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Faculdade de Tecnologia e Ciências UNIFTC CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Docente: Diego Mendes Freitas Disciplina: Nutrição Animal Curso: Med. Veterinária Discentes: Érika Ramos Pinto, José Edilson Junio Alves da Silva, Lázaro Lopes Nery Sales Ferreira, Sonny Kervillin Lima Santos CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Os alimentos concentrados se apresentam de duas formas: Alimentos concentrados energéticos e Alimentos concentrados proteicos. Os alimentos concentrados energéticos contêm menos de 20% de PB e são usados na alimentação dos animais como fonte de energia por serem ricos em carboidratos solúveis e ou gordura. Basicamente são os grãos de cereais e seus subprodutos (milho, sorgo, trigo, arroz, aveia, cevada, centeio, etc), raízes e tubérculos (mandioca e batata) e os subprodutos da indústria (melaço e polpa cítrica). Os alimentos concentrados proteicos contêm mais de 20% de PB e são usados na alimentação dos animais principalmente como fonte de proteína. Alguns alimentos têm na sua composição compostos que influenciam na expressão do seu potencial nutritivo, ou seja, embora um alimento pareça de excelente valor nutricional, quando fornecido aos animais, este não expressa um desempenho de alto nível pelo animal. Os compostos que de alguma forma interferem da expressão do valor nutritivo do alimento e consequentemente no metabolismo dos animais são classificados, dependendo da sua origem como: toxinas endógenas e exógenas. Toxinas endógenas: fazem parte do alimento. Estes compostos são produz idos pelas plantas ou animais com uma finalidade especifica, dentro do ecossistema dos mesmos. Ex: inibidores de tripsina, glicosídeos e fenólicos. Toxinas exógenas: são toxinas que não fazem parte da composição natural do alimento, estando presente devido alguma fonte de contaminação do ambiente. Ex: microtoxinas e pesticidas. ALIMENTOS CONCENTRADOS ENERGÉTICOS O farelo de algodão está disponível no mercado de duas formas: sem casca e com casca, sendo a última recomendada para os ruminantes. Farelo de algodão sem casca: O farelo de algodão sem casca apresenta 43% de PB na MS e é pobre em lisina e triptofano. Farelo de algodão com casca O farelo de algodão com casca apresenta 52% de FDN e 25 a 36% de PB na MS. Ele é recomendado para suínos em até 10% da ração, para as aves em até 5% e em até 20% do concentrado para os bezerros e vacas leiteiras. Os subprodutos do babaçu utilizados na nutrição animal (torta e farelo) contribuem de forma significativa como alimento alternativo, pois em vários trabalhos onde foi feito a substituição de ingredientes tradicionais não houve perdas de produtividade. A inclusão de subprodutos de babaçu pode ser uma alternativa para minimizar o custo das rações tanto de animais não ruminantes como de animais ruminantes. Mais trabalhos científicos devem ser realizados para se ter melhores conclusões a respeito das matérias primas à base de babaçu. O amendoim é fornecido aos animais na forma de farelo de amendoim, sendo pobre em Cálcio, caroteno, metionina, triptofano e lisina e rico em niacina e ácido pantatênico. Nos ruminantes, parte da aflatoxina é metabolizada no rúmen e eliminada e eliminada no leite na forma de um metabólito mais potente que o produto consumido, devendo, portanto, não ser fornecido alimento contaminado para as vacas leiteiras. É recomendado o farelo de amendoim para suínos e aves de 10 a 12% devido a Deficiência de lisina e metionina e para bovinos de 20 a 30% dos concentrados. O farelo de arroz é um produto do beneficiamento e consiste no subproduto do polimento do arroz descascado para produzir arroz branco. É tradicionalmente usado como alimento animal, mas você vai ver que é na nossa mesa que ele deveria estar. O fubá de milho é um componente muito bom para gado de leite, podendo render até 15 litros por dia. Entre os ingredientes da receita estão fubá de milho, farelo de soja, ureia, sal mineral, monensina sódica ou virginiamicina e fosfato de cálcio. Ou seja, componentes fáceis de serem encontrados no mercado agropecuário. Casca de soja As indústrias de ração e os produtores a utilizam como concentrado energético, em substituição ao milho, por apresentar valor proteico baixo (10% de PB) e energia média (70% de NDT). Porém, esse é um alimento que pode ser classificado como volumoso, devido à presença de alto teor de fibras (40% FB) e pela alta digestibilidade. É muito utilizada em dietas com altos níveis de concentrados, por meio da qual melhora o funcionamento do rúmen. Tanto em gado de corte, quanto de leite, a casca de soja pode ser utilizada em quantidades de 2 a 4 kg por animal ao dia, observando o suprimento de energia da dieta. Farelo de trigo São alimentos ricos em energia e pouca proteína bruta. São representados pelos grãos de cereais e seus subprodutos, assim como óleos e outras fontes de gordura. As raízes da mandioca destacam-se como fonte de energia, que é o componente quantitativamente mais importante das rações alimentícias para diferentes espécies de animais. Pode ser utilizada na alimentação de animais monogástricos e poli gástricos, nas formas fresca, ensilada e seca, raspa triturada e farelo. Apresentam quantidades mínimas de proteína, vitaminas, minerais e fibra e são bem aceitas pelos animais. As raízes possuem alta concentração de amido e podem ser usadas como substitutas do milho, na alimentação de vacas leiteiras, desde que devidamente suplementada com uma fonte proteica, já a parte aérea da mandioca tem alto valor nutritivo (proteína, açúcares, vitaminas A e C, minerais Ca e P) excelente aceitabilidade pelos animais por ser palatável. s experiências têm demonstrado que as ramas de mandioca podem ser incluídas na formulação de rações para animais domésticos, especialmente ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos), em substituição parcial ou total dos cereais (milho, trigo e cevada), graças ao seu valor nutritivo. Canola Aproximadamente 1/3 do peso do farelo é composto por carboidratos complexos o que contribui para a menor disponibilidade da energia do farelo de canola para aves e suínos. Estudos sobre a natureza e efeitos fisiológicos dos componentes dos carboidratos do farelo de canola podem 46 oferecer novas oportunidades para um incremento do valor nutricional do farelo. Os valores de digestibilidade da matéria seca, energia, proteína e aminoácidos do farelo de canola para suínos são inferiores aos do farelo de soja. CONCENTRADOS ENERGÉTICOS Os concentrados energéticos apresentam alta concentração de nutrientes, principalmente carboidratos de reserva e gordura. "São alimentos ricos em energia e que contém menos de 20% de PB (Proteína Bruta), sendo representados pelos grãos de cereais e seus subprodutos, assim como óleos e outras fontes de gordura", afirma Gilmar Ferreira Prado, professor do Curso a Distância CPT Nutrição de Bovinos de Corte. As principais características dos concentrados energéticos são: Possuem baixo teor de fibra. Geralmente possuem boa aceitabilidade pelos animais. O valor nutritivo não varia tanto dentro de um determinado alimento. São alimentos ricos em fósforo e pobres em cálcio. Possuem grande variabilidade na qualidade da proteína, mas geralmente é baixa. São pobres em PB, quando comparados aos concentrados proteicos. Milho em grão Quando o objetivo é a engorda dos animais, seja ela a pasto ou em sistema intensivo, o nutriente mais limitante é a energia, e o milho garante esse suprimento, já que é rico em energia e pobre em proteína. Sendo o principal e mais usado concentrado energético, o milho possui boa aceitabilidade por parte dos animais e ótima disponibilidadeno mercado. Milho Desintegrado com Palha e Sabugo (MDPS) Derivado da produção de milho, o MDPS é comumente conhecido como “Rolão de Milho”, espiga integral moída ou, simplesmente, “Rolão” e apresenta cerca de 70% do valor nutritivo do milho e a mesma proporção em relação aos preços. Sorgo em grão (Sorghum vulgare) O milho não pode ser considerado como concentrado energético exclusivo. Em meio às oscilações de mercado, deve-se sempre procurar substitutos que, quando usados corretamente, não reduzirão de forma drástica a qualidade da dieta, e que podem proporcionar diferenças significativas em relação ao custo e o sorgo em grão se encaixa perfeitamente como alternativa. Milheto em grão (Pennisetum typhoides) Com custo consideravelmente mais barato, o milheto é uma cultura de safrinha comum, de produção estacional e com colheita nos meses de maio e junho. É um substituto para o milho na porção energética da dieta, porém pelo fato de não possuir as características ideais para animais de alta produtividade, como aceitabilidade e grão mais fino e duro, ele só é recomendado como único alimento energético no caso de produção de animais de baixa produtividade, o que não impede a sua utilização em animais mais exigentes. O milheto, se utilizado substituindo o milho em 25% a 50%, não gera problemas. Farelo de arroz integral (Oriza sativa) O farelo de arroz integral é um concentrado energético com alto teor de extrato etéreo, o que o torna alimento muito susceptível à rancificação. Deve ser armazenado por, no máximo, 30 dias. É pobre em proteínas e cálcio e rico em energia, fósforo e Vitaminas do complexo B. Farelo de arroz desengordurado É o farelo de arroz que foi prensado para a retirada do óleo. Possui maior teor de proteína bruta e menor teor de energia, devido à retirada da gordura. É mais resistente à rancificação e pode ser armazenado por até 3 meses. Em análises, devem-se observar possíveis presenças de cascas nesses farelos, o que deprecia seu valor devido à redução da energia. Semente de aveia com casca (Avena sativa) É um concentrado energético que apresenta alto teor de fibras (devido à presença de casca), porém de alta digestibilidade. Apresenta boa aceitabilidade e é encontrada desde o Sul até o Sudeste e centro-oeste do Brasil, cultivada como cultura de inverno. Não existe diferença nutricional entre as variedades de aveia em grãos (preta ou amarela). Deve apresentar densidade de 50%, ou seja, cada 100 litros de aveia, deve conter 50 kg do grão. Farelo de trigo (Triticuma estivum) Dentre os concentrados energéticos é um produto que possui relativamente altos índices de proteína (não o suficiente para obter a classificação de alimento proteico). Possui baixo valor energético e grande quantidade de fibras. Apresenta alta aceitabilidade pelos bovinos e é um alimento que pode ser usado sem muitas restrições para animais com baixa demanda energética, como bezerros, novilhas e touros. Seu uso é limitado em animais confinados, quando se deseja alto desempenho (tanto corte quanto leite), devido ao baixo valor energético. É um alimento rico em fósforo e pobre em cálcio. Possui boa disponibilidade no mercado e o preço é relativamente bom, em algumas regiões
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