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O Básico da Eletrônica do Automóvel

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O Básico da 
Eletrônica do 
Automóvel 
Newton C. Braga
Patrocinado por
2
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São Paulo - Brasil - 2019
Instituto NCB
www.newtoncbraga.com.br
leitor@newtoncbraga.com.br
Diretor responsável: Newton C. Braga
Coordenação: Renato Paiotti
Impressão: AgBook – Clube de Autores
3
http://www.newtoncbraga.com.br/
mailto:leitor@newtoncbraga.com.br
O Básico da Eletrônica do Automóvel 
Autor: Newton C. Braga
São Paulo - Brasil - 2019
Palavras-chave: Eletrônica - Engenharia Eletrônica - 
Componentes – Circuitos práticos – Coletânea de circuitos – 
Eletrônica Automotiva
Copyright by
INTITUTO NEWTON C BRAGA.
1ª edição
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por 
qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, 
fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos, atualmente existentes ou 
que venham a ser inventados. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou 
parcial em qualquer parte da obra em qualquer programa juscibernético 
atualmente em uso ou que venha a ser desenvolvido ou implantado no futuro. 
Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua 
editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e 
parágrafos, do Código Penal, cf. Lei nº 6.895, de 17/12/80) com pena de prisão e 
multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 
122, 123, 124, 126 da Lei nº 5.988, de 14/12/73, Lei dos Direitos Autorais).
4
Índice
Apresentação..............................................................................7
Introdução da Edição Original.....................................................8
Eletricidade no carro.................................................................10
Unidades elétricas.....................................................................16
A capacidade de fornecimento de energia de uma bateria..........19
Os fusíveis................................................................................21
A instalação elétrica de seu carro..............................................24
Os resistores.............................................................................28
Os potenciômetros e os trimpots...............................................32
Capacitores...............................................................................35
Capacitores variáveis e ajustáveis.............................................40
Diodos.......................................................................................41
Transistores..............................................................................43
Relés.........................................................................................45
LEDs..........................................................................................47
Os circuitos eletrônicos.............................................................49
A ignição do seu carro...............................................................57
Os problemas da ignição convencional......................................61
Ignição assistida.......................................................................63
Ignições por descarga capacitiva...............................................66
O som de seu carro...................................................................71
O rádio......................................................................................73
Como melhorar a recepção .......................................................79
Os receptores de FM..................................................................85
A qualidade de som...................................................................89
A ligação de alto-falantes no carro............................................98
A potência dos alto-falantes....................................................103
Os filtros.................................................................................106
Amplificadores........................................................................111
Outros aparelhos.....................................................................116
 a) pisca-piscas:............................................................116
 b) Intervaladores:.........................................................118
 c) Lembrete eletrônico...................................................119
 d) Alarmes...................................................................120
 e) Chaves de código......................................................122
 f) VU-meter.................................................................123
 g) Equalizador gráfico....................................................123
 h) Alarme de pêndulo....................................................124
AS MONTAGENS.......................................................................126
5
 A placa........................................................................126
 Montagem....................................................................130
VU de LEDS.............................................................................134
 Montagem....................................................................136
 Ligação........................................................................137
 Usando em casa:..........................................................138
VOLTÍMETRO AUTO.................................................................140
 Funcionamento.............................................................142
 Instalação....................................................................142
TERMÓMETRO..........................................................................144
 Funcionamento.............................................................145
 Montagem....................................................................146
MEDIDOR DE COMBUSTÍVEL....................................................148
 Como funciona.............................................................148
 Montagem....................................................................150
TACÔMETRO............................................................................153
 Como Funciona.............................................................155
 Montagem....................................................................156
Os outros mais de 100 livros sobre Eletrônica .........................161
6
NEWTON C. BRAGA
Apresentação
Mais um livro que levamos gratuitamente aos nossos 
leitores sob o patrocínio da MOUSER ELECTRONICS 
(www.mouser.com). Trata-se de um livro publicado em 1983, 
mas que aborda um assunto que ainda é atual para o caso dos 
leitores que possuam ou recuperem carros mais antigos, sem a 
eletrônica atual da ignição e injeção eletrônica, além das redes 
automotivas. O livro é de uma época em que reparar, não apenas 
era possível, como também um bom negócio. Fizemos algumas 
melhorias, alterações e atualizações ao republicar esse trabalho, 
esperando que seja do agrado de nossos leitores. A maioria dos 
conceitos apresentados ainda é ainda atual e elas encontram 
aplicações práticas. Tudo depende dos recursos, necessidade e 
imaginação de cada um. A maioria dos componentes citados pode 
ser adquirida na Mouser Electronics (www.mouser.com). Enfim, 
mais um presente que damos aos nossos leitores que desejam 
enriquecer sua biblioteca técnica e aprender muito, e sem gastos.
Newton C. Braga (*)
(*) Na época, por ter publicado o 
livro por uma segunda editora, 
diferente daquela em que 
trabalhava, o autor usou 
pseudônimo.
7
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Introdução da Edição Original
Qual é a importância da eletricidade no seu carro?
Se o leitor possui um carro e gosta um pouco de 
mecânica, a ponto de mexer em suas partes quando estas dão 
algum tipo de problema, ou que gostade fazer seus próprios 
“acertos”, sabe que a eletricidade é fundamental no carro. Sem 
ela o veículo não anda, não tem a necessária segurança no 
tráfego, e não apresenta o mesmo conforto com o qual estamos 
acostumados.
De fato, partindo da ignição do veículo que é uma parte 
elétrica que se responsabiliza pelo funcionamento do motor, 
passamos pelo dínamo que gera eletricidade para as lâmpadas de 
sinalização e iluminação, pelos instrumentos e finalmente 
chegamos aos equipamentos de som.
Se bem que na maioria dos veículos a parte elétrica seja 
simples, existe muita coisa que pode ser feita para se ter um 
pouco mais em seu carro. A eletrônica com seus recursos 
modernos pode colocar em seu carro coisas que talvez você 
nunca tenha antes imaginado, incrementando de tal modo o seu 
veículo que, sem dúvida ninguém deixar de notá-lo.
Se o leitor já tem a habilidade mecânica para mexer no 
seu carro, fazendo seus ajustes e pequenos consertos, por que 
não desenvolver a habilidade eletrônica para fazer acessórios dos 
mais interessantes e dar algo mais a ele?
Eletrônica é algo relativamente simples quando praticada 
como hobby. Conhecendo certo número de técnicas básicas e 
componentes, o leitor pode facilmente realizar suas próprias 
montagens a baixo custo e instalá-las em seu carro com 
facilidade.
No Brasil, a disponibilidade de componentes eletrônicos 
que podem ser usados em montagens para carros é grande, o 
que facilita aos leitores interessados. Do mesmo modo, os 
componentes são de baixo custo e podem mesmo ser retirados 
de aparelhos fora de uso, o que significa muitas possibilidades 
para os montadores dotados de menos recursos.
8
NEWTON C. BRAGA
Se o leitor já faz parte do clube dos mecânicos de porta-
de-casa, por que não partir para o clube dos eletrônicos de porta-
de-casa, fazendo seus próprios aparelhos?
Este livro tem justamente esta finalidade: levar ao leitor 
os conhecimentos básicos de eletrônica necessários a montagens 
destinadas ao seu carro. Depois de levarmos ao leitor estes 
conhecimentos, daremos projetos práticos com os quais o carro 
do leitor sem dúvida passará a ser o mais incrementado de sua 
rua, de seu bairro ou mesmo de sua cidade.
E, o mais importante de tudo isso: os projetos que o leitor 
vai aprender a montar podem se constituir numa fonte de 
rendimento extra. O leitor ficará surpreso pela quantidade de 
amigos e conhecidos que estarão dispostos a lhe pagar para 
colocar no seu carro, os mesmos aparelhos que você montou 
para o seu.
Mas, quais são os aparelhos eletrônicos que podem ser 
colocados num carro?
Existem os aparelhos que visam melhorar o desempenho 
do veículo, existem os aparelhos que servem de enfeite 
simplesmente e também os que apresentam utilidade prática 
como acessório.
No primeiro grupo, que visa melhorar o desempenho do 
veículo, citamos a ignição eletrônica e os instrumentos de painel. 
A ignição poderá lhe ajudar a economizar combustível e evitar o 
desgaste do platinado, do mesmo modo que os instrumentos lhe 
ajudarão a verificar sempre o funcionamento correto das partes 
mecânicas do carro, evitando assim seu desgaste.
No segundo grupo, dos enfeites, citamos os sistemas de 
pisca-pisca e sinalização sequencial ou simples, os aparelhos de 
som e seus complementos, e também alguns tipos de indicadores 
sonoros de funções.
Finalmente, no terceiro grupo colocamos os intervalores 
para limpadores de para-brisas, os alarmes, os sinalizadores, os 
carregadores de baterias, etc.
Como é, então? O leitor deseja começar a mexer em seu 
carro de modo diferente? Se sim é a sua resposta, mãos à obra, 
começando por uma breve lição de eletrônica básica. 
O autor
9
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Eletricidade no carro
A principal fonte de energia elétrica de seu carro é a 
denominada “bateria”. Na realidade, o nome certo a ser dado a 
esta fonte de energia é “bateria de acumuladores”, porque ela é 
forma por um conjunto de acumuladores de chumbo-ácido que 
são dispositivos que convertem energia liberada em uma reação 
química em energia elétrica.
Cada acumulador de sua bateria é formado por um par de 
placas, as quais são responsáveis pela produção de uma tensão 
elétrica da ordem de 2 V. Assim, se o seu carro usa uma bateria 
12 V, é porque esta bateria é formada por 6 acumuladores ou 
pares de placas.
Na figura 1, ilustramos a construção interna de um 
acumulador comum e o símbolo que adotamos para representá-
lo. 
Veja que em eletrônica é muito mais vantagem usarmos 
determinados símbolos para representar os componentes, pois 
10
NEWTON C. BRAGA
assim não temos necessidade de desenhá-los com o seu aspecto 
real. 
Com isso podemos obter desenhos muito mais simples, 
denominados “diagramas” nos quais é mais fácil verificar o modo 
ligação de todas as peças. 
O que o acumulador faz então, é fornecer energia elétrica 
forçando a circulação de uma corrente elétrica num circuito. 
Aparecem então dois termos que o leitor precisa conhecer 
bem para entender a eletricidade e a eletrônica em seu carro 
corrente e circuito.
O acumulador estabelece num fio ligado em seus 
extremos, conforme mostra a figura 2, uma espécie de pressão 
que “empurra” uma grande quantidade de elétrons do polo 
negativo para o polo positivo. O polo negativo caracteriza-se 
justamente por ter um “excesso” dos elétrons, enquanto que o 
polo positivo se caracteriza por ter uma falta de elétrons.
A pressão que o acumulador estabelece é a sua TENSÃO, 
que é medida em Volts (V). Assim, um acumulador que fornece 
uma tensão de 2 V, empurra os elétrons de um fio com menos 
força que uma bateria de 12 V.
Veja então, que se a “pressão” estabelecida num mesmo 
fio por uma bateria for maior, maior quantidade de elétrons fluirá 
por este fio. Esta quantidade de elétrons dá justamente o que 
denominamos “corrente elétrica”. 
11
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Esta corrente que é medida em ampères (A) se relaciona 
justamente com a quantidade de elétrons que passa por um fio 
(figura 3)
Num acumulador ou bateria, a tensão é fixa, pois depende 
do material usado na sua construção, de sua ligação interna (dos 
elementos, etc.). A corrente, entretanto, dependerá da facilidade 
maior ou menor que os elétrons tenham em passar pelo meio 
condutor que interliga os polos da bateria.
Se for usado um fio fino, por exemplo, os elétrons terão 
maior dificuldade em circular, ou seja, terão pela frente maior 
“resistência” e a corrente será menor. Se o fio usado for grosso, a 
resistência será menor e a corrente será maior.
Veja então, que para que a corrente circule, é preciso 
haver um caminho ou percurso para a corrente ir do polo 
negativo ao polo positivo da bateria (raciocinar em termos 
contrários, ou seja, do polo positivo para o negativo também “dá 
certo”. daí muita gente preferir tratar em termos de corrente 
“convencional” para esta). Este caminho ou percurso fechado 
para a corrente é denominado “circuito elétrico”.
Se o circuito for formado apenas por um fio de baixa 
resistência de modo que a corrente seja muito intensa, conforme 
mostra a figura 4, a bateria esgota-se rapidamente fornecendo 
sua energia, e o fio pode aquecer-se a ponto de queimar-se. 
Temos então um “curto-circuito”.
12
NEWTON C. BRAGA
Por outro lado, se no caminho da corrente, colocarmos um 
dispositivo qualquer que possa receber a energia que os elétrons 
transportam na forma de corrente elétrica, este dispositivo 
absorverá esta energia e a usará para alguma coisa e tudo estará 
bem.
Na figura 5, temos o caso em que o dispositivo 
“alimentado” pela bateria é uma lâmpada comum, que então 
recebe sua energia.
Veja que os elétrons devem passarpela lâmpada indo de 
um polo a outro da bateria. A lâmpada não “consome” estes 
13
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
elétrons, mas simplesmente recebe sua energia convertendo-a 
em luz e calor. Os elétrons devem passar pela lâmpada o que 
significa que temos deter sempre dois fios de ligação para o 
circuito. 
Se um dos fios for interrompido, impedindo assim a 
circulação da corrente, não importa que ele esteja antes ou 
depois da lâmpada. Os elétrons não poderão circular e a lâmpada 
apaga. 
A função do interruptor, ligado antes ou depois da 
lâmpada, conforme mostra a figura 6, é justamente interromper a 
passagem da corrente, quando desejamos desligar algum 
aparelho alimentado pela bateria.
A corrente fornecida por uma bateria tem polaridade certa, 
ou seja, existe um sentido certo para sua circulação, o que quer 
dizer que os elétrons sempre fluem do polo negativo para o polo 
positivo. Esta Corrente é denominada “corrente contínua” (CC) ou 
ainda “corrente direta” (DC).
Esta corrente é diferente da encontrada nas tomadas de 
alimentação das residências, a qual é alternada (AC ou CA).
Assim, além de haver uma diferença de tensão entre a 
eletricidade de um carro que é de 12 V e a eletricidade da tomada 
que pode ser de 110 V ou 220 V, temos também uma diferença 
de tipo, já que a primeira é contínua e a segunda é alternada.
14
NEWTON C. BRAGA
Na corrente alternada o que ocorre é uma constante 
inversão do sentido de circulação dos elétrons, que ora são 
forçados num sentido e ora noutro. No caso da nossa corrente 
alternada domiciliar, os elétrons são forçados 60 vezes em cada 
sentido, o que nos leva a dizer que a corrente alternada da rede 
local é de 60 Hz (Hertz) e a representamos por uma curva 
denominada “senoide”, conforme mostra a figura 7.
15
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Unidades elétricas
Já vimos que existe uma diferença entre a pressão que 
uma bateria faz num circuito para provocar a circulação de uma 
corrente, e a quantidade de elétrons que realmente passa por 
este circuito.
No primeiro caso, a pressão é denominada “tensão” e sua 
medida é feita em volts.
No caso de uma bateria de carro comum, a tensão que ela 
manifesta quando carregada e da ordem de 12 V. Na prática, este 
valor pode ser maior, chegando até 13,6 V ou mesmo um pouco 
mais, pois os pares de placas podem fornecer tensões entre 2 e 
2,2 V quando em funcionamento normal.
Este valor é muito importante quando pensamos em 
alimentar qualquer coisa pela bateria de um carro, pois ele é 
constante no veículo. Retirando a alimentação para um rádio, 
toca-fitas, amplificador, num carro em que a bateria seja de 12 V, 
teremos obrigatoriamente esta tensão. É claro que em carros de 
modelo antigo, podemos ter a bateria com a tensão de 6 V. Esta 
tensão mais baixa, significando uma “pressão” mais baixa 
significa também uma menor capacidade de fornecimento de 
energia ao circuito.
A quantidade de elétrons que vai passar pelo circuito, ou 
seja, que deve passar por dentro de cada aparelho que está 
sendo alimentado, depende de suas necessidades de energia. Os 
aparelhos que precisam de maior quantidade de energia exigem, 
portanto, uma intensidade de corrente maior.
A intensidade da corrente no caso, é medida em ampères 
(A) e pode variar desde 0,1 ou 0,2 A para as lâmpadas dos 
painéis dos instrumentos de seu carro, até 10 ou mais ampères 
para o motor de partida ou farol. (figura 8).
Veja que esta intensidade de corrente que passa por um 
determinado dispositivo que está ligado em seu carro está 
associada a uma resistência. Isto quer dizer que os dispositivos 
que tem maior necessidade de energia, ou seja, que consomem 
mais energia apresentam menor resistência.
16
NEWTON C. BRAGA
Uma regra simples permite calcular a resistência associada 
a cada aparelho ou dispositivo de seu carro: basta dividir a 
tensão que ele precisa para funcionar pela corrente consumida 
em funcionamento normal.
Por exemplo, se uma lâmpada ligada em 12 V tem uma 
corrente consumida de 2 A, sua resistência é 12/2 = 6 ohms. 
O “ohm” é a unidade de resistência cuja abreviação é (Ω) 
e que será encontrada em muitos dispositivos como especificação 
mais importante.
Os múltiplos do ohm são usados em muitos casos, assim 
como os submúltiplos do ampère.
Assim, em lugar de dizermos que uma corrente tem uma 
intensidade de 0,002 A o que seria para nós “2 milésimos de 
ampère", escrevemos 2 mA e dizemos “2 miliampères".
Se uma resistência tem um valor de 5.000 ohms, em lugar 
de a expressarmos deste modo, falamos que seu valor é 5 
quilohms e escrevemos simplesmente 5 k.
Do mesmo modo, em lugar de dizermos que uma 
resistência tem um valor de 2.000.000 ohms, dizemos que seu 
valor é “2 megohms” e escrevemos simplesmente 2 M.
Veja então que uma resistência de “4k7” significa 4.700 
ohms e que 3M3 significa 3.300.000 ohms. 
Além das unidades de tensão, corrente e resistência, 
temos uma quarta, muito importante que é a unidade de 
potência. 
Por isso, se a quantidade de energia que um aparelho 
recebe depende tanto da “pressão” elétrica estabelecida pela 
fonte de energia como da corrente que passa é muito mais 
interessante fazer esta especificação de um modo que “inclua” as 
duas grandezas.
17
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Existe então uma unidade denominada “Watt” (W) que é a 
unidade de potência e que é dada pelo produto da tensão pela 
corrente.
Assim, se um aparelho precisa de uma corrente de 2 A sob 
tensão de 12 V para funcionar é porque ele precisa de uma 
energia de 2 x 12 = 24 W.
Um aparelho que ligado em 6 V precisa de 4 A, consome 
também 4 X 6 = 24 W.
Veja que podemos obter a mesma quantidade de energia 
de baterias de tensões diferentes. Se a tensão for menor, a 
corrente exigida será maior, mas o produto será constante. 
18
NEWTON C. BRAGA
A capacidade de fornecimento de 
energia de uma bateria
A quantidade de energia que uma bateria pode fornecer 
aos aparelhos de seu carro, tais como o farol, as lanternas, a 
buzina, etc., não é ilimitada. O que ocorre na prática é que a 
medida que a energia da bateria vai sendo gasta, existe um 
dispositivo de reposição, o dínamo ou o alternador que às custas 
de energia fornecida pelo movimento do motor, gera eletricidade 
que se acumula na bateria.
Se o dínamo ou alternador parar de funcionar, a energia 
que a bateria pode fornecer é limitada a certo valor, o que 
significa que depois de certo tempo ela estará totalmente 
descarregada. (figura 9).
O tempo que uma bateria pode fornecer energia a certa 
quantidade de dispositivos consumidores de um carro depende 
não só das características desta bateria como também do 
consumo de energia destes aparelhos. Assim, quanto maior for a 
corrente exigida pelos dispositivos, por menos tempo a bateria 
19
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
pode fornecer-lhes energia. Veja então que, se o leitor possui em 
seu carro um rádio que consome uma corrente de apenas 1 ou 
1,5 ampères em funcionamento normal, o leitor, com o carro 
parado pode usá-lo durante várias horas sem problemas. 
Mas, se o leitor possui um equipamento de som de 
dezenas de watts que exigem correntes que podem chegar até 
perto dos 10 A, se usado com o carro parado, a durabilidade da 
carga da bateria não ultrapassará uma ou duas horas.
 Levar em conta a capacidade de fornecimento de energia 
da bateria de seu carro é importante não só para evitar 
problemas de ficar sem a partida num momento inoportuno, 
como também para evitar problemas com a própria bateria. Veja 
que, se uma bateria se esgotar totalmente, na recarga ela pode 
apresentarproblemas. Os fabricantes recomendam que nunca se 
deixe descarregar totalmente uma bateria para que ela possa ter 
uma durabilidade maior.
Na compra de equipamentos eletrônicos para o seu carro, 
na sua instalação ou montagem o leitor deve ter em conta este 
fator importante que é a capacidade de fornecimento de energia 
da bateria.
Os amplificadores de potência muito elevada, acessórios 
de alto-consumo como sirenes, conjuntos de faróis adicionais, 
motores que fazem a abertura e fechamento automático de vidros 
devem ser usados de modo conveniente e moderado, prevendo-
se as limitações da bateria do carro.
Uma bateria de 12 V de carro, tem uma capacidade de 
fornecimento de energia de 36 Ah (ampère-hora) o que significa 
que ela pode fornecer uma corrente de 36 ampères a um 
aparelho qualquer durante 1 hora. Se o consumo do aparelho for 
de 6 ampères, basta dividir 36/6 para se obter o valor do tempo 
durante o qual ela pode fornecer sua energia, ou seja, 6 horas.
Esta mesma bateria pode fornecer uma corrente máxima 
de 41 ampères ou mais mas isso por pouco tempo. É o que 
ocorre, por exemplo, no momento da partida do veículo.
Mais adiante veremos de que modo uma bateria é mantida 
carregada, e como poderemos fazer o nosso próprio carregador 
com facilidade, para os casos de emergência. 
20
NEWTON C. BRAGA
Os fusíveis
Os fios que formam a instalação elétrica de um carro tem 
uma capacidade máxima de corrente que é dada pela sua 
espessura. Os fios mais grossos permitem a passagem de 
correntes mais intensas, sem problemas. (figura 10).
Se uma corrente mais intensa do que aquela que pode 
passar por um fio for forçada a circular por ele o resultado é a 
produção de uma grande quantidade de calor que acabará por 
queimar o fio causando os mesmos danos ao próprio veículo. 
Imagine o perigo de um fio próximo a um local em que haja 
presença de gasolina queimar.
O perigo de uma corrente maior do que a máxima 
especificada por um fio circular está presente sempre, já que não 
sabemos em que condições pode haver um curto circuito.
Basta, por exemplo, que o fio que alimenta o seu rádio ou 
toca-fitas esteja descascado para que ele encoste no chassi do 
carro e com isso a corrente pode circular diretamente entre os 
polos da bateria sem uma resistência que limite sua intensidade, 
conforme mostra a figura 11.
21
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Para proteger o seu carro, sua instalação e mesmo a 
bateria de uma rápida descarga em caso de um curto-circuito 
existem componentes denominados fusíveis.
O fusível funciona como "o elo mais fraco de uma 
corrente”, conforme mostra a (figura 12).
Se alguma coisa tiver de acontecer num circuito 
provocando sua destruição pelo aumento da intensidade da 
corrente, em primeiro lugar ocorre a queima do fusível. Com sua 
queima, a corrente é interrompida e o perigo é eliminado.
O fusível comum consiste num pequeno tubo de Vidro ou 
então base de porcelana em que existe uma trilha de metal cuja 
espessura determina a corrente em que ocorre sua queima. 
(figura 13).
Nota: os fusíveis automotivos modernos têm outro forma­
to.
22
NEWTON C. BRAGA
Assim, se tivermos um aparelho qualquer no carro que 
funcione com uma corrente normal de 3 A, para protegê-lo 
usamos um fusível de 5 ou 6A. Se algum problema ocorrer com a 
instalação deste aparelho e a corrente se elevar excessivamente 
no seu fio, o fusível queimará interrompendo assim a corrente 
que pode causar problemas.
Veja que o fusível deve ter um valor intermediário entre 
aquele que corresponde ao consumo normal do aparelho 
protegido e o valor máximo que o fio suporta.
Examinando a instalação elétrica de seu carro você verá 
que para ligar os dispositivos de maior consumo tais como o farol, 
a buzina, existem fios grossos e associados a eles, fusíveis de 
maior capacidade de corrente. Para a ligação de dispositivos de 
menor consumo tais como o rádio, as lâmpadas do painel existem 
fios mais finos e fusíveis de menor capacidade.
Importante: na troca de um fusível queimado de seu 
carro, sempre faça-o por um de mesma capacidade, pois 
este valor já está dimensionado para as características de 
sua instalação.
Trocar por um de menor capacidade de corrente pode 
significar sua queima imediata quando a instalação for solicitada e 
trocar por um de maior capacidade pode significar o perigo do 
mesmo não se romper em caso de curto e com isso estragar a 
instalação do veículo ou mesmo ocorrer um incêndio.
Tenha sempre na reserva fusíveis de diversos valores, 
segundo as especificações do fabricante de seu veículo.
23
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
A instalação elétrica de seu carro
Partindo da fonte de energia básica de seu carro, que 
conforme vimos é a bateria, podemos agora fazer um estudo da 
instalação elétrica de seu carro para sabermos como e onde, 
podemos mexer para colocar acessórios eletrônicos.
Ligado à bateria do carro temos o dínamo ou alternador 
que se encarrega de mantê-la carregada.
O dínamo ou alternador é um dispositivo que gera energia 
elétrica a partir do movimento do motor, ou seja, aproveita parte 
da energia mecânica do motor para produzir eletricidade para a 
bateria.
O que diferencia o dínamo do alternador é que o primeiro 
produz uma corrente contínua, já de acordo com as 
características da bateria, portanto, e o segundo uma corrente 
alternada que deve ser trabalhada para ser aplicada à bateria de 
modo a fazer sua carga. Conforme veremos futuramente esta 
função pode ser exercida por diodos semicondutores (figura 14).
A partir da bateria, a energia é então enviada para os 
diversos dispositivos do carro que devem ser alimentados pela 
sua energia. Na figura 15 temos um diagrama simplificado destas 
ligações. Veja um fato importante: como a estrutura do carro é 
metálica e portanto boa condutora de eletricidade podemos 
aproveitá-la como um dos fios de conexão de energia. Esta 
conexão é denominada “terra”, daí, cada aparelho que ligarmos 
ao carro precisa apenas de um fio de alimentação da bateria. O 
outro “terra” é ligado ao próprio chassi do carro.
24
NEWTON C. BRAGA
Nos veículos modernos, o chassi ou terra ou ainda massa, 
é ligado ao polo negativo da bateria, daí ser esta configuração 
denominada comumente de “negativo a massa”, ficando o polo 
positivo como conexão por fios aos aparelhos que devem ser 
alimentados.
Os fios destes aparelhos alimentados passam então pelos 
fusíveis de proteção para depois seguirem ao painel de controle 
do veículo onde é feita sua ligação no momento oportuno. 
Veja que todas as ligações dos aparelhos alimentados por 
uma bateria são feitas de tal modo que sempre a energia vem 
diretamente da bateria, isto é, todos são sempre submetidos a 
uma tensão de 12 V.
Este tipo de ligação é denominada “paralelo”, conforme 
mostra a figura 16, e se diferencia da ligação em série mostrada 
na mesma figura, em que a tensão não é a mesma em todos os 
dispositivos e que a corrente que passa num dispositivo dependa 
da corrente que passa nos outros.
A ligação em paralelo garante que todos os dispositivos 
alimentados sejam independentes no funcionamento e que 
recebam a tensão nominal da bateria, ou seja, os seus 12 V.
Como oportunamente veremos as diversas partes da 
instalação elétrica do seu carro em separado, deixaremos este 
item por aqui.
25
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Numa instalação elétrica simples de um veículo 
encontraremos basicamente poucos componentes elétricos que 
são os fios, os interruptores ou chaves dos painéis, os fusíveis, as 
lâmpadas,.etc. Teremos também alguns dispositivos 
eletromecânicos com os relês e solenoides (figura 17), e um 
pouco mais raro os componenteseletrônicos como os diodos, 
transistores, etc.
Como o que estamos pretendendo é levar a eletrônica ao 
seu carro, para começar precisamos conhecer os seus 
componentes que são bem diferentes daqueles com que o leitor 
está acostumado a ver em suas “mexidas" sob o capô.
26
NEWTON C. BRAGA
Os componentes eletrônicos são especificados por 
símbolos e valores. Os símbolos estão associados às funções dos 
componentes que dizem o que eles fazem num aparelho, 
enquanto que os valores estão associados a números que dizem 
de que modo estes componentes cumprem suas funções.
Em muitos casos o leitor verá, que os componentes podem 
ser substituídos por seus “equivalentes”. Estes equivalentes são 
componentes que podem ter formatos diferentes e mesmo 
marcações diferentes, mas que colocados num aparelho podem 
exercer as mesmas funções. A utilização de um equivalente exige 
muito cuidado dos montadores, pois um componente considerado 
equivalente a outro numa aplicação pode não ser em outra.
Um único componente pode exercer funções diferentes 
num circuito e isso é importante ao se tentar substituí-lo por um 
equivalente.
27
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Os resistores
Os resistores são componentes cujo símbolo e aparência 
são mostrados na figura 18. Sua função básica é “oferecer uma 
resistência” à passagem da corrente. 
Os resistores podem ser feito de carbono, filme metálico 
ou então de fio de nicromo.
Duas são as especificações principais encontradas nos 
resistores: sua resistência e sua potência.
A resistência que é dada em ohms (Ω) diz “quanto de 
oposição” ele oferece a passagem da corrente, podendo variar 
entre 0,1 ohm e 22.000.000 ohms para os tipos comuns.
A potência diz quanto de corrente ele pode suportar sob 
determinada tensão o que quer dizer quanto de calor ele pode 
gerar na tarefa de “oferecer uma resistência”. Veja que os 
resistores aquecem quando são percorridos por uma corrente, o 
que quer dizer que se o calor gerado não for transferido ao meio 
ambiente, sua temperatura pode elevar-se a ponto de ocorrer sua 
destruição.
A potência de um resistor está diretamente associada ao 
seu tamanho, já que a quantidade de calor que pode ser 
transferida ao meio ambiente depende de sua superfície de 
contacto com ele.
Na figura 19 mostramos resistores de diversas dissipações 
(dadas em watts = W) que são encontrados nas principais 
aplicações eletrônicas.
Um problema importante para a utilização de resistores 
está na leitura de seus valores, já que estes não vem marcados 
28
NEWTON C. BRAGA
no invólucro por meio de números, mas sim através de anéis 
coloridos, segundo um código.
Os resistores possuem em seu invólucro 3 ou 4 anéis que 
indicam o seu valor. Os três primeiros anéis indicam o valor da 
resistência propriamente dita, enquanto o quarto anel, quando 
existe, indica a tolerância, isto é, a diferença que pode haver 
entre o valor marcado no componente e o seu valor real. Para os 
resistores comuns pode-se admitir uma tolerância de até 20% em 
seu valor sem que isso impeça que ele seja usado numa aplicação 
prática (figura 20).
29
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Cor
Valores 
Significativos 
(1a e 2a Faixas)
Multiplicador 
(3a Faixa)
Tolerância 
(4a Faixa)
Coeficiente de 
temperatura 
(ppm/°C)
Preto 0 1 - -
Marrom 1 10 1% 100
Vermelho 2 100 2% 50
Laranja 3 1 000 - 15
Amarelo 4 10 000 - 25
Verde 5 100 000 0,5% -
Azul 6 1 000 000 0,25% 10
Violeta 7 10 000 000 0,1% 5
Cinza 8 100 000 000 0,05% -
Branco 9 1 000 000 000 - 1
Dourado - 0.1 5% -
Prateado - 0.01 10% -
O terceiro anel quando presente pode ser: 
prateado = 10%
dourado = 5% (a ausência do 4 anel indica 20% de 
tolerância)
30
NEWTON C. BRAGA
Para entender como funciona o código de cores, tomemos 
um exemplo:
Um resistor possui anéis na seguinte sequência (do 
extremo, para o meio)
1º anel - amarelo
2ºanel - violeta
3.º anel - vermelho
4º anel - prateado
O primeiro e o segundo anel determinam os dois 
algarismos significativos da resistência, ou seja: 
amarelo = 4 violeta = 7
Temos então 47
O terceiro anel indica o fator de multiplicação:
vermelho = x 100
Temos então 47 x 100 = 4 700 ohms
A resistência obtida é então 4 700 ohms ou simplesmente 
4k7.
A tolerância dada pelo 4ºanel é de 10%.
31
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Os potenciômetros e os trimpots
Os potenciômetros e trimpots têm seus símbolos e 
aparências mostradas na figura 21. Estes componentes são 
classificados no grupo das “resistências variáveis”, ou seja, são 
dispositivos que podem ter alterada a resistência que apresentam 
num circuito quando em funcionamento.
No caso do potenciômetro, temos um eixo através do qual 
podemos mudar a resistência apresentada pelo componente num 
circuito. Num potenciômetro de 100 k (100 000 ohms), por 
exemplo, atuando sobre seu eixo podemos variar a resistência 
apresentada num circuito entre 0 e 100 000 ohms.
Os potenciômetros podem ser de carbono quando a 
resistência é obtida por meio de uma trilha de carbono ou grafite, 
e de fio, quando a resistência é obtida por meio de um fio de 
níquel-cromo ou nicromo. Os potenciômetros de carbono são 
usados nos casos em que as correntes controladas são de 
pequena intensidade sendo, portanto, componentes de pequena 
potência, enquanto que os potenciômetros de fio são usados nas 
aplicações em que intensidades maiores de corrente devem ser 
controladas.
Os potenciômetros podem ter conjugados interruptores ou 
chaves que servem para ligar e desligar um segundo circuito. Na 
Figura 22 temos um exemplo de potenciômetro com chave, como 
o que é usado no controle de volume de seu carro em que ao 
mesmo tempo em que temos uma variação da intensidade sonora 
pela atuação em seu eixo, também podemos ligar e desligar o 
aparelho.
32
NEWTON C. BRAGA
Existem ainda os potenciômetros duplos, em que, através 
de um mesmo eixo podemos alterar a resistência de dois circuitos 
independentes; Estes são usados nos aparelhos estereofônicos, 
por exemplo, em que os funcionamentos dos dois canais é feito 
de modo independente. Na figura 23 temos um exemplo de 
potenciômetro duplo sem chave.
A ligação dos potenciômetros é feita soldando-se os fios de 
ligação nos terminais, em número de 3, existentes em seu corpo. 
Em algumas aplicações podemos usar apenas 2 dos terminais 
caso em que dizemos que o dispositivo funciona como um 
“reostato” e em outras podemos usar as 3 ligações, caso em que 
ele pode funcionar como um divisor de tensão.
Na ligação do potenciômetro é preciso ter muito cuidado 
com a posição das ligações, já que se houver inversão ele 
funcionará “ao contrário”. Ao girar para a direita o volume do 
rádio diminui em lugar de aumentar, por exemplo.
Os valores dos potenciômetros dados em “ohms” vêm 
marcados diretamente em sua parte metálica.
33
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Os trimpots são resistores variáveis usados no ajuste de 
determinados equipamentos. Através de um trimpot podemos 
ajustar a resistência para um determinado valor que se obtenha o 
melhor funcionamento de um circuito.
Os trimpots possuem também três terminais de ligação e 
permitem a variação da resistência entre zero e um valor final 
que é o valor “nominal” do componente. Por exemplo, para um 
trimpot de 1 k podemos variar a resistência entre 0 e 1 000 
ohms, atuando sobre seu cursor. A atuação sobre o cursor pode 
ser feita diretamente com os dedos ou com a ajuda de uma chave 
de fendas.
34
NEWTON C. BRAGA
Capacitores
Os capacitores fixos são componentes cuja finalidade 
básica e armazenar cargas elétricas. Nos circuitos eletrônicos 
estes componentes podem servir para outras finalidades tais 
comoimpedir ou ajudar a passagem de sinais de determinados 
tipos “filtrar” determinadas correntes, etc. Os capacitores 
aparecem numa grande variedade de tipos conforme a aplicação 
a que se destinam.
Na figura 24 temos o símbolo básico adotado para 
representar um capacitor e os seus aspectos mais comuns. 
Um capacitor pode ser descrito em sua estrutura básica 
como dois condutores metálicos entre os quais existe um material 
isolante que lhe dá nome. Assim, num capacitor de cerâmica, o 
material isolante é a cerâmica, num capacitor de papel, o 
material isolante é uma tira de papel, e assim por diante.
Um capacitor está em bom estado quando o isolamento 
entre os dois condutores, denominados “armaduras”, e perfeito. 
Se o isolamento e perdido, dizemos que o capacitor entra em 
“curto” e ele não mais pode ser usado em nenhuma aplicação 
prática.
A quantidade de eletricidade que um capacitor armazena é 
dada pela sua “capacitância” a qual é medida em submúltiplos de 
uma unidade denominada Farad (F).
Assim, podemos usar os milionésimos do Farad para medir 
um capacitor, chamando esta unidade de microfarad. Podemos 
usar o bilionésimo do Farad, chamando esta unidade de 
nanofarad, e o trilionésimo do Farad chamando esta unidade de 
picofarad.
35
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Os valores e as indicações destes submúltiplos são dadas 
abaixo:
 1 microfarad = 0,000 001 Farad = 1 uF
 1 nanofarad = 0,000 000 001 Farad = 1 nF
 1 picofarad = 0,000 000 000 001 Farad = 1 pF
 Veja então que:
 1 microfarad = 1 000 nanofarad : 1 000 000 picofarad
Os capacitores mais comuns usados nos trabalhos de 
eletrônica apresentam capacitâncias entre 1 pF e mais de 50 000 
uF , o que representa uma faixa de valores extremamente ampla. 
Dentro desta faixa teremos muitos tipos de capacitores, cada qual 
indicado para determinadas funções. Damos a seguir alguns 
destes tipos com suas principais funções:
Capacitores de papel: estes são tipo “tubulares”, pois 
as tiras de condutores e do isolante são “enroladas” de modo a 
formar um cilindro, conforme mostra a figura 25. Estes 
capacitores são usados nos circuitos de baixas frequências, ou 
seja, que trabalham com sinais correspondentes a sons e com 
correntes contínuas.
 Capacitores a óleo: estes têm estrutura semelhante 
ao dos capacitores de papel com a diferença de que a folha de 
papel que forma o isolante é impregnada de um óleo especial.
36
NEWTON C. BRAGA
Capacitores de poliéster e policarbonato: estes 
são capacitores em que o isolante é uma espécie de plástico que 
lhe dá nome.
Estes capacitores são usados nos circuitos de baixa e de 
média frequência.
Capacitores de cerâmica: nestes o elemento isolante 
é a cerâmica, sendo usados nos circuitos de altas frequências e 
também de baixas frequências.
Capacitores eletrolíticos: estes são capacitores de 
valores altos que são usados em circuitos de baixas frequências, 
e na filtragem de correntes contínuas. 
Os capacitores possuem duas especificações básicas: 
A primeira refere-se à “quantidade de eletricidade” que 
pode ser armazenada que é a capacitância, e que pode aparecer 
numa das unidades vistas, submúltiplos do Farad. 
A outra é a tensão de trabalho, dada em volts que indica 
quantos volts no máximo podemos aplicar ao capacitor sem que 
ocorra perigo de sua queima.
Em alguns tipos de capacitores como os de poliéster 
metalizado, os valores são dados de um modo semelhante ao 
usado nos resistores, ou seja, por meio de cores. 
Na figura 26 temos um capacitor deste tipo em que a 
leitura das faixas se faz da cabeça em direção dos terminais do 
seguinte modo:
a) Os três primeiros anéis ou faixas dão a capacitância ou 
valor do capacitor em picofarads.
b) A quarta faixa dá a tolerância do componente que é a 
diferença entre o valor marcado e o valor real.
c) A quinta faixa dá a tensão de trabalho do capacitor.
37
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
O código é então mostrado a seguir: 
Nota: estes capacitores não mais são fabricados, assim, 
só são encontrados em equipamentos antigos. O leitor 
deve conhecer o código se deseja restaurar o aparelho.
Tomemos como exemplo o capacitor mostrado na figura 
27:
1º anel = vermelho
2º anel = violeta
3º anel = laranja
4º anel = preto
5º anel = vermelho
Os dois primeiros anéis indicam que os dois primeiros 
algarismos do valor da capacitância são 2 e 7. Temos então 27.
O terceiro anel indica que devemos multiplicar este valor 
por 1 000.
38
NEWTON C. BRAGA
Obtemos então a capacitância de 27 000 pF que é o 
mesmo que 27 nF.
O quarto anel indica que a tolerância para o valor é de 
20% o que quer dizer que pode haver uma diferença de até 20% 
entre o valor real apresentado pelo componente e o valor 
marcado em seu invólucro.
Finalmente, o quarto anel ou faixa indica que a tensão de 
trabalho deste capacitor é de 250 V. Não devemos liga-lo em 
pontos de um circuito em que a tensão seja maior do que 250 V.
39
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Capacitores variáveis e ajustáveis
 
Do mesmo modo que no caso dos resistores, temos 
também capacitores cujos valores podem ser modificados pela 
ação externa.
Estes capacitores podem ser ajustáveis ou variáveis e seus 
símbolos e aparências são mostrados na figura 28.
O primeiro tipo, um capacitor ajustável tem seu valor 
ajustado pela movimentação de um parafuso com a ajuda de uma 
chave de fenda. Este tipo de componente é usado para se fixar o 
ponto de funcionamento de circuitos de altas frequências tais 
como rádios e transmissores em sua aplicação mais comum.
O segundo tipo tem sua ação sobre um eixo como 
elemento de mudança de capacitância, sendo sua função mais 
comum a de troca de frequência nos circuitos receptores de rádio.
40
NEWTON C. BRAGA
Diodos
Os diodos semicondutores recebem este nome não porque 
conduzem a corrente num único sentido que é sua propriedade 
básica, mas sim porque são feitos com materiais como o 
germânio ou silício que apresentam uma característica de 
conduzir a corrente intermediária entre os metais que não 
condutores e os isolantes.
Conforme dissemos, a propriedade que caracteriza este 
componente é a de conduzir a corrente num único sentido. 
Na figura 29 mostramos o símbolo adotado para 
representar um diodo semicondutor comum e as aparências mais 
comuns com que podemos encontra-lo. 
Para ilustrar o seu funcionamento podemos imaginar a 
bateria do carro BI e uma lâmpada no circuito da figura 30.
Quando o diodo se encontra ligado da maneira indicada 
em (a) dizemos que ocorre sua polarização no sentido direto, e a 
corrente pode fluir livremente fazendo com que a lâmpada 
acenda.
41
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Quando ligamos o diodo da maneira indicada em (b) 
ocorre sua polarização no sentido inverso e nenhuma corrente 
pode circular para acender a lâmpada.
Os diodos podem funcionar como “válvulas retentoras” 
deixando que a corrente só passe num sentido. Uma aplicação 
importante dos diodos é retificar uma corrente, ou seja, fazer sua 
transformação de alternada para contínua.
Nos circuitos eletrônicos encontraremos diodos de diversos 
tipos exercendo as mais diversas funções.
Os diodos têm duas especificações principais:
A corrente máxima que podem conduzir quando são 
polarizados no sentido direto, ou seja, a máxima corrente direta 
de funcionamento que é dada em ampères, e a tensão inversa de 
pico que é a máxima tensão que podemos submeter o diodo 
quando o polarizamos no sentido direto e que ele pode impedir a 
passagem de qualquer corrente.
Os diodos são especificados por números de série que são 
gravados nos seus invólucros tais como 1N4001, BY127. Para 
saber as características detais componentes deve-se fazer a 
consulta a manuais especiais.
42
NEWTON C. BRAGA
Transistores
Os transistores são dispositivos semicondutores porque 
são feitos dos mesmos materiais usados na construção dos 
diodos, mas possuem uma estrutura diferente que permite sua 
utilização como “chaves eletrônicas” ou ainda como elementos 
capazes de ampliar ou gerar sinais elétricos.
Na figura 31 temos os símbolos adotados para representar 
os dois tipos mais comuns de transistores, assim como os 
aspectos com que poderemos encontrá-los.
No caso do transistor NPN existem três terminais que 
correspondem ao emissor (E), coletor (C) e base (B), e para 
identificar o emissor temos uma seta que neste caso aponta para 
fora. No transistor PNP existem também os mesmos três 
terminais de ligação, mas a seta que identifica o terminal de base 
aponta para dentro.
Funcionalmente, um transistor PNP pode fazer o mesmo 
que um NPN, sendo a única diferença na ligação na polaridade da 
fonte externa de alimentação. As correntes dos transistores NPN 
são opostas às dos transistores PNP. Veja então, que nada 
impede que num projeto troquemos transistores NPN por PNP, 
mas desde que façamos isso com todos e invertamos a polaridade 
da fonte de alimentação, ou seja, da bateria. Na sua função 
básica como amplificador, o transistor é ligado conforme mostra a 
figura 32. Nesta configuração denominada emissor comum 
quando forçamos a circulação de uma corrente fraca entre a base 
e o emissor, aparece uma corrente proporcionalmente mais forte 
circulando entre o coletor e o emissor. 
43
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Podemos dizer que a corrente de coletor neste caso 
consiste numa ampliação da corrente de base. Para os 
transistores comuns, a corrente de coletor pode ser ampliada de 
50 à 500 vezes conforme o tipo.
Em alguns casos, em que a corrente que passa pelo 
transistor é muito intensa suficiente para colocar em risco a 
estrutura deste componente. Para dissipar o calor gerado, 
transferindo-o para o meio ambiente, algumas montagens exigem 
a sua montagem em irradiadores especiais. Na figura 33 temos 
um “dissipador de calor” para transistores de grande capacidade 
de corrente que são denominados transistores de potência.
Na ligação dos 
transistores deve-se ter 
sempre cuidado com a 
identificação dos 
terminais, para que não 
se invertam as funções 
exercidas pelo emissor, 
coletor e base. A 
inversão acidental pode 
em muitos casos causar 
a sua queima.
44
NEWTON C. BRAGA
Relés
Os relês são dispositivos eletromecânicos de grande 
utilidade, encontrados em muitos pontos do circuito elétrico de 
um automóvel. Do mesmo modo, os relês podem ser usados em 
muitos aparelhos eletrônicos de veículos, conforme veremos.
O símbolo de um relê é mostrado na figura 34 assim como 
seus aspectos mais comuns. Para exemplificar damos o aspecto 
de um relê usado num carro, e também de um relê usado em 
circuitos eletrônicos.
O funcionamento de um relê ocorre do seguinte modo:
Basicamente, este componente é formado por uma bobina, 
ou seja, por muitas voltas de fio esmaltado fino, enroladas num 
núcleo de material ferroso como, por exemplo, o ferro doce. Este 
ferro doce se magnetiza com facilidade, mas não retém este 
magnetismo.
Nas proximidades da bobina podem ser colocados dois 
contatos fixos e um móvel, conforme mostra a figura 35. 
O contacto móvel em condições normais fica encostado no 
contacto fixo superior, de modo que entre eles pode passar uma 
corrente. Nenhuma corrente pode, entretanto passar do contacto 
fixo inferior para o móvel.
45
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Se fizermos circular uma corrente pela bobina, esta criará 
um campo magnético que fará com que o núcleo atraia o contato 
móvel para baixo. Nestas condições, ele desligará do contato 
superior e passará a fazer contacto com o inferior.
Se entre o contacto móvel e o contacto inferior for ligado a 
um dispositivo, a ação da corrente na bobina fará com que ele 
seja ligado. Se o aparelho for ligado entre o contacto móvel e o 
superior, a ação da corrente na bobina fará com que ele seja 
desligado.
Os relês são utilizados nos casos em que se deseja o 
controle de correntes intensas por meio de correntes mais fracas. 
Isso é possível porque a corrente que aciona o relê, aplicada à 
sua bobina, pode ser muito mais fraca que a corrente controlada 
pelos contatos.
Com uma chave que suporte apenas 1 ou 2 ampères, com 
a ajuda de um relê podemos controlar correntes da ordem de 
dezenas de ampères sem problemas.
Uma aplicação para os relês é na buzina, em que uma 
corrente bem menor de acionamento de sua chave, permite o 
controle da corrente da ordem de 4 a 6 ampères, exigida para o 
funcionamento deste dispositivo.
Os relês são especificados pela tensão que pode se 
aplicada em sua bobina, pela corrente que provoca seu 
acionamento e pela corrente máxima suportada pelos contatos. 
46
NEWTON C. BRAGA
LEDs
Os LEDs ou diodos emissores de luz são dispositivos 
semicondutores de estrutura semelhante à dos diodos comuns 
com a diferença de que, ao serem percorridos por uma corrente 
no sentido direto, emitem luz de cor única (monocromática), que 
pode ser vermelha, verde ou amarela para os casos mais 
comuns.
Os diodos emissores de luz podem então ser usados como 
equivalentes de estado sólido das lâmpadas, com muito maior 
durabilidade, menor consumo de energia e mais robustez.
De fato, os LEDs são usados como pequenas lâmpadas de 
sinalização ou para efeitos luminosos em muitas aplicações 
práticas.
Na figura 36 temos o símbolo adotado para representar 
um LED e o aspecto mais comum.
Veja que sendo seu comportamento elétrico semelhante 
ao de um diodo comum, os LEDs para terem um funcionamento 
normal precisam ser polarizados no sentido direto.
Isso significa que, na hora de fazer a ligação de um LED, 
sua polaridade deve ser obedecida. E, indo além, o único ponto 
de fragilidade de um LED refere-se justamente a polaridade da 
fonte e à intensidade de sua corrente.
Se a corrente for excessiva ele queima, e se a fonte for 
invertida, sendo sua tensão maior que 5 V, também ocorre sua 
queima. 
O uso do LED em sinalização, em aparelhos de efeitos, 
exige portanto cuidados especiais que nem sempre são 
observados, ocorrendo então sua queima.
Os LEDs comuns têm uma tensão mínima de operação da 
ordem de 1,6 V, e corrente máxima da ordem de 50 mA. Na 
47
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
utilização dos LEDs, é preciso sempre colocar um limitador de 
corrente se a tensão da fonte for maior que 1,6 V, ou seja, na 
maioria das aplicações práticas.
Nota: hoje temos LEDs brancos e de potência que supor­
tam correntes muito maiores que 50 mA.
Os LEDs de menor custo são os que emitem luz vermelha. 
Esta luz vermelha, não se deve a cor do invólucro ou a recursos 
ópticos externos. A luz vermelha vem das próprias características 
do material semicondutor, de que é feito o dispositivo, não 
havendo, portanto, meios de fazer sua mudança. Uma vez que se 
compre um LED vermelho, ele sempre acenderá com luz 
vermelha.
48
NEWTON C. BRAGA
Os circuitos eletrônicos
 
Conforme vimos na introdução, os circuitos eletrônicos que 
podemos colocar em nosso carro podem ser de diversos tipos.
Para entender cada um destes circuitos o leitor precisa 
muito mais do que conhecer seus componentes, pois os 
componentes em conjunto podem funcionar de maneira bem 
diferente quando passamos de circuito para circuito.
Para que o leitor não se atrapalhe nas aplicações que 
serão dadas daqui por diante, será conveniente fazermos alguns 
esclarecimentos de ordem técnica e que sem dúvida lhe ajudarão 
na compreensãodo que ensinaremos.
Daremos então uma espécie de “glossário", ou seja, uma 
relação de alguns termos técnicos que usaremos e seu 
significado: 
Circuito - denominamos circuito eletrônico a um 
conjunto de componentes através dos quais a corrente pode 
circular por um percurso fechado, fornecendo energia elétrica e, 
portanto, exercendo determinada função. Podemos então falar 
em termos de “circuitos de um rádio", referindo ao conjunto de 
componentes por onde as correntes passam e que formam o 
rádio, podemos falar em “circuito de um amplificador", como o 
conjunto de componentes que formam o amplificador e assim por 
diante.
Diagrama - quando falamos em diagrama, referimo-nos 
ao desenho das peças que formam um aparelho, ou seja, seu 
circuito. Estes diagramas podem ser dados por meio de símbolos, 
como mostra a figura 31. Os leitores devem procurar 
familiarizar-se com estes símbolos, para entender tanto .a 
montagem como o funcionamento de qualquer aparelho 
eletrônico.
Tensões - os diversos componentes de um circuito ficam 
sujeitos à determinadas tensões quando em funcionamento. Se 
bem que a tensão de alimentação disponível num carro seja da 
ordem de 12 V, quando um aparelho eletrônico está em 
funcionamento, não encontraremos em todos os seus pontos esta 
49
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
tensão. Existem pontos em que as tensões terão valores 
intermediários e também pontos em que a tensão pode ser 
maior, exemplo da ignição eletrônica.
Fiação - entendemos por fiação ao conjunto de 
condutores que interligam as diversas partes de um aparelho. 
Numa montagem em placa de circuito impresso, a fiação pode ter 
parte formada por tiras de cobre fazendo parte de uma placa. 
Quando dizemos “fazer a fiação de um aparelho”, queremos dizer 
“fazer as ligações entre os diversos componentes”.
Solda - é uma liga (mistura) de chumbo e estanho que se 
funde a baixa temperatura e que é usado para fazer a conexão 
entre os componentes de uma montagem eletrônica. A solda 
usada nos trabalhos de eletrônica é a solda 60/40, ou seja, em 
que temos uma proporção de 60 partes de estanho para cada 40 
partes de chumbo.
Dissipação - este é um termo usado para dizer quanto de 
calor um componente ou aparelho transfere para o meio 
ambiente. Um componente de grande dissipação é um 
50
NEWTON C. BRAGA
componente que pode transferir para o meio ambiente uma 
grande quantidade de calor.
Chassi - o chassi de um aparelho eletrônico é a parte 
metálica sobre a qual são fixados os componentes. Em alguns 
casos, o chassi faz parte do circuito, sendo ligado ao polo 
negativo da fonte de alimentação, ou seja, da bateria.
Fonte de alimentação - é a responsável pelo 
fornecimento de energia ao aparelho. Pode ser formada por um 
único elemento como no caso do carro em que ela é a bateria; 
pode ser formada por alguns elementos iguais como, por 
exemplo, um conjunto de pilhas, ou' ainda pode ser um circuito 
completo que “transforma" a corrente disponível na tomada em 
uma corrente própria para o uso do aparelho alimentado.
Carga - Se uma fonte de alimentação está desligada, 
dizemos que ela não tem circuito na sua carga, ou que não possui 
carga, porque não circula nenhuma corrente. Quando uma fonte 
fornece sua energia a um circuito ou a um elemento, dizemos que 
ela está com uma carga, e esta carga está recebendo sua 
energia.
Circuito aberto - dizemos que um circuito está aberto, 
quando não existe um percurso completo para a corrente, de 
modo que ela não possa circular. Nestas condições, o circuito não 
está recebendo sua energia. Um interruptor abre um circuito 
quando queremos desliga-lo, ou seja, interromper o seu 
fornecimento de energia.
Circuito fechado - dizemos que um circuito está 
fechado quando existe um percurso completo para a circulação da 
corrente. Neste caso, a fonte de energia pode fornecer sua 
alimentação a alguma coisa que exista neste circuito e que deva 
receber a energia. Um interruptor fecha um circuito quando 
queremos ligar alguma coisa.
Curto-circuito - dizemos que há um curto-circuito num 
aparelho quando a corrente pode ir diretamente de um polo a 
outro de uma fonte, sem encontrar nenhum elemento para 
entregar sua energia. A energia é então usada para “queimar” os 
fios que formam este circuito.
Acoplamento - é a ligação entre dois pontos de um 
circuito. Dizemos que o acoplamento é capacitivo quando a 
51
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
ligação é feita através de um capacitor e que o acoplamento é 
indutivo quando é feito por meio de uma bobina ou indutor.
Alternador - é um dispositivo que gera energia elétrica 
na forma de corrente alternada a partir da força mecânica 
disponível de um motor ou de outro dispositivo qualquer. Os 
alternadores se diferenciam dos dínamos que fornecem energia 
na forma de correntes contínuas.
Amplificador - é um dispositivo ou circuito que aumenta 
a intensidade de uma corrente por meio de componentes 
eletrônicos apropriadamente interligados. Os amplificadores 
podem trabalhar com sinais de baixas frequências 
correspondentes aos sons, caso em que teremos os 
amplificadores de áudio ou então, trabalhar com sinais de altas 
frequências, caso em que teremos os amplificadores de 
radiofrequência, como os usados no reforço de antenas de rádio.
Arco - o arco e uma descarga elétrica luminosa que 
ocorre no ar. Quando a tensão entre dois pontos é 
suficientemente alta, a corrente pode vencer a resistência do ar e 
passar através dele produzindo o efeito indicado.
Blindagem - é um tipo de proteção metálica para fios ou 
componentes, evitando que interferências externas o atinjam, ou 
que interferências que ele possa produzir, saiam. Existem 
blindagens em fios que são malhas, e blindagens de componentes 
que são peças metálicas que os envolvem totalmente. As 
blindagens devem ser sempre aterradas, ou seja, ligadas ao 
chassi ou ao polo negativo da alimentação de um circuito.
Bobina - É um componente formado por muitas voltas de 
fio enrolado, conforme mostra a figura 38. As bobinas podem ter 
núcleos ou peças de metal em sua parte interior. Estas são 
também denominadas “indutores”. A passagem de uma corrente 
por uma bobina produz um campo magnético.
Cabo - é um conjunto de fios condutores trançados ou 
reunidos.
Campo - é uma região do espaço em que se manifesta 
uma influência elétrica. Se a influência for provocada por cargas 
elétricas em repouso, temos um campo elétrico, e se for 
provocada por cargas elétricas em movimento, temos um campo 
magnético. As correntes elétricas sempre produzem campos 
magnéticos.
52
NEWTON C. BRAGA
Carga - é o mesmo que quantidade de eletricidade, 
podendo servir para especificar a quantidade de eletricidade de 
um capacitor ou de uma bateria, ou de um simples componente.
Continuidade - dizemos que um circuito ou componente 
tem continuidade, quando a corrente pode circular através dele 
normalmente. A prova de continuidade de determinados 
componentes pode revelar com facilidade se ele se encontra ou 
não em boas condições.
Conversor - existem dois tipos de conversores que 
podemos utilizar no carro. O primeiro é o conversor de corrente 
que permite obter 110 V ou 220 V dos 12 V da bateria, 
permitindo assim a alimentação de aparelhos, tais como, 
barbeadores, lâmpadas e pequenos televisores. Também é 
chamado de inversor ou conversor de tensão. Outro tipo de 
conversor é o que permite modificar as características de 
recepção de um rádio, passando sua sintonia da faixa normal 
para outra faixa. É denominado também conversorde frequência.
Distorção - é a deformação de um sinal de modo que 
sua reprodução ocorra de maneira diferente do original. Este 
termo e usado para o caso de amplificadores em que a qualidade 
de som deixa a desejar. Quanto maior a distorção, maior é a 
deformação na reprodução, levando o som a uma má qualidade.
Eletrodos - os eletrodos de um componente ou de uma 
bateria são os pontos de sua ligação onde deve ser feito o 
contacto com o restante do circuito e através do qual se faz a 
transmissão da energia elétrica. A bateria do carro possui dois 
eletrodos, um correspondendo ao polo positivo e o outro ao 
negativo. 
53
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Espira - no enrolamento de uma bobina são dadas 
muitas voltas de fio. Cada volta é uma espira.
Etapa - um dispositivo eletrônico é formado por diversas 
etapas, cada qual exercendo determinada função. Uma etapa é, 
portanto, um conjunto de componentes que realiza uma 
determinada função.
Filtro - é um dispositivo ou circuito cuja finalidade é 
permitir a passagem de determinados tipos de componentes, 
bloqueando outras que por suas características sejam 
indesejáveis. Existem diversos tipos de filtros que trabalham com 
sinais de altas frequências (filtros eliminadores de interferências 
ou ruídos) e que trabalham com baixas frequências 
correspondentes aos sons, como os filtros usados nos alto-
falantes.
Frequência - é o número de vibrações de uma corrente, 
ou número de alterações que ela sofre em sua intensidade em 
cada segundo. A unidade de medida da frequência é o Hertz (Hz).
Harmônicas - são oscilações múltiplas de um valor que 
é denominado fundamental e que podem aparecer em conjunto. 
Uma frequência de 500 Hz tem o segundo harmônio ou 
harmônica em 1 000 Hz, o terceiro em 1 500 Hz, etc. 
Impedância - este termo é usado para indicar a 
oposição que um elemento oferece à circulação de uma corrente 
alternada. Sua unidade de medida é, portanto, a mesma usada 
para o caso de resistências.
Indução - é o fenômeno segundo o qual, um fio 
condutor cortando as linhas de influência de um ímã, tem entre 
os seus extremos manifestada uma força eletromotriz capaz de 
produzir uma corrente num circuito externo. Os dínamos e 
alternadores aproveitam este efeito em seu funcionamento.
Interferência - é a reprodução por parte de um 
aparelho receptor de sinais de estações próximas daquelas que se 
deseja ouvir, prejudicando assim a audição. Fisicamente também 
podemos definir interferência como a superposição de dois sinais 
com fases diferentes, de modo que um anule o outro.
Linha de força - é uma linha imaginária que serve para 
representar a região de influência de um ímã, ou seja, o seu 
campo magnético.
54
NEWTON C. BRAGA
Microfonia ou realimentação acústica - é o 
fenômeno provocado pela captação de sinais de saída de um 
amplificador por sua entrada, quando por exemplo na entrada 
existe um microfone e na saída um alto-falante. O som 
reproduzido pelo alto-falante volta ao microfone e produz um 
apito contínuo denominado microfonia.
Oscilador - é um circuito cuja finalidade é produzir 
correntes alternadas de certas características. Se o oscilador é de 
baixa frequência ou áudio como também é chamado, suas 
correntes ao serem aplicadas em dispositivos reprodutores como 
alto-falantes dão origem a sons; se o oscilador e de alta 
frequência, suas correntes, se aplicadas em antenas, dão origem 
a ondas de rádio.
Polarização - denominamos polarização a tensão que 
deve ser aplicada entre dois pontos de um circuito para que 
circule a corrente necessária ao seu funcionamento.
Regeneração - é a volta de um sinal de saída de um 
circuito para sua entrada, de modo que ele possa ser amplificado 
novamente.
Regulador de tensão - é um circuito ou dispositivo 
que tem por finalidade manter constante a tensão aplicada a um 
circuito.
Ressonância - é a característica que têm certos 
elementos ou circuitos de vibrarem ou oscilarem numa única 
frequência. Bobinas e capacitores formam circuitos ressonantes, 
ou seja, que respondem a sinais de uma única frequência. Na 
seleção das estações por um rádio são usados circuitos 
ressonantes.
Retificação - é o processo usado para se obter uma 
corrente contínua a partir de uma corrente alternada. Na 
retificação são usados normalmente diodos semicondutores de 
silício que aproveitam sua propriedade de conduzir a corrente 
somente num sentido.
Seletividade - é a característica dos receptores de rádio 
de separar as estações de frequências próximas. Um receptor de 
grande seletividade não “mistura” as estações enquanto que um 
receptor de pequena seletividade “mistura” as estações.
Sensibilidade - é a característica de um receptor de 
rádio de receber sinais fracos. Um receptor de grande 
55
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
sensibilidade pode receber com facilidade sinais de estações mais 
fracas. Podemos dizer que um receptor de maior sensibilidade 
pode "pegar" mais estações que um de pequena sensibilidade.
Shunt - é um resistor ligado em paralelo com os 
instrumentos medidores para “aumentar” seu alcance na medida 
de correntes. Os shunts são resistências de baixos valores ligadas 
em paralelo com os amperímetros.
Sintonia - denominamos sintonia a operação de ajuste 
de frequência de um receptor, ou seja, a mudança de estação 
atuando sobre um capacitor variável nos casos mais comuns. 
Sobrecarga - ocorre uma sobrecarga quando um 
circuito solicita uma potência maior do que a que o alimenta pode 
fornecer. Quando as características de consumo de energia e 
fornecimento de energia de dois circuitos são diferentes, pode 
ocorrer a sobrecarga de um deles com consequências 
normalmente desastrosas para suas integridades.
Transdutor - é um elemento que é utilizado na 
transformação de uma forma de energia em outra. Um microfone 
e um transdutor eletroacústico, pois transforma energia acústica 
na forma de som em energia elétrica de uma corrente. Um alto-
falante também é um transdutor eletroacústico, mas que funciona 
de modo inverso.
Trimmer - é uma espécie de capacitor ajustável,
Válvulas - são dispositivos termiônicos, ou seja, que 
funcionam pela emissão de elétrons no vácuo e que são usados 
como elementos ativos de muitos circuitos eletrônicos. Na maioria 
das aplicações modernas as válvulas são substituídas por seus 
equivalentes menores, os transistores.
Voltímetro - é um instrumento usado na medida de 
tensões elétricas.
Zumbido - são sons de baixas frequências que aparecem 
nos alto-falantes sob determinadas condições.
56
NEWTON C. BRAGA
A ignição do seu carro
 A queima do combustível (gasolina ou álcool) no interior 
do cilindro do motor é que fornece a energia necessária ao seu 
movimento. O combustível juntamente com o oxigênio do ar 
atmosférico é injetado no interior do cilindro e quando ocorre sua 
queima, a expansão dos gases resultantes é responsável por uma 
força que empurra o pistão, obtendo-se assim força mecânica 
(figura 38-A).
 Para queimar o combustível no momento exato é preciso 
uma ação externa que vem de uma vela. Esta vela produz então 
uma faísca elétrica que “explode” o combustível produzindo a 
pressão.
 Veja que esta vela deve produzir a faísca no momento em 
que os gases estiverem comprimidos pelo pistão em determinado 
ponto de sua trajetória de tal modo que, com sua expansão se 
obtenha força e movimento.
O sistema de “explosão” do combustível de um motor, 
denominado sistema de ignição funciona a base de eletricidade.
Na figura 39 temos então o circuito básico de um sistema 
comum de ignição por onde podemos explicar seu funcionamento.57
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Nota: o termo condensador é comum em eletricidade do 
automóvel, mas o mais correto é usar capacitor.
Os 12 V da bateria do carro não são suficientes para 
produzir uma faísca elétrica na vela. Para que a faísca salte entre 
os dois elementos da vela é preciso uma tensão mínima já que o 
ar existente entre eles funciona como um isolante. Podemos dizer 
que, para cada milímetro de separação entre os dois elementos 
de uma vela precisamos no mínimo de 1 000 V para poder fazer 
saltar uma faísca.
Assim, para poder fazer a faísca no carro, o primeiro ponto 
a ser considerado é a necessidade de se elevar a tensão da 
bateria a tensões que se situam entre 12 000 e 35 000 V.
Esta elevação é feita com a ajuda de um 
autotransformador (denominado “bobina de ignição”) e de dois 
contatos móveis que são acionados pelo próprio motor. 
Esta bobina tem então dois enrolamentos marcados por L1 
e L2 no desenho e que são o “primário” e o “secundário” do 
transformador.
O enrolamento L1 tem um número de voltas de fios muito 
menor do que o enrolamento L2. Se em determinado momento 
fecharmos os contatos da bateria de modo que a corrente possa 
58
NEWTON C. BRAGA
circular pelo enrolamento primário da bobina, ocorre a produção 
de um forte campo magnético em seu interior.
O aparecimento deste campo magnético “induz" no 
enrolamento secundário uma tensão elétrica. Como o 
enrolamento secundário tem muito mais voltas de fio do que o 
enrolamento primário, a tensão que aparece nele é muito maior 
do que a que provoca a corrente no primário. Assim, se o 
enrolamento primário tiver 100 voltas de fio e o secundário 10 
000 voltas, a tensão obtida será multiplicada por 100.
Aplicando 12 V no primário obtemos então 1 200 V no 
secundário.
As bobinas usadas atualmente nos carros comuns 
possuem tensões de secundário que variam entre 12 000 e 35 
000 V.
Veja, entretanto, o leitor que o aumento da tensão na 
bobina implica automaticamente numa diminuição da corrente 
disponível. Assim, se uma corrente de 3 ou 4 A for necessária 
para o primário da bobina só obtemos em seu secundário 0,03 ou 
menos ampères. Como para “queimar” o combustível o que 
interessa é a faísca e não propriamente a corrente, este problema 
de início não deve nos preocupar.
A alta tensão obtida na bobina deve ser enviada não a 1 
vela mas sim a 4 ou 6 conforme o tipo de veículo e no momento 
exato que permita a obtenção da faísca. 
Para esta finalidade existe um dispositivo denominado 
“distribuidor” cujo aspecto é mostrado na figura 40. 
59
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
Este distribuidor possui um contacto que gira de acordo 
com o movimento do motor e “distribui” a alta-tensão para as 
velas de modo que elas provoquem a faísca no momento exato.
Voltando ao enrolamento primário da nossa bobina vemos 
que depois de fechado o contacto da bateria, e criado o campo 
que induziu a alta-tensão no secundário, este se estabiliza. Ora, 
sua estabilização faz com que a indução pare. Por este motivo é 
preciso que o contacto seja aberto e em seguida fechado 
novamente para que mais um “pouco” de indução ocorra.
Em suma, os contatos do enrolamento primário do 
transformador não podem ficar simplesmente fechados, pois se 
isso acontecer a indução ocorre num instante só e depois para. 
Este contacto é então acoplado a um sistema que faz com que o 
movimento do motor o ligue e desligue rapidamente variando 
assim a corrente e mantendo a indução.
Este contacto pela abertura e fechamento está sujeito a 
um certo desgaste e mesmo faiscamento, sendo por este motivo 
recoberto de um metal resistente à queima. Este metal que, a 
platina justamente lhe dá o nome: platinado.
A função do capacitor C ligado em paralelo com o 
platinado será vista a seguir quando estudarmos os problemas 
que podem acontecer com um sistema de ignição convencional 
como este. 
Obs.: veja que mesmo sendo a tensão da bobina muito 
alta, como a corrente é relativamente baixa o único perigo 
que existe no caso de tocarmos nas velas de um veículo é 
o forte choque. 
60
NEWTON C. BRAGA
Os problemas da ignição convencional
A corrente intensa que circula pelos contatos do platinado 
quando este abre e fecha é causa de um rápido desgaste do 
mesmo, e ainda como a bobina tem características que induzem 
também uma alta-tensão nos contatos ocorrem faíscas na sua 
abertura e fechamento. Isso significa que a faísca que é 
produzida na abertura e fechamento do contacto pode causar sua 
queima e em pouco tempo a eficiência do dispositivo diminui. 
Este passa a apresentar uma elevada resistência não chegando a 
bobina a corrente que ela precisa para seu funcionamento.
Em alguns casos a queima pode provocar um aquecimento 
que acabará por “soldar” os contatos que então não funcionarão 
mais. Esta solda pode em alguns casos fazer circular uma 
corrente muito forte pela bobina causando sua queima.
Para amortecer o faiscamento existe em paralelo com os 
contatos do platinado um “condensador” (o nome certo é 
capacitor). Este componente absorve a energia que retorna da 
bobina e que é responsável pelas faíscas evitando sua ação sobre 
o platinado e prolongando sua duração. (figura 41)
 - Figura 41
Outro problema que ocorre com a ignição convencional é 
que a tensão gerada no secundário da bobina depende em sua 
eficiência da velocidade de abertura e fechamento dos contatos a 
qual está ligada à rotação do motor.
Assim, a medida que a rotação do motor aumenta, chega 
um momento em que a indução da bobina já não ocorre com a 
61
O Básico da Eletrônica Automotiva – Mouser Electronics
mesma eficiência e a faísca pode ter falhas. Muitos motores 
perdem seu rendimento nas altas rotações em vista deste 
fenômeno.
Mas, além da perda de rendimento existe um problema 
mais grave associado a falha ou ineficiência da faísca. Se a faísca 
não tiver uma intensidade suficiente para queimar todo o 
combustível ou estiver ausente, este combustível não queimado 
será desperdiçado, o que significa um gasto maior para o veículo.
Um sistema de ignição imperfeito tem por consequência 
um consumo excessivo de combustível já que se tem de acelerar 
muito mais para se obter a mesma potência, isso sem se 
considerar as falhas de funcionamento.
Os veículos de competição com a finalidade de garantir ao 
máximo a queima total do combustível no motor usam bobinas 
especiais de altas-tensões que podem chegar aos 40 000 V.
Como melhorar a ignição? E neste momento que entram 
alguns recursos eletrônicos que estudaremos a seguir:
Obs.: as ignições eletrônicas descritas a seguir podem ser 
experimentadas pelos leitores ou então adquiridas prontas 
em casas especializadas.
Nota: hoje todos os carros têm estas ignições como com­
ponente de linha.
62
NEWTON C. BRAGA
Ignição assistida
O tipo mais simples de circuito eletrônico usado na ignição 
eletrônica é o que usa um transistor como comutador, 
possibilitando assim a redução da intensidade da corrente que 
passa pelo platinado.
O platinado passa então a controlar uma corrente muito 
mais fraca que a normal apenas para “forçar” o transistor a 
conduzir a corrente maior para a bobina.
As principais vantagens deste sistema são:
Menor desgaste do platinado, pois ele conduz uma 
corrente de intensidade muito menor que o normal.
Menor efeito da resistência apresentada pela deterioração 
do contacto no rendimento da ignição. Uma pequena redução da 
superfície de contacto do platinado numa ignição comum já tem 
um considerável efeito no rendimento da ignição. A resistência 
apresentada reduz a intensidade da corrente e a faísca 
consequentemente se torna menor ou menos eficiente na 
combustão do cilindro.
Melhor comutação, pois

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