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Nutrição Animal PDF (2)

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NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
 
 
DISCENTES 
AHARON VAN SEBROEK 
BERNARDO FERREIRA 
MARCELA CAMACHO 
NATHÁLIA MAIA 
RAFAEL RODRIGUES 
 
 
 
 
DOCENTE 
Dr. JOSÉ MAURICIO BUENO COSTA 
 
Taubaté - 2021 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3 
2 – CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS .............................................................................. 3 
3 – ALIMENTOS VOLUMOSOS ............................................................................................. 4 
3.1 - Pastos .............................................................................................................................. 5 
3.2 - Silagem ........................................................................................................................... 7 
3.3 - Capineira....................................................................................................................... 10 
3.4 – Cana-de-açucar ............................................................................................................ 11 
4 – ALIMENTOS VOLUMOSOS (TENROS) ........................................................................ 14 
4.1 - Mandioca (Manihot esculenta Crantz) ......................................................................... 14 
4.2 - Batatinha (Solanum tuberosum) ................................................................................... 16 
4.3 – Outros........................................................................................................................... 17 
5 – ALIMENTOS VOLUMOSOS (SECOS) ........................................................................... 17 
5.1 – Feno ............................................................................................................................. 17 
5.2 – Palha/Casca de arroz .................................................................................................... 22 
5.3 – Casca de algodão ......................................................................................................... 23 
6 – ALIMENTOS CONCENTRADOS.................................................................................... 24 
7 – ALIMENTOS CONCENTRADOS PROTEICOS ............................................................. 24 
7.1 – Soja .............................................................................................................................. 24 
7.1.1 – Grão de soja .............................................................................................................. 25 
7.1.2 – Farelo de soja ............................................................................................................ 25 
7.2 – Algodão ........................................................................................................................ 26 
7.2.1 – Caroço de algodão .................................................................................................... 27 
7.2.2 – Farelo de algodão ...................................................................................................... 28 
7.3 – Canola .......................................................................................................................... 28 
7.3.1 – Farelo de canola ........................................................................................................ 28 
7.4 – Girassol ........................................................................................................................ 29 
7.4.1 – Farelo de girassol ...................................................................................................... 29 
7.5 – Amendoim ................................................................................................................... 30 
7.5.1 – Farelo de amendoim.................................................................................................. 30 
7.6 – Farinha de peixe ........................................................................................................... 31 
 
 
 
 
7.7 – Farinha de carne e ossos .............................................................................................. 32 
7.8 – Farinha de sangue ........................................................................................................ 33 
8 – ALIMENTOS CONCENTRADOS ENERGETICOS ....................................................... 33 
8.1 – Milho (Zea Mays L.) .................................................................................................... 35 
8.1.1 – Palhada de milho ....................................................................................................... 37 
8.2 – Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) ........................................................................... 42 
8.3 – Arroz (Oryza sativa L.) ................................................................................................ 44 
8.4 – Farelo de arroz ............................................................................................................. 45 
8.5 – Trigo (Triticum sp)....................................................................................................... 46 
8.5.1 – Farelo de trigo ........................................................................................................... 48 
8.6 – Aveia (Avena sp.) ......................................................................................................... 48 
8.7 – Polpa cítrica ................................................................................................................. 50 
8.8 – Melaço ......................................................................................................................... 52 
9 – MINERAIS ......................................................................................................................... 53 
10 – VITAMINAS .................................................................................................................... 62 
11 – ADITIVOS ....................................................................................................................... 69 
12 – NITROGENIO NÃO PROTEICO (NNP) – UREIA ....................................................... 71 
13 – ÓLEOS E GORDURAS ................................................................................................... 73 
14 – RESÍDUO DE CERVEJARIA ......................................................................................... 75 
15 – COMERCIAIS ................................................................................................................. 76 
16 – CONCLUSÃO .................................................................................................................. 77 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 77 
3 
 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
Entender as características dos alimentos e sua utilização na alimentação é importante para 
balancear uma ração e suprir as necessidades do animal seja ele monogástrico ou ruminante. 
Além das fontes mais utilizadas ter conhecimento de fontes menos usual pode minimizar os 
custos em uma alta de produtos que são comodities. Sendo a alimentação um dos principais 
gastos na produção animal, o nutricionista ou produtor tem que procurar alternativas para se 
obter uma ração com excelente custo-benefício. 
 
2 – CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS 
 
Os alimentos são classificados de acordo com a Associação Americana Oficial de 
Controle de Alimentos (AAFCO) e o Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (NRC) e 
adaptada por F.B. MORRISON: 
Alimentos volumosos: são aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores em 
fibra ou em água. Possuem menos de 60% de NDT e/ou mais de 18% de fibra bruta (FB) e 
podem ser divididosem secos e úmidos. o São os de mais baixo custo na propriedade. 
Os mais usados para os bovinos de corte são as pastagens naturais ou artificiais 
(braquiárias e panicuns em sua maioria), capineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, 
sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana hidrolisado. Entre os menos usados estão: milheto, 
fenos de gramíneas, silagem de girassol, palhadas de culturas, etc. 
Alimentos concentrados: são aqueles com alto teor de energia, mais de 60% de NDT, menos 
de 18% de FB, sendo divididos em: 
 Energéticos: alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB), 25% 
de FDN (Fibra em Detergente Neutro) e em torno de 18% de fibra bruta (FB). 
 Proteicos: alimentos concentrados com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de 
NDT. 
4 
 
 
 
o Alimentos de origem vegetal e animal (Alimentos de origem animal; atualmente, 
é proibido pelo Ministério da Agricultura o uso para animais ruminantes). 
 
Minerais: são compostos de minerais usados na alimentação animal: fosfato bicálcico, calcário, 
sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio, etc. 
Vitaminas: são compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis; 
Aditivos: são compostos de substâncias como antibióticos, hormônios, probióticos, 
antioxidantes, corantes, etc. 
Outros alimentos: são aqueles que não se classificam nos itens anteriores (TEIXEIRA, 1998; 
MELLO, 1999). 
 
 
Fonte: AAFCO - Associação Americana Oficial de Controle dos Alimentos 
 
3 – ALIMENTOS VOLUMOSOS 
Os alimentos volumosos são classificados em verdes (suculentos e tenros) e Secos. 
Aqui iremos abordar os Alimentos Volumosos Verdes suculentos, que compreende os pastos, 
silagem e capineiras, será abordado cada um detalhadamente. 
5 
 
 
 
 
3.1 - Pastos 
As gramíneas forrageiras são a base alimentar da exploração bovina em pastagem, 
principalmente em sistemas extensivos. Entretanto, na maioria desses sistemas de produção, 
verificam-se baixos índices de produtividade da pastagem e do animal, que são consequências 
de vários fatores ligados à atividade. 
 Características nutricionais variáveis (espécie ou variedade, estado de maturação, tipo 
de fertilidade do solo, índice pluviométrico); 
 Pobres em P.B. (maioria das gramíneas tropicais (62%) apresentam valores inferiores a 
6% de P.B. na M.N.); 
 Teor de MS em média de 20-30% 
 Baixo teor de lipídios 
 Pasto verde é excelente em caroteno eriça em vitamina E e complexo B 
 Interessante realizar a consorciação com leguminosas. 
Gramíneas tropicais: crescimento 
sazonal>germinação>crescimento>reprodução>senescência. 
 Produção Média de MS: 80% época das águas 
 20% época da seca 
Valor nutritivo: varia de acordo com o crescimento/maturação da planta, à medida que assim 
plantas crescem aumente a necessidade por tecido de sustentação, portanto, aumento de fibra. 
 
 
Quando a forragem é o único alimento disponível para os animais em pastejo, esta deve 
fornecer energia, proteína, vitaminas e minerais para atender às exigências para mantença e 
produção. Considerando que os teores de energia e dos nutrientes sejam adequados, a produção 
animal será função do consumo de energia digestível (ED), uma vez que é alta a correlação 
entre consumo de forragem e ganho de peso. Assim, a quantidade de alimento que um bovino 
Planta Jovem ↓ FB ↑ PB ↑ Valor Nutritivo
Planta Velha ↑ FB ↓ PB ↓ Valor Nutritivo
6 
 
 
 
consome é o fator mais importante para controlar a produção de animais mantidos em pastagens 
(MINSON, 1990) 
Existem várias forrageiras que são recomendadas e devem ser usadas na formação de 
pastos cultivados e com propósitos específicos para a alimentação animal, especialmente na 
região semi-árida. Dentre as espécies mais adaptadas, pode-se citar: capim-búffel (Cenchrus 
ciliaris), capim-gramão (Cynodon dactylus), capim-corrente (Urochloa mosambicensis) e 
capim-andropogon (Andropogon gayanus) e como banco de proteína, a Leucena (Leucaena 
leucocephala), o Guande (Cajanus cajanus) e a Gliricídia (Gliricidia sepium). 
Há outro grupo de gramíneas, de elevado potencial de produção, mas que são mais 
exigentes quanto à fertilidade do solo e à pluviosidade. São as gramíneas do gênero Panicum 
(tanzânia, mombarça, colonião, aruana, massai, etc...) e o popular capim-elefante (Pennisetum 
purpureum). 
O manejo dos animais pode ser feito em sistema de lotação contínua (pastejo contínuo), 
lotação rotativa (pastejo rotacionado) ou ainda pode ser feito diferimento do pasto (feno em pé). 
Para manejar os animais em lotação contínua, são mais recomendadas as gramíneas de 
hábito de crescimento estolonífero (crescem se espalhando, não forma touceiras). As mais 
usadas neste caso são os capins tiftons, capim gramão, urucloa e alguns tipos de brachiaria. 
Para manejo rotacionado preferir usar gramíneas que crescem em touceiras (tanzânia, 
mombaça, andropogon, búffel). Neste sistema o capim tem alternados períodos de uso e de 
descanso. O período de uso deve variar entre um e cinco dias. Já o período de descanso é 
específico para cada gramínea (tabela 1). 
Tabela 1. Períodos de descanso e resíduos pós-pastejo de algumas gramíneas forrageiras. 
 
Forrageira (nome 
comum) 
Período de 
descanso(dias) 
Altura de resíduo 
pós-pastejo (cm) 
Andropogon 21 a 30 10 a 15 
7 
 
 
 
Brachiarão 27 a 32 10 a 15 
Colonião, Tobiatã 27 a 32 20 
Tanzânia e Mombaça 27 32 20 
Estrela, Tiftons 21 a 30 5 a 10 
Coast-cross 21 a 30 5 a 10 
Humidícola 21 a 30 5 a 10 
Fonte: adaptado de Aguiar (1997) 
O uso correto das áreas de pastagens, independente do sistema de pastejo utilizado, deve 
incluir a realização de adubações de manutenção e também o ajuste da taxa de lotação, evitando 
o super-pastejo que é a principal causa de degradação de pastagens. (CAVALCANTE et al., 
2020) 
 
Fator antinutricional: Intoxicação por Oxalatos de cálcio: Nas espécies vegetais há presença 
de células especiais ejetoras de agulhas de oxalatos de cálcio (rafídes) nas folhas e ramos de 
plantas da família Araceae (MATOS, 2007). Quando ingeridas, provocam séria inflamação na 
boca e na garganta, edema de língua, lábios e palato. Na sintomatologia se observa sialorréia, 
cólicas abdominais, náuseas, vômitos e em contato com os olhos provoca edema, fotofobia, 
lacrimejamento e irritação (MELO, 1998a). 
 
3.2 - Silagem 
Silagem é o alimento resultante de um processo controlado de fermentação (ensilagem). 
Tem cheiro agradável e deve ter suas propriedades nutritivas semelhantes à forrageira que lhe 
deu origem, de modo a garantir bom consumo e consequentemente bons índices de 
produtividade. (CAVALCANTE et al., 2020) 
• Variação da qualidade da silagem (medido pela presença do ácido graxo butírico e pela 
concentração em N-NH3); 
8 
 
 
 
• Maior concentração de butírico — menor qualidade da silagem (fermentação e putrefação 
da silagem). 
Parâmetro de avaliação de uma silagem 
 
Qualidade da silagem N-NH3(%) pH 
Excelente <10 3,5-4,2 
Boa 10-15 4,2-4,5 
Média 15-20 4,5-4,8 
Ruim (mofada) >20 >4.8 
Fonte: Estudos do alimento 
 
Composição média de algumas silagens com base na matéria natural 
Silagem M.S. 
(%) 
P.D.(%) P.B. (%) 
total 
F.B. (%) E.M. 
(Kcal/Kg) 
N.D.T.(%) 
Elefante 27,1 0,3 1,1 11,9 12 
Sorgo 32,3 1,2 2,4 8,5 660 18,3 
Milho 27,4 1,2 2,2 6,7 653 18,1 
Fonte: Estudos do alimento 
Qualquer forrageira aceitável pelos caprinos, na forma verde, normalmente se presta para 
silagem, desde que seja colhida no momento oportuno. O milho, o sorgo e o capim-elefante são 
as forrageiras mais utilizadas. 
A melhor época para ensilar o milho ou sorgo é quando a planta atinge 30 a 35% de matéria 
seca. Isso ocorre quando o grão atinge o ponto denominado farináceo (após o estado leitoso). 
O ponto farináceo é obtido quando ao se esfregar entre os dedos os grãos cortados estes se 
esfarelam. O ponto para o capim-elefante é obtido quando a planta estácom em torno de 60 
dias que foi cortada. Neste ponto há carboidratos suficientes para a fermentação. Nesta idade é 
9 
 
 
 
preciso fazer uma pré-murcha no capim ou adicionar substâncias que aumentem o teor de 
matéria seca na massa a ser ensilada. 
Para obtenção de uma boa silagem, alguns pontos devem ser observados: 
 cortar o material a ser ensilado em pequenos pedaços, de tamanho aproximado de 1 a 2 
cm de comprimento, no caso específico para milho e sorgo; 
 encher o silo rapidamente, terminando no máximo em 5 a 6 dias; 
 expulsar o ar do silo, através de uma boa compactação; 
 cobrir o silo com lona e sobre ela colocar uma camada de terra de aproximadamente 10 
cm. 
As boas silagens apresentam coloração clara, variando de verde-amarelo ao verde-oliva e 
de cheiro agradável. Uma cor mais escura, por exemplo, revela excesso de umidade ou 
compactação deficiente, provocando fermentações indesejáveis e aparecimento de mofo. 
A retirada diária da silagem é feita cortando uma fatia mínima e uniforme de 15 cm de 
espessura, com ferramenta bem afiada. 
É importante que no silo seja preservado o valor nutritivo da forrageira que deu origem à 
silagem e que as técnicas de ensilagem são mais importantes do que o tipo de silo e possíveis 
aditivos a serem utilizados. (CAVALCANTE et al., 2020) 
 
 
Tipos de Silagens 
Tradicionalmente, o milho e o sorgo foram as principais gramíneas utilizadas para a 
ensilagem. Posteriormente, por sua característica de alta produtividade de matéria seca por 
unidade de área, o capim-elefante passou a ser usado com este propósito. Recentemente, por 
razões variadas, outra gramíneas tropicais, como gênero Panicum(capins Tanzânia, Mombaça, 
etc.), Brachiaria e cana-de-açúcar passaram a ser usadas para este processo. 
10 
 
 
 
Silagem da planta inteira: é a forma de silagem mais conhecida e comumente usadas para 
o milho, sorgo e capim-elefante. Consiste em cortar toda a planta por meio de ensiladeiras 
adequadas, para posterior compactação e vedação no silo. 
Silagem de parte superior: é a silagem específica para o milho, semelhante a anterior, com 
uma única diferença: a planta é cortada da espiga para cima. O restante do processo como 
compactação e vedação é identificado ao de uma silagem comum. Um dos aspectos importantes 
nesta silagem é o menor percentual de fibra e, consequentemente, maior digestibilidade. 
Silagem de grão úmido: é a silagem feita apenas com os grãos do milho. Consiste na 
colheita do milho quando os grãos apresentam entre 35 a 40% de umidade, por meio de 
colheitadeiras convencionais, posterior trituração em moinhos adaptados, compactação e 
vedação em silos construídos em locais cobertos. 
 
3.3 - Capineira 
A capineira é uma área de produção intensiva de capim. O capim mais utilizado é o elefante. 
A forragem produzida na capineira pode ser utilizada tanto para corte como para produção de 
silagem (durante época chuvosa). 
Uma capineira de capim-elefante produz, a cada 60 dias, o equivalente a 34 t de matéria 
verde em um hectare. O ideal é que o produtor adote este intervalo de corte. Neste intervalo de 
corte obtém-se 34 t de MS/ha. Para isto, a capineira deve ser dividida em piquetes e ser usada 
de forma escalonada. (CAVALCANTE et al., 2020) 
 
Área da Capineira 
Logicamente, área da capineira vai depender da forrageira e do número de vacas a serem 
suplementadas. Para calcular a área da capineira, consideram-se as seguintes condições: 
 A área da capineira atenderá 25% do consumo diário das vacas (a pastagem 
fornecerá os 75% restantes). 
 Forragem verde com 25% de matéria seca. 
 Vaca com 450 kg de peso vivo. 
11 
 
 
 
 Consumo total diário de forragem verde das vacas é 10% do peso vivo, ou seja, 45 
kg/vaca/dia. Logo, a fração do consumo total diário de forragem verde a ser suprida 
pela capineira é de 11,2 kg (25% de 45 kg). 
 Consumo anual de forragem verde de uma vaca é 11,2 kg x 365 dias = 4.088 kg. 
 Períodos em que se fará a suplementação das vacas: o ano todo e de agosto a 
dezembro. 
 Produção forrageira do período de agosto a dezembro (verão) 20% menor que a 
produção do ano inteiro. 
 Caso da capineira de capim elefante, napier e cameron 
Neste caso, considerando um intervalo de corte de 42 dias, a produção anual de forragem 
será de 120 t de forragem verde, por hectare. Dessa forma, na tabela 2 é encontrado o resultado 
dos cálculos da área da capineira de elefante, napier e cameron, por número de vacas a ser 
suplementadas. (VEIGA, 2006) 
Tabela 2. Área da capineira de capim elefante, napier e cameron, por número de vacas a 
serem suplementadas. 
 
Fonte: (VEIGA, 2006) 
 
3.4 – Cana-de-açúcar 
A cana-de-açúcar apresenta níveis de 3 a 4 % de proteína bruta, 3,2 a 3,7% para matéria 
mineral, 26 a 36% de fibra bruta e de 53 a 68% para extrativos não nitrogenados. Os teores 
baixos de proteína e minerais devem ser corrigidos, quando se utiliza esta gramínea, a fim de 
preencher as exigências dos animais. O teor de minerais na dieta, pode ser facilmente corrigido 
12 
 
 
 
pela suplementação mineral e o teor de proteína utilizando-se fontes de nitrogênio proteicos 
(ex: soja, milho, farelo de arroz etc.) e não proteicos (ex: ureia pecuária). Está forrageira por 
possuir alto teor de carboidratos prontamente fermentescíveis, seu fornecimento aliado apenas 
a fontes de nitrogênio não proteico, geralmente não conduz a bons resultados, havendo a 
necessidade de ministrar-se conjuntamente com nitrogênio proteico. Embora pobre em proteína 
é rica em energia (acima de 60% de NDT, quando madura) e facilmente consumida pelos 
animais, pelo seu sabor adocicado, devido a sacarose. 
 
Utilização da cana-de-açúcar fresca picada 
As dietas baseadas na cana-de-açúcar com melhores respostas produtiva e econômica 
ocorrem quando ela é utilizada fresca. O processo de ensilagem da cana de açúcar (mesmo com 
o uso de aditivos) pode tornar-se dispendioso, inviabilizando um volumoso que tem como 
melhor característica um menor custo de produção. 
Cana Hidrolisada 
 A hidrólise da cana-de-açúcar com cal virgem ou soda cáustica (0,5% da massa de cana) 
tem sido bastante difundida. Com ela objetiva-se alterar a composição da fibra da cana, 
tornando-a mais digestível, e prolongar seu período de uso após o corte pela redução da taxa de 
degradação dela. Apesar dessas vantagens, a hidrólise com a cal não supre a carência proteica 
da cana-de-açúcar, havendo a necessidade de complemento, que pode vir até mesmo da mistura 
ureia e sulfato de amônio. Outro ponto importante é que o uso da cal eleva o teor de minerais 
(principalmente cálcio), que se em excesso pode reduzir a absorção de fósforo e a formação de 
complexos insolúveis no trato digestivo, prejudicando o desempenho dos animais. A cal 
utilizada deve ser a microprocessada que é a mesma utilizada na indústria alimentícia. A cal 
utilizada em construções civis possui variações de teor de óxido de cálcio e de magnésio na sua 
composição, e presença de alguns resíduos minerais, ambos problemas indesejáveis na 
alimentação animal. A forma de aplicação da cal é feita através de diluição em água (0,5 kg de 
cal em 2 litros), sendo pulverizada sobre a cana-de-açúcar picada, misturando bem em seguida. 
Não é recomendável o uso da soda cáustica, pois apesar de apresentar resultados produtivos 
satisfatórios, é uma substância de alto risco às pessoas que a manuseiam, causando, entre outros 
malefícios, cegueira, queimaduras e intoxicações severas. 
13 
 
 
 
Cana + Alimentos Concentrados 
O uso da cana de açúcar como volumoso tem apresentado bons resultados técnicos e 
econômicos em confinamentos e semiconfinamentos. Em geral é empregada em proporções 
que variam de 15 a 50% do total de matéria seca, proporcionando ganhos de peso vivo em 
bovinos da ordem de 0,8 a 1,4 kg/dia. Dietas de confinamento ou semiconfinamento precisam 
ser cuidadosamente balanceada,buscando a melhor relação custo/benefício para cada situação, 
nesse contexto, o ideal é procurar um técnico especializado em nutrição animal para receber a 
orientação necessária. 
 
Utilização da cana-de-açúcar na forma de silagem 
 Existem situações em que a silagem de cana-de-açúcar pode ser uma alternativa viável. Os 
casos onde ocorrem queimadas (acidentes) ou geadas no canavial provocam reações químicas 
na cana que, se não colhida rapidamente, acaba sofrendo queda rápida e irreversível de sua 
qualidade. Há ainda as situações com problemas de logística e atrasos nas rotinas das fazendas 
podem inviabilizar o corte diário, sendo necessário o aproveitamento na forma de silagem. Estes 
fatos têm suscitado muitos experimentos nas instituições de pesquisa do país. Porém, não se 
deve confundir necessidade com solução. Vale ressaltar que todo processo de conservação de 
forragens, como é caso da silagem, implica em perdas de qualidade do produto original (cana 
fresca picada). Com isso, o desempenho apurado em animais alimentados com este tipo de 
silagem tem se mostrado inferior àqueles onde é fornecida dieta a base de cana fresca picada. 
Isso sem contar o acréscimo em custo que o processo de ensilagem gera, em geral dobrando o 
custo do volumoso. É importante ressaltar que é possível a sistematização de cultivo de 
canaviais, evitando-se todo o dispêndio do processo de silagem. Esta sistematização pode ser 
feita através de planejamento de variedades com épocas de maturação diferentes, 
dimensionamento do uso de máquinas, tamanho de talhões e ajustes no cronograma de trabalho. 
Contudo, se realmente houver a necessidade de ensilagem da cana-de-açúcar, o ideal é que 
sejam utilizados aditivos (microbianos ou não) que visem minimizar as perdas devido a 
formação de etanol (entre outros álcoois), que além da perda do valor nutricional ainda provoca 
rejeição por parte dos animais ao alimento nas primeiras horas após o fornecimento. 
 
14 
 
 
 
4 – ALIMENTOS VOLUMOSOS (TENROS) 
Os Alimentos Volumosos Verdes tenros, inclui, raízes (mandioca) e tubérculos (batata), 
será abordado cada um detalhadamente. Embora utilizados em pequena escala, as raízes e 
tuberculos são alimentos empregados principalmente na alimentação de suínos e bovinos 
leiteiros. A principal característica das raízes é: 
 alta porcentagem em água 75-92%; 
 baixo teor em Fibra 55-11% na MS 
 ENN é alto na MS e rico em açucares principalmente a sacarose, sendo muito digestível 
para os ruminantes. 
Nos tubérculos: 
 o principal glicídio é o amido; 
 teor de PB na MS varia de 4-12%, tendo uma alta fração de compostos nitrogenados 
não proteico; 
 São pobres em Ca e P porém ricas em K. 
 
4.1 - Mandioca (Manihot esculenta Crantz) 
 
De acordo com Teixeira (1998), a mandioca tem a grande vantagem de poder ser 
utilizada integralmente como alimento, inclusive a parte vegetativa, in natura ou na forma 
desidratada e moída e ainda para produção de concentrado proteico (LANA, 2000). O valor 
nutritivo do farelo de ramas e hastes desidratadas se aproxima à da alfafa. Pode ser oferecida 
na forma de planta inteira ou só a raiz picada e secada na forma de raspas, além do uso na forma 
de farelos e farinhas. 
É pobre em proteína, necessitando sua complementação. Como concentrado energético, 
pode ser a base da dieta. Nas cascas e raízes inteiras das mandiocas chamadas bravas, existe o 
ácido cianídrico (HCN) com teores variando de 0,02 a 0,03%. Todas as plantas apresentam 
princípio tóxico, devido à presença de glicosídeos cianogênicos conhecidos como Linamarina 
e Lotaustralina, os quais sofrem hidrólise, e sob ação de ácidos e enzimas libera acetona, açúcar 
e ácido cianídrico (HCN). 
15 
 
 
 
Fator antinutricional: O HCN constitui-se como um produto que inibe a cadeia respiratória 
de seres vivos e reduz a palatabilidade do alimento (aproximadamente 70%). O HCN possui 
afinidade por íons metálicos principalmente Ferro (Fe) e Iodo (I), podendo causar anoxia, 
decorrente da ligação HCN + Fe na hemoglobina, bem como a redução da produção de 
hormônios T3 e T4 pela tireoide. A dose letal de HCN é de 1 mg kg/PV. 
Estes efeitos tóxicos podem ser evitados pela desidratação da mandioca, que consiste 
em: 
 picá-la e deixá-la espalhada ao ar livre por 24/72 horas 
 fervura (5- 15 minutos – redução de 83% na toxidez); 
 ensilagem ou fermentação (redução de 70-80%); 
 torrefação (farinhas, redução de 100%); 
 maceração; 
 embebição em água; ou combinação destes processos. 
 
Nas variedades mansas, o teor de HCN não passa de 0,005%. 
As raízes frescas são ricas em amido e pobres nos outros nutrientes. 
Têm limitação devido ao glicosídeo cianogênico e a linamarina que são convertidos a HCN. 
A raiz fresca é recomendada de 2 a 3% do peso do animal/dia. A raspa de mandioca moída não 
tem caroteno e é deficiente em proteína, metionina e pigmentastes (LANA, 2000). 
A farinha integral consiste no tubérculo desidratado e moído, e a farinha ou farelo de raspa 
incide no produto após a extração do amido da mandioca (fécula). 
Nestes produtos, a proteína é baixa e a maior parte (50%) encontra-se na forma indisponível 
(nitratos, nitritos, cianetos, e aminoácidos livres). Com isso, recomenda-se ignorar a proteína 
como fonte de aminoácidos. 
Como fonte de energia, seu uso é significante, pois apresenta elevada concentração de 
amido (65-75%), com baixa amilose, o que acarreta uma melhora na digestão, principalmente, 
a farinha integral. A raspa possui ainda poder aglutinante, facilitando o processamento de rações 
(extrusão e peletização). 
16 
 
 
 
Classificação da mandioca de acordo com os teores de HCN. 
Conforme o teor de HCN nas raízes das diferentes cultivares, Bollhuis (1954) desenvolveu 
a seguinte escala de classificação (mg/kg de raízes frescas): 
Não tóxica <50 
Pouco tóxica De 50 a 80 
Tóxica De 80 a 100 
Muito tóxica >100 
 
Para eliminar o HC, é necessário a inativação da LIMARASE. 
Esta pode acontecer de duas formas, através do emurchamento e da fervura por cinco 
minutos. 
 
Figura 1. Possible secuencia Biosintética parcial para los heterósidos cianogenéticos, seún 
Conn y Butller (Perspective in Phtichemistry, ed. Harborne y Swain, 1969). 
 
Esquema do processo de produtos de HCN pela presença de limanarina na mandioca. 
 
4.2 - Batatinha (Solanum tuberosum) 
Andriguetto (2002), batatinha é um elemento essencialmente energético. 
Valor Nutritivo: 
17 
 
 
 
 MS contém aproximadamente 70 % de amido, presente na forma de grânulos, cujo 
tamanho varia de acordo com a variedade. 
 Bem dirigida pelos ruminantes, entretanto, melhor aproveitada pelos onívoros, quando 
cozida. 
 De 5-10 % de PB na MS, apresenta baixo teor em fibra 
 Rica em K e pobre nos demais elementos minerais 
 Deficiente em vitaminas A e D. 
Utilização: 
Para as vacas leiteiras pode-se administrar até 15 Kg/dia. Quando utilizada em grandes 
porções, pode reduzir o teor de gordura do leite. Para os suínos a batatinha dever ser ofertada 
cozida e a água da fervura não deve ser aproveitada pelos animais. 
Fator antinutricional: todas as partes da planta contêm um glicocalóide denominado solanina 
que, por hidrólise, libera os alcalóides solanidina e solaneína. Embora toda a planta contenha a 
substância tóxica, sua maior concentração ocorre nos tubérculos verdes e naqueles em brotação. 
Quando os tubérculos ficam expostos á luz solar, o conteúdo de solanina aumenta. Com a 
presença de luz pode aparecer a cor verde devido á formação de clorofila. A coloração verde é 
um indicativo da presença de solanina. 
A cocção não destrói a solanina, entretanto, ele é solúvel em água, diminuindo desta forma 
o perigo de intoxicação quando a água é desprezada. 
 
4.3 – OUTROS 
Outros alimentos podem ser usados como volumosos tenros, como, Nabo, Beterraba, 
Cenoura (raízes), Batata doce (tubérculo), porém foi abordado um exemplopara raízes e outro 
para tubérculos. 
5 – ALIMENTOS VOLUMOSOS (SECOS) 
5.1 – Feno 
Considera-se feno todo alimento volumoso obtido da desidratação de uma planta forrageira, 
gramínea ou leguminosa, até alcançar altos teores de MS que impeçam sua deterioração. 
18 
 
 
 
Em princípio, qualquer planta poderia ser fenada. Entretanto, em função de qualidade e 
custo, algumas características e condições devem ser consideradas e atendidas, entre elas: planta 
adequadas ao processo, idade ótima de corte, momento ótimo de corte, processamento 
adequado e armazenamento adequado. 
O procedimento correto quanto a essas condições pode determinar a obtenção e a elaboração 
de um feno bom ou ruim, ou ainda favorecer perdas significativas em quantidade e qualidade 
de fenos que originalmente poderiam ser considerados bons. 
É impossível obter fenos bons com matéria-prima de má qualidade ou se as condições de 
uso dos equipamentos forem inadequadas, ou mesmo se a mão de obra ou gerenciamento forem 
inexperientes. Assim deve-se procurar caracterizar a atividade de fenação como uma atividade 
profissional e econômica na qual a qualidade, considerando-se tanto a matéria-prima quanto o 
processo e seu gerenciamento, são fundamentais para um bom desempenho comercial orgânico 
do produto/alimento. 
Um feno de boa qualidade deverá apresentar características nutricionais que o diferenciem 
dos demais, sendo avaliado por meio de uma análise química nutricional. Entretanto, nem 
sempre isso é possível, uma vez que as análises bromatológicas desses fenos podem não estar 
disponíveis ou não ser representativas de todo o feno produzido naquela estação. 
Assim, é importante que sejam reconhecidas algumas características físicas (visuais, tácteis 
e olfativas), desejáveis e indesejáveis, para que se possa avaliar inicialmente um lote de fardos 
de feno. De maneira geral, os lotes de feno com boa qualidade nutritiva apresentam os seguintes 
aspectos: 
 Umidade adequada e homogênea 
 Coloração esverdeada 
 Maciez ao tato 
 Alta proporção de folhas em relação às hastes 
 Temperatura do fardo sempre fria 
 Presença de odor característicos de feno 
 Presença de apenas uma espécie vegetal 
 Ausência de odores estranhos, fungos e bolores 
 Ausência de plantas daninhas, sementes ou pendões florais 
 Ausência de terra, gravetos ou materiais estranhos. 
19 
 
 
 
Poderão ainda ser avaliadas nos fardos: a uniformidade do tamanho, a uniformidade do 
peso, a existência de perda excessiva de folhas no manuseio e a amarração firme dos fardos. 
O método padrão de produção de fenos é o corte em condições, adequadas de maturidade e 
de clima, de modo a proporcionar desde desidratação rápida e efetiva até certa umidade de 
segurança contra a ação de enzimas e microrganismos indesejáveis. Isso se dá pelo 
conhecimento de todas as etapas do processo de fenação, pela boa execução dessas etapas e 
pela previsão antecipada das condições climáticas, a fim de evitar erros no processo, uma vez 
que o conhecimento dos níveis de umidade relativa do ar é crucial para qualidade do produto. 
As perdas no processo podem ser consideráveis caso um manejo correto não seja realizado. 
Do mesmo modo que em silagens, há a possibilidade do uso de conservantes químicos para 
a conservação de fenos com umidade acima de 12%; contudo, seus custos operacionais 
aumentam e o custo final do produto. Não há indícios de que os conservantes usados atualmente 
causem algum tipo de problema aos animais. 
 
Avaliação da qualidade nutricional 
Com a necessidade de uso dos fenos em grande parte do ano, a qualidade deles deve ser 
cuidadosamente observada em termos dos valores de energia e proteína e da qualidade 
nutricional da fibra presente nesse alimento. 
Observa-se que o uso de fenos nas dietas de equinos e de outras espécies vem aumentando 
consideravelmente, tanto em função da necessidade de manter dietas equilibradas quanto pela 
pressão e pela especulação imobiliária sobre as áreas de pastagens nas regiões mais valorizadas. 
Para considerar que um feno contém elevado valor nutritivo, deve-se avaliar a sua 
palatabilidade ou aceitabilidade com base em seu consumo voluntário, que deve ser alto e não 
apresentar restrições físicas ou microbiológicas. 
A aparência externa de um feno, mesmo parecendo adequada, nunca deve ser um parâmetro 
exclusivo para decisão sobre a qualidade ou classificação desse feno. Uma análise 
bromatológica adequada, realizada com protocolos de amostragem corretos e significativos do 
lote sob análise, poderá mostrar seu valor nutricional sob padrões analíticos definidos. 
20 
 
 
 
Análises como proteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra 
insolúvel em detergente ácido (FDA), nitrogênio ligado á fração insolúvel (N-FDA) e 
concentração de minerais (cálcio, fósforo, potássio, magnésio) são importantes para essa 
avaliação. 
De igual importância para a avaliação dos alimentos, a digestibilidade da MS (DIG MS), 
que representa a quantidade do alimento que é efetivamente utilizada pelos animais, indica a 
qualidade dos alimentos e pode ser estimada pelos resultados dessas análises. 
A FDN é constituída basicamente de celulose, hemicelulose e lignina, enquanto a FDA, 
principalmente de lignina e celulose. A FDA está mais associada à digestibilidade dos 
alimentos, enquanto a FDN, à ingestão, à taxa de enchimento e à passagem do alimento no 
sistema digestivo. 
Há variações desses teores nos fenos em função da adubação nitrogenada, da idade ao corte 
e da espécie considerada, entre outros fatores. Assim, esses parâmetros devem ser avaliados em 
conjunto pelos profissionais de nutrição, dentro de condições conhecidas da matéria-prima e de 
cada situação particular em avalição. 
Os valores médios nas análises de fenos considerados adequados para cada parâmetro são 
apresentados na tabela. Esses valores foram obtidos de diferentes trabalhos, espécies, idades e 
locais, e devem servir apenas como referência para sinalizar eventuais limitações nutricionais 
dos fenos. 
Algumas espécies podem apresentar valores elevados para um parâmetro ao mesmo tempo 
que apresentam valores mais baixos para outros. O capim tifton 85 pode apresentar valores de 
FDN elevados e, mesmo assim, proporcionar maior consumo de MS e de nutrientes, em função 
de sua maior digestibilidade. 
Tabela 3: Valores médios (%) e faixas de classificação de fenos de gramíneas tropicais. 
21 
 
 
 
 
PB: proteína bruta; FDN: fibra insolúvel em detergente neutro; FDA: fibra insolúvel em 
detergente ácido; DIG MS: digestibilidade de matéria seca. 
Fonte: adaptada de Carvalho et al. (1992). 
 
Podem ser elaborados alguns padrões de qualidade para os fenos, usando-se dados de 
consumo e de qualidade bromatológica e visual, viabilizando tanto a comparação em qualidade 
quanto no custo final dos diferentes fenos. 
Entre os principais cuidados na classificação dos fenos, é imprescindível a separação destes 
em classes distintas e caracterizadas em função das espécies e da idade das forragens utilizadas 
na sua confecção. Os testes devem basear-se em diferentes análises, químicas e visuais, 
considerando vários itens, com um peso para cada, como valor do consumo de MS digestível, 
a qualidade alimentar relativa (análise bromatológicas), a avaliação da aparência física e os 
valores de PB. 
Análises e avaliações dos fenos adquiridos e oferecidos aos animais tornarão possível um 
manejo nutricional mais equilibrado e menos sujeito a problemas nutricionais e fisiológicos nos 
animais, além da possibilidade de diminuição de custos com eventuais ações corretivas ou 
medicações. 
Merece destaque, ainda, o eventual aparecimento de ocorrências não nutricionais em 
animais que ingerem fenos, principalmente em animais estabulados e nas ocasiões em que 
houve troca de fornecedor ou do lote adquirido. Essas ocorrências são de origem sanitária e 
podemocorrer problemas pela contaminação dos alimentos por agrotóxicos. São 
eventualmente relatados casos de salivação excessiva, acompanhados de descoordenação 
22 
 
 
 
motora e outros problemas neurológicos de animais que consumiram um feno possivelmente 
tratado com produtos químicos. Muitas vezes, a presença de resíduo de defensivos químicos ou 
outros produtos, sejam fungicidas, herbicidas ou inseticidas, aplicados no feno pouco tempo 
antes do corte para fenação, pode ser a causa desses problemas. 
Uma das coisas mais importantes durante um procedimento de fenação é a velocidade de 
desidratação, sendo essencial para que haja a produção de um feno de boa qualidade. Para que 
seja considerado um bom feno ele deve ser proveniente de uma forragem cortada no momento 
adequado, com um processo de secagem bem feita, rápida sem a ocorrência de chuvas e 
proveniente de um solo adubado. 
 
As etapas da fenação consistem em: 
 Ceifa: deve ser realizada em tempo bom e seco; 
 Viragem: após o procedimento anterior, o material deve ser virado diversas vezes, 
facilitando deste modo a secagem do feno através da ação do vento e do sol; 
 Enleiramento: caso o material não esteja seco ao fim do dia, são feitas as leiras, que no 
dia seguinte serão desfeitas. Este procedimento evita que caso chova, o feno seja lavado; 
 Enfardamento. Ao momento de realização deste procedimento, o ideal é que a umidade 
do feno esteja entre 20 a 22%. 
 
 
 
5.2 – Palha/Casca de arroz 
A casca de arroz apresenta baixo valor nutritivo para ruminantes, além de conter elevados 
níveis de sílica e lignina, próximos a 16% na MS. Tais níveis produzem efeito abrasivo ao trato 
gastrointestinal dos animais. A inclusão da casca acima de 40% da ração, provoca diarreia 
sanguinolenta. Para a Embrapa, por outro lado, tratamentos físicos e químicos a fim de melhorar 
sua qualidade, parece não serem justificáveis economicamente. Desta forma, este subproduto 
vem sendo frequentemente utilizado como combustível para fornos secadores, recuperação de 
solos degradados e cama de aviários. Os restos culturais ou palhas de arroz são as sobras da 
cultura após a colheita dos grãos. Normalmente apresentam-se sob a forma de forragem seca, 
sendo bem aceitas pelos ruminantes, como volumoso, em épocas de baixa disponibilidade de 
23 
 
 
 
forragem nas pastagens, principalmente quando trituradas e fornecidas com rações 
concentradas, podem participar aos níveis de 15 a 70% da dieta dos animais, havendo 
decréscimo no desempenho destes, à medida que aumenta sua participação. Os restos culturais 
da lavoura orizícola são pobres em proteína e energia digestível, com elevada participação de 
fibra bruta, além de apresentarem 5% de lignina e 14% de sílica, o que determina o seu baixo 
valor nutritivo. Segundo a Embrapa, ocorre o mesmo com a grande parte dos restos culturais 
das lavouras comerciais (milho, soja, sorgo, entre outras), por este motivo são denominados de 
materiais lignocelulósicos. Para novilhos pesando 300kg e alimentados com dietas constituídas 
de diferentes palhas, dentre as quais a de arroz, constatou-se que estas não foram capazes de 
suprir as exigências nutricionais de manutenção dos animais. Com a palha de arroz os déficits 
para suprir tais exigências foram de 1,3kg de MS, 128g de proteína digestível e 5009Kcal de 
energia digestível. A adoção de algum tipo de tratamento dos materiais lignocelulósicos pode 
ser uma alternativa para elevar o seu valor nutritivo, melhorar o consumo e a digestibilidade. 
Tais tratamentos vão desde a trituração até a aplicação de produtos químicos, como soda 
cáustica, hidróxido de cálcio, uréia, amônia líquida ou gasosa. 
 
5.3 – Casca de algodão 
Na alimentação animal tradicionalmente são usados subprodutos do algodoeiro, sendo os 
mais importantes e farelo, o caroço e as cascas do caroço de algodão. O caroço de algodão é 
fonte de proteínas e de energia nas rações dos ruminantes. O farelo de algodão é excelente fonte 
de proteínas e pode ser utilizado tanto por ruminantes como monogástricos. A casca de algodão 
é utilizada como fonte de fibra na dieta. 
Ao se abrir o caroço de algodão para liberação do grão a ser esmagado, sobram as cascas. 
Essas cascas são excelente fonte de fibra efetiva (que tem real capacidade de estimular a 
ruminação) de alta palatabilidade para ruminantes. A casca de algodão contém cerca de 3 a 8% 
de línter, altamente digestível, constituído quase que exclusivamente de celulose 
(Cottonseed...1998). Pode ser fornecido puro ou ser facilmente misturado a ouros ingredientes 
de rações, pois não necessita de moagem. Tem de 44 a 48% de fibra bruta e muito pouca 
proteína. 
A casca de algodão pode ser adicionada à torta de algodão resultante de extração do óleo, 
formando um outro alimento, que após moagem tem o nome de farelo de algodão com casca. 
24 
 
 
 
As cascas podem ser adicionadas à torta desde que o teor de fibra bruta da mistura não exceda 
a 25%. 
6 – ALIMENTOS CONCENTRADOS 
São aqueles com alto teor de energia, mais de 60% de NDT, menos de 18% de FB, sendo 
divididos em: 
Energéticos: alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB), 25% de FDN 
(Fibra em Detergente Neutro) e em torno de 18% de fibra bruta (FB). 
Proteicos: alimentos concentrados com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de NDT. 
Alimentos de origem vegetal e animal (Alimentos de origem animal; atualmente, é proibido 
pelo Ministério da Agricultura o uso para animais ruminantes). 
7 – ALIMENTOS CONCENTRADOS PROTEICOS 
Os principais concentrados proteicos utilizados na alimentação animal são: Farelo de soja, 
farelo de algodão, farelo de canola, farelo de girassol, farelo de amendoim, grão de soja, caroço 
de algodão, farinha de peixe, farinha de carne e ossos, etc. 
Origem vegetal (leguminosas): Sementes ou resíduos industriais de oleaginosas. Algodão, 
soja, amendoim, coco, girassol etc. 
Origem animal: Resíduos industriais de pescados, frigoríficos e abatedouros, baixa 
palatabilidade: níveis baixos de inclusão (Farinha de carne e ossos, farinha de peixes, farinha 
de sangue), exclusivamente em rações para monogástricos. 
 
7.1 – Soja 
A soja é uma planta pertencente à família das leguminosas, denominada cientificamente 
Glycine Max (L.), e compreende mais de 7000 variedades. O grão apresenta de 90 a 100% de 
nutrientes digestíveis totais, devido ao alto teor de óleo, e 42% de proteína bruta na matéria 
seca, mas é pobre em cálcio, vitamina D e caroteno. 
25 
 
 
 
7.1.1 – Grão de soja 
Segundo Lima (2014), o grão de soja se destaca como ingrediente proteico de origem 
vegetal, por apresentar elevados teores de proteína e energia, cerca de 17 a 18% de óleo e 35 a 
37% de proteína bruta de elevado valor biológico, com uma boa composição em aminoácidos 
essenciais. 
Recomendação: O grão é recomendado para bovinos em até 20% da matéria seca total da 
ração, desde que o teor final de lipídios na ração não ultrapasse 5%, podendo ser fornecido 
inteiro ou moído. Para suínos acima de 45 kg, recomenda-se fazer tostagem (100°C por 30-45 
minutos) e moagem, e adicionar em até 10% da ração. 
Composição química-bromatológica: 
 
 
Fator antinutricional: 
O grão de soja cru tem como limitações a presença de sojina (inibidor de tripsina), que causa 
hipertrofia pancreática, alto teor de óleo (>20%), que quando triturado deve ser fornecido 
rapidamente para evitar rancificação. Há a presença de urease, enzima que acelera a hidrólise 
da ureia no rúmen. Embora não tenha sido recomendada a utilização do grão cru e da ureia 
conjuntamente para ruminantes, para evitar intoxicação pelo acúmulo de amônia no rúmen, há 
pesquisas com suplementação múltipla para bovinos em pastagens, em que se tem utilizado a 
combinação dos dois, sem ocorrer problemas de intoxicação. Isto ocorreu, provavelmente, pelo 
baixo consumo de um ou dos dois ingredientes. Todos estes fatores antinutricionaissão 
termolábeis (tende a decompor-se sob a influência do calor) e inativados se expostos a 
temperaturas elevadas por curto espaço de tempo ou pela fermentação ruminal, provocada pelos 
micro-organismos. 
 
7.1.2 – Farelo de soja 
É o subproduto obtido após a extração do óleo do grão da soja para consumo humano. 
Dependendo do processo de extração (solvente ou expeller), o farelo pode ter de 44 a 48% de 
proteína. A proteína do farelo na forma de expeller é menos degradável no rúmen que é obtida 
26 
 
 
 
de solvente. É considerado o melhor alimento proteico, por ter altos níveis de proteína de boa 
qualidade, energia e palatabilidade. O farelo de soja apresenta de 45 a 51% de proteína bruta e 
é rico em tiamina, colina e niacina, e pobre em caroteno. Devido ao alto custo das fontes 
proteicas, como o farelo de soja, utiliza-se substituir parte das exigências proteicas dos animais 
ruminantes pela ureia, que é utilizada para síntese de proteína microbiana. Excelente alimento 
para todas as classes de animais (quando tratado), sem nenhuma restrição no seu uso. 
Recomendação: Para animais monogástricos, recomenda-se usar de 20 a 30% da ração e, 
para animais ruminantes, o suficiente para atender às exigências nutricionais de proteínas. 
Composição química-bromatológica: 
 
 
Fator antinutricional: 
Sojina: conjunto de proteínas; 
Inibidores de proteases: responsáveis pelo atraso no crescimento de monogástricos; 
Fator anti-tripsina e da quimiotripsina; 
Fator que provoca aglutinação nos glóbulos vermelhos do sangue; 
Hemaglutinina; 
Componente bociogênico: podem provocar o bócio em casos prolongados; 
Fatores antigênicos: reações alérgicas. 
 
7.2 – Algodão 
De acordo com Teixeira (1998), a cultura do algodão (Gossypium hirsutum L.) é cultivada 
para obtenção da fibra. As sementes são aproveitadas para extração do óleo alimentício, de cujo 
processo resulta o farelo de algodão, que representa a segunda fonte mais importante de proteína 
disponível para alimentação animal. Possui de 30 a 38% de PB, como também boa 
palatabilidade, e pode substituir totalmente o farelo soja em dietas de vacas, apesar de 
apresentar o problema do gossipol em níveis que não afetam a vaca a não ser quando utilizado 
em conjunto com o caroço de algodão. É rico em fósforo e pobre em lisina, triptofano, vitamina 
D e pró-vitamina A (LANA 2000). 
27 
 
 
 
Formas de utilização do algodão na nutrição animal: Caroço de algodão, Farelo de algodão, 
Casca de algodão, Torta de algodão. 
Fator antinutricional: 
Gossipol: pigmento tóxico (aldeído polifenóllico), antioxidante e altamente tóxico para 
monogástricos, suínos, coelhos e aves, outro fator antinutricional presente no algodão são os 
ácidos graxos ciclopenóides encontrados no óleo contido na semente. Estes ácidos provocam 
a deposição de ácido esteárico e ácido palmítico na gordura do ovo e na carne de aves. Estes 
ácidos também são conhecidos por ser carcinogênico como a aflatoxina. 
 
7.2.1 – Caroço de algodão 
O caroço de algodão é um alimento com moderado nível de proteína, alta gordura, fibra e 
energia. Pode ser encontrado com línter ou deslintado, que possui um pouco mais de energia e 
proteína. Devido à sazonalidade de sua produção, deve ser armazenado em lugar limpo, seco. 
Sua utilização inteira apresenta melhores resultados que na forma moída ou triturada 
(TEIXEIRA, 1997). 
Recomendação: 10 a 20% na matéria seca total e de 3,0 a 3,5kg por dia. Para suínos a 
inclusão de até 12% de farelo de algodão (36% de PB) em rações balanceadas para leitões (15 
a 30 kg) não prejudica o desempenho desses animais. Para bezerros e cordeiros com menos de 
quatro meses de idade não é recomendado o fornecimento superior a 100ppm de gossipol 
livre. Quanto mais velho o animal, mais gossipol é capaz de tolerar, no entanto, 400-600 ppm 
é toxico para jovens ruminantes. Bezerros acima de quatro meses de idade toleram até 200 
mg/kg (Morgan, 1989). Bovinos adultos podem tolerar quantidades muito maiores de gossipol 
livre, mas a toxicidade tem sido relatada com níveis de 800 ppm alimentado por um longo 
período de tempo (Morgan, 1989). O efeito tóxico do gossipol nos ruminantes parece ser 
cumulativo. 
Composição química-bromatológica do caroço de algodão: 
 
 
28 
 
 
 
7.2.2 – Farelo de algodão 
O farelo do algodão é o subproduto resultante da extração do óleo contido no grão que, ao 
ser esmagado, é denominado de torta, usada na forma obtida ou moída e peletizada, para uso 
animal. Em função do tipo da extração, podem ser produzidos dois tipos de torta: a torta gorda 
(5% de óleo residual), mais energética, proveniente apenas da prensagem mecânica, porém com 
menor teor de proteína; e a torta magra (menos de 2% de óleo residual), oriunda da extração 
por solventes, apresenta concentração relativamente maior de proteína. Tem sido cada vez mais 
utilizado na nutrição animal como fonte de proteínas em rações principalmente em dietas para 
ruminantes. 
Recomendação: Suínos (até 10% na ração). o Aves (5% da dieta). o Bezerros e vacas 
leiteiras (até 20%). 
Composição química-bromatológica do farelo de algodão: 
 
 
 
7.3 – Canola 
A canola (Brassica sp.), apresenta algumas características que a tornam interessante, como: 
Elevado teor de óleo, principalmente grande quantidade de ω-3 e gorduras monoinsaturadas, 
tem baixo teor de gordura saturada dos óleos vegetais, mas apresenta ácidos graxos essenciais 
(rica em ácidos oleico e linoleico). 
 
7.3.1 – Farelo de canola 
É o subproduto obtido da extração do óleo da semente da canola. Apresenta maior teor de 
matéria seca, aminoácidos sulfurados, extrato etéreo, fibra bruta, cálcio, fósforo total e 
vitaminas do complexo B (colina, niacina, tiamina, riboflavina, ácido fólico e biotina) em 
relação ao farelo de soja. Em relação ao farelo de soja, possui maior nível de aminoácidos 
sulfurados e fósforo total, além do menor custo (30%) em relação ao farelo de soja. O farelo de 
29 
 
 
 
canola é proveniente de variedades com baixo teor de fatores antinutricionais. Contém alto teor 
de fibra e, consequentemente, baixa digestibilidade. 
Recomendações: em vacas leiteiras pode ser usado em níveis de até 10% e em novinhos 
precocemente desmamados em níveis de até 20%, em suínos de fase inicial (7 a 23Kg de peso 
vivo) de 4 a 5%, para suínos em crescimento-terminação (23Kg ao abate) de 5 a 8%, para suínos 
gestantes e lactantes, 3% de farinha de torta de colza. Para aves, níveis máximos de 5% nas 
rações de poedeiras podem apresentar resultados satisfatórios. 
Composição química-bromatológica do farelo de canola: 
 
Fator antinutricional: 
Glicosinolatos que por ação da enzima mirosinase, produzem compostos com atividades 
goitrogênicas, interferindo no metabolismo do iodo e outros processos metabólicos, bem como 
apresentando atividades tóxicas. Outros fatores antinutricionais, como o ácido erúcico, tanino 
e elevada fibra são também responsáveis pela redução da qualidade nutricional da farinha de 
torta de colza e pela insegurança na recomendação de seu uso em rações. 
 
7.4 – Girassol 
Girassol (Helianthus annuus L.) é originário da América do Norte, se reproduz por meio de 
sementes. É considerada a quarta fonte de óleo vegetal mais consumida, em que cada tonelada 
de grãos produz de 400 a 500 kg deóleo. Os seus subprodutos são: casca de 200 a 250 kg e 
farelo de 350 a 400 kg. O girassol apresenta elevado teor de ácidos graxos poliinsaturados. 
Estes representam cerca de 50 a 70%, além de ácidos oléico e linoléico. O girassol possui baixo 
teor de gordura saturada, apresentando vitamina E é antioxidante. 
 
7.4.1 – Farelo de girassol 
Este derivado da semente de girassol apresenta boa palatabilidade e pode ser encontrado em 
duas formas: 
30 
 
 
 
Sem casca: 45 a 47% PB, Baixo teor de fibra, alto teor EM (2200 Kcal), 10% inferior ao farelo 
de soja, Lisina total (1,3%), 50% inferior ao farelo de soja, aminoácidos sulfurosos semelhante 
ao farelo de soja, 30-40% PB (moagem fina). 
Com casca: Alto teor de fibra e baixa digestibilidade. 
Possui médio teor de proteína, baixo valor energético, baixo nível de lisina, Alta fibra, 
Degradação ruminal variável, proteína: pobre em lisina, aminoácidos sulfurados, histidina, 
leucina e triptofano. 
Recomendação: suínos e aves: 2,0 a 2,5% da ração; bovinos adultos: 1,5 kg/cabeça/dia. 
Composição do farelo de girassol e seus nutrientes expressos em base matéria seca (MS): 
Fonte: N.R.C (1996), PLERUMI. 
Fator antinutricional: ácido clorogênico e o gossipol que pode causar infertilidade em touros 
entre outros fatores. 
 
 
7.5 – Amendoim 
O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma excelente fonte de óleo, resultante do 
processamento (prensagem a frio e a quente), 216 a 317 kg de óleo por tonelada de amendoim. 
O óleo apresenta uma composição de ácidos graxos próxima do azeite de oliva. A extração de 
óleo resulta no farelo de amendoim que pode ser utilizado na alimentação animal. 
 
7.5.1 – Farelo de amendoim 
Contém elevado teor proteico, porém com níveis inferiores dos aminoácidos: metionina, 
triptofano, treonina e lisina, se comparado ao farelo de soja. Apresenta também baixos teores 
de cálcio (0,15%) e ausência de carotenoides. Por ser deficiente em diversos aminoácidos, 
devem-se utilizar aminoácidos sintéticos ou combinação de ingredientes para suprir as 
necessidades dos animais; principalmente, para aves. 
31 
 
 
 
Recomendação: monogástricos: 5 a 10% da ração, com limite de 5 a 6 meses; ruminantes 
adultos: sem restrições; vacas leiteiras: 20 a 30% do concentrado. 
Composição do farelo de amendoim: 
 
 
Fator antinutricional: 
Se contaminado pelo fungo Aspergillus flavus, produzem a micotoxina: aflatoxina. Como 
toda leguminosa, proporciona diversos fatores antinutricionais, como inibidores de tripsina, 
agentes goitrogênios e saponinas; porém, estes fatores são termolábeis. 
 
7.6 – Farinha de peixe 
É o produto seco e triturado, obtido de peixes inteiros ou de pedaços de peixes, dos quais 
foi extraída ou não parcela de óleo. Se o teor de sal for superior a 3%, esta qualidade deve 
constar no rótulo da embalagem, em nenhum caso é permitido um teor de sal superior a 7%. O 
teor de proteínas sempre é elevado e as quantidades de metionina e triptofano são 
particularmente significativas. Ademais, os índices de vitamina B12 são apreciáveis, bem como 
possuem fatores não identificados de crescimento. Apresenta acima de 58% de PB na matéria 
seca, é rica em cálcio e fósforo e é bem balanceada em aminoácidos. 
Possui Ácido graxo ramificado (clupanodônico = odor), que está relacionado com a 
palatabilidade do alimento, é fonte de aminoácidos essenciais (lisina, metionina, treonina e 
triptofano, a adição de antioxidantes é obrigatória (evitar formação de produtos de oxidação e 
ácidos graxos livres, recomendação sendo 5% concentrado ou 3% na matéria seca total e ainda 
de 0,5 kg por dia. (evitar odor desagradável em ovos e carne de frango, atividade excessiva de 
tiaminase (exposição a temperaturas não adequadas durante o processamento, gizzerosina: 
atividade “tipo histamina” estimula a secreção de ácido, sendo 10 vezes mais potente que a 
histamina para estimulação de ácidos no pró-ventrículo, além de ser 300 vezes mais potente 
para causar a erosão de moela, fonte de ácidos graxos de cadeia longa (ω3, eicosapentoico e 
docohexanoico-DHA), o DHA é essencial para a formação de espermatozoides, assim como 
para o músculo cardíaco e as membranas cerebrais. 
32 
 
 
 
Composição química-bromatológica da farinha de peixe: 
 
 
7.7 – Farinha de carne e ossos 
A farinha de carne e ossos é um ingrediente produzido por graxarias ou frigoríficos, sendo 
um subproduto da extração de gorduras a partir de ossos e outros tecidos da carcaça de animais 
(bovinos, suínos, ovinos, caprinos, equinos, bubalinos, etc) não aproveitadas para consumo 
humano. Pelo alto valor biológico das proteínas de origem animal, a farinha de carne foi matéria 
prima indispensável no preparo de rações, principalmente devido ao alto valor nutritivo, em 
proteína, gordura e minerais, como cálcio e fósforo e sobretudo como fonte de aminoácidos e 
vitamina B12. Este material é moído, cozido, prensado para extração da gordura e novamente 
moído. Não deve conter sangue, cascos, unhas, chifres, pelos e conteúdo estomacal, a não ser 
os obtidos involuntariamente dentro dos princípios de boas práticas de fabricação. Também não 
deve ter matérias estranhas à sua composição, e o cálcio não pode exceder a 2,5 vezes o nível 
de fósforo. Sua composição será avaliada conforme a proporção de seus componentes que 
devem ser declaradas. 
Quando produzida em frigoríficos, normalmente é utilizada como matéria prima, resíduo 
da desossa completa dos animais abatidos e o tempo entre o abate e o processamento da farinha 
pode ser controlado, bem como as condições de estocagem do resíduo das carcaças até o 
momento de seu processamento. Se produzida por graxarias, é geralmente utilizada como 
matéria prima, resíduos de carcaças de animais coletados em açougues, supermercados, etc. 
Neste caso, não há controle das condições de estocagem do resíduo das carcaças até o momento 
de seu processamento. 
Em função da origem do material, as farinhas podem ser classificadas como mistas (quando 
oriundas de diferentes espécies animais; ex: bovinos, suínos, ovinos, etc.), ou simples (quando 
oriundas de uma única espécie animal; ex: farinha de carne e ossos bovina, farinha de carne e 
ossos suína, etc.). 
Recomendação: É recomendada para aves em no máximo 9%, e para suínos em até 5% para 
animais em crescimento, 4% para animais em engorda, e de 10 a 15% para animais em 
gestação e lactação. 
33 
 
 
 
Composição química-bromatológica da Farinha de carne e ossos: 
 
 
7.8 – Farinha de sangue 
A farinha de sangue é constituída basicamente da cocção e desidratação do sangue coletado 
sobretudo em abatedouros de bovinos e suínos. O processo de fabricação para a obtenção das 
farinhas de sangue consegue a coagulação da seroalbumina através de um aquecimento lento. 
Do ponto de vista do teor de aminoácidos, trata-se de uma farinha rica em lisina, triptofano, 
fenilalanina e treonina, sendo limitada em isoleucina. Níveis de aminoácidos encontrados em 
farinha de sangue: Arginina (2,40%), Lisina (5,50%), Metionina (1,00%), Cistina (1,20%), 
Triptofano (1,05%), Treonina (3,40%), Glicina (3,60%), Isoleucina (0,80%). 
Trata-se de um subproduto animal mais rico em proteína bruta (91% na matéria seca), mas 
é de baixa qualidade, por ser deficiente em aminoácidos essenciais, como é o caso da isoleucina. 
A farinha de sangue é pobre em vitaminas, apresenta baixa palatabilidade para todas as espécies 
e escurece a ração. 
Recomendação: para aves e suínos jovens de 1 a 2% da ração, para poedeiras de 6 a 7%, e 
para suínos em crescimento de 5 a 8%. 
Composição bromatológica da Farinha de sangue: 
 
 
8 – ALIMENTOS CONCENTRADOS ENERGETICOS 
São considerados concentrados energéticos os alimentos que possuem menos de 18% de 
fibra, menos de 20% de proteína bruta na matériaseca e alta concentração de carboidratos. 
Os grãos de cereais constituem a maior proporção dos alimentos ricos em energia. Os 
principais são milho, sorgo, arroz, trigo, centeio, cevada e aveia e destinam-se ao consumo 
humano ou à extração industrial de substâncias como o amido e o óleo. Também há os 
34 
 
 
 
concentrados energéticos de origem animal: sebo, gordura animal (sebo bovino, gordura de 
aves,etc). Porém estes são proibidos na alimentação de ruminantes por razões sanitárias. Os 
subprodutos da indústria são os concentrados mais empregados na alimentação dos ruminantes. 
Como características gerais, os grãos de cereais apresentam palatabilidade elevada; alto teor de 
carboidratos, alcançando até 85% da matéria seca, em sua maioria na forma de amido; 
proporções variáveis de 8 a 16% de proteína bruta, com qualidade baixa quanto à composição 
dos aminoácidos; níveis de óleo de 1 a 6% e teor de cálcio baixo e de fósforo alto. 
Carboidratos em não ruminantes: hidrólise como processo básico da digestão. A maior 
digestão ocorre no intestino delgado: 
 α-amilase pancreática; 
 Fase luminal – formação de oligossacarídeos; 
 Fase mucosa – enzimas dos enterócitos digestão de oligossacarídeos; 
 Absorção monossacarídeos; 
Fibras alimentares (não são digeridos no intestino delgado): 
 Celulose, hemicelulose, lignina, pectina; 
 Regulador do trânsito intestinal; 
 Equilíbrio microbiota intestino grosso; 
Carboidratos em ruminantes: digestão no rúmen (câmara fermentativa). Atividade 
hidrolítica de bactérias ruminais sobre os carboidratos: 
 Hidratação e colonização do alimento – ação enzimática e absorção; 
 Carboidratos complexos açúcares simples; 
As bactérias utilizam amido, dextrina e carboidratos solúveis como fonte energia. A ação 
de microrganismos na celulose resulta em glicose. Como produto final da degradação de 
carboidrato (CHO) pelos microrganismos, temos: ácidos acéticos, propiônico, butírico, metano 
35 
 
 
 
e dióxido de carbono, sendo a principal fonte de energia os ácidos graxos voláteis (AGV). No 
intestino delgado há uma disponibilidade reduzida de CHO. 
8.1 – Milho (Zea Mays L.) 
O milho (grão) contém grande quantidade de pró-vitamina A (beta-caroteno) e 
pigmentantes (xantofila), apresentando, por sua vez, baixo teor de proteína bruta (9% de 
proteína bruta na matéria seca), como também de triptofano, lisina, cálcio, riboflavina, niacina 
e vitamina D. O milho em grão pode ser fornecido para bovinos em até 70% da ração, 
aumentando a textura da moagem com o aumento do teor na ração. Para suínos e aves, a 
quantidade pode chegar a até 80% da ração (moagem mais fina). Já para cavalos e ovinos, pode-
se utilizar o grão inteiro. Para coelhos constituir até 50% da ração, pois acima provoca 
incidência de diarreias. O milho é composto por 61% de amido, 19% de glúten, 4% de gérmen, 
e 16% de água. 
As principais formas de amido encontradas no milho são a amilose (27%) e a amilopectina 
(73%), encontradas num arranjo facilmente digerível para os animais. Em relação à proteína, a 
principal é a zeína, encontrada numa concentração de 50% do total existente no grão. Esta 
proteína é pobre em aminoácidos essenciais, principalmente o triptofano e a lisina. Em dietas 
com alta proporção de milho, estes aminoácidos devem ser adicionados. Os óleos ou lipídeos 
encontrados no milho são classificados como ácidos graxos, sobretudo o palmítico, o esteárico, 
o oleico, o linoleico e o linolênico. 
Com a industrialização do milho para extração de amido e óleo, surgem subprodutos mais 
ricos em fibras e proteínas que, dependendo da mistura das porções residuais, dão origem ao 
farelo grosso (10 a 12% de proteína bruta-PB), à farinha de germe (11 a 12% de PB e 5 a 6% 
de gordura), à farinha de germe desengordurada (20% de PB e 1 % de gordura), ao farelo de 
glúten (22% de PB) e à farinha proteinosa (40% de PB). 
Para a alimentação animal, devemos considerar como colhido no campo: cores branca, 
vermelha e amarela; Quirera é o grão de milho quebrado grosseiramente e fubá é o grão de 
milho moído adequadamente. A quirera não é recomendada, ou, em casos de dieta pobre em 
forragem, grãos presentes nas fezes. O fubá, é mais digestível. O milho fornece grande 
quantidade de energia/unidade; contém baixo conteúdo de fibra; é rico em amido (3/4) no 
36 
 
 
 
endosperma, amilose (23%) e amilopectina (73%); 3.400 cal de energia metabolizável e NDT 
equivalente a 80%. Tipos de proteína no milho: 
Zeína: presente no endosperma. Abundante (50%), insolúvel e pobre em lisina e triptofano. 
Gluteína: presente no endosperma e no gérmen. Rica em aminoácidos, especialmente lisina. 
Em relação aos lipídeos, o grão de milho é rico em gordura (3 a 6%), rico em AGL. Dentre 
os ácidos graxos está o: palmítico (12%), esteárico (2%), oleico (27%), linoleico (55%) e 
linolênico (0,8%). Sobre os minerais e vitaminas, o milho possui teores médio de P (0,25%), 
baixos teores de Ca (0,02%), baixos níveis de vitamina D, niacina, B12 e Ácido Pantotênico. 
Rico em caroteno, tiamina e pró-vitamina A. 
 
 
Tabela 1. Composição química-bromatológica do milho (%MS) 
Matéria Seca 87,68 % 
Proteína bruta 8,49 - 9,05 % 
NNP (% PB) 18,34 % 
CHO 85,08 % 
Matéria mineral 1,15 % 
FDN 11,61 % 
Fibra bruta 2,25 % 
Extrato etéreo 3,67 – 4,01% 
NIDN 9,29 % 
NIDA 5,25 % 
Nutrientes digestíveis totais 90 % 
Ca 0,03 % 
37 
 
 
 
P 0,25% 
Energia metabolizável – 
ruminantes 
1,43 Mcal/kg 
Energia digestível – suínos 3,472 kcal/kg 
Energia metabolizável – 
suínos 
3,421 kcal/kg 
Energia metabolizável – aves 3,230 kcal/kg 
 
Subprodutos do milho 
Palhada de milho, rolão de milho, MDPS, farelo de gérmen de milho, glúten de milho e 
farelo de glúten de milho. 
8.1.1 – Palhada de milho 
É uma excelente cultura para confecção de silagem, por apresentar boa produção de 
forragem por área e boa quantidade de açúcares para produção de ácido lático, fundamental 
para o processo. Além disso, é fonte volumosa para ruminantes e se trata de um resíduo da 
colheita do grão que pode ser utilizado como fonte de fibra na dieta de ruminantes, sendo de 
baixo valor nutritivo. As principais características físicas e químicas deste alimento são : Planta 
de milho sem a espiga; Baixo valor nutricional; Incorporação direta ao solo; Baixa 
digestibilidade da FDN; Resíduos fibrosos → consumo e digestibilidade (49,3% colmo; 20,6% 
folhas; 19,1% sabugos, e 11% espigas). 
 Tabela 2. Composição química-bromatológica (%MS) 
 
 
PB FDN Ca P 
4,6 68,4 0,5 0,1 
38 
 
 
 
Tabela 3. Composição bromatológica da palhada de milho 
 Palhada Colmo Folha Sabugo 
PB 4,6 3,7 7,0 2,4 
FDA 46,4 47,6 41,6 42,8 
LIG 7,8 8,7 5,4 7,3 
DIV 50,0 48,2 49,8 52,6 
Cel 33,5 33,6 24,5 37,7 
Hecel 34,9 23,7 27,3 39,6 
 
 
 
8.1.2 – Rolão de milho 
É a planta inteira moída, incluindo espiga (alto custo de moagem), apresenta dificuldade de 
armazenamento e transporte, não é muito usado, pode ser a palha de milho moída após a colheita 
das espigas, pobre em nutrientes e rico em fibra, confundido com MDPS. É constituída da 
palhada do milho depois de feita a colheita das espigas. Contudo, pode ser feito de toda a planta, 
incluindo a espiga, tornando-o mais rico em nutriente. É usado como fonte volumosa na dieta 
de ruminantes. 
Tabela 4. Composição química-bromatológica (%) 
MS PB EE CZ CHO FDN FDA LIG Ca P 
88,76 6,76 3,06 1,99 87,50 62,5 40,9 3,85 0,12 0,14 
 
39 
 
 
 
Tabela 5. Composição da silagem de milho e rolão de milho 
 % MS % PB % Dig MS 
Silagem de 
milho 
40,9 7,7 53-62,2 
Rolão de milho 84,58 7,5 (3,83) 40-54,3 
 
8.1.3 – Milho desintegrado palha e sabugo – MDPS 
É obtido pela moagem das espigas inteiras, sendo fonte energética na dieta de ruminantes. 
Apresenta menor valor nutritivo do que o milho grão, e é rico em fibra. Trata-se do alimento 
mais utilizado para bovino de corte e paravacas de baixa produção. Inclui os grãos de milho 
(70%), o sabugo (20%) e a palha (10%). É indicado para animais em crescimento ou vacas 
secas. 
Tabela 6. Composição química-bromatológica (%) 
MS PB EE CZ CHO FDN FDA LIG Ca P NDT 
87,84 8,09 2,63 1,73 87,81 38,94 18,08 3,68 0,08 0,21 68,24 
 
8.1.4 – Farelo de gérmen de milho 
O farelo de gérmen de milho é o subproduto resultante do processamento industrial do milho 
integral para a obtenção da farinha de milho para consumo humano. Consiste no gérmen (com 
ou sem óleo), nos tegumentos (fibras) e na parte do endosperma do grão de milho, contendo 
pequenas partículas amiláceas. 
40 
 
 
 
Tabela 7. Composição química-bromatológica (%) 
Produto MS PB EE CZ CH
O 
FDN FD
A 
Ca P 
Integral 88,8
5 
10,7 9,0 8,4
7 
80,6
1 
30,0
1 
4,53 1,1
9 
0,5
6 
Desengordurad
o 
90,1
6 
10,8
5 
1,2
9 
6,5
9 
81,2
7 
 6,77 0,7
4 
0,7
3 
 
8.1.4 – Tipos de farelo de gérmen de milho 
Integral: resultante do processamento de milho integral, empregado no preparo da farinha 
de milho para consumo humano. 
Desengordurado: é o produto obtido do gérmen de milho após a extração de óleo por 
solvente. 
 
Glúten de milho 
Glúten de milho ou farelo de glúten de milho é o produto obtido após a remoção da maior 
parte do amido, do gérmen e das porções fibrosas pelo método de processamento úmido, para 
a fabricação do amido e xarope de glicose após o tratamento enzimático do endosperma. 
Tabela 8. Composição química-bromatológica (%) 
MS PB EE CZ CHO FDN FDA Ca P NDT 
89,75 58,14 1,47 4,98 40,36 8,50 5,0 0,04 0,36 84,56 
41 
 
 
 
 
É o resíduo do milho após a remoção do amido. Rico em PNDR. Proteína: 60% de valor 
biológico baixo, sendo a metionina e lisina. Rico em energia. Utilizado em vacas leiteiras ou 
novilhas e associado com outras fontes. Nomes comerciais: protenose e glutenose 60. 
Farelo de glúten de milho 
O farelo de glúten de milho é a parte fibrosa obtida após a remoção da maior parte do amido, 
do gérmen e do glúten, e da separação do farelo pelo processo empregado nas fabricações do 
amido de milho ou do xarope, por via úmida, ou, ainda, pelo tratamento enzimático do 
endosperma. É uma excelente fonte de proteína (proteína não degradada no rúmen) e de energia, 
não sendo muito palatável. 
Tabela 9. Composição química-bromatológica (%) 
MS PB EE CZ CHO FDN FDA Ca P NDT 
87,46 23,18 3,37 8,22 66,22 39,53 11,23 0,10 0,60 73,45 
 
Nome comercial: Refinazil e Promil (Cargill). Teor de Proteína Bruta depende do glúten 
adicionado. Rico em energia e utilizado em vacas leiteiras e novilhas. 
Processamento do grão de milho 
Moagem: ruptura física-matriz proteica. Laminação a seco/vapor: grãos quebrados por rolos 
compressores. Gelatinização. Floculação: linha de vapor 30-40 min (90-105 °C), gelatinização 
acentuada. Gelatinização do amido: grânulos expostos à umidade e temperaturas elevadas, a 60 
°C ocorre a ruptura de pontes de hidrogênio, o desarranjo da amilose, tornando os grânulos de 
amido mais susceptíveis a digestão enzimática. A gelatinização é um processo irrervesível. 
42 
 
 
 
8.2 – Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) 
O valor nutritivo do grão de sorgo é similar ao do milho. O principal componente do grão 
de sorgo é o amido (63%), composto de cerca de 70% a 80% de amilopectina e de 20% a 30% 
de amilose. Quando comparado ao milho, apresenta menores teores de extrato etéreo (3,0%) e 
teores de proteína ligeiramente superiores (9,5%). Aproximadamente 80%, 16% e 3% da 
proteína encontrada no endosperma, gérmen e no pericarpo, respectivamente. A maioria da 
fração fibrosa se encontra nas células do pericarpo e no endosperma, apresentando pequenas 
quantidades de lignina. O valor energético do grão de sorgo corresponde a aproximadamente 
90% do valor energético do milho e apresenta aproximadamente 78% de nutrientes digestíveis 
totais (NDT). Contém menor teor de caroteno comparado ao milho. Além disso, é deficiente 
em pigmentos xantofílicos, e pobre em isoleucina e leucina em relação ao milho. O grão de 
sorgo é recomendado para vacas leiteras e suínos, substituindo até 100% do milho, devendo ser 
fornecido de forma triturada. No caso das aves, recomenda-se substituir até 50% do milho da 
ração, e adicionar pigmentante para coloração da carcaça e gema de ovo. 
Tabela 10. Composição química-bromatológica (%) 
MS PB NNP NIDN NIDA EE CHO FDN NDT Ca P 
87,65 9,61 - 26,79 23,66 2,98 85,6 13,16 78,43 0,07 0,28 
 
O grão de sorgo apresenta como limitação a presença do tanino, um composto fenólico que, 
ligado à proteína, diminui a digestibilidade e a palatabilidade. A concentração de tanino 
depende da variedade, sendo encontradas variedades de baixo, médio e alta concentração de 
tanino. As variedades mais comuns são as de médio teor de tanino, que reduz o ataque de 
pássaros aos grãos que ficam expostos nas panículas. O ácido tânico, quando presente nas 
dietas, combina com grupamentos metil da metionina e colina, provocando redução nas 
disponibilidades destes compostos, o que reduz a taxa de crescimento. Pode ainda inibir a ação 
da tripsina. O grão de sorgo, destinado ao consumo animal, deve ser isento de fungos, 
micotoxinas, sementes tóxicas, pesticidas, e conter no máximo 1% de taninos, expressos em 
ácido tânico. 
43 
 
 
 
Deve ser fornecido triturado ou moído por causa da baixa digestibilidade do grão inteiro. 
Um dos grandes pretextos para o uso do sorgo em substituição seria o baixo custo do produto. 
Formas de utilização do sorgo 
Forragem: para todos os herbívoros. Possui altos níveis de HCN nas plantas jovens que 
afetam a ação ruminal, sendo que nos equinos e suínos o HCN é destruído pelo ácido clorídrico 
no estômago. 
Silagem: Menor valor nutritivo em relação à silagem de milho, principalmente se colhida 
quando o grão passa do ponto ideal (entre a fase leitosa e farinácea). Menor poder de mastigação 
(grão menor se comparado ao milho). 
Grão: Pode substituir todo milho para vacas leiteiras, desde que moídos. Reduz eficiência 
de utilização em 10%, devido ao tanino. 
Comparação entre grãos de milho e sorgo 
Semelhante ao milho na composição e valor nutritivo (90 a 95% do milho). Mais pobre em 
gordura e energia metabolizável. 90 a 95% da energia do milho. Níveis de vitaminas do 
complexo B semelhantes. Tende a apresentar maior conteúdo de PB: disponibilidade de 
aminoácidos menor (88,9%) e o milho (94%); mais pobre em isoleucina e leucina. Menor 
digestibilidade. Menor quantidade de ácido linoleico. Possui custo reduzido. Ricos em energia 
(EE 3,6%): Triglicerídeos, AG e fosfolipídeos. Amido é o principal glicídio (65 a 75% grãos). 
A porcentagem de PB é bastante variável, 8 a 18%. Coloração do grão: branca, creme, marrom 
e vermelha. Sorgo granífero: alta capacidade de produção de grãos, tamanho reduzido e 
produtividade de 1,3 a 5 ton/ha. 
Desvantagens do uso do sorgo 
Limitante em lisina, treonina e metionina. Grão é muito pequeno e a casca é dura e 
indigestível. Não contém pigmentos (caroteno e xantofila). Grande perda, quando da moagem, 
44 
 
 
 
em decorrência da grande quantidade de pó. Produção de compostos fenólicos: tanino, o que 
afeta na palatabilidade sendo adstringente, amargo. A digestibilidade também é afetada, pois o 
tanino se complexa com proteína (aminoácidos nas fezes). CHO impede ataque enzimático. 
Vantagens agronômicas: resistência e proteção. 
8.3 – Arroz (Oryza sativa L.) 
Trata-se de cereal cultivado para a alimentação humana. Porém, seu excedente – grãos 
deficientes e subprodutos – é utilizado na alimentação animal. Estes grãos apresentam menor 
valor nutritivo e variável devido à quantidade de casca, podendo ser fornecidas moídas devido 
à sua dureza. Para a alimentação animal, são destinados o arroz integral desclassificado, ou 
quirera de arroz. Este ingrediente é de baixa qualidade para frangos de corte, podendo ser 
utilizado para poedeiras, suínos,

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