alerta para o médico nos casos com escassos sinais 
e sintomas indicativos de uma determinada enfermidade, obrigando-o a aprofundar sua 
investigação diagnóstica na busca de uma afecção que justifique a deterioração do estado 
geral. 
Exemplo: as vezes o paciente tem como queixa “dor na barriga muito intensa” e o médico faz todo o exame 
físico e não acha nada de errado com ele, mas o estado geral dele não está bom. Então o médico coloca 
esse paciente em observação internado pois ele sabe que há algo de errado com esse paciente. 
 
 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: Atualmente, usa-se a escala de coma de Glasgow (EG) 
para se avaliar alterações do nível de consciência. Tal avaliação consiste na análise de três 
parâmetros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal, obtidos por vários estímulos, desde 
a atividade espontânea e estímulos verbais até estímulos dolorosos. 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: Não existe Glasgow 0 mesmo para paciente em coma com morte encefálica o mínimo do Glasgow é 3. 
 
 
3 
• Vigil: É aquele estado no qual o comprometimento da consciência é leve, e o paciente é capaz 
de atender a ordens simples do tipo de abrir e fechar os olhos. 
• Obnubilado: Quando a consciência é comprometida de modo pouco intenso, mas seu estado de 
alerta é moderadamente comprometido. 
• Sonolência: o paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos apropriadamente e 
volta logo a dormir. 
• Confusão mental: configura-se por perda de atenção, o pensamento não é claro, as respostas são 
lentas e não há percepção normal do ponto de vista temporoespacial, podendo surgir alucinações, 
ilusão e agitação. 
• Torpor: Se a alteração de consciência for mais pronunciada, mas o paciente ainda for despertado 
por estímulos mais fortes, tiver movimentos espontâneos e não abrir os olhos. 
• Coma: Se não há despertar com estimulação forte, e o paciente está sem movimentos 
espontâneos. 
 
FALA E LINGUAGEM: A fala depende de mecanismos bastante complexos que compreendem 
o órgão fonador (laringe), os músculos da fonação e a elaboração cerebral. 
 As alterações da fala classificam-se da seguinte maneira: 
↪ Disfonia: é uma alteração do timbre da voz causada por algum problema no órgão 
fonador. A voz pode tornar-se rouca, fanhosa ou bitonal. 
↪ Dislalia: troca de letras – “cebolinha” 
 
↪ Disartria: dificuldade de articular a palavra, decorre de alterações nos músculos da 
fonação - “fala enrolado” – lesão do trato do músculo da fala 
 
↪ Disfasia/afasia: problema cortical na área da linguagem, ou seja, o órgão fonador e os 
músculos da fonação estão normais, mas há uma perturbação na elaboração cortical da 
fala. 
- Afasia sensorial / de recepção/ Wernicke: paciente não 
consegue entender a linguagem que está chegando para ele, 
mas consegue falar o que ele quer falar. 
- Afasia motora/ de expressão/ Broca: entende a linguagem, 
mas na hora que vai falar ele não consegue falar o que ele 
queria dizer. 
 
 ESTADO DE HIDRATAÇÃO: Um paciente estará normalmente hidratado quando a oferta de líquidos 
e eletrólitos estiver de acordo com as necessidades do organismo e quando não houver perdas 
extras (diarreia, vômitos, febre, taquipneia, sudorese excessiva), sem reposição adequada. 
↪ DESIDRATAÇÃO: é a diminuição de água e eletrólitos totais do organismo, caracterizando-se 
pelos seguintes elementos: 
• Sede 
• Diminuição abrupta do peso 
• Pele seca, com elasticidade (capacidade da pele de voltar para o estado normal após 
puxá-la) e turgor (rigidez) diminuídos 
• Mucosas secas (principal) – olhar na região da pálpebra inferior e principalmente na 
cavidade oral. 
 
 
4 
FONTANELA DEPRIMIDA 
• Olhos afundados (enoftalmia) e hipotônicos 
• Fontanelas deprimidas no caso de crianças (ficar atento) 
• Estado geral comprometido 
• Excitação psíquica ou abatimento 
• Oligúria (sinal de que a desidratação está mais avançada) 
OBS: a única forma de variar de peso abruptamente em uma pequena 
quantidade de tempo é perdendo ou ganhando líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COLORAÇÃO DAS MUCOSAS: observar embaixo da língua e na pálpebra inferior (conjuntiva). 
↪ Hipocorada – região da pálpebra inferior (conjuntiva pálida = anemia), ficar atento pois ele 
pode estar com uma hiperemia conjuntival, mas não pode dizer que ela não está hipocorada. Em 
caso de dúvida olhar embaixo da língua. 
↪ Hipercorada 
↪ Cianose: mucosa arroxeada/azulada 
↪ Icterícia: mucosa amarelada 
Obs: muitas pessoas têm excesso de gordura na conjuntiva, principalmente da raça negra, por 
isso deve olhar também embaixo da língua. 
↪ Leucoplasia: manchas brancas na mucosa 
 
 
 FÁCIES: Conjunto de dados exibidos naface do paciente. É a resultante dos traços anatômicos 
mais a expressão fisionômica. Não apenas os elementos estáticos, mas, e principalmente, a 
expressão do olhar, os movimentos das asas do nariz e a posição da boca. 
Certas doenças imprimem na face traços característicos, e, algumas vezes, o diagnóstico nasce 
da simples observação do rosto do paciente. 
Os principais tipos de fácies são: 
↪ FÁCIES NORMAL OU ATÍPICA: ausência de características para as demais 
fácies. 
➢ Paciente com a fácies normal, sem indicativo de nenhuma patologia 
aparentemente. 
 
 
 
 
 
5 
↪ FÁCIES HIPOCRÁTICA: 
 
➢ Olhos fundos, parados e inexpressivos 
➢ Palidez cutânea 
➢ Cianose labial 
➢ Emagrecido 
➢ Típica de pacientes graves e em estado terminal 
↪ FÁCIES RENAL: 
 
➢ Edema periorbitário (pelo mecanismo formador de edema ser 
relacionado com a hipoalbuminemia) 
➢ Palidez cutânea 
➢ É observada nas doenças renais, particularmente na síndrome nefrótica 
e nas glomerulonefrites agudas. 
 
 
↪ FÁCIES LEONINA: 
 
➢ Pele espessada com lepromas 
➢ Supercílios caem 
➢ Nariz e lábios espessados 
➢ É observada em pacientes com hanseníase. 
 
 
 
↪ FÁCIES ADENOIDIANA: 
 
➢ Nariz pequeno e afilado 
➢ Boca entreaberta 
➢ É observada em pacientes com hipertrofia adenoideana, as quais 
dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios 
posteriores das fossas nasais. 
 
 
 
↪ FÁCIES PARKINSONIANA: 
 
➢ Olhar fixo 
➢ Supercílios elevados 
➢ Fronte enrugada 
➢ “expressão de espanto” 
➢ É observada na doença de Parkinson 
 
 
 
↪ FÁCIES BASEDOWIANA: 
 
➢ Exoftalmia (olhos salientes) 
➢ Rosto magro 
➢ Não tangenciamento da pálpebra em relação a íris 
➢ É observada no paciente com hipertireoidismo. 
 
 
 
 
6 
↪ FÁCIES MIXEDEMATOSA: 
 
➢ Rosto arredondado 
➢ Nariz e lábios grossos 
➢ Pele seca 
➢ Cabelos escassos e sem brilho 
➢ Fisionomia de desanimo e apatia 
➢ É observada em paciente com hipotiroidismo ou mixedema 
 
 
↪ FÁCIES ACROMEGALICAS: 
 
➢ Saliência das arcadas supraorbitárias 
➢ Grandes saliências das extremidades ósseas 
➢ Maxilar inferior desenvolvido 
➢ Proeminência das maçãs do rosto 
➢ Aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas 
➢ É observada em pacientes com acromegalia ou gigantismo 
 
 
↪ FÁCIES CUSHINGOIDE (LUA CHEIA): 
 
➢ Arredondamento do rosto 
➢ Presença de acne 
➢ É observada em pacientes com hiperfunção da adrenal (alta produção 
de cortisol), como na síndrome de Cushing e pode ocorrer também nos 
pacientes que fazem uso prolongado de corticoides. 
 
 
 
↪ FÁCIES MONGOLOIDE: 
 
➢ Prega cutânea a mais na fenda palpebral 
➢ Olhos oblíquos e bem distantes um do outro 
➢ Rosto redondo 
➢ Boca quase sempre entreaberta 
➢ É observada na Síndrome de Down 
 
 
↪ FÁCIES DE DEPRESSÃO: 
 
➢ Cabisbaixo 
➢ Olhar com pouco brilho, fixo e distante 
➢ Sulco nasolabial acentuado 
➢ Canto da boca rebaixado 
➢ É observado em pacientes com depressão. 
 
 
↪ FÁCIES DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA: 
 
➢ Assimetria da face 
➢ Impossibilidade de fechar as pálpebras 
➢ Desvio da comissura labial para o lado que a musculatura está boa 
➢ É observado quando há lesão do nervo facial. 
 
MIXEDEMA: Acúmulo 
de tecido conjuntivo 
no subcutâneo. 
 
 
7 
 
 
↪ FÁCIES MIASTÊNICA: 
 
➢ Ptose palpebral bilateral 
➢ Testa franzida e cabeça levantada 
➢ É observado na miastenia gravis e em miopatias (acidente 
ofídico com cascavel) 
 
↪ FÁCIES DO DEFICIENTE MENTAL: 
 
➢ Traços faciais apagados e grosseiros 
➢ Hipertelorismo (afastamento dos olhos) 
➢ Estrabismo 
➢ Olhar desprovido de objetividade 
➢ Meio sorriso nos lábios 
 
 
↪ FÁCIES ETÍLICA: 
 
➢ Olhos avermelhados 
➢ Ruborização facial 
➢ Hálito etílico 
➢ Voz pastosa (lembrando disartria) 
➢ Sorriso meio indefinido 
 
 
 
↪ FÁCIES ESCLERODERMICA: 
 
➢ Imobilidade facial 
➢ Afinamento do nariz 
➢ Repuxamento dos lábios (lábios finos) 
➢ É observada em paciente com esclerodermia. 
 
 
 
 
1 
Exame Físico Geral 
PARTES: 
↪ Medidas antropométricas; 
↪ Peso; 
↪ Estado nutricional; 
↪ Desenvolvimento físico; 
↪ Atitude e decúbito preferido; 
↪ Musculatura; 
↪ Movimentos involuntários; 
↪ Enfisema subcutâneo; 
↪ Circulação colateral. 
 
 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS – ALTURA/ ESTATURA: 
↪ Realizada com o paciente em posição ortostática, quando for possível. 
↪ Determina-se a altura através de uma régua que pode estar fixa na parede ou acompanhada 
de uma balança. 
↪ Devem estar encostados na parede: 
• Calcanhares; 
• Panturrilhas; 
• Glúteos; 
• Escápulas; 
• Ombros. 
↪ A cabeça deve estar erguida e os olhos para o horizonte. 
Dessa forma, vamos abaixando a linha de medida da régua até encostar perceber que encostou 
na cabeça (ir além do cabelo). 
Obs: o paciente não pode estar usando nenhum adereço na cabeça como bonés. 
Deve-se ter em mente que a altura do paciente idoso é quase sempre menor do que a que 
alcançou ao final de sua fase de crescimento em razão do encurtamento da coluna vertebral 
com redução dos corpos vertebrais, bem como dos discos intervertebrais, além do aumento de 
sua curvatura; a osteoporose acentua ainda mais esse fato. 
↪ MEDIDAS ALTERNATIVAS: muitos pacientes não conseguirão assumir a posição ortostática, tendo 
então que ter alternativas para realizar essa medida: 
 
• Altura do Joelho: uma medida que vai da cabeça da tíbia 
até a linha final do pé seja o paciente sentado ou deitado. 
 
Depois de feita essa medida será jogada em uma fórmula que 
vai depender da idade e do sexo do paciente em que dará 
uma estimativa da estatura dele. 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Envergadura: é a distância medida entre o terceiro dedo de uma mão 
até o terceiro dedo da outra mão, ou seja, a medida entre os extremos 
dos membros superiores, estando o paciente com os braços abertos, em 
abdução de 90°. 
Normalmente, a envergadura equivale à altura. 
 
Pode ser usada em pacientes idosos e/ou acamados. 
 
 
 A semi-envergadura é a metade da envergadura, ou seja, a distância do terceiro dedo até a linha 
média do esterno. 
Essa fórmula determina com maior precisão a estatura do paciente utilizando o sexo, idade e a semi-
envergadura. 
↪ MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS EM CRIANÇAS: são importantes pois através delas 
será possível acompanhar o desenvolvimento físico da criança. 
Usa-se uma régua específica em que o bebê fica deitado e a parte fixa é encostada 
na cabeça dele e os pernas serão esticados de forma que os pés ficam encostados 
na parte móvel. 
➢ CURVAS DE CRESCIMENTO: existem para meninos e meninas de acordo com a idade, peso, estatura, 
perímetro cefálico e índice de massa corpórea (IMC). As tabelas ficam no cartão da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Altura(cm)= 63,525 – (3,237 x sexo) – (0,06904 x idade) + (1,293 x semi-envergadura) 
 
3 
• A curva verde tem percentil 50, mostrando que a mediana das crianças estão naquela posicão, 
sendo quem 50% esta acima dela e 50% abaixo dela. 
• As curvas vermelhas mostram um Z= -2 (Z é uma medida de desvio padrão) 
• As curvas pretas tem um Z= -3. Isso em percentil equivale a 1% da população que está embaixo 
da linha preta de baixo e pra cima da linha preta de cima. 
 
Exemplo: uma criança nasceu com 50 cm, com 2 meses ela foi em uma consulta com o pediatra e estava 
medindo 57 cm, com 4 meses estava medindo 63 cm. Se observarmos a curva ela está crescendo 
exatamente em cima da linha verde, ou seja, é uma criança de estatura mediana. 
Porém nem todas as crianças são assim, a estatura se relaciona muito com o fator genético, ou seja, se os 
pais têm estatura baixa, provavelmente a criança também terá e isso não quer dizer que ela tem algum 
problema. Para diferenciar um problema de crescimento de um fator genético deve-se acompanhar o 
desenvolvimento da criança. 
Uma criança nasceu com46 cm, com 2 meses ela estava medindo 53 cm e com 4 meses ela estava com 
58 cm. Observando a curva ela está certinha na curva vermelha, porém será uma criança de estatura 
menor, o que é totalmente normal. 
Uma criança que nasceu com 53 cm, com 2 meses ela tinha 55 cm e com 4 meses ela tinha 57 cm. Observa-
se que ela não seguiu nenhuma curva, ela foi “cruzando” as curvas, o que significa que essa criança está 
com algum problema, seja ele um nanismo, uma deficiência hormonal ou uma doença crônica como uma 
desnutrição proteico-calórica que está impedindo o crescimento de uma forma correta. 
Resumindo: o importante é a relação temporal das medidas, se ela está seguindo uma curva a 
criança está dentro da normalidade. 
 
 PESO: 
↪ As balanças devem ter o máximo possível de precisão. 
↪ Para os adultos usa-se a balança de chão, de preferência que não sejam as eletrônicas. 
↪ Para os bebês usa-se uma balança especial em que o bebê fica deitado e se possível sem 
nenhuma roupa, inclusive sem a fralda. 
OBS: existe algumas UTIs que a cama do paciente possui uma balança, então quando ele chega 
para ser internado a balança da cama é zerada e medido o peso de chegada dele e é possível 
ir acompanhando as variações ao longo da internação. 
↪PESO DE BEBÊS: 
• O peso médio do recém nascido a termo é de 3,3 kg (valor normal). 
• Logo após o nascimento ocorre uma perda fisiológica (normal) de 3 a 5% do peso. 
• Há recuperação desse peso perdido entre o 7° e 10° dia de vida. 
• Dobra o peso no 4° ao 5° mês de vida. 
• Triplica o peso com 1 ano 
• Quadriplica o peso com 2 anos. 
• Do 2° ano até a puberdade apresenta um ganho de peso relativamente estável de 2 a 2,5 
kg/ano. 
 
 
 
 
4 
➢ CURVAS DE PESO: enquanto a altura tem uma relação genética muito importante, o peso tem 
uma relação ambiental muito importante. 
Qualquer agravo que a criança sofra, como por exemplo a diarreia, pode levar a um 
afastamento da linha de crescimento ponderal do peso para baixo e deve-se prestar muita 
atenção nessa alteração. 
 
Exemplo: uma criança nasceu com 3,5 kg, no 3° mês estava com 5,6 kg, no 6° mês estava com 
7,4 kg. Observa-se que ela está exatamente na curva verde de percentil 50. Se no 6° mês ela 
tem uma diarreia grave e no 8° mês ela apresentar 7,4 kg igual ao 6° mês ela vai ter saído da 
linha verde e é necessário tomar medidas para reverter esse quadro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Analisando a tabela para entender melhor o que é percentil: 
Um escore-z menor que -3 equivale a um percentil menor que 0,1, ou seja, abaixo da curva -3 
(preta) há apenas 1% das crianças. 
Um escore-z maior que 3 equivale a um percentil de 99,9, ou seja, acima da curva 3 há apenas 
1% das crianças. 
 
 
 
5 
↪ O peso na idade adulta, por sua vez, é classificado da seguinte maneira: 
➢ PESO IDEAL: é o peso para o IMC ideal - é uma meta a ser obtida para o sobrepeso e desnutrido. 
 
 PI= altura X IMC médio 
 
➢ PESO AJUSTADO: 
- Peso ajustado para obesidade: (PA - PI) X 0,25 + PI 
- Peso ajustado para desnutrição: (PI - PA) X 0,25 + PA 
 
Exemplo de utilização: um paciente que pesa 160 kg internado na enfermaria precisando de um antibiótico 
que a dose precisa ser muito correta para ele, se der uma dose a mais pode causar uma insuficiência renal 
e se der uma dose a menos pode não conseguir a efetividade do antibiótico. 
O obeso tem uma grande quantidade de adipócitos que faz com que o peso dele seja maior, mas a 
necessidade de medicamento não seja tão grande quanto o peso que ele apresenta, portanto calcula-se 
o peso ajustado que vai ser menor que o peso atual e dá medicamento de acordo com o peso ajustado e 
não com o atual. 
Isso serve também para o desnutrido em que a dose será maior que o peso atual do paciente. 
 
➢ PESO CORRIGIDO: corrigido com a perda de um membro por amputação. 
 
 
 
Exemplo: uma amputação abaixo do joelho faz uma perda de 
5,9% do peso corporal. 
 
➢ PESO ESTIMADO: importante calcular em pacientes acamados. 
 
• Altura do Joelho – conforme visto anteriormente 
• Circunferência do Braço 
 
 
 
 
 
 
 
➢ PESO SECO: peso do paciente sem edema e sem ascite para cálculo de medicamento e para 
acompanhar a perda do edema durante a internação. 
 
 
 
2 
PA: peso atual 
PI: peso ideal 
 
6 
↪ ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA: O IMC é o parâmetro para 
cálculo de obesidade. 
 
 
OBS: Em caso de pacientes que possuem grande quantidade massa 
magra, deve-se colocar no exame físico: intensa hipertrofia 
localizada dos membros superiores, pois o IMC dele pode ser alto por 
ele possuir muita massa magra e não por ser obeso. 
 
↪ CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA: 
• É medida no ponto médio entre a crista ilíaca e o rebordo costal do mesmo 
lado passando a fita métrica bem paralela ao plano. 
 
• Usada para o diagnóstico de obesidade abdominal, gordura visceral e 
síndrome metabólica. 
 Obs: é diferente da circunferência abdominal (maior medida do abdome). 
• Critérios diagnósticos de síndrome metabólica: 
 
 
 
 
 
 
OBESIDADE CENTRÍPERA/ ANDROGÊNICA/ VISCERAL/ EM PADRÃO DE MAÇÃ: As pessoas que têm 
a circunferência de cintura aumentada têm um acúmulo de gordura nos órgãos abdominais 
(fígado, peritônio e até mesmo no intestino. Esse acúmulo de gordura visceral central, vai fazer 
com que haja liberação de hormônios que vão aumentar muito a resistência à ação da insulina, 
fazendo com que ao chegar em uma célula ela não consiga se ligar ao receptor e 
consequentemente não conseguirá colocar a glicose dentro dessa célula, ou seja, o paciente 
passa a ter uma hiperglicemia, risco de diabetes e consequentemente um risco a ter doenças 
cardiovasculares. Essa obesidade é chamada de androgênica (por ser mais comum no homem, 
centrípeta (por ser central) ou com padrão de maçã (por lembrar o formato de uma maça). 
OBS: O fato de ser androgênica não quer dizer que mulher não tenha, significa que é mais 
comum no homem, mas muitas mulheres têm obesidade centrípeta. 
OBESIDADE CENTRÍFUGA/ PERIFÉRICA/ EM PADRÃO DE PÊRA: Um outro grupo de pacientes tem 
uma obesidade que se localiza abaixo da região central do organismo, mais precisamente na 
região do quadril. Essa gordura está localizada dentro das células adiposas, no subcutâneo, e 
não necessariamente dentro dos órgãos abdominais como a anterior. Ela não altera tão a 
resistência à insulina. 
 
↪ CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA: 
• Avalia o estado nutricional (proteico) do idoso. 
• É útil também para indicar depleção de massa muscular em processo de 
desnutrição. 
SÍNDROME METABÓLICA: 
Circunferência aumentada + 
algum dos outros itens. 
 
 
7 
↪ PERÍMETRO CEFÁLICO: relaciona o crescimento da massa encefálica do cérebro como um todo. 
• Importante para diagnóstico de micro, macrocefalia e hidrocefalia (macrocefalia secundária 
ao aumento de líquor). 
• Perímetro cefálico no primeiro ano de vida para crianças nascidas a 
termo: 
 
➢ 0 a 3 meses: 2cm por mês 
➢ 3 a 6 meses: 1cm por mês 
➢ 6 a 9 meses: 0,5cm por mês 
➢ 9 a 12 meses: 0,5cm por mês. 
Se o perímetro cefálico não está aumentando a criança pode estar com alguma deficiência no 
crescimento, ou se aconteceu uma fusão das placas ósseas e a parte interna continua crescendo, o 
cérebro perde a capacidade de crescer naquele espaço, gerando uma microcefalia. 
Outro caso frequente, é uma criança que está aumentando o espaço do líquor dentro do cérebro, 
gerando uma hidrocefalia. Conforme vai sendo medido o perímetro cefálico percebe-se que está 
crescendo demais, então pede-se um exame de imagem, como uma tomografia ou ressonância para 
saber se essa criança tem ou não uma hidrocefalia e fazer o tratamento. 
 
 ESTADO NUTRICIONAL: 
↪ O estado nutricional deve ser avaliado de acordo com os seguintes parâmetros:➢ Peso 
➢ Musculatura 
➢ Panículo adiposo 
➢ Desenvolvimento físico 
➢ Estado geral 
➢ Pele, pelos e olhos 
 
↪ Sobrepeso e obesidade: 
o Aumento do risco cardiovascular 
o Dislipidemia 
o Hipertensão arterial 
o Diabetes 
o Doenças osteoarticulares 
o Síndrome da apneia obstrutiva do sono 
o Síndromes psicossociais 
 
 
↪ DESNUTRIÇÃO: É uma condição na qual o peso está abaixo dos valores mínimos normais, a 
musculatura é hipotrófica e o panículo adiposo escasso. 
Relação ente o peso usual do paciente e seu peso atual. 
Deve-se avaliar os parâmetros do estado nutricional: 
➢ Peso 
➢ Musculatura 
➢ Panículo adiposo 
➢ Desenvolvimento físico 
➢ Estado geral 
➢ Pele, pelos e olhos 
 
 
 
 
8 
 DESENVOLVIMENTO FÍSICO: 
↪ Tomam-se como elementos básicos a altura e a estrutura somática. 
↪ Em primeiro lugar, compara-se a altura encontrada com as medidas constantes das tabelas de 
valores normais. 
↪ Para avaliação da estrutura somática, não se dispõe de tabelas. É feita pela inspeção global, 
acrescida de informações a respeito do desenvolvimento osteomuscular. 
↪ Alterações no desenvolvimento físico: 
➢ Gigantismo acromegálico: É o excesso do hormônio de crescimento 
o Hiperfunção do lóbulo anterior da hipófise 
o Estatura elevada 
o Cabeça maior (desproporcional ao corpo) 
o Arcada supraorbitária, malares e mento proeminentes 
o Nariz aumentado de tamanho 
o Pele grossa, mão e pés enormes 
 
➢ Gigantismo infantil: 
o Extremidades inferiores muito longas, lembrando o aspecto dos eunucos 
o Hiperfunção do lóbulo anterior da hipófise antes do fechamento das epífises ósseas 
– há um crescimento principalmente dos ossos longos. 
o Se houver persistência há hiperfunção depois do fechamento acromegalia. 
 
 
 
➢ Nanismo acondroplásico: 
o Síndrome genética que impede o crescimento dos ossos longos (fêmur e úmero) – 
acelerada ossificação, sendo que os outros ossos crescem normalmente. 
o Desigualdade entre tamanho da cabeça e tronco (normal) com os membros (curtos e 
arqueados) 
o Musculatura bem desenvolvida e órgãos genitais normais 
 
 
➢ Nanismo hipofisário: 
o Deficiência na produção de GH 
o Cabeça e tronco proporcionais, mas pequenos. 
o Pode haver crescimento dos membros superiores levando a uma 
envergadura maior que a altura. 
o Órgãos genitais hipodesenvolvidos 
o Adquirem precocemente aspecto senil (progeria) 
 
 
➢ Cretinismo: 
o Nanismo por hipofunção congênita da tireoide 
o Falta de desenvolvimento de todas as partes do corpo 
o Conserva-se as proporções da criança, na qual a cabeça é relativamente grande 
o Ventre volumoso, lábios e pálpebras grossos, nariz chato, pele grossa e seca 
o Baixo nível intelectual 
 
OBS: No nanismo hipofisário o indivíduo pode ter uma deficiência intelectual, porém isso não é 
regra. Já no cretinismo a deficiência intelectual é regra, tanto que é testado no teste do pezinho. 
 
 
9 
ORTOPNEIA 
GENUPEITORAL CÓCORAS 
PARKINSONIANA 
OPISTÓTONO EMPOSTÓTONO PLEUROSTÓTONO MÃO PÊNDULA 
 ATITUDES E DECÚBITO PREFERIDO: 
↪ Posição adotada pelo paciente por comorbidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio 
para algum sintoma. 
↪ Pode ser voluntária e involuntária. 
➢ ATITUDES VOLUNTÁRIAS: 
 
o Ortopneia (posição ortostática para alívio da dispneia); 
o Genupeitoral (derrame pericárdio – facilitar o retorno venoso e diminui a dor na 
pericardite); 
o Posição de cócoras (alívio das cardiopatias congênitas complexas, como Tetralogia de 
Fallot - diminui o retorno venoso e faz com que o fluxo da pulmonar aconteça de uma 
forma mais simples); 
o Parkinsoniana: posição do braço e da cabeça tentando manter o equilíbrio. 
o Decúbitos (lateral, dorsal e ventral- pode aliviar uma dispneia de um derrame pleural 
unilateral) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ ATITUDES INVOLUNTÁRIAS: 
 
o Atitude passiva (a posição que colocar o paciente ele fica); 
o Ortótono – tronco rígido, sem se curvar; 
o Opistótono – tronco rígido, curvando para trás (tétano e meningite); 
o Emprostótono – tronco rígido, curvando para frente (tétano e meningite); 
o Pleurostótono - tronco rígido, curvando lateralmente (raro); 
o Posição em gatilho – hiperextensão da cabeça, flexão das pernas e encurvamento dos 
membros (irritação meníngea); 
o Torcicolo; 
o Mão pêndula (paralisia radial). 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 MUSCULATURA: 
↪ Troficidade: corresponde à massa do próprio músculo 
o Hipertrófica, hipotrófica ou musculatura normal; 
↪ Tonicidade: é o estado de semicontração própria do músculo normal 
o Hipertônica (espasticidade ou rigidez) 
o Hipotônica (flacidez) 
o Normal 
↪ A palpação é feita com as polpas digitais colocadas em forma de 
pinça, com o polegar em oponência aos demais dedos da mão. De 
início, palpa-se o músculo ou o grupo muscular em estado de repouso 
e, em seguida, solicita-se ao paciente que faça uma leve contração 
do segmento que está em exame para se investigar o músculo em 
estado de contração. 
Obs: sempre comparar os dois lados. 
 
 MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: 
➢ Tremores 
➢ Movimentos coreicos (coreia) 
➢ Movimentos atetósicos (atetose) 
➢ Hemibalismo 
➢ Mioclonias 
➢ Mioquinias 
➢ Asterix (flapping) 
➢ Tiques 
➢ Convulsões 
➢ Tetania 
➢ Fasciculações 
➢ Discinesias orofaciais 
➢ Distonias 
 
↪ TREMORES: São movimentos alternantes, mais ou menos rápidos e regulares, de pequena ou média 
amplitude, que afetam principalmente as partes distais dos membros. 
Utilizam-se duas manobras para a pesquisa dos tremores: 
➢ Solicita-se ao paciente que estenda as mãos com as palmas voltadas para baixo e com 
os dedos separados. Essa manobra pode ser completada colocando-se uma folha de 
papel sobre o dorso de uma das mãos. Isso provocará uma ampliação dos movimentos. 
 
➢ Ordena-se que o paciente leve um copo, em uma das mãos, da mesa à boca. 
 
 
O tremor pode ser: 
➢ Tremor de repouso: surge durante o repouso e desaparece com os movimentos e o sono; é um 
tremor oscilatório, em regra mais evidente nas mãos. Ocorre no parkinsonismo 
 
➢ Tremor de ação/ discinético ou intencional: é o que surge ou se agrava quando um movimento 
é executado. Aparece nas doenças cerebelares 
 
➢ Tremor de atitude ou postural: surge quando faz a hiperextensão do punho e solta para ver a 
resposta, não sendo muito evidente no repouso ou no movimento. Ocorre no pré-coma 
hepático, quando é designado flapping ou asterix. 
 
11 
 
➢ Tremor vibratório: é fino e rápido como se fosse uma vibração. Pode surgir no hipertireoidismo, 
no alcoolismo e na neurossífilis, mas a grande maioria é de origem emocional. 
 
 
↪ COREIA: Movimentos amplos, desordenados, arrítmicos, inesperados, multiforme, na face e 
membros. 
➢ Coreia de Sydenham: comum na febre reumática por conta da lesão dos núcleos da base. 
➢ Coreia de Huntington: é um distúrbio neurológico hereditário raro que se caracteriza por 
movimentos corporais anormais e incoordenação, também afetando habilidades mentais e 
aspectos de personalidade. 
 
↪ ATETOSE: Movimentos que ocorrem nas extremidades, são lentos e estereotipados, lembrando 
os movimentos dos tentáculos do polvo. Podem ser uni ou bilaterais. 
 Ocorre principalmente por lesões nos núcleos da base. 
 
↪ HEMIBALISMO: movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados 
a uma metade do corpo. 
São extremamente raros e decorrem de lesões extrapiramidais. 
 
↪ MIOCLONIAS: São contrações musculares breves, rítmicas ou arrítmicas, localizadas ou difusas, que 
acometem um músculo ou um grupo muscular. 
Devem-se a descargas de neurônios subcorticais e podem ocorrer em diversas situações 
patológicas, dentre as quais se destaca a epilepsia tipo pequeno mal. 
 
↪ MIOQUINIAS: São contrações fibrilares de tipo ondulatório que surgem em músculos íntegros (pálpebra 
e quadríceps).É benigno. 
Comum em pessoas fadigadas. 
 
↪ TIQUES: Movimentos repetidos sucessivamente, domináveis pela vontade. 
 
↪ CONVULÇÕES: Movimentos musculares súbitos e incoordenados, involuntários e paroxísticos, que 
ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo. 
As convulsões podem ser: 
• Tônicas: caracterizam-se por serem mantidas permanentes e imobilizarem as articulações. 
• Clônicas: são rítmicas, alternando-se contrações e relaxamentos musculares em ritmo mais ou 
menos rápido. 
• Tônico-clônicas: esse tipo soma as características de ambas. 
 
 
12 
 
↪ TETANIA: Crises tônicas, localizadas nas mãos e pés. 
Sinal de Trousseau: é feito com uma compressão do braço com o manguito do 
esfigmomanômetro. 
 A tetania ocorre nas hipocalcemias. 
Ocorre quando o paciente fez uma cirurgia de retirada da tireoide e a paratireoide 
sai também, então no pós operatório ele faz arritmia cardíaca. 
 
↪ FASCICULAÇÕES: São contrações breves, arrítmicas e limitadas a um feixe muscular. Podem 
estar relacionadas ao excesso de trabalho da musculatura. 
Exemplo: uma pessoa que correu uma maratona ou fez qualquer exercício que exigiu muito do 
músculo, pode ter fasciculação da musculatura que foi usada. 
Não devem ser confundidas com as mioquinias. 
 
↪ DISCINESIAS OROFACIAIS: são movimentos rítmicos e repetitivos, que comprometem, 
principalmente, a face, a boca, a mandíbula e a língua, sendo expressos sob forma de caretas, 
franzir dos lábios e protrusão da língua. 
Ocorrem em psicoses de longa evolução e em pessoas idosas que não possuem os dentes. 
 
 EFISEMA SUBCUTÂNEO: 
↪ É caracterizado como a presença de ar no espaço subcutâneo. 
↪ A técnica para reconhecê-lo é a palpação, deslizando-se a mão sobre a região suspeita. A 
existência de bolhas de ar proporcionará ao examinador uma sensação de crepitação muito 
característica. 
↪ O ar pode ser procedente do tórax, em decorrência de um pneumotórax, ou ter origem em 
processo local por ação de bactérias produtoras de gás; isso é o que ocorre nas gangrenas 
gasosas. 
 
 CIRCULAÇÃO COLATERAL: 
↪ Presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele. 
↪A circulação colateral deve ser analisada sob os seguintes aspectos: 
• Localização 
• Direção do fluxo sanguíneo 
 
13 
Manobra para determinar o sentindo do fluxo sanguíneo: 
No 1° tempo aplicam-se sobre um segmento de veia ingurgitada as 
polpas digitais dos dois indicadores juntos. 
No 2° tempo, os dedos se afastam um do outro enquanto comprimem 
o vaso, que vai ficando sem sangue. 
O 3° tempo consiste na retirada da compressão de uma das mãos: em 
a retirou-se a mão direita, e o vaso permaneceu vazio; em b foi retirada 
a mão esquerda e aí, então, ocorreu o reenchimento da veia. Pode-se 
concluir que o sangue está fluindo da esquerda para a direita. 
 
↪ Conhecidas a localização e a direção do fluxo, podem ser caracterizados quatro tipos 
fundamentais de circulação colateral: 
➢ Braquicefálica 
➢ Cava superior 
➢ Cava inferior 
➢ Porta 
 
▪ TIPO CAVA SUPERIOR: Esse tipo de circulação colateral se instala quando há 
um obstáculo na veia cava superior, seja compressão extrínseca por 
neoplasias ou outras alterações mediastinais, principalmente do mediastino 
superior, que está impedindo-a de levar o sangue para o átrio direito. 
Por essa razão o fluxo que vem da subclávia e da jugular procuram 
caminhos alternativos pelas veias superficiais para conseguir atingir a cava 
inferior e realizar o retorno venoso. 
A rede venosa colateral vai se distribuir na metade superior da face anterior 
do tórax; às vezes, também na parte posterior, nos braços e no pescoço. A 
direção do fluxo sanguíneo é toracoabdominal, indicando que o sangue 
procura alcançar a veia cava inferior através das veias xifoidianas e 
torácicas laterais superficiais. 
Além da rede de veias, costumam surgir os seguintes sinais: estase jugular bilateral não 
pulsátil, cianose e edema localizado na porção superior do tronco, pescoço e face. 
A turgência jugular não é pulsátil como é na insuficiência cardíaca (importante saber 
diferenciar). 
Acontece nos tumores de mediastino que obstruem a veia cava. 
 
 
▪ TIPO PORTA: é uma circulação que sai próxima a região umbilical e vai sendo 
centrífuga que pode ser em direção tanto para cima quando para baixo. 
A veia porta passa por dentro do fígado , se eu tenho um paciente com uma 
cirrose hepática ou uma hipertensão da veia porta e o sangue não está 
passando da forma que deveria por ali, vai haver uma circulação colateral 
para tentar levar o sangue da veia porta para a veia cava superior ou inferior. 
O obstáculo pode estar situado nas veias supra-hepáticas (síndrome de Budd-
Chiari), no fígado (cirrose hepática) ou na veia porta (pileflebite) 
A rede venosa colateral pode se concentrar na região umbilical, de onde se 
irradia de forma centrífuga e é conhecida como cabeça de medusa. 
 
 
14 
Pode ocorrer 3 mecanismos: 
 
1- Circulação colateral superficial: quando houver uma recanalização da veia umbilical 
trazendo o sangue da porta para a pele e da pele ele vai procurar a veia cava superior 
ou inferior tentando atingir o retorno venoso. 
2- Varizes esofagianas: quando ocorrer um fluxo inverso pelas veias esofágicas. 
3- Hemorroidas: quando ocorrer uma dilatação das veias retais. 
 
▪ TIPO VEIA CAVA INFERIOR: o obstáculo situa-se na veia cava inferior, e a 
circulação colateral vai se localizar na parte inferior do abdome, região 
umbilical, flancos e face anterior do tórax. 
O sangue fluirá no sentido abdome-tórax à procura da veia cava superior. A 
causa mais frequente desse tipo de circulação colateral é compressão 
extrínseca por neoplasias intra-abdominais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Exame Físico Geral 
Edema localizado na região 
orbital (Caso de Chagas 
agudo com sinal de Romaña) 
Edema localizado na região labial 
(frequente no angioedema) 
Edema localizado no membro 
inferior direito (comum na 
trombose venosa profunda) 
Edema generalizado ou anasarca 
(comum na síndrome nefrótica) 
 
 
 
PARTES: 
↪ Edema; 
↪ Temperatura; 
↪ Linfonodos; 
↪ Pulso; 
↪ Pressão arterial; 
↪ Sinais vitais. 
 
 EDEMA: Acúmulo de líquido no espaço intersticial ou intracelular. 
↪ Dados semiológicos do edema: 
 Tempo de duração; 
 Evolução; 
 Localização e distribuição; 
 Intensidade; 
 Consistência; 
 Elasticidade; 
 Temperatura da pele circunjacente; 
 Sensibilidade da pele circunjacente; 
 Outras alterações da pele adjacente. 
 
 
 LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: A primeira grande distinção a ser feita é se o edema é 
localizado ou generalizado. 
 
↪ Edema localizado: restringe-se a um segmento do corpo, seja a um dos membros inferiores, seja 
a um dos membros superiores, seja a qualquer área corporal (ex: trombose venosa profunda). 
↪ Edema generalizado ou anasarca: não acomete somente um seguimento do corpo. 
Importante: Edema que acomete os dois membros inferiores de forma homogênea, secundário a 
uma insuficiência cardíaca, a uma cirrose ou uma insuficiência renal, apesar de só as duas pernas 
estarem acometidas chama-se esse edema de generalizado já que o mecanismo formador desse 
edema foi algo generalizado. 
Se ocorresse um edema decorrente de trombose venosa profunda nas duas pernas, o que é muito 
raro pois o normal é acometer somente em uma perna, aí poderíamos falar que esse edema está 
localizado nos dois membros inferiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Edema mole 
Edema duro – erisipela 
Edema duro – linfedema 
decorrente de filariose 
 
 INTENSIDADE: é classificada de acordo com a profundidade observada no sinal de Cacifo ou 
Godet. 
Sinal de Cacifo ou de Coted: realiza-se uma compressão digital no local edemaciado do 
paciente, por pelo menos 5 segundos, a fim de evidenciar se há edema. É considerado 
positivose a depressão formada na pele não se desfizer imediatamente após a 
descompressão digital. 
 
A intensidade do edema será classificada em cruzes: 
+ se aprofundar 2 mm 
++ se aprofundar 4 mm 
+++ se apronfundar 6 mm 
++++ se aprofundar 8mm 
 
Importante: quando há edema generalizado, por exemplo na insuficiência cardíaca, a gravidade 
do edema não é dada pela profundidade do Cacifo e sim pela extensão do membro acometido. 
Por exemplo em um edema de membro inferior secundário a insuficiência cardíaca e o edema 
acometer somente no pé ele é grau 1, se acometer o pé, o tornozelo e não chegou no joelho ele 
é grau 2, se acometer o pé, tornozelo, perna, joelho até a coxa ele é grau 3, se acometer todos 
os anteriores até acima da coxa ele é grau 4 e é considerado anasarca. 
 
 
 CONSISTÊNCIA: o grau de resistência encontrado ao se comprimir a região edemaciada. 
↪ Edema mole: é facilmente depressível, significa que ele está naquela região há pouco tempo. 
↪ Edema duro: há uma resistência para obter o cacifo, indica cronicidade. 
Traduz a existência de proliferação fibroblástica que ocorre nos edemas de longa duração ou 
que se acompanharam de repetidos surtos inflamatórios. O mais típico é o que se observa na 
elefantíase, uma síndrome caracterizada por hiperplasia cutânea regional em decorrência de 
obstrução da circulação linfática, com represamento de linfa (linfedema) e proliferação 
fibroblástica intensa. 
Erisipela e celulite causam o edema duro pelo processo inflamatório causado. 
O edema secundário ao hipotiroidismo há uma proliferação fibroblástica fazendo com que o 
edema seja duro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 ELASTICIDADE: é indicada não só pela sensação percebida pelo dedo que comprime, mas 
principalmente observando-se a volta da pele à posição primitiva quando se termina a 
compressão. 
↪ Edema elástico: a pele retorna imediatamente à sua situação normal, ou seja, o cacifo perdura 
pouquíssimo tempo. O edema elástico é típico dos edemas inflamatórios. 
↪ Edema inelástico: é aquele cuja pele comprimida demora a voltar à posição primitiva, ou seja, 
a depressão persiste por certo tempo. 
OBS: na maioria das vezes os edemas duros são elásticos e os edemas moles são inelásticos. 
 
 OUTRAS ALTERAÇÕES DA PELE ADJACENTE: 
↪ Coloração: 
 Palidez: atinge maior intensidade nos edemas que se acompanham de transtorno da irrigação 
sanguínea. 
 Cianose: indicativa de perturbação venosa localizada, mas pode ser parte de uma cianose 
central ou mista. 
 Vermelhidão: indica processo inflamatório. 
↪ Textura e espessura: 
 Lisa e brilhante: edema agudo e de grande intensidade (esticou tanto a pele que ela ficou lisa 
e brilhante). 
 Espessa: edema crônico, mostrando que já houve tempo para a proliferação inflamatória e 
linfedema daquela região. 
 Enrugada: edema em regressão, a pele distendeu por conta do edema e quando ele foi 
tratado ela regride e fica enrugada. 
 
Importante: Peso diário em jejum - Pesando-se o paciente diariamente 1 vez/dia, pela manhã, dá 
uma ideia muito boa se ele está ganhando líquido (aumentando o edema) ou perdendo líquido 
(diminuindo o edema). Variações muito acentuadas do peso traduzem retenção ou eliminação 
de água. Todo paciente que apresenta edema deve ser pesado diariamente. 
 
 As principais causas de edema são: 
 Renal: síndrome nefrítica e nefrótica e pielonefrite edemas generalizados que geralmente 
acometem a região da face. 
 
 Insuficiência cardíaca edema generalizado que geralmente começam pelos MMII. 
 OBS: pacientes acamados acabam localizando o edema na região sacral. 
 
 Cirrose hepática edema generalizado que acomete os membros inferiores normalmente 
associado a ascite (edema na região abdominal). 
 
 Desnutrição proteica diminui a pressão oncótica fazendo com que o líquido extravase para 
o interstício. 
 
 Fenômenos angioneuróticos edema alérgico 
 
 
4 
Edema inflamatório Edema da trombose venosa profunda 
 Gravidez edema por causa do aumento da pressão hidrostática, pela hipovolemia e por 
fatores hormonais. 
 Obesidade edema crônico, duro e as vezes associado com o linfedema. 
 
 Hipotireoidismo 
 
 Medicamentos (corticosteroides, anti-inflamatórios, antagonistas do cálcio). 
 
Edema localizado: 
↪ Principais causas: 
 Varizes 
 
 Flebites e trombose venosa 
 
 Processos inflamatórios (ex: celulite e erisipela) 
 
 Linfedema 
 
 Postura (pessoas muito tempo sentadas ou de pé). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) – OBSERVAÇÃO: 
Flegmasia é a dor e o edema secundário à uma trombose venosa profunda que acometeu um 
vaso proximal (ilíaco ou femoral). 
Pode ser de dois tipos: 
↪ Flegmasia alba dolens: palidez e edema por TVP proximal e diante do tamanho 
dessa TVP gera um espasmo arterial (vasoconstrição duradoura). 
 
 
↪ Flegmasia cerulea dolens: cianose secundária a isquemia gerada pela TVP 
proximal – alta mortalidade. Apesar do problema ser na drenagem venosa gerou 
uma consequência arterial e uma isquemia naquele membro. 
OBS: A Flegmasia cerulea é uma progressão da alba e geralmente leva a amputação. 
 
 
5 
MIXEDEMA: 
É uma forma particular de edema observado no hipotiroidismo. Não se trata de uma retenção 
hídrica conforme ocorre nos edemas de maneira geral. 
No mixedema, há deposição de glicoproteínas no espaço intersticial e, secundariamente, 
retenção de água. 
 É um edema duro, na maioria das vezes generalizado e elástico. 
 
 
 TEMPERATURA CORPORAL: 
↪ A temperatura do interior do corpo permanece quase constante, em uma variação de no 
máximo 0,6°C, mesmo quando exposto a extremos de frio ou de calor, graças ao aparelho 
termorregulador, composto principalmente pelo hipotálamo (termostato endógeno capaz de 
manter a temperatura dentro de um valor considerado normal para aquele indivíduo) . 
↪ A temperatura da parte externa do corpo, ao contrário, está sujeita às variações das condições 
ambientais. 
↪ Os valores térmicos estão aumentados em certas condições fisiológicas, tais como: 
• Refeições copiosas; 
• Exercício físico intenso; 
• Gravidez; 
• Ovulação.
 
↪ Locais de medida: 
• Axilar (mais comum no Brasil); 
• Oral (mais comum nos EUA); 
• Retal - medidas em bebês ; 
Obs: em afecções pélvicas, como no abdome 
agudo, há uma temperatura retal aumentada 
comparada a temperatura axilar 
 
• Timpânico; 
• Arterial pulmonar; 
• Esofágico – procedimentos cirúrgicos passa-se 
uma sonda esofágica medidora de temperatura 
no paciente; 
• Nasofaringiano; 
• Vesical.
 FEBRE: Temperatura corporal acima da faixa normal. 
 Ajuste do termostato hipotalâmico elevado 
 
 Pirogênicos: substâncias que podem provocar elevação do ponto de ajuste do termostato 
hipotalâmico 
• Endotoxinas bacterianas; 
• Processos inflamatórios; 
• Neoplasias. 
 
Há evidências de que endotoxinas bacterianas (lipopolissacarídeos provenientes da parede celular) 
estimulam a síntese e a liberação de um pirogênio endógeno ao agir sobre os neutrófilos. 
 
6 
Uma vez liberado dentro da circulação geral, o pirogênio alcança o sistema nervoso central e estimula a 
liberação de prostaglandinas no cérebro, em particular na área pré-óptica hipotalâmica. Este último estágio 
é sensível a substâncias como o ácido acetilsalicílico. 
 
↪ Semiologicamente é considerado febre quando a temperatura axilar está acima de 37,5°. 
↪ Já na prática clínica considera-se febre quando a temperatura axilar está acima de 37,8°. 
 
SÍNDROME FEBRIL: A febre não é somente uma medida de temperatura acima do normal, além 
disso ocorrem outros sinais e sintomas como: astenia, inapetência, cefaleia, taquicardia, 
taquipneia, taquisfigmia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, 
confusão mental e até convulsões. 
 
Atenção: em crianças,principalmente menores que 2 anos de idade, a febre (38°C) pode ser o 
gatilho para convulsão febril (benigna e não leva a lesão neurológica, mas deve ficar atento a 
problemas como cair e ter um traumatismo craniano). 
 
 
↪ CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS: 
 
• Início; 
• Intensidade; 
• Duração; 
• Modo de evolução; 
• Término. 
 
 
 INÍCIO: 
 
 Súbito: geralmente é visto em afecções mais graves, como sepse e pneumonias graves. 
 
 Gradual 
 
 
 
DURAÇÃO – grande relevância: 
 
 FEBRE PROLONGADA: quando a febre permanece por mais de 1 semana, tenha ou não caráter 
contínuo (Para caracterizar como febre prolongada ela deve ser recorrente, mas não quer 
dizer que o paciente iniciou o processo febril e durou 1 semana seguida sem diminuir a 
temperatura, ele pode ter iniciado o processo febril e haver oscilações entre febre e 
temperatura normal durante a semana). 
 
 Principais doenças que causam febre prolongada: 
 
•Tuberculose 
• Malária 
• Endocardite infecciosa (10 a 15 dias) 
• Febre tifoide 
• Colagenoses (ex: Lúpus) 
• Linfomas 
• Brucelose 
• Esquistossomose. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 MODO DE EVOLUÇÃO – quadro térmico. 
 
↪ Febre contínua: o paciente ficou em estado febril vários dias, com variações de até 1°C, 
mas sem que ocorresse grandes oscilações. 
Ex: Sepse grave, febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia grave. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
↪ Febre irregular ou séptica: Registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas 
baixas ou períodos de apirexia (ausência de febre). 
Ex: Sepse grave, abscessos pulmonares, empiema vesicular, tuberculose e fase inicial da malária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
↪ Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1 °C e sem períodos de 
apirexia. 
Ex: septicemia, pneumonia, tuberculose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
↪ Febre intermitente: a febre é interrompida por um período de temperatura normal, isto é, 
registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde (cotidiana); ou então, em 1 
dia ocorre febre, no outro, não (febre terçã). Por vezes, o período de apirexia dura 2 dias 
(febre quartã). 
Ex: malária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: a característica da febre não é algo que consegue ser delimitada muitas vezes na prática clínica. É 
importante saber diferenciar principalmente aquela febre persistente (mais de uma semana), não 
necessariamente fazer o gráfico. 
 
 
 LINFONODOS: 
↪ Os linfonodos recebem a linfa trazida pelos ductos coletores das várias regiões do organismo. A linfa 
alcança o sistema circulatório pelos troncos linfáticos e ducto torácico. 
↪ Organizam-se em grupos superficiais e profundos: os superficiais estão localizados no tecido celular 
subcutâneo; os profundos situam-se abaixo da fáscia dos músculos e dentro das várias cavidades do corpo. 
↪ O exame físico geral inclui a investigação sistemática dos linfonodos superficiais. 
Obs: A avaliação dos linfonodos profundos só é possível com exames de imagem. 
➢ Cadeias superficiais dos linfonodos: 
 
• Cabeça e pescoço 
• Axilares 
• Epitrocleanos 
• Inguinais 
• Poplíteos 
 
 
 CABEÇA E PESCOÇO: 
▪ Occipitais 
▪ Retroauriculares/Auriculares 
posteriores 
▪ Pré-auriculares 
▪ Tonsilares 
▪ Submandibulares 
▪ Submentonianos 
▪ Cervicais anteriores 
▪ Cervicais posteriores 
▪ Supraclaviculares 
▪ Infraclaviculares 
 
 
Nesse quadro é representada uma febre terçã. 
 
9 
EXAME DOS LINFONODOS: se faz por meio da inspeção e da palpação, um método completando 
o outro. Sempre comparando um lado com o outros. 
 
Existe uma abordagem anterior e uma posterior: 
 
Anterior: o médico posiciona-se de frente para o paciente e com a pontas dos dedos vai 
palpando os linfonodos. 
 
Deve-se usar a polpa digital para palpar os linfonodos. 
Faz-se uma pressão suave, porém firme e procurando detalhes, sempre bilateralmente. 
 
 
OBS: os linfonodos, em sua forma normal, não são palpáveis. Só são palpáveis quando há alguma 
alteração, então diz que há uma adenomegalia (linfonodo aumentado). 
 
↪ Características semiológicas: 
 
• Localização; 
• Tamanho; 
• Coalescência; 
• Consistência; 
• Mobilidade; 
• Sensibilidade; 
• Alteração da pele. 
 
 Localização: necessário saber-se não apenas a localização com referência aos grupamentos 
ganglionares, mas na própria cadeia ganglionar quais linfonodos estão comprometidos, pois o 
reconhecimento do linfonodo alterado permite ao médico deduzir as áreas drenadas ou órgãos 
afetados. 
 
 Tamanho: descreve-se esta característica estimando o seu diâmetro em centímetros. Normalmente, os 
linfonodos variam de 0,5 a 2,5 cm de diâmetro. 
 
 Coalescência: é a junção de dois ou mais linfonodos, formando massa de limites imprecisos. A 
coalescência é determinada por processo inflamatório ou neoplásico da cápsula dos linfonodos 
acometidos, que os une firmemente, indicando certa duração na evolução da doença. 
 
 Consistência: o linfonodo pode estar endurecido ou amolecido, com flutuação ou não. A primeira é 
própria dos processos neoplásicos ou inflamatórios com fibrose. Quando mole e/ou com flutuação, 
indica, em geral, processo inflamatório e/ou infeccioso com formação purulenta. 
 
 Mobilidade: procura-se deslocar o linfonodo, o qual pode ser móvel ou estar aderido aos planos 
profundos. Esses caracteres indicam comprometimento capsular com as estruturas adjacentes. 
 
 Sensibilidade: o linfonodo pode estar doloroso ou não. Geralmente, as adenopatias infecciosas 
bacterianas agudas são dolorosas, podendo acompanhar-se de outras características inflamatórias. São 
pouco dolorosos nos processos infecciosos crônicos e, em geral, indolores nas infecções virais e nos 
processos parasitários. 
 
 Alteração da pele: observar a presença de sinais flogísticos (edema, calor, rubor e dor), e de 
fistulização, descrevendo-se o tipo de secreção que flui pela fístula. 
 
Essas características semiológicas que demonstrarão se o médico está diante de uma 
linfonodomegalia de uma forma benigna ou se isso representa, por exemplo, uma neoplasia, 
linfoma ou metástase. 
 
 
10 
Geralmente os linfonodos neoplásicos são grandes, coalescentes, endurecidos, fixos e indolores. 
Essas são as características que dão o ar de malignidade para a adenomegalia. 
 
Na amigdalite geralmente é palpado o linfonodo submandibular ou cervical anterior doloroso, 
móvel e mole. 
 
 
 FREQUÊNCIA DE PULSO X FREQUÊNCIA CARDÍACA: 
Fazemos a palpação do pulso para avaliar a frequência de pulso e ausculta 
cardíaca para avaliar a frequência cardíaca. 
O objetivo da palpação dos pulsos é delimitar a frequência desse pulso em 1 
minuto. 
A frequência cardíaca é a frequência medida de acordo com ausculta do 
coração durante 1 minuto. 
OBS: é possível que uma pessoa tenha uma frequência cardíaca maior do que 
a frequência de pulso, ou seja, teve hora que o coração contraiu, mas não foi 
suficiente para ejetar o sangue e gerar uma onda de pulso. Isso pode ocorrer 
nas extrassístoles, no batimento precoce e na fibrilação atrial. 
 
 
 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: é avaliada contando o número de incursões respiratórias em 1 
minuto. 
O paciente deve estar tranquilo e sem estar conversando. 
Além disso, o ideal é que o paciente não saiba que o médico está avaliando sua frequência 
respiratória pois ele pode alterar sem querer sua respiração por saber que o médico está 
avaliando-a. 
 
 
 PRESSÃO ARTERIAL: 
 O paciente deve estar em repouso por no mínimo 15 a 20 minutos; 
 Não pode ter tomado café nos últimos 15 minutos; 
 Não pode estar com a bexiga cheia; 
 Não pode ter fumado nos últimos 15 minutos. 
 
 Procedimento: 
1. Localizar as pulsações da artéria braquial 
2. Colocar o manguito 2 cm acima da fossa cubital 
3. Palparo pulso radial 
4. Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso radial; em seguida, desinsuflar o manguito 
lentamente. Quando reaparecer o pulso, será obtido o valor da pressão sistólica (Até aqui foi 
realizado o método palpatório) 
5. Colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do 
valor encontrado para a pressão sistólica pelo método palpatório 
6. Soltar o ar, de maneira contínua, à razão de 2 a 3 mmHg/segundo, até o completo esvaziamento 
da câmara 
7. Caso os ruídos estejam sendo percebidos com dificuldade, aumentar o ângulo entre o braço e o 
tórax, retificando a artéria, pois isso pode facilitar a ausculta dos sons. 
 
Palpação de pulso radial: 
Palpação de pulso carotídeo: 
 
11 
SINAIS VITAIS: 
 
• Frequência cardíaca x pulso 
• Frequência respiratória; 
• Pressão arterial; 
• Temperatura axilar; 
• Dor (avaliar a escala de dor – carinhas e 0/10)

Continue navegando