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Semiologia Cardiovascular IIAula 1105.03.2021 Dr.Mauro Kierpel Propedêutica Clínica Objetivos da Ausculta - Bulhas cardíacas e alterações - Ritmo e frequência - Ritmo tricúspide - Sopros - Rumor venoso - Ruído da pericardite constritiva - Atrito pericárdico Áreas de Ausculta 🫀 - Área Mitral (ápice) - Área Aórtica (2ºEID) - Área Tricúspide (4ºEIE) - Área Pulmonar (2ºEIE) - Aortica Acessória (3ºEIE) - Carótidas - Região Axilar - Região Infraclavicular - Dorso Semitécnica da ausculta - Ambiente de ausculta - silencioso - Estetoscópio 🩺 - escolha do receptor adequado - aplicação correta do receptor 📌 Receptor de diafragma: sons de > frequência 📌 Receptor de campânula: sons de < frequência - Posição do paciente e examinador - Orientação do paciente - Manobras especiais Ausculta Cardíaca Bulhas Normais B1 - 1°bulha -> caracterizada pelo fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide), sendo que o componente mitral antecede o tricúspide. Coincide com o ictus cordis é o pulso cardíaca. É de timbre mais grave e sue tempo de duração é um pouco maior que o da 2ª bulha. Representamos a 1° bula como “TUM”. Em condições normais, a 1ª bulha tem maior intensidade no foco mitral, no qual costuma ser mais forte que s 2ª bulha A maior parte das anormalidades da B1 está relacionada à sua intensidade e, portanto, é um fator ao qual o examinador deve se atentar. A intensidade de B1 pode ser alterada por situações que encurtem o intervalo entre o início da despolarização do ventrículo (intervalo PR), a estrutura da valva mitral (principalmente componente de B1) e a comtratibilidade ventricular. 📌 Assim, ela estará mais intensa em casos de aumento da força de contração do ventrículo (taquicardia, anemia, hipertireoidismo, febre, etc.), situações em que o coração está próximo a parede torácica e em que os folhetos das valvas mitral é tricúspide se fechem a partir de uma posição mais aberta, o que amplifica as vibrações produzidas (p.ex.: na estenose mitral reumática). 📌 Já situações como diminuição da contratilidade do VE, aumento do intervalo de despolarização do átrio e ventrículo, lesões que encurtem o aparelho valva mitral - como calcificações ou fibrose - e o fechamento prematuro da valva mitral - como na insuficiência aórtica - Geram diminuição da intensidade de B1. O desdobramento da B1 pode ser observado em condições de atraso da contração do VD, atrasando o fechamento da valva tricúspide em relação a mitral. Uma causa frequente é o bloqueio do ramo direito. Alguns sons, como a presença da B4 seguida da primeira, o som de ejeção de B1 e o clique sistêmico de B1, podem ser confundidos com o dobramento e deve ser distinguidos. B2 - 2ª bulha -> caracterizada por ser constituída por de 4 grupos de vibrações; mas somente são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o comportamento aórtico em toda a região precordial, enquanto o ruído originado na pulmonar é auscultado em uma área limitada, correspondente ao foco pulmonar e à borda esternal esquerda. Por isso, no foco aórtico e na ponta do coraçãozinho 2ª bulha é sempre única pelo simples fato de ser auscultar nestes focos somente o componente aórtico. Em condições normais, o componente aórtico precede o pulmonar. Durante a expiração, ambas as valvas se fecham sincronicamente, dando origem a um ruído único. Na inspiração, principalmente porque a sístole do ventrículo direito se prolonga ligeiramente em função do maior afluxo sanguíneo a este lado do coração, o componente pulmonar sofre um retardo que é suficiente para perceber, nitidamente os 2 componentes. A este fato, se chama desdobramento fisiológico da 2ª bulha cardíaca. A B2 vem depois do pequeno silêncio, seu timbre é mais agudo, soa de maneira mais seca, de tal modo que a designamos pela expressão “TA”. Quando a bulha está dobrada, seu ruídos corresponde à expressão “TLA”. O graus de desdobramento varia de indivíduo para indivíduo e é observado em quase todas as crianças. Em condições normais, a B2 é mais intensa nos focos da base (aórtico e pulmonar). Explica-se tal fato pela maior proximidade da parede torácica das estruturas em que se originam esses sons. Para o reconhecimento da B2, deve-se estar atento ao fato de ela ocorrer depois do pequeno silêncio, ser de timbre mais agudo e ressoar de maneira mais seca. Essas características tornam possível compará-la ao som produzido quando se pronuncia a expressão “TA”. Nas crianças, a B2 tem maior intensidade no foco pulmonar. Em adultos e pessoas idosas, observa-se o contrário, isto é, a B2 é mais intensa no foco aórtico. Bulhas extras B3 - 3ª bulha -> Enchimento rápido contra o ventrículo que não consegue se distender, o impacto gera o ruído caracterizado pela B3. Início da diástole - fluxo sanguíneo advindo do átrio esquerdo contra a parede do ventrículo esquerdo (turbilhamento de sangue no ventrículo esquerdo). Ausculta-se uma B3 cardíaca normal com mais frequência nas crianças, nos adultos jovens, em atletas indivíduos hipercinético ou gestantes no 3° semestre da gravidez, causada por uma limitação súbita de expansão da parede ventricular esquerda durante a fase de enchimento rápido ventricular, no início da diástole, e diminuindo de intensidade com o avanço da idade, desaparecendo por volta da 4ª década Quando sua presença está relacionada a doença, frequentemente provoca um ritmo em três tempos, chamado ritmo de galope, ausculta na insuficiência cardíaca congênita é que indica disfunção ventricular sistólica, sobrecarga do volume por insuficiência valvar ou shunt esquerdo-direito. Nesse caso, os sons são formados por uma alteração ou, então, por um acréscimo da taxa e ou volume no fluxo atrioventricular, durante a primeira fase da diástole. Geralmente, são sons relativamente mais discretos, por vezes difíceis de ausculta e podem sê-lo de forma intermitente (ou seja, podem estar presentes em todos os batimentos). São mais bem auscultados com a campânula aplicada levemente no ápice do coração (área mitral) e com o paciente em semidecúbito lateral esquerdo para B3 de origem esquerda ou na área tricúspide e próximo ao apêndice xifoide para origem direita. Pode ser imitada pronunciando-se de mo rápido a expressão “TU”. A inspiração profunda, por aumentar o retorno venoso ao ventrículo direito auxilia na diferenciação da origem de B3, por aumentar sua intensidade quando direito, ao passa que, na B3 esquerdo, sua ausculta será facilitada na expiração devido à diminuição do diâmetro torácico. B4 - 4° bulha -> Ocorre na sístole atrial e final da diástole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais nas crianças e nos adultos jovens. Originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro à massa sanguínea existente no interior do ventrículo, no final da diástole. Por estar relacionada ao final da diástole, sua localização está próximo de B1 (evento pré-sistólico), podendo ser confundida com o desdobramento da B1 e produzindo também o ritmo de galope. Por vezes, pode ser palpável no ápice como um movimento pré-sistólico, sem que seja auscultável. A B4é característica de condições em que a complacência ventricular (ou seja, a capacidade de o ventrículo distender não diástole) está comprometida, indicando, assim, uma disfunção diastólica e a necessidade de uma contração atrial mais vigorosa para término do enchimento ventricular. Pode estar associada à hipertrofia ventricular por obstrução de fluxo, como estenose de valva aórtica ou pulmonar, IAM, fibrose ou aumento da pós-carga, como na hipertensão arterial sistêmica ou pulmonar. Situações como a insuficiência mitral aguda, por sua vez, podem gerar uma contração atrial mais vigorosa na ausência de redução da complacência ventricular. Pode acompanhar ainda o processo de envelhecimento, passível de ser auscultada em idosos saudáveis; todavia, um impulso pré-sistólico (uma B4 palpável) está presente apenas e, condições patológicas. Um aumento da intensidade de B2 geralmente é resultado da elevação da pressão em um dos grandes vasos, produzindo um aumento do som gerado pelo fechamento da respectiva valva semilunar. Ocorre, portanto, na hipertensão arterial sistêmica, em que há um componente A2 alto e musical, e na hipertensão pulmonar, em que há uma P2 muito audível e palpável, com um desdobramento limitado de B2 na inspiração e possível de se auscultar no ápice do coração (normalmente, nessa área, é possível auscultar somente A2). Já a diminuição da intensidade de B2 pode ser encontrada em casos em que as valvas pulmonar e aórtica estão com menor mobilidade, como na estenose aórtica por calcificação e na estenose pulmonar. Componente e Característica das Bulhas 📌 B1 = M1T1 (mitral e tricúspide) 📌 B2 = A2P2 (aórtico e pulmonar) 📌 Bulhas Normofoneticas Hipofonéticas Hiperfonéticas B3 e B4 na maioria das vezes é patológico A inspiração aumenta o retorno venoso retardando a sístole do VD, separando os componentes Ao e P da 2ª bulha (desdobramento fisiológico). Aumenta a quantidade de sangue no ventrículo direito, demora mais tempo para ejetar todo sangue na artéria pulmonar, válvula pulmonar demorará mais tempo para fechar -> divide o som em dois (desdobramento fisiológico da segunda bulha) Reconhecidas a 1a e a 2 a bulhas, o passo seguinte consiste em determinar o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto, isto é, a frequência cardíaca. Ritmo e Frequência Havendo apenas 2 bulhas, trata-se de ritmo de 2 tempos ou binário; quando se torna audível um 3° ruído, passa a ser um ritmo de 3 tempos ou ritmo tríplice, assim representado: TUM-TA-TU-TUM-TA-TU-TUM-TA-TU. 📌 Para determinar a frequência, conta-se 1 min inteiro. Em adultos, o número de batimentos por minuto vai de 60 a 100. 📌 Menos de 60 contrações por minuto chama-se bradicardia, e mais de 100, taquicardia. Frêquencia cardíaca é a quantidade de batimento por minuto (bpm). Ritmo cardíaco é o modo que esses batimentos ocorrem, se tem o mesmo espaço de tempo, se é acelerado ou devagar. Sopros São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. Em condições normais, o sangue flui como corrente laminar, com velocidade um pouco mais rápida na porção central. Fato fundamental é que flui sem formar turbilhões, pois, quando isso ocorre, o fluxo deixa de ser laminar e surge vibrações que originam aos ruídos denominados sopros. Os sopros aparecem na dependência de alterações do próprio sangue, da parede do vaso ou das câmaras cardíacas, principalmente nos aparelhos valvares, incluindo os seguintes mecanismos: 📌 Aumento da velocidade da corrente sanguínea. Provoca a formação de turbulência capaz de dar origem a sopros. Surgem após exercícios físicos, na anemia, no hipertireoidismo e na síndrome febril. 📌 Diminuição da viscosidade sanguínea. Exerce efeito amortecedor sobre a turbulência do sangue. Podendo ser encontrados em casos de anemia (sopros anêmicos). 📌 Passagem de sangue através de uma zona estreitada. Nesta condição, o fluxo sanguíneo sofre radicais modificações, deixando de ser laminar para ser feito em turbilhões. Ocorrem em casos de defeitos valvares (estenose e insuficiência) e algumas anormalidade congênitas (comunicação interventricular, persistência do canal arterial). 📌 Passagem do sangue para uma zona dilatada. Ocorrem em defeitos valvares, dos aneurismas e o rumor venoso. 📌 Passagem de sangue para uma membrana de borda livre. Quanto à situação no ciclo cardíaco, os sopros podem ser sistolico, diastólico e sistodiastólico ou contínuos. Sopro Sistólico de ejeção: quando o sangue do ventrículo esquerdo foi ejetado para a aorta -> o sangue ejetado para fora do ventrículo. Alguns exemplos em que ocorrem esse tipo de sopro é a estenose valva pulmonar e a estenose valva aórtica. SOPRO DE SAÍDA. 📌 Sopro Sistólico Ejetivo Pulmonar 📌 Sopro Sistólico Ejetivo Aórtico Sopro Sistólico de regurgitação: quando o sangue volta pela válvula mitral do ventrículo volta para o átrio. Alguns exemplos em que ocorrem são na insuficiência mitral e da válvula tricúspide. SOPRO DE RETORNO. Podem ser sentidos por meio da presença de frêmito, que nada mais é do que a sensação palpatória da presença de um sopro. O sopro de ejeção começa alguns centésimos de segundo após a B1, intervalo que correspende à fase de contração isovolumétrica. Neste período, a pressão intraventricular se eleva e as valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) se fecham, dando originando a B1. Contudo, a pressão intravascular (aorta e pulmonar) ainda está mais elevada que a pressão dentro dos ventrículos, e por isso as valvas sigmoides (aórticas e pulmonares) continuam fechadas sem que haja saída de sangue dos ventrículos. Em consequência deste fato, percebe-se o sopro após a P bulha. Quando a pressão intraventricular ultrapassa a pressão intra-aórtica e intrapulmonar, o sangue começa a ser expulso dos ventrículos. A princípio, a ejeção é lenta, passando a ser máxima na mesossístole e voltando a reduzir na telessístole. Por este motivo, do ponto de vista estetacústico, o que se observa é um sopro em crescendo-decrescendo. O sopro termina antes da B2 porque, na última fase da sístole, as pressões dentro dos ventrículos praticamente se igualam às pressões na aorta e na pulmonar, não havendo quase nenhuma ejeção de sangue neste momento. Este tipo de sopro é audível desde o início da sístole; por isso aparece com a B1, recobrindo-a e mascarando-a. Ocupa todo o período sistólico com intensidade mais ou menos igual e termina imediatamente antes da B2 ou pode recobri-la. Esses sopros são causados pela regurgitação de sangue dos ventrículos para os átrios, quando há insuficiência mitral ou tricúspide, ou de um ventrículo para o outro, quando existe uma comunicação entre eles. Para se compreender o sopro de regurgitação, é necessário lembrar que, durante a fase de contração isovolumétrica, período em que as valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) estão se fechando, a pressão dentro dos ventrículos já está mais alta que no átrio e, por este motivo, o sangue regurgita para a câmara de menor pressão desde o início da sístole. Durante todo o período sistólico, o sangue continua regurgitando e só deixa de fazê-lo ao terminar a contração ventricular. - Sopro diastólico tipo Ruflar do Tambor: contrário do sopro de regurgitação. Presente em casos de estenose mitral ou estenose tricúspide. . Sopros de baixa frequência e tonalidade grave. Sopro diastólico tipo Aspirativo: encontrado em pacientes com insuficiência aórtica ou insuficiência pulmonar. É caracterizado como o inverso do sopro ejetivo. Sopro Continuo: implica gradiente de pressão entre duas câmaras ou vasos durante a sístole e a diástole. Esses sopros iniciam-se na sístole, alcançam a intensidade máxima próximo à B2 e continuam na diástole. Podem ser difíceis de distinguir dos soprossistólico e diastólico de pacientes com valvopatia mista aórtica e pulmonar. Os exemplos compreendem os sopros associados à PCA, à ruptura de aneurisma do seio de Valsalva e às fístulas AV coronarianas, de grandes vasos ou de hemodiálise. O ruído venoso cervical e o sopro mamário da gravidez constituem duas variantes benignas. Ocorre também na insuficiência pulmonar. INTENSIDADE DOS SOPROS Utilizamos cruzes e escalona-se: 📌 + corresponde aos sopros débeis, audíveis somente quando se ausculta com atenção e em ambiente silencioso. 📌 ++ indica sopros de intensidade moderada 📌 +++ traduz sopros intensos 📌 ++++ corresponde aos sopros muito intensos, audíveis mesmo quando se afasta o estetoscópio da parede torácica ou quando se interpõe entre está e o receptor a mão do examinador. A intensidade do sopro depende de fatores relacionados com a transmissão das vibrações, sobressaindo a espessura da parede torácica e a ocorrência de enfisema ou de derrame pericárdico, outros diferentes ligados ao próprio mecanismo de formação do sopro. Dentre estes, destacam-se a velocidade do fluxo e o volume de sangue que passa pelo local em que ele se origina. A influência da velocidade da corrente sanguínea torna-se clara quando se compara a intensidade do sopro da comunicação interventricular de pequena magnitude com as grandes comunicações. Se for de pequeno, o fluxo de sangue apresenta grande velocidade, provocando um sopro intenso (+++ a +++ +). Ao contrário, nas comunicações amplas, a velocidade do fluxo é menor e o sopro débil ou moderado (+ a ++). Quando o volume sanguíneo é pequeno, o sopro tem fraca intensidade; quando é grande, torna-se mais intenso. Valvas Cardíacas Estenose Aórtica É a obstrução ou redução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das cúspides da valva aórtica. É a doença valva aórtica adquirida mais frequente e está presente em 4,5% da população acima de 75 anos. Suas principais causas são EAo congênita, calcificação de uma valva aórtica bicúspide, calcificação de uma valva aortica tricúspide - EAo degenerativa -, e FR. Com o tempo é a progressão do processo de calcificação valvar, a EAo leva à hipertrofia ventricular concêntrica, à elevação das pressões de enchimento e, finalmente, à disfunção ventricular. Com a evolução dessa calcificação é lenta, os sintomas como dor torácica, síncope e dispneia, surgem principalmente após a 6ª década de vida, tendo diminuição progressiva da sobrevida após o surgimento dos sintomas. Por este motivo, faz-se identificação precoce do surgimento de sintomas ou de disfunção ventricular, que apontarão o momento de indicação de intervenção visando à interrupção da evolução natural da doença. Além das manifestações de insuficiência ventricular esquerda, são frequentes os sintomas de insuficiência coronariana, tipo angina de peito, e fenômenos sincopais após esforço, os quais são explicados pela vasodilatação periférica que “rouba” sangue da circulação cerebral, pelo fato de o DC estar impossibilitado de aumentar durante o esforço físico. Deve ser salientado que a ocorrência de angina de peito e síncope indica que a estenose é grave. Ao exame físico, encontra-se um pulso radial de pequena amplitude quando a estenose é de grau moderado a intenso; ictus cordis intenso, pouco deslocado para baixo e para esquerda, a indicar a hipertrofia ventricular esquerda; frêmito sistólico; sopro sistólico de ejeção, rude, localização no foco aórtico com irradiação para cima, em direção à face lateral direita do pescoço. Na estenose aórtica leve, pode ser ouvido um clique sistólico que antecede o sopro. Na estenose aortica grave ocorre desdobramento invertido na B2. O ECG registra sobrecarga ventricular esquerda com onda T negativa em precordiais esquerdas no casos de estenose grave. No exame radiológico do tórax não se observa, como na insuficiência ártica, aumento do ventrículo esquerdo, a não ser nos pacientes que já apresentam falência ventricular esquerda. A ecodopplercardiografia define a localização da estenose ártica: valvar, subvalvar ou supravalvar. Na estenose aórtica valvar, o número de cúspides pode ser facilmente definida. A ecodopplercardiografia possibilita ainda o cálculo do gradiente, da área valvar, do grau de hipertrofia ventricular e da função ventricular esquerda. Estes dados, juntamente com a clínica do paciente, tornam possível uma avaliação segura do estancamento da estenose aórtica, evitando, na maioria dos casos, o estudo hemodinâmico invasivo (angiografia coronariana). Achado Semiológico Patológico: 📌 Sopro sistólico de ejeção, com irradiação para pescoço, mais audível em foco aórtico 📌 2ª bulha diminuída Estenose ártica -> deficiência da saída de sangue -> aumento da pressão no VE -> aumento da força muscular -> Hipertrofia muscular -> VE cresce para dentro -> disfunção diastólica -> isquêmico Esforço muito grande do coração -> hipertrofia do VE-> a coronária não consegue irrigar -> fazendo isquemia nessa área -> disfunção diastólica Quadro clínico Assintomático Sintomático 📌 Angina - hipertrofia do músculo 📌 Síncope - baixa irrigação do cérebro 📌 Dispneia - insuficiência cardíaca IVE Morte Súbita 💀 Arritmias Sangramento gastrointestinal Embolismo Exame Físico Pulso Parvus te tardus - pulso tardio e intenso (pulso arterial eleva-se lentamente, é de pequena amplitude e tem onde de percussão retardada) íctus sustentado (ativo e desviado para baixo e lateralmente) Frêmito sistolico presente na base do coração, na fúrcula e nas carótidas B1-4 (B4 no ápice cardíaco em virtude da hipertrofia ventricular) Sopro sistólico de ejeção -ausculta dinâmica Efeito de Bernheim ECG Ritmo Sobrecarga atrial esquerda -80% Sobrecarga ventricular esquerda - 85% Dist.Condução AV ou IV - 5% Arritmias ventriculares TRÍADE GRAVE Radiografia do Tórax Área do coração está normal - o problema é concêntrico (de fora para dentro) Cateterismo Cardíaco Discrepância entre dados clínicos e não invasivos Portador de angina e EAO leve/moderada Avaliação pré-operatória: 📌 Homens > 40 anos 📌 Mulheres > 50 anos Estenose Aórtica Assintomática Apenas 1/3 dos portadores de EAO severa assintomática permaneceram assim ao final de cinco anos, sendo que 1/3 deles desenvolveram sintomas nos dois primeiros anos. Pacientes assintomáticos com velocidade de fluxo aórtico>4,5m/s devem ser encaminhados para cirurgia (alta probabilidade de desenvolver sintomas) Morte súbita não precedida de sintomas foi 1% ao ano.Em metade delas o seguimento no último ano não foi disponível. Nenhuma variável clínica ou ecocardiográfica pôde prever morte súbita. Tratamento Cirúrgico - Indicações Pacientes sintomáticos, com ou sem sinais de disfunção sistólica de VE (Classe I) Pacientes com EAO severa que irão submeter-se à CRVM, cirurgia de aorta ou outras válvulas (Classe I) Pacientes com EAO moderada que irão submeter-se à CRVM, cirurgia da aorta ou outras válvulas (Classe IIa) Pacientes assintomáticos com sinais de disfunção sistólica de VE (classe IIa) Tratamento Cirúrgico Paciente assintomático com EAo severo e: 📌 Disfunção sistólica de VE (classe IIa) 📌 Resposta anormal ao esforço (classe IIa) 📌 Traquicardia ventricular (classe IIb) 📌 HVE importante (classe IIb) 📌 AVAO < 0,6 cm2 (classe IIb) ÷ TAV Indicações para Valvuloplastia Percutânea Como ponte para cirurgia em pacientes instáveis hemodinamicamente (classe IIa) Como procedimento paliativo em portadores de comorbidades graves (classe IIb) Pacientes que necessitem cirurgia não cardíaca urgente (classe IIb) Alternativa à TVAO (classe III) Insuficiência Aórtica É a incapacidade de fechamento das sigmoide aórticas , tornandopossível o refluxo de certa quantidade de sangue para o VE durante a diástole. Etiologia Doença reumática - autoimune (IA crônica) Dilatação aórtica proximal (IA crônica) valva aórtica bivalvular - congênita (IA crônicaJ Ruptura da valécula (IA aguda) Calcificação da valva Acomete principalmente idosos entre 7O a 80 anos Reação Autoimune Inflamação Valvar Disfunção Valvar Deformados Valvar Função Ventricular Esquerda (Compensada) Refluxo Diastólico Aórtico Ventrículo Sobrecarga de Volume Dilatação Passiva do VE Deposição de amiofinrilas em Série Manutenção de Eficiência de Ejeção (via Lei de Starlig) Sobrecarga de volume, as miofibrila perderam a capacidade de contrair, logo, o organismo tenta produzir mais células para melhorar essa contração, mas essas células não tem a mesma harmonia que a das miofibrilas, nascendo uma para cada lado, esse fenômeno leva o nome de remodelamento ventricular -> a princípio é algo bom porque irá ajudar o ventrículo, servindo para a manutenção da deficiência. Mas conforme o tempo, pode gerar uma fibrose. coluna de sangue volta e a valva aortica fecha; caso não feche, o sangue regurgita Doenças Primárias da Válvula 1. Febre Reumática – Fusão e/ou Retração dos Folhetos 2. Endocardite Infecciosa – Vegetação ou destruição dos folhetos 3. Traumatismo – Perda da sustentação comissural 4. Válvula Aórtica Bicúspide – Prolapso de uma das cúspides 5. Degeneração Mixomatosa da Válvula 6. CIV ampla instabilisando o anel aórtico instabilizando o anel aórtico 7. Ruptura de Válvula fenestrada 8. L.E.S Lupus eritematoso sistêmico 9. Artrite Reumatóide 10. Espondilite anquilosante 11. Doença de Takayasu (vasculite granulomatosa crônica) Doenças da Raiz da Aorta 1. Dilatação Degenerativa da Raiz da Aorta 2. Síndrome de Marfan (doença genética do tecido conjuntivo.) 3. Dissecção da Aorta 4. Osteogênese Imperfeita (ossos de vidro ou doença de Lobstein) 5. Aortite Sifilítica 6. Espondilite Anquilosante 7. .Síndrome de Reiter (uretrite ou cervicite, conjuntivite e artrite) 8. Hipertensão Arterial Sistêmica Fisiopatologia Aumento de pressão no AE, leito pulmonar, VE e AD Redução de complacência do VE -> redução da FE Hipertrofia excêntrica (remodelação) Sobrecarga de volume e pressão no VE Agravamento da função Ventricular esquerda Isquemia miocárdica + → + : d → → T j t t ↳ e d Sintomas principais sós e inciso após surgimento de considerável dilatação VE. 📌 Dispneia de esforço, ortopneia e dispneia paroxística noturna 📌 Síncope 📌 Angina de peito - devido ao “roubo” do fluxo coronário - efeito Venturi - provocado pela rápida passagem do sangue da porta para o VE durante a diástole (desequilíbrio entre a oferta e demanda de O2) 📌 Palpitação - secundária a intensas contrações do VE 📌 Dor abdominal 📌 Dispneia - sintoma de IVE; pode evoluir para ortopneia e DPN. Em geral, a IA apresenta abundantes dados ao exame físico, classificaste subdivididos em sinais periféricos e sinais no nível do coração. O coração, destacam-se as características do ictus cordis - deslocado para baixo e para a esquerda, tipo musculoso e amplo - indicativo da dilatação e da hipertrofia do ventrículo esquerdo, e o sopro diastólico, aspirativo, em decréscimo, audível no foco aórtico ou foco aórtico acessório com irradiação para a ponta do coração. Nos casos graves, ausculta-se também um sopro sistólico, de ejeção, causado pelo hiperfluxo de sangue pela valva aórtica. Os sinais periféricos são decorrentes da grande pressão diferencial, tanto por aumento da pressão sistólica, devido ao maior volume de sangue ejetado, como por diminuição da pressão diastólica, decorrente da própria lesão da valva, registrando-se então valores em tomo de 160/60, 150/40 e 140/ zero. Daí surgem o pulso radial amplo e célere, as pulsações visíveis das carótidas (dança arterial), a ocorrência de pulso digital e pulso capilar e as oscilações da cabeça acompanhando os batimentos cardíacos (sinal de Musset), pulsação na base da língua (sinal de Minervini) e duplo sopro auscultado à compressão da artéria femoral (sinal de Duroziez). Podemos encontrar também: 📌 Frêmito sistólico na base do coração; 📌 B4 ou B3 📌 PAS maior causada pelo volume de ejeção e PAD menor, devido regurgitação da aorta para o Ve Exame físico - Ausculta 📌 Sopro Holodiastólico (aspirativo) - Valvar: mais intenso no foco aórtico acessório (BEEM) - Dilatação Aorta: mais audível foco aórtico (BEDA). 📌 Sopro de Austin-Flint: jato regurgitaste diastólico alcança o folheto ant.mitral, promovendo redução da abertura desta valva na diástole - estenose mitral dinâmica. 📌 Presença de B3: sobrecarga volumétrica. 📌 Sopro sisto-diastólico: hiperfluxo da valva aórtica. Exame físico - Sinais Periféricos de IA Grave 📌 Pulso em Martelo d’água: elevação ampla e colapso abrupto 📌 Pulso Bisferiens: dois pulsos sistólicos 📌 Sinal de Quinke: pulsação capilares subungueais 📌 Sinal de Musset: pulsação da cabeça 📌 Sinal de Muller: pulsação da úvula 📌 Sinal de Traube: ruído sistólico e diastólico audíveis na artéria femoral 📌 Sinal de Hill: PAS de MMII > PAS de MMSS Função Ventricular Esquerda - de Compensada a Descompensada Refluxo Diastólico Aumentado Sobrecarga Adicional de Volume Dilatação Excessiva do VE Limite de deposição de Miofibrilas em Série Cardiopatia Dilatada Sobrecarga de Pressão Falência Miocárdica ECG e ECODOPPLERCARDIOGRAFIA RADIOGRAFIA Na radiografia simples do tórax, observa-se aumento da área cardíaca, a expensas de crescimento do ventrículo esquerdo e do átrio esquerdo. A aorta pode estar alongada, com botão aórtico proeminente. O ECG evidencia sobrecarga diastólica do ventrículo esquerdo, com ondas R altas e T pontiagudas nas precordiais esquerdas. A ecodopplercardiografia possibilita definir aspectos anatômicos relativos à etiopatogenia da lesão. Estes dados, associados ao tamanho da cavidade ventricular esquerda e à função ventricular, ajudam a quantificar o grau da repercussão hemodinâmica da insuficiência aórtica de maneira não invasiva. Com relação aos aspectos etiopatogênicos, o ecoDoppler pode identificar o caráter transvalvar propriamente dito (reumático, endocardite) ou extravalvar (dissecção aórtica, rup- tura do seio de Valsalva) e da insuficiência, de difícil definição clínica. Atualmente, com a utilização da ecocardiografia transesofágica, uma importância causa da insuficiência aórtica tem sido prontamente reconhecida: a dissecção aórtica aguda. + : + → + Estenose Aórtica - Hipertrofia Concêntrica Insuficiência Aórtica - Hipertrofia Excêntrica Estenose Mitral Consiste no estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo devido a espessamento e fibrose das cuspisses valvares com fusão das suas comissuras que causa resistência ao fluxo amiguinho transmitral. Etiologia Doença reumática Estenose Mitral Congênita Mucopolissacaridoses (doença de depósito - erro metabólico) Síndrome Carcinóide - inclui rubor facial e torácico, cólica e diarreia e, menos frequentemente, a insuficiência cardíaca e a broncoconstrição. Achado Semiológico Patológico: 📌 Sopro diastólico aspirativo em foco tricúspide, com irradiação em raio de roda 📌 Manibra de Rivero-Carvalho positiva Fisiopatologia Obstrução ao fluxo entre AE e VE durante a diástole Transmissão para o leito arterial Hipertensão pulmonar Formação de um gradiente de pressão transvalvar Aumento da pressão no leito veno-capilar pulmonar Congestão pulmonar Baixo Débito Cardíaco Os principais marcadores de mau prognóstico são o desenvolvimento de sintomas, a presença de fibrilação atrial e a evolução para a hipertensão pulmonar. Momento da diástole ventricular, portando o sopro da estenose mitral é umsopro de tambor Ao abrir a válvula vitral, tem a primeira queda do sangue que bate no ventricular é a B3 e a fase final é a sístole atrial que será a B4 que é quando esse restante de sangue chega ao ventrículo. Hipertrofia do átrio esquerdo -> aumenta a pressão do AE -> aumenta a pressão pulmonar gerando congestão pulmonar → E ← E E ↳ E % Na estenose mitral leve, o paciente permanece assintomático, mesmo executando esforços físicos. A única alteração hemodinâmica é um moderado aumento da pressão no átrio esquerdo, que, por si só, é capaz de manter o volume-minuto dentro dos limites normais. Com área maior que 2,5 cm2. Nesses casos, os achados semióticos são hiperfonese da B1 no foco mitral e sopro diastólico, restrito à parte pré-sistólico da diastóle, que corresponde ao aumento do fluxo sanguíneo pela contração atrial. A rigidez dos folhetos da valva propicia o aparecimento do estalido de abertura mitral. Na estenose mitral moderada, o paciente apresentará dispneia e palpitações após esforço, que traduzem a congestão na circulação pulmonar. Com área reduzida a aproximadamente 1,5 cm2. Nesta fase, o gradiente de pressão entre o átrio e o ventrículo esquerdo determina o aparecimento de um conjunto de fenômenos estetoacústicos que são típicos da estenose mitral: B1 hiperfonéticas com características de ruflar, com reforço pré- sistólico, e B2 hiperfonética no foco pulmonar. Quando a área valvar for menor que 1 cm2, estenose mitral é grave, com intensificação da dispneia, que pode ocorrer aos mínimos esforços e na posição deitada, dispneia paroxística noturna, tosse seca e hemoptise. À ausculta, constata-se que o estalido de abertura turna-se mais precoce e o sopro diastólico, mais duradouro. A pressão elevada no átrio esquerdo transmite-se pelas veias pulmonares aos capilares dos pulmões com 2 consequências: a primeira, responsável pela sintomatologia de congestão pulmonar, é o edema intersticial e a transudação de líquido para o interior dos alvéolos; a segunda é a hipertensão pulmonar, responsável pela hipertrofia do VD, que pode ser avaliada clinicamente pela intensidade do componente pulmonar da B2. Achado Semiológico Patológico 📌 Ruflar diastólico (mais audível com campânula 📌 B1 hiperfonética, com qualidade metálica e seca 📌 Estalido Aproximadamente 30% dos pacientes apresentam manifestação reativa de hipertensão pulmonar, desencadeada pela própria congestão venocapilar. Chama-se reativa porque há constrição ativa dos vasos pulmonares. Nestes casos, os sinais de hipertensão pulmonar preponderam sobre os demais, com desaparecimento quase total dos sinais originados na própria valva estenosada. A. Radiografia do tórax em PA e perfil mostrando uma silhueta tipo mitral com arco médio abaulado, pela dilatação da artéria pulmonar e da auriculeta esquerda, e crescimento ventricular direito. No perfil, chama a atenção a compressão do esôfago pela dilatação do átrio esquerdo (setas}. B. Orifício mitral estreitado em decorrência de moléstia reumática. C. Ecocardiograma bidimensional demonstrando comprometimento reumático típico da valva mitral com espessamento de ambas as cúsp ides e redução da abertura valvar (estenose}. Observe a abertura em domo, típica da cúspide anterior (seta} e aumento acentuado do átrio esquerdo. Sintomatologia 📌 Dispnéia 📌 Progressiva ou súbita 📌 Tosse 📌 Ortopnéia 📌 Palpitações 📌 Fadiga, congestão periférica 📌 Rouquidão ( Síndrome de 📌 Hemoptise 📌 Dor torácica Isquemia de VD, doença aterosclerótico associada, embolia coronária, TEP. 📌 Embolismo sistêmico 20% dos pacientes 50% cerebrais 50% óbito ou sequelas graves 📌 Endocardite infecciosa Hipertrofia coronária AE faz arritmia de Flutter e fibrilação atrial Exame Físico Na ectoscopia, pode-se encontrar cianose nas mãos e no rosto. À inspeção do tórax, quando há hipertensão pulmonar grave, pode ocorrer abaulamento paraesternal esquerdo. Na palpação, o ictus cordis é impalpável ou de pequena intensidade, a indicar que o VE nesta normal, podendo-se observar, em alguns pacientes, uma retração sistólica apical, levantamento em massa do precórdio e pulsação epigástrica, sinais indicativos de hipertrofia 7 → Ventricular direita. A B1, no foco mitral, e a B2, no foco pulmonar, são palpáveis. Percebe-se também, um frêmito diastólico no foco mitral. À ausculta, econtram-se hiperfonese da B1 no foco mitral e da B2 no foco pulmonar, estalido de abertura mitral e sopro (ruflar) diastólico com reforço pré-sistólico na área mitral. Esse sopro é mais audível com o paciência em decúbito lateral esquerdo e após um pequeno exercício que aumente a frequência cardíaca. ECG Observa-se sobrecarga atrial esquerda e, quando há hipertensão pulmonar, também sobrecarga ventricular direita, podendo haver desvio do eixo elétrico cardíaco para a direita e sinas de aumento de câmeras direitas. Nessa última situação, é frequente a presença de fibrilação atrial. Radiografia de Tórax Demostra aumento do átrio esquerdo, dilatação da artéria pulmonar e crescimento do VD se houver hipertensão pulmonar. A congestão pulmonar é denunciada pelos sinais de edema intersticial. Ecodopplercardiografia 📌 Função sistólica de ambos ventrículos 📌 Presença de trombos em AE 📌 Endocardite infecciosa 📌 Lesões valvares associadas 📌 Pressão artéria pulmonar. 📌 Cálculo do escore 📌 Etiologia 📌 Severidade 📌 Área valvar (planimetria e PHT) 📌 Gradiente transvalvar mitral 📌 Dimensões das câmaras Pode visualizar tromba intra-atrial, grau de flexibilidade valvar e calcificação das cúspides, anel e estruturas subvalvares. A utilização do recurso Doppler possibilita medir a área valvar, o gradiente diastólico transvalvar mitral e a pressão sistólica do ventrículo direito e da artéria pulmonar. Mais recentemente, a ecodopplercardiografia transesofágica ampliou o espectro da ecocardiografia por tornar possível a obtenção de imagens de alta resolução da valva mitral, aparelho subvalvar e átrio esquerdo, auxiliando na avaliação hemodinâmica precisa quando o ECG transtorácico mostra dados inconclusivos. Estes fatos tornam o estudo hemodinãmico invasivo indicado apenas nos casos nos quais é imprescindível conhecer a anatomia coronariana. Estudo Hemodinâmico e Cinecoronariografia 📌 Estudo hemodinâmico: Discrepância entre dados clínicos e métodos não invasivos 📌 Cinecoronariografia: Homens > 40 anos Mulheres > 45 anos Tratamento Clínico 📌 Pacientes assintomáticos com EM leve: Profilaxia para Doença Reumática e endocardite infecciosa Tratamento precoce de infecções Anticoagulação em caso de FA ou evento tromboembólico 📌 Pacientes sintomáticos: Diuréticos Controle da resposta ventricular em portadores de FA: Betabloqueadores Digital BCC não-diidropiridínico (Verapamil,Diltiazem) Anticoagulação em caso de fibrilação atrial permanente ou paroxística. Insuficiência Mitral Consiste no fechamento incompleto da valva mitral com refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Etiologia 📌 Prolapso da Valva Mitral - mais frequente 📌 Febre Reumática - Importante causa - por causar retração dos folhetos, encurtamento das cordas tendíneas, impedindo a correta coaptação dos folhetos mirrais. 📌 Colagenoses 📌 Qualquer Dilatação do VE anel valvar - dilatação do anel valvar 📌 Isquemia de músculo papilar, secundário a infarto das artérias que irrigam esses músculos (descendente anterior e descendente posterior. Geralmente é detectado como um movo sopro dias após um infarto. 📌 Ruptura de Cordoalha- endocardite 📌 Trauma 📌 Perfusão do folheto - endocardite Fisiopatologia Incompetência do Aparelho Valvar Mitral durante ejeção sistólica, levando a refluxo para AE e conseqüentesobrecarga volumétrica no VE. Aumento do Volume Diastólico Final Hipertrofia e Dilatação do VE Insuficiência Cardíaca No IAM e na endocardite infecciosa, quando há insuficiência mitral, está decorre de disfunção ou ruptura de músculo papilar, possibilitando a regurgitação de sangue para um átrio de tamanho normal, sem tempo nem capacidade para adaptar-se :S Achado Semiológico Patológico 📌 B2 hiperfonética em área pulmonar, indicando hipertensão pulmonar 📌 Sopro sistólico de refluxo de sangue, mais audível em foco mitral com irradiação para axila, cobrindo B2 ao maior volume sanguíneo que passa a receber. Em tais condições, há imenso da pressão intra-atrial, a qual se transmite imediatamente à rede capilar pulmonar, causando congestão pulmonar com edema intersticial ou transudação de líquido para os alvéolos, exteriorizada por dispneia intensa ou, nos casos mais graves, pelo quadro de edema pulmonar agudo. Clínica Insuficiência leve a moderada pode estar presente em pacientes assintomáticos por muitos anos. O aparecimento de dispneia aos esforços e ortopneia pode ser o primeiro sintoma da insuficiência mitral, associado a sintomas de baixo débito, como fraqueza, fadiga, ou síncope. Com o passar do tempo, e com falha do coração direito, edema, ascite e hepatomegalia podem aparecer. Na insuficiência abusa, geralmente alguns dias após um IAM, o paciente se apresenta com rápida evolução para dispneia e sinais de hipertensão pulmonar, como edema periférico e hepatomegalia. Exame físico Sintomas 1. Inicialmente assintomático 2. Fadiga 3. Dispneia Constatam-se ventrículo esquerdo hipercinético, sem sinais de dilatação - ictus cordis não deslocado, mas de intensidade maior -, sopro sistólico de regurgitação no foco mitral com irradiação para a axila e uma B4 originada pela contração vigorosa do átrio esquerdo. A insuficiência mitral de etiologia reumática é uma lesão de instalação gradativa e evolução crônica, pois o processo inflamatório evolui vagarosamente, ao longo de meses, o que possibilita ao átrio esquerdo ir se dilatando progressivamente. Nestas condições, há pequena elevação da pressão intra-atrial e, em consequência, a pressão venocapilar pulmonar pouco se altera. Os sinais de congestão pulmonar, principalmente a dispneia, só aparecem muitos anos depois. Na inspeção e na palpação do precórdio, encontram-se um ictus cordis com características de dilatação do ventrículo esquerdo e um frêmito sistólico no foco mitral. À ausculta, percebe-se uma B3, sopro sistólico de regurgitação, localizado no foco mitral, com irradiação para a axila e que mascara a P bulha cardíaca. É possível ouvir um sopro diastólico, curto, de enchimento ventricular; em boa parte dos pacientes, o ritmo é irregular pela ocorrência de fibrilação atrial. Exame físico 1. Sopro Apical Holossostólico 2. B3 3. Hipofonese de B1 Quando a estenose mitral é importante, além da dilatação do átrio esquerdo, há aumento de pressão nesta cavidade, a qual se transmite para a circulação pulmonar, causando hipertensão pulmonar de intensidade variável. Nestes casos, podem predominar as manifestações clínicas da estenose mitral. Na insuficiência mitral que ocorre nas cardiomiopatias com grande aumento do coração, não há lesões do aparelho valvar, mas sim dilatação do anel da valva mitral acompanhando a dilatação da cavidade ventricular esquerda. A quantidade de sangue regurgitado é relativamente pequena, não havendo, portanto, grande dilatação do átrio esquerdo nem significativo aumento da pressão em seu interior, embora o sopro tenha as mesmas características descritas na insuficiência mitral reumática e no infarto agudo do miocárdio. Os sintomas e os sinais dependem da cardiomiopatia ou da miocardiosclerose. Evidencia sobrecarga ventricular e atrial esquerda, se houver também estenose mitral. Encontram-se crescimento destas cavidades e sinais de congestão pulmonar nos casos que apresentam hipertensão venocapilar. Possibilita identificar a causa da insuficiência mitral (reumática, prolapso de valva mitral, ruptura de corda tendínea, isquemia de músculo papilar). ECG RADIOGRAFIA ECODOPPLERCARDIOGRAFIA Em situações de urgência, com insuficiência mitral aguda, causadora de edema agudo dos pulmões, o eco-Doppler pode ser realizado à beira do leito do paciente. Nestas situações, o exame hemodinâmico não somente é dispensável como também é contraindicado, por agravar ainda mais o estado do paciente. A utilização do eco-Doppler possibilita quantificar o grau de insuficiência mitral. A ecocardiografia transesofágica representa grande avanço na investigação da causa e da repercussão hemodinâmica da insuficiência mitral por tornar possível melhor visualização da valva mitral e de seu aparelho de sustentação. RESUMO ECG – Sinais de sobrecarga de Atrio e Vent Esquerdo Rx de Tórax– Aumentodo AE e VE Veias Pulmonares Proeminentes Ecodoppler – Estimativa do refluxo mitral - Aumento das cavidades de AE e VE - Anatômia da valva Cateterismo – Quantifica regurgitação sistólica ** Pacientes acima de 40 anos angiografia Referências