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Curares e quinas

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Curares e quinas
APRESENTAÇÃO
O curare é uma substância antiga utilizada pelos nativos da América do Sul. Essa substância é 
amplamente conhecida, e há relatos de que os povos indígenas utilizavam-na para a caça. No 
Brasil, os índios da Região Amazônica utilizavam nas flechas o curare obtido a partir de cascas 
de espécies de cipós das famílias Menispermaceae e Loginaceae. O motivo para isso é que o 
curare tem grande potencial de envenenamento, e sua utilização pode provocar paralisia da 
musculatura. Sabe-se também que os alcaloides presentes no curare apresentam benefícios, e ele 
foi o primeiro fármaco utilizado na anestesiologia em cirurgias e tratamento do tétano.
Já a quinina é um alcaloide usado pelos incas no Peru. Essa substância ficou conhecida devido a 
uma lenda espanhola durante a invasão no Peru, quando se teve conhecimento de uma árvore 
empregada para o tratamento da febre da malária. Relata-se que um soldado espanhol, que tinha 
sido contaminado pelo vírus da malária, bebeu uma água de cor amarronzada na qual essas 
árvores haviam caído. Após uma noite de sono, quando acordou, observou que a febre havia 
desaparecido. A quinina é empregada para o tratamento e o desenvolvimento de novos fármacos 
antimaláricos, isolados do gênero Cinchona, e aplicada como aditivo amargo na produção de 
alimentos e bebidas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a química e a biologia dessas substâncias, 
os métodos de extração, sua caracterização, doseamento e propriedades farmacológicas, além de 
entender como o farmacêutico desempenha um papel importante na segurança e na utilização 
dos produtos naturais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir, quimicamente, plantas que contenham curares e quinas.•
Relacionar aspectos farmacológicos de plantas que contenham curares e quinas.•
Descrever, de forma prática, a identificação desses compostos e a sua correlação com 
espécies brasileiras.
•
DESAFIO
A malária é uma doença infecciosa que atinge regiões tropicais, causada pelo protozoário do 
gênero Plasmodium. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, suores e cefaleia que ocorre 
ao longo do ciclo da doença, e o vetor da doença é o P. falcipaum. O Ministério da Saúde no 
Brasil, por muitos anos, instituiu um protocolo que preconiza o uso da quinina como fármaco de 
primeira escolha. A quinina é obtida a partir das cascas da quina do gênero da Cinchona. Essa 
extração ocorre em meio aquoso e ácido, e várias outras substâncias são extraídas 
concomitantemente.
Então, Marcos começa a questionar como deverá ser a extração e o doseamento. Você faz parte 
da equipe de Marcos no laboratório de pesquisa em produtos naturais, e ele precisa que você o 
ajude a resolver esse problema.
Com a finalidade de compreender o procedimento de extração e doseamento, analise:
a) Qual a melhor forma de extração a ser feita e qual o melhor solvente para o processo? Quais 
outros processos de extração são aceitáveis?
b) Quais testes são aplicáveis para identificação e doseamento da quinina?
INFOGRÁFICO
A quinina é um composto da classe dos alcaloides e derivado do triptofano. Ela apresenta um 
núcleo quinolítico, responsável por diferentes efeitos farmacológicos. Esse grupo de alcaloides 
pertence à espécie da Cinchona e tem sido utilizado no tratamento de malária, neuralgia, 
espasmos musculares, fibrilação cardíaca, além de ser utilizado na indústria alimentícia como 
flavorizante. A quinina está presente nas cascas da quina, encontrada em árvores nativas da 
América do Sul.
 
Neste Infográfico, veja como ocorre a formação da quinina e o processo de extração e 
identificação dos alcaloides.
CONTEÚDO DO LIVRO
O curare foi utilizado por muito tempo nas florestas tropicais da América do Sul como um 
veneno extremamente forte, sendo empregado em flechas. A mistura do curare era fervida em 
água por cerca de dois dias e, então, evaporava para se tornar uma pasta escura e espessa com 
gosto amargo. A morte por curare é causada por asfixia, uma vez que os músculos esqueléticos 
ficam relaxados e paralisados.
O curare começou a ser utilizado como anestésico em 1943, quatro anos depois que a substância 
tubocurarina foi isolada, sendo empregada em processos cirúrgicos. A quinina é um alcaloide 
que apresenta gosto amargo, tendo várias funções farmacológicas (antiarrítmicos, antimaláricos 
e analgésicos) e sendo utilizada como flavorizante na indústria alimentícia.
A descoberta da quinina ocorreu durante a conquista do Império Inca pelos espanhóis na região 
do Peru (século XVI). Os invasores tomaram conhecimento dessa árvore, que era utilizada para 
tratamento da malária. A fama da quinina se espalhou pelo mundo, e seus benefícios para 
diversos tratamentos farmacológicos foram apresentados. Existem alguns testes que ajudam na 
identificação e na quantificação da quinina. 
No capítulo Curares e quinas, da obra Farmacognosia aplicada, você irá estudar quimicamente 
e biologicamente essas substâncias, os métodos de extração, caracterização e doseamento e suas 
propriedades farmacológicas.
Boa leitura.
FARMACOGNOSIA 
APLICADA 
Carlos Ananias Aparecido Resende 
Curares e quinas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir, quimicamente, plantas que contenham curares e quinas. 
 � Relacionar aspectos farmacológicos de plantas que contenham curares 
e quinas.
 � Descrever, de forma prática, a identificação desses compostos e sua 
correlação com as espécies brasileiras. 
Introdução
O curare é um extrato aquoso obtido do cipó. O termo vem da palavra 
“veneno”, que era preparado pelos índios da região amazônica e utilizado 
em flechas. O curare é considerado minimamente venenoso quando 
absorvido pelo trato gastrointestinal, mas, quando em contato direto 
com o sangue, é letal. A preparação do curare pelos indígenas obedecia 
um padrão de calor, partes utilizadas e concentração, que era verificada 
provando-se o curare. Os diversos alcaloides presentes no curare não 
são mais utilizados como paralisante muscular em cirurgias (SÁ, 2012; 
SOENTGEN; HILBERT, 2016). 
A quinina é um alcaloide utilizado para o tratamento de malária, 
neuralgia, espasmos musculares e fibrilação cardíaca. É utilizada na in-
dústria alimentícia como flavorizante. Diferentes métodos são aplicados 
na sua extração e controle de qualidade, para garantir a otimização e 
confiabilidade dos fármacos que estarão disponíveis no mercado (SILVA; 
ARAGÃO, 2009).
Neste capítulo, você irá estudar essas substâncias do ponto de vista 
químico e biológico. Também vai ver quais são seus métodos de extração, 
sua caracterização, seu doseamento e suas propriedades farmacológicas. 
1 Conhecendo química e biologicamente 
o curare e a quinina
Curare
Curare é um termo que descreve uma combinação de extratos. Essa substân-
cia apresenta o alcaloide tubocurarina, e é utilizada por indígenas como um 
poderoso veneno (SÁ, 2012). Os indígenas classificam o curare em três tipos, 
estabelecidos em função de seu armazenamento, forma de preparo e recipiente 
utilizado, que são os seguintes (SIMÕES et al., 2017): 
 � Curare de tubo de bambu: extrato de menispermáceas.
 � Curare de cabaça (casca dos frutos de espécies de Cucurbitaceae): 
extrato da espécie loganiáceas.
 � Curare de pote de barro: extrato de espécies de duas famílias.
A tubocurarina, cuja estrutura química você pode ver na Figura 1, é um 
dos princípios ativos encontrado no curare, presente na Chondrodendron 
tomentosum, uma trepadeira nativa da América do Sul. A tubocurarina é um 
composto heterocíclico, com a presença de núcleo isoquinolínico, tendo como 
precursor a fenilamina e a tirosina, um sal quaternário que apresenta cadeias 
do grupo metil, solúveis em água (BARREIRO; FRAGA, 2015; MELOROSE; 
PERROY; CAREAS, 2015). 
A origem biossintética dos alcaloides se inicia pela rotado ácido chi-
químico a partir dos carboidratos. O ácido chiquímico é responsável pela 
formação dos aminoácidos aromáticos L-fenilamina e L-tirosina, precursores 
dos alcaloides isoquinolínicos (MELOROSE; PERROY; CAREAS, 2015). 
Acompanhe na Figura 2 a biossíntese dos alcaloides isoquinolínicos.
Curares e quinas2
Figura 1. Estrutura química da tubocurarina.
Fonte: Adaptada de Simões et al. (2017).
Alcaloide 
quaternário
Figura 2. Biossíntese dos alcaloides isoquinolínicos. 
Fonte: Adaptada de Simões et al. (2017).
+Eritrose-4-fosfato Fosfoenolpiruvato Ácido chiquímico
CorismatoPrefenatoTirosina
Alcaloides
isoquinolínicos
Condensação de dois metabólitos
para a formação do ácido chiquímico
A formação do
corismato acontece
com a junção do
fosfoenolpiruvato
Na tubocurarina, os dois átomos de nitrogênio estão separados por 10 
átomos de hidrogênio, apresentando centros carregados positivamente. 
A distância interatômica (1,4 nm em tubocurarina) é muito dependente da 
estrutura e estereoquímica, uma vez que os átomos estão separados do centro 
(MELOROSE; PERROY; CAREAS, 2015). Veja o processo de formação da 
tubocurarina na Figura 3.
3Curares e quinas
Figura 3. Processo de formação da tubocurarina. 
Fonte: Adaptada de Melorose, Perroy e Careas (2015). 
HO
NMe
MeO
HO
H
HO
NMe
MeO
HO
H
O2
NADPH
O
MeN
OMe
O
H
O
NMe
MeO
H
O
O
NMe
MeO
H
MeN
H
O
OH
OMe
OH
SAM
O2
NADPH
O
NMe
MeO
H
Me2N
H
O
OH
OMe
OH
Oxidação eletrônica de grupos 
fenóis produz radicais estabilizados 
por ressonância
Acoplamento radical: é provável 
que seja um processo gradual
Tubocurarina
(S)-N-metil-coclaurina
(S)-N-metil-coclaurina
O acoplamento oxidativo fenólico é um fator crucial para a modificação da 
benziltetrahidroisoquinolina, que é o esqueleto básico para muitos outros 
tipos de alcaloides. A tubocurarina representa o acoplamento de duas moléculas 
de benziltetrahidroisoquinolina por pontes de éter, mas esse acoplamento é 
menos frequente do que o de carbono–carbono, uma ligação intramolecular 
entre anéis aromáticos (MELOROSE; PERROY; CAREAS, 2015).
Ao longo da história, algumas plantas foram utilizadas para a preparação 
do curare, e elas apresentam propriedades farmacológicas, como as listadas a 
seguir (SIMÕES et al., 2017; KING, 1945; RAGHAVENDRA, 2002; SPIROVA 
et al., 2019; VIRTUOSO et al., 2005): 
 � Noz-vômica (Strychnos nux-vomica L.): a parte da planta utilizada para 
o preparo são as sementes. Era utilizada no passado para o tratamento 
de transtornos gastrointestinais.
 � Uva-do-mato (Chondrodendron tomentosum): é um potente relaxante 
muscular, utilizado como adjuvante em cirurgias e no tratamento de 
crises convulsivas.
 � Corticeira (Erythrina velutina): uma espécie da flora brasileira que 
apresenta atividade sob o músculo esquelético, provocando paralisia 
muscular. A parte da planta utilizada é a casca.
Curares e quinas4
Quinina
A quinina é extraída das cascas da quina. Foi isolada pela primeira vez em 
11 de setembro de 1980 na França, pelos químicos Pierre Joseph Pelletier e 
Joseph Bienaimé Caventou. Registros históricos relatam que índios começaram 
a observar que animais doentes obtiveram melhoras após ingerir água de uma 
lagoa onde havia cascas de quina (ALMEIDA et al., 2009). 
A quinina é um alcaloide quinolínico e apresenta em sua estrutura quí-
mica, que você pode ver na Figura 4, um núcleo quinolínico, responsável por 
diferentes efeitos farmacológicos. Utilizada na indústria farmacêutica para 
o desenvolvimento de fármacos antimaláricos e no tratamento de distúrbios 
digestivos, a quinina vem sendo empregada na indústria de alimentos como 
aditivo de amargura (SIMÕES et al., 2017). 
Figura 4. Estrutura química da quinina.
Fonte: Adaptada de Simões et al. (2017).
Álcool
Éter
Amina
Alcaloide terciário
Amina
A água tônica é considera um refrigerante e apresenta, em sua constituição, 82mg/L 
de quinina. A quinina, inicialmente, era utilizada como um composto com benefícios 
antimaláricos, mas a indústria de alimentos a utilizou para conferir o gosto amargo, 
uma característica sensorial marcante. A água tônica também é utilizada em bebidas 
como mistura para coquetéis feitos com gin (MINIM et al., 2009).
5Curares e quinas
A biossíntese da quinina, ilustrada na Figura 5, é semelhante à de outros 
alcaloides indólicos, de acordo com Simões et al. (2017, documento on-line): 
O triptofano (1), um aminoácido de núcleo indólico, forma, por descarboxila-
ção, a triptamina (2), a qual, mediante condensação de Pictet-Spengler com o 
monoterpeno secologanina (3), forma a estrictosidina (4). A incorporação do 
intermediário corinanteal (5) sugere que o grupo metóxi-carbonilíco se perde 
em estágios anteriores, formando duas isoformas. A partir do corinanteal (5), 
os caminhos divergem completamente, e a formação do esqueleto quinolíni-
co requer um rearranjo não apenas da porção monoterpênica, mas também 
do núcleo indólico, formando intermediários como 6, 7 e 8, para formar os 
alcaloides quinina (9), cinchonidina quinidina e cinchonina.
Figura 5. Rota biossintética da quinina.
Fonte: Simões et al. (2017, documento online).
Curares e quinas6
Os alcaloides quinolínicos são encontrados na espécie do gênero da 
Cinchona L., que são árvores nativas da América do Sul e de outros países. 
As cascas dessa espécie devem ser utilizadas na faixa de 8 a 12 anos. Apresenta 
solubilidade em água, sendo um fármaco extremamente básico (BARREIRO; 
FRAGA, 2015; SIMÕES et al., 2017; OLIVEIRA; SZCZERBOWSKI, 2009; 
SILVA; ARAGÃO, 2009).
Estudos relacionados à estrutura química da quinina levaram ao desenvolvi-
mento de análogos sintéticos a partir do grupo farmacofórico o anel quinolínico 
(cloroquina, primaquina e mefloquina) (BARREIRO; FRAGA, 2015).
A transmissão da malária ocorre pelo parasita do gênero Plasmodium, 
ou seja, é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito fêmea 
do gênero Anopheles (RATHORE et al., 2005). A malária apresenta como 
sintomas febre, calafrios, cefaleia, vômitos, anorexia, diarreia e anemia. Caso 
não seja tratada adequadamente, pode causar complicações maiores ao paciente, 
como edema pulmonar, complicações renais, icterícia e obstrução dos vasos 
sanguíneos cerebrais, situação que poderá levar o paciente a óbito (FRANÇA; 
DOS SANTOS; FIGUEROA-VILLAR, 2008). 
O fármaco de primeira escolha para o tratamento da malária é a quinina, 
presente na constituição química de algumas espécies de plantas, como as lis-
tadas a seguir (SIMÕES et al., 2017; POLLITO; TOMAZELLO FILHO, 2006). 
 � Cinchona calisaya (quina amarela): utilizada como um antimalárico 
e antiparasitário, também auxilia no processo digestivo. As partes 
utilizadas da planta são as cascas. Nesta droga encontram-se presentes 
60% de quinina.
 � Cinchona amazônica: espécie do gênero Cinchona, chamada popular-
mente de árvore da quinina. Sua casca é utilizada para o tratamento 
da malária.
2 Aspectos farmacológicos de curares e quinas
Curare
O curare apresenta propriedades paralisantes; essa ação ocorre sobre os 
receptores nicotínicos da acetilcolina nos músculos. O curare trabalha de forma 
competitiva com a acetilcolina, sendo um antagonista. Provocando bloqueio 
neuromuscular e, em seguida, flacidez muscular, a ação da tubocurarina 
acontece por um período longo (SIMÕES et al., 2017). 
7Curares e quinas
A neostigmina e a piridostigmina são antagonistas da tubocurarina, ou 
seja, revertem o efeito de bloqueio neuromuscular promovido pela tubocura-
rina. Utilizada também como antídoto no caso de envenenamento por curare, 
a neostigmina promove o aumento da concentração de acetilcolina no sistema 
neuromuscular (ARAÚJO; SANTOS; GONSALVES, 2016; MELOROSE; 
PERROY; CAREAS, 2015).
Em 1947, a tubocurarina possibilitou o desenvolvimento de fármacos da 
classe dos bloqueadores ganglionares e relaxantes musculares utilizados em 
cirurgias intestinais (BARREIRO; FRAGA, 2015). Alguns efeitos colaterais 
causados pela tubocurarina são hipertensão,taquiarritmia, apneia, bronco-
espasmo, insuficiência respiratória, rubor e salivação. 
Quinina
O mecanismo de ação da quinina ainda não é totalmente elucidado. Ela pode ser 
usada como um antiarrítmico, sendo indicada na manutenção do ritmo sinusal 
e da fibrilação atrial, na prevenção recorrente da taquicardia e no tratamento 
de diferentes linhagens celulares (MELOROSE; PERROY; CAREAS, 2015). 
Alguns estudos relatam que a quinina age sobre os fosfolipídios da mem-
brana do vacúolo digestivo. Essa degradação compromete a hemoglobina, 
levando o parasita à morte (FITCH, 2004). 
O metabolismo do quinina ocorre no citocromo P450, uma enzima hepá-
tica, na qual ocorre a oxidação do fármaco. A excreção da forma inalterada 
do fármaco ocorre pela urina — 20% da dose administrada é excretada. 
A 3-hidroxiquinina é o principal metabólito produzido pelo fármaco; em 
pacientes com deficiência renal pode causar toxicidade (SIMÕES et al., 2017).
Existe uma limitação ao uso do quinina, por ter uma janela terapêutica 
curta; pode ainda haver o desenvolvimento de cardiotoxicidade e o cinchonismo 
(toxicidade neurológica, cardiovascular e gastrointestinal). A quinina é um 
dos fármacos que podem ser utilizados no primeiro trimestre da gestação 
(TAKEM; D’ALESSANDRO, 2013; WHITE, 2007).
Indivíduos que apresentam um nível plasmático elevado do fármaco podem 
ter um aumento da toxicidade — isso ocorre devido à ligação com proteínas 
plasmáticas. Em pacientes com malária grave, o período de meia-vida da 
quinina se torna mais longo (SIMÕES et al., 2017). 
Curares e quinas8
Os antimaláricos foram desenvolvidos como profilaxia e 
tratamento da malária. O hospedeiro da malária apresenta 
um ciclo biológico complexo, e deve ser empregado 
um esquema terapêutico adequado à terapia que será 
aplicada ao paciente. Existem hoje poucos fármacos 
para tratamento e, por uso incorreto da população, vêm 
aumentando os casos de resistência medicamentosa a 
esses fármacos. Se quiser saber mais a respeito, leia o artigo 
disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/kiHbP
3 Caracterização, doseamento e extração 
Curare
Existem diversas reações que podem ser empregadas para a identificação 
de alcaloides, mas algumas drogas necessitam de testes específicos para sua 
identificação. A metodologia de extração, de modo geral, consiste em tratar 
o material vegetal na forma de pó com solução aquosa de ácido diluído e, 
em seguida, neutralizar adicionando um solvente orgânico. Esses alcaloides 
são precipitados com adição da solução de carbonato de sódio ou amônia 
(SIMÕES et al., 2017). 
A caracterização e o doseamento da tubocurarina podem ser feitos com 
os seguintes métodos (SIMÕES et al., 2017):
 � Cromatografia em camada delgada (CCD): método utilizado para 
isolamento e identificação da tubocurarina, alcaloide presente no curare. 
É empregado o regente iodo platinado na cor marrom para a detecção 
do alcaloide. 
 � Cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia a 
gás (CG) e volumetria: o doseamento da tubocurarina pode acontecer 
por um desses três métodos. Pode ser empregando na fase móvel do 
gradiente do CLAE. 
9Curares e quinas
Quinina
A extração do quinina ocorre por meio do líquido — líquido é o momento 
em que dois componentes de uma mistura são separados quando entram em 
contato com o solvente orgânico no qual ocorrerá o processo de dissolução 
(SIMÕES et al., 2017). 
Outros autores citam a extração por meio de ultrassom. Essa técnica con-
verte as ondas do ultrassom de energia elétrica para energia mecânica, e a 
propagação dessas ondas no meio líquido provoca uma variação de pressão. 
A formação de bolhas ocorrem pela alta frequência, quando ocorre a im-
pulsão para a formação das bolhas. Durante esse processo ocorre um efeito 
vibratório na célula, levando a sua ruptura e liberando seu conteúdo (SILVA; 
ARAGÃO, 2009).
A caracterização e o doseamento pode ser feitos pelas seguintes técnicas:
 � Cromatografia em camada delgada (CCD): método utilizado para 
o isolamento de alcaloides indólicos. Este método é utilizado para a 
identificação de compostos conhecidos (BESSEGATO; CARDOSO; 
ZANONI, 2016).
 � Cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE): método empregado 
para a quantificação de alcaloides indólicos, que apresentam forte ab-
sorção pelo núcleo indólico, que se concentra na região violeta; assim 
o método se apresenta sensível. Este método trabalha com a CLAE 
acoplada à detecção de alta florescência (FLD) (CANALES et al., 2020). 
Existem alguns testes colorimétricos empregados na identificação quinina, 
listados a seguir: 
 � Teste de eritroquinina: apresenta coloração avermelhada.
 � Teste de Herapatita: apresenta aspecto metálico.
 � Ácidos oxigenados: apresenta fluorescência azul na presença de ácido 
sulfúrico. 
 � Teste de taleioquina: verde esmeralda. 
Acompanhe no Quadro 1 os testes colorimétricos reativos para a confir-
mação de alcaloides.
Curares e quinas10
Reativo para alcaloides Composição Cor do precipitado
Dragendorff Iodobismutato 
de potássio
Alaranjado
Mayer Iodomercurato 
de potássio
Branco
Bertrand Ácido sílico-tungstato Branco
Bouchardat/Wagner Iodo-iodeto de potássio Marrom
Sonnenschein Ácido fosfomolíbdico
Ácido tânico
Branco
Bege
Heger Ácido pícrico Amarelo
Quadro 1. Testes reativos colorimétricos para confirmação de alcaloides
No link a seguir você encontra um site com mais infor-
mações sobre os testes utilizados para identificação e 
extração de alcaloides.
https://qrgo.page.link/ZvxQx
O conhecimento acerca da utilização dos produtos naturais e a troca de 
experiências entre os diferentes povos levaram ao desenvolvimento de estudos 
voltados para compostos químicos naturais responsáveis por diversas atividades 
biológicas (MONTANARI; BOLZANI, 2001). No desenvolvimento de novos 
fármacos para o tratamento de doenças diversas, a natureza tem um papel 
fundamental (VIEGAS JÚNIOR; BOLZANI; BARREIRO, 2006). 
11Curares e quinas
ALMEIDA, M. R. et al. Pereirina: O primeiro alcaloide isolado no Brasil? Revista Brasileira de 
Farmacognosia, v. 19, nº. 4, out./nov. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2009000600026. Acesso em: 21 fev. 2020.
ARAÚJO, C. R. M.; SANTOS, V. L. dos A.; GONSALVES, A. A. Acetilcolinesterase - AChE: uma 
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http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v8n6a04.pdf. Acesso em: 21 fev. 2020.
BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química medicinal: bases moleculares da ação dos 
fármacos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 608 p.
BESSEGATO, G. G.; CARDOSO, J. C.; ZANONI, M. V. B. Contribuições da fotocatálise hetero-
gênea e fotoeletrocatálise no tratamento de efluentes contendo corantes. In: ZANONI, 
M. V. B.; YAMANAKA, H. (org.). Corantes: caracterização química, toxicológica, métodos 
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Acesso em: 21 fev. 2020.
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Curares e quinas14
DICA DO PROFESSOR
O curare e as quinas representam um avanço na medicina para o desenvolvimento de novos 
medicamentos. A história da humanidade e a utilização de plantas medicinais por povos que 
tinham os conhecimentos empíricos foram fundamentais para o desenvolvimento de novos 
fármacos. 
Nesta Dica do Professor, você irá compreender mais sobre os aspectos farmacológicos do curare 
e da quinina.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
A tubocurarina é o principal aditivo encontrado no curare. O curare recebe esse nome por 
apresentar vários compostos que são considerados venenosos. A tubocurarina tem ação 
paralisante e é utilizada como relaxante muscular.
1) 
 
É possível visualizar, em sua estrutura química, algumas funções orgânicas, entre elas:
 
A) ácido carboxílico.
B) álcool.
C) anidrido.
D) cetona.
E) éter.
2) A quantificação dos principais ativos presentes em plantas pode ser feita de 
diferentes maneiras. Existem alguns métodos que auxiliam na quantificação de 
princípios ativos, a qual tem um papel importante para o desenvolvimento de novos 
estudos. J.L.M é pesquisador de uma universidade e necessita realizar uma 
quantificação de tubocurarina e quininas em seu laboratório. Então, precisa saber 
qual método empregar para a quantificação da tubocurarina.
De acordo com seus conhecimentos, qual método dever ser utilizado para a 
quantificação da tubocurarina?
A) CCD.
B) CLAE.
C) Dragendroff.
D) Teste de taliquimia.
E) Mayer.
3) O curare apresenta atividade paralisante quando em contato com o corpo, 
trabalhando de forma competitiva com a acetilcolina. A tubocurarina, por muito 
tempo, foi utilizada como relaxante muscular em processos cirúrgicos.
A ação da tubocurarina ocorre em quais receptores?
A) Receptores muscarínicos.
B) Receptores colinesterase.
C) Receptores monoamina.
D) Receptores adrenérgicos.
E) Receptores nicotínicos.
4) Durante o processo de metabolismo da quina, ocorrem algumas transformações no 
fármaco, chamadas de oxidação. Essa oxidação gera um metabólito secundário, 
chamado de 3-hidroxiquina.
Em qual desses grupos de pacientes deve-se ter atenção redobrada durante a 
administração de quinina?
A) Pacientes renais.
B) Pacientes hipertensos.
C) Pacientes asmáticos.
D) Pacientes com deficiência de cálcio.
E) Pacientes em período de menopausa.
5) Durante a aula de Biologia, um professor explicou que os índios nativos da América 
do Sul utilizavam o curare em flechas para a caça, explicando que o termo era 
designado para denominar a palavra veneno. O curare é uma mistura de cipós de 
várias espécies da Amazônia. Então, um aluno da classe levantou a seguinte questão: 
“Se o curare é um veneno, os índios não poderiam consumir a carne da caça morta 
com as flechas”.
Por que os índios não morriam ao consumirem a carne envenenada?
A) O curare apresenta baixa toxicidade e é pouco absorvido pelo trato gastrintestinal.
B) O curare apresenta ação farmacológica nula sobre o trato gastrintestinal.
C) Os índios realizavam um ritual de preparo para a limpeza da carne, que se tornava própria 
para o consumo.
D) O curare não apresenta ação sobre os bloqueadores neuromusculares.
E) O curare apresenta alta toxicidade e é muito absorvido pelo trato gastrintestinal.
NA PRÁTICA
O uso indiscriminado de plantas medicinais vem se tornandofrequente no mundo moderno, o 
que vem trazendo alguns problemas de saúde para a população, como possíveis interações 
medicamentosas que podem comprometer o tratamento.
Nesta Na Prática, conheça o caso de Dona Maria e o uso das cascas de quina para o tratamento 
de distúrbios gastrintestinais.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Extração de alcaloides
No link a seguir, você verá como ocorre o processo de extração dos alcaloides.
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Estudo do efeito do macerado de flores de mulungú sobre operaria de abelhas 
africanizadas
As plantas do gênero Erythrina são conhecidas por produzirem alcaloides, flavonoides e 
isoflavonoides. Essas plantas representam a principal fonte de alcaloides tetracíclicos, os quais 
apresentam atividade semelhante à do curare, causando paralisia muscular.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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